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Culpados de Natal

Terça-feira, 30.12.14

A Sociedade no seu todo é responsável por mais esta grande tragédia que recentemente matou quase oito milhares de pessoas e que pôs mais uma vez a nu todos as graves deficiências deste sistema aparentemente criado para nos proteger (o Sujeito), mas que na realidade apenas se tem preocupado com a salvaguarda da estrutura (o Objecto).

 

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Meliandou

 

Os Morcegos e uma Árvore como culpados adicionais pela morte de milhares de pessoas

 

O último surto do vírus EBOLA iniciou-se na pequena aldeia de Meliandou localizada na Guiné-Conacry.

 

A transmissão iniciou-se pela infecção de um miúdo de apenas dois anos de idade chamado EMILE habitando na aldeia.

 

O jovem terá sido o paciente zero deste novo surto tendo falecido em Dezembro de 2013.

 

A origem do foco da propagação da doença centrou-se numa árvore parcialmente oca e com alguns metros de altura, onde se refugiaria uma espécie local de morcegos.

 

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Árvore

 

Ao brincar no local situado a cerca de 50 metros da sua habitação (e das restantes habitações da aldeia), o jovem terá sido infectado (fosse qual fosse o modo) pelos morcegos, acabando por disseminar o vírus.

 

A árvore terá sido entretanto destruída por acção do fogo, provocando o desaparecimento destes trágicos morcegos.

 

(dados e imagens – livescience.com)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 23:48

O Sol da NASA

Sexta-feira, 26.12.14

A sonda NuSTAR

 

A sonda lançada no ano de 2012 tem como objectivo principal a cumprir o estudo dos buracos negros e outras fontes distantes de raio-X. E até uma possível análise da natureza da misteriosa matéria negra e das suas prováveis partículas constituintes.

 

A imagem seguinte é o resultado da sobre impressão duma imagem obtida pelo telescópio das sondas NuSTAR e SDO.

 

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Tempestade Solar

 

Aproveitando a quadra natalícia a NASA decidiu neste fim de ano de 2014 presentear-nos com uma imagem melhorada do corpo celeste que a todos une e do qual todos dependemos – o grande e poderoso Sol. A partir da sua sonda NuSTAR e utilizando um telescópio sensível a emissões de raio-X de alta-frequência, os seus técnicos foram capazes de nos proporcionar esta imagem fantástica de todo o poder da nossa estrela e da capacidade altamente energética de muitas das suas emissões lançadas para o espaço exterior.

 

E a Terra como todos nós sabemos é apenas o terceiro planeta do Sistema situado mais perto do Sol, pelo que qualquer alteração súbita e de maior intensidade que nele se registar, poderá ser muito importante para nós, não só pelas possíveis consequências, como também pelo seu estudo, entendimento e resposta adequada. Especialmente para o caso destas emissões poderem atingir a Terra e estando de sobreaviso nos podermos defender.

 

(dados e imagem – NASA)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 03:09

Natal Congelado

Quinta-feira, 25.12.14

Enquanto um Eu confirmava (unilateralmente) a sua decisão irrevogável
O outro Eu irrevogavelmente decidia em sua própria (e legítima) conformidade

 

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Com um Eu a comandar a Europa e o outro Eu a comandar os Estados Unidos da América, ambos utilizando protecção corporal de origem russa (pai natal vermelho) e segurança pessoal de fabrico chinês (pistola de laser amarelo).

 

E assim, acima do Eu e do outro Eu Ocidental surge agora o Eu alternativo (não na tua loja mas na loja dos 300), inicialmente ignorado, repudiado e denegrido e finalmente aceite e até adoptado: agora entranhado!

 

Na minha cidade o Pai Natal continuou ausente: os milhares de lâmpadas desapareceram, as pessoas já não se vêm e até o silêncio ganhou, definitivamente tomando conta da noite.

 

No entanto ainda respiramos e nos movimentamos, apesar de agora abandonados pelo nosso querido Espírito Santo (e que já tantos colegas renegam).

 

(imagem – Web)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 15:55

Inverno a Norte

Terça-feira, 23.12.14

Começou no passado domingo (dia 21 de Dezembro) em Portugal (país situado no Hemisfério Norte) a estação do Inverno. Esta data coincide no Hemisfério Norte com o Solstício de Inverno.

 

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O Solstício de Inverno também significa que atingimos no nosso calendário a data em que a noite é a mais longa do ano e que a partir daí dar-se-á um crescimento contínuo do dia em relação à noite (até Março).

 

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E com a estação de Inverno a espalhar-se por todo o Hemisfério Norte, acentuam-se as descidas de temperaturas e o acentuado arrefecimento nocturno. Pelo menos sem chuva (a Sul) e com o IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) a prever para a cidade (de Albufeira) dia meio encoberto com possibilidade de aguaceiros e com subida ligeira nas temperaturas mínimas.

 

(imagens – Wikipedia e NASA)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 00:22

Russia

Segunda-feira, 22.12.14

Paul Craig Roberts
Russia To Unleash Ultimate Black Swan Against The West
(KWN – Eric King – December 20, 2014)

 

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“I was listening to the news today and there were all these self-righteous people just happy as all get out that they had finally stomped Russia into the ground and ‘Russia is now finished,’ and Russia was broken and ‘would soon be an American vassal state where it belongs.' And I was listening to this rot and got to thinking, ‘How can people be so utterly stupid?’ But they are, and they are just as stupid in Washington.

 

“Suppose the Russian government says, ‘Well, since the attack on the ruble is political and you guys are attacking the ruble and causing us so much trouble, we are just not going to pay off the next traunch of our debt that comes due early in 2015.'

 

Well, the European banking system would collapse because those banks are terribly undercapitalized. Some of them have loans to Russia that almost absorb the entire capital base. So the Russians don’t even have to default. They can just say, ‘We’re not going to pay this year. We will do it later. We’ll do it when the ruble stabilizes.’ (Laughter).

 

So whenever the Russians want to destroy NATO, that’s all they have to do. Just call up the puppet Merkel, call up the puppet Hollande, the puppet Cameron, and say, ‘You guys really enjoy being in NATO, well let me tell you what, we no longer sell energy to NATO members.’ That’s the end of NATO and that’s the end of the cover for American power.

 

That would set off so many black swans. Every banking system would probably collapse because if the German banks are faced with German industry closing down, what the hell is going to happen to the banks? So all the cards are in Putin’s hands. None of them are in Washington’s hands. Putin is going to reorient Russia to the East. Then you are going to see Russia, India, and China, take over the leadership of the world. That will start in 2015.”

 

(textos retirados da entrevista a Paul Craig Roberts – King World News)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 21:00

Sexo com Gelo & Alienígenas – 4/4

Segunda-feira, 22.12.14

Ninguém é bom ou mau na cama. Se há um problema sexual, é outra coisa, mas senão há problemas concretos, basta que se goste muito de uma mulher; se isso acontece, ela é a melhor na cama. (António Lobo Antunes – Conversas com António Lobo Antunes – María Luisa Blanco – 2002)

 

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Deep Purple e Blue Jeans

 

No meio de um grande pandemónio causado pela presença de uma pequena multidão de fêmeas em estado de perfeita loucura e que cada vez em maior número se iam acumulando à nossa volta e ao longo de todo o curto percurso, tínhamos finalmente e quase que como por milagre alcançado uma plataforma mais elevada do hall de entrada do Bordel, que dava acesso a uma pequena torre de elevadores: com as portas a abrirem-se de imediato, foi só entrar no compartimento, assistir ao fecho das portas e arrancar dali para fora. E mal o elevador arrancou o ambiente do mesmo alterou-se radicalmente, tornando-se quente e relaxante e até com música ambiente. Quando segundos depois a porta se abriu entramos numa sala de decoração austera mas bem iluminada, onde dois seres curiosos nos aguardavam tranquilamente sentados num amplo e modesto sofá.

 

Enquanto Afro e o Negro se retiravam (eram evidentes os sinais libidinosos da fêmea em direcção ao Negro, num sinal claro de fúria substitutiva por ter sido sexualmente recusada por outro ao qual ela não reconhecia estatuto) ficamos os três abandonados na sala a olharmos uns para os outros: Ella saíra de junto de nós sem nada nos dizer e à frente deles só viam os dois bonecos a observar estranhamente estáticos. Reconheci de imediato o tema como sendo dos Deep Purple, enquanto duas boazonas utilizando unicamente um mini top como cobertura dos seus peitos bem guarnecidos e vestindo uns jeans que lhes torneavam o corpo esbelto e bem preenchido e prestes a explodir de desejo, se dirigiram ao Hipólito e ao Tiago raptando-os de uma forma de tal maneira vertiginosa, que nem tiveram tempo de dizer ai. Dirigiram-se para os módulos 27 e 28 e reservaram-nos para 60 minutos de sexo. Então e na presença dos dois estranhos desconhecidos, sentei-me junto deles e aí tive a minha última conversa.

 

Carlos e David Koch controlavam conjuntamente como irmãos de sangue e sobretudo como homens de negócios que eram, uma das maiores empresas coloniais ao serviço das hierarquias máximas e prevalecentes do sistema decisório e administrativo de então, a eles concessionada nestes últimos séculos por estrangeiros vindos do espaço profundo exterior e que pretendiam simultaneamente, continuar o seu processo de expansão noutras zonas inexploradas do Espaço, sem deixarem para trás outros pontos de interesse e experimentação. Como era o caso do Sistema Solar e particularmente o exemplo extraordinário do ínfimo mas grandioso planeta Terra, por essa altura a caminho de fasquias sucessivas e significativamente crescentes de triliões de habitantes, constantemente em conflito e originando por sistema guerras extremamente violentas (mas julgadas depuradoras por motivos que passavam completa e razoavelmente despercebidos aos estrangeiros) e no entanto sempre acompanhados por rituais procriadores e de sustentação da espécie baseados na pratica sexual e nos delírios religiosos daí resultantes (a favor ou contra): era como se a nossa esperança residisse num momento de extremo prazer, o qual só poderia suceder a um momento de percepção sensorial também extrema e se possível replicadora – violência, sexualidade, religião e criação de outros mundos mais para além e de carácter substitutivo.

 

E como o acaso os tinha convertido nos representantes preferenciais neste sector da Via Láctea, o mesmo acaso os tinha lançado para o negócio do lucrativo e eterno mundo do prazer tornado máximo e assim, aproveitando o conhecimento profundo dos terrestres nessa área e o aparecimento de raças interessadas nestas experiências, maioritariamente passadas e esquecidas e agora de novo (e por necessidade evidente) recuperadas, levando-os a expandir o sector e diversificar as suas aplicações. O único entrave na engrenagem fora o caos climático que destroçara o planeta e toda a sua organização social e a chegada abrupta, inesperada (mas quase previsível) dos chamados Fantasmas do Tempo, fanáticos religiosos e supostamente separadores de almas: só o sexo os derrotaria, ao assumirem a partilha (e não a oferta) dos seus corpos e compreenderem como duas almas se juntavam, simplesmente sem pedirem nada em troca e no entanto formando um todo. Agora bastava esquecer o tempo, sobrevalorizar todo o espaço existente e transformá-lo num outro Universo talvez coincidente talvez concorrente por atribuição de movimento e simples trocas de energias (corporais e espirituais). Sexo, sexo, sexo – deveriam era ocupar-se com ele (e promover ainda mais o Bordel)!

 

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ZZC acompanhado por três alienígenas

 

Deixei definitivamente para trás todos aqueles que nos tinham acompanhado nestes últimos tempos (de aventura, descoberta e conhecimento) e fui ter com os meus verdadeiros amigos Hipólito e Tiago (os quais me tinham socorrido sem contrapartidas prévias, na minha inesperada e atribulada chegada). Os módulos 27 e 28 para os quais tinham sido encaminhados equivaliam parametricamente à concretização ideal dos seus mais profundos desejos, traduzidos não só na introdução de Hipólito e de Tiago num cenário por eles já usufruído e nunca esquecido, mas agora aperfeiçoado na sua projecção espacial (por sobreposição e escolha) e colocado numa realidade paralela simulada.

 

Sincronizou o módulo adjacente com os de Tiago e Hipólito e colocou a aplicação a correr: instantaneamente viu-se colocado num dos últimos andares da maior torre de Portimão (cerca de 85 metros de altura), observando à sua volta tudo aquilo que esta região já fora e oferecera – paisagens, calor, mar, multidões, convívio, acção – enquanto que num dos lados do amplo piso e sobre um estrado de madeira luxuosamente decorado, os seus dois amigos se deixavam subjugar por várias acompanhantes de luxo, nuas, oleadas e brilhantes e desejosas de entrar em acção. Para desse modo confirmarem os seus créditos ao Administrador da ZÉZÉ C & Herdeiros (uma empresa de originais e derivados sexuais, fundada na região durante o século XX por ZZC) e assim servirem com entusiasmo e na perfeição as suas outras metades, os clientes. Nos Jardins da Rocha a vida celebrava-se agora sem controlo nem limitações temporais ou morais e com o prazer a ser o único critério de vida capaz de esmagar a monotonia crescente do nosso quotidiano, quase sempre imutável e como tal miserável.

 

Num dos pisos do poderoso edifício da Praia da Rocha o que todos os presentes ali viam e idealizavam, era um geométrico e grandioso pénis erecto com os seus dois respectivos testículos funcionando como uma raiz (fortemente ligada à terra e pronta a expulsar para o Céu a sua seiva inspiradora); fazendo pulsar desenfreadamente e em toda a sua extensão (e definição) o membro periférico primordial e provocando nele por implosão celular uma forte onda de choque, tornando-o rígido (apesar de adaptável) e erecto (na realidade curvo). E por associação de razões associadas num só tema mas com ligações infinitas, estavam todos ali para eleger uma grande personalidade Universal que em si personificasse o ponto central desse tema, em toda a sua profundidade, múltipla capacidade de penetração e conhecimento de todas as zonas envolventes: rodeado por três das suas maiores fãs de origem alienígena, ZZC recebia o Prémio Nobel da Paz por serviços relevantes prestados aos homens (pioneiro da utilização de termos como boi e vaca) e (especialmente) às mulheres. Seguiu-se uma grande orgia contando (sem uma única excepção) com a participação de todos os presentes, finda a qual todos se dirigiram até à praia para se lavarem na água do mar e secarem com os ares da natureza as suas preciosas partes íntimas.

 

O Verde vislumbrou então os compartimentos privados. Abriu a porta do número 28, entrou no seu habitáculo, ligou o monitor que se encontrava na parede e enquanto fechava a porta seleccionou o menu: partilhado com o 26 e o 27 e com oferta aleatória. Mal foi aceite o seu pedido entrou logo na simulação já em curso e encontrou-se de imediato integrado num mesmo cenário proposto e partilhado, na companhia de Hipólito, de Tiago e de mais duas belíssimas mulheres: surpreendentemente ambos utilizavam aparentemente dois dos seus maiores fetiches sexuais, enquanto em consciência penetravam as fêmeas. E mal sentiu o seu membro começar a interagir a bela Ella reapareceu. “Dormir, comer, fazer sexo, há coisa melhor na vida?” (Web)

 

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Centro Paralelo ZZC

 

E enquanto o Hipólito (disfarçado de palhaço) continuava a exercer a sua tradicional ideologia e prática quotidiana (aqui desmascarada por atitude de posse), em sentido aparentemente contrário o Tiago (aqui induzido como alienígena) ia progressivamente deixando-se descair sobre o perfeito e curvilíneo corpo da sua fêmea, apalpando-lhe os seus seios modelares enquanto a ia penetrando fisicamente como um pêndulo e usufruindo-a espiritualmente.

 

Com muita dificuldade lá consegui que o Hipólito e o Tiago abandonassem os seus objectos particulares de desejo e me acompanhassem (apesar de bastante contrariados) até ao interior da limusina graciosamente cedido por ZZC, partindo o grupo de imediato e na companhia dos dois irmãos Koch (Deep Purple e Blue Jeans) para a sua curta viagem até à vila de Alvor. O encontro estava marcado para a área rodeando o aeródromo de Portimão, na tentativa de localizar o ponto preciso onde a minha nave se despenhara e da sua possibilidade de recuperação (no local). E lá chegamos todos à entrada principal do aeródromo por volta do início da tarde. Um dos irmãos Koch assinalou as nossas coordenadas no seu equipamento portátil e por comparação do trajecto simulado pela minha nave com outras situações de matriz semelhante, tentou desmontar as diversas soluções possíveis de modo a assim encontrar a resposta adequada: o ponto encontrado situava-se mais para noroeste da ponta mais afastada da pista, num local agrícola com algumas pequenas árvores e outra vegetação dispersa e com um pequeno e pouco visível declive, talvez formado pelas margens de pequenos cursos de água (e com a zona da Penina nas suas proximidades). Mas teriam que abandonar o mais rapidamente que pudessem o local, pois a limusina onde se encontravam, já começava a despertar a curiosidade de muitos dos transeuntes. Nem perceberam o que aconteceu: num momento lá estavam, num outro nunca estiveram.

 

E enquanto um dos Koch chamava a nossa atenção (para o seu irmão) apontando um indicador determinado, carregando no teclado (do seu portátil) logo o outro respondia, consensualmente carregando Enter: lá fora o cenário mudava radicalmente no espaço e o tempo indicado era o da queda da minha nave. Mas nem sinais nem vestígios dela. Sobre a superfície gelada onde se situaria o aeródromo nada se mexia, com umas pequenas ruínas mal sobressaindo dos sucessivos montes de gelo pontuando aqui e ali a paisagem, quase se assemelhando a vegetação naquele cenário gelado. Aí o monitor detectou sinais de movimentos muito ligeiros duzentos metros mais para à direita e oriundos dos restos amontoados de antigas habitações de nível menos elevado (e por essa razão mais protegidas da acção difusora e penetrante do vento), destacando-se por sua vez no pequeno ecrã a imagem de três pontos dinâmicos concentrados em redor de um único corpo de referência e emitindo considerável e já não considerada (nos seus processos de obtenção) energia térmica.

 

Sem se fazerem notar, mantiveram os critérios mínimos de invisibilidade e aproximaram as câmaras: em torno de uma fogueira extremamente pequena mas de rara beleza nos seus instantes finais, dois homens assistiam com os seus corpos curvados e já paralisados ao estertor de um terceiro, morrendo por infecção sanguínea irreversível sobre um espelho inóspito e gelado mas por ventura reflector do Sol e da Vida. Quando o fogo se extinguiu o terceiro homem já morrera: cobriram-no cuidadosamente com pedras, beberam mais um largo trago daquele irrepetível Medronho e sem pensarem demais (o tempo agora era extremamente precioso) retomaram o seu caminho (teriam que atravessar o antigo Arade antes das próximas três horas). E foi quando se viraram para nós que eu vi quem eles eram: diante de mim os pretensos viajantes de S. Marcos da Serra e seus perigosos medronheiros originadores de consequências mortais eram nada mais nada menos que os meus queridos amigos Hipólito e Tiago. Olhei para eles ao meu lado e francamente não me consegui conter mais: enquanto me ria com a situação criada, via-os atrapalhados olhando para si próprios, enquanto olhando para mim confessavam incrédulos e face à fatal evidência, os contornos virtuais (ou pequenas imprecisões) da sua história. Mas algo estava claramente incorrecto nesta repetição do que deveria ser a mesma sequência. No fim rimo-nos evidentemente de tanta palermice, talvez provocada pelo prazer talvez suscitada pelo excesso: apenas nos tínhamos esquecido do pequeno pormenor, da mudança localizada da hora.

 

Tinham partido a bordo da minha nave sem demonstrarem dúvidas nem suscitarem qualquer tipo de receio com a decisão por eles tomada. Hipólito e Tiago mereciam por simples comprometimento o espaço de aventura e descoberta a eles oferecido e por outro lado (e vantagem), sempre eram uns bons exemplares de uma raça com certos pormenores a preservar mas infelizmente talvez em vias de extinção. E não faltou total entretenimento enquanto a nave não ultrapassou definitivamente os limites desta galáxia, após os quais e iniciado o período de hibernação dos seus tripulantes, se ejectou num único salto para outro mundo e se perdeu para (este) sempre e em todas as suas dimensões no espaço (e no vazio).

 

Fim da 4.ª parte de 4

 

(imagens – Web)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 13:32

Sexo com Gelo & Alienígenas – 3/4

Domingo, 21.12.14

Toda a transformação se baseia em contínuas transferências energéticas entre diferentes pontos do espaço, fornecendo a Energia todos os parâmetros evolutivos e necessários para a sua transformação em Matéria, por aceleração das partículas, seu deslocamento e projecção simulada (realística ou imaginária) noutro referencial.

 

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Hologramas sexuais

 

Enquanto nos afastávamos da habitação onde tínhamos passado a noite anterior, íamos observando preocupadamente a evolução da tempestade que se avizinhava e que já cobria com nuvens densas e carregadas quase todo o nosso horizonte visual: pelo seu aspecto e pelo grande arrefecimento que já se registava deveria ser bastante violenta, fazendo-lhe lembrar o recente relato do extremo evento meteorológico ocorrido no ano de 2033 e a ele contado pelos seus dois amigos terrestres, onde os poucos sobreviventes urbanos (com todos os apoios básicos já completamente destruídos) acabariam por não resistir e morrer rapidamente por hipotermia. À frente da coluna de seis elementos ia Afro e o seu Negro, com os dois amigos terrestres logo atrás e com Ella um pouco mais afastada a encerrar a fila acompanhando-me. E de vez e quando sorria-se para mim, coincidindo com os momentos em que Afro se virava para trás e abria provocatoriamente a sua boca de lábios carnudos.

 

Durante a caminhada verificamos que o veículo esférico já não se encontrava no local tendo desaparecido: nem sequer tínhamos ouvido qualquer ruído que indicasse a sua partida mas pelo rodado deixado no terreno ele chegara ali, não se mexera e simplesmente deixara de ali estar. Não havia sinal de rodados a sobreporem-se e até a neve que começava agora a cair e o vento que se fazia sentir, já começavam a apagar os vestígios da sua anterior presença. Mas o que tinham mesmo que fazer era apressarem-se pois as condições meteorológicas começavam a tornar-se visivelmente insuportáveis.

 

O grupo acabou por ser apanhado momentaneamente por um fenómeno local extremamente violento, dividindo-se em dois: enquanto o Negro acompanhado por Tiago e Hipólito se dirigiram de imediato para o ponto de encontro, os restantes elementos refugiaram-se no abrigo que os dois amigos terrestres tinham descoberto na sua investigação matinal. Mal entraram fecharam de imediato a porta da casa, mas como as condições atmosféricas continuavam a agravar-se de uma forma deveras preocupante, acabaram por seguir o seu caminho e descer até à cave – aí procurando refúgio. Segundo Afro teriam que se proteger o melhor que pudessem durante cerca de uma hora (o tempo de passagem da espessa e brutal frente da tempestade, antes de atingirem o olho da mesma e aí poderem abandonar em segurança o local), após o que poderiam sair e ir ter com Negro ao ponto de encontro, que esta afirmada seguro e protegido.

 

O frio fazia-se sentir já intensamente quando verificaram a existência de uma reentrância num dos lados da parede da cave e onde provavelmente teria existido uma porta. Afro pegou então no pequeno periférico que trazia à sua cintura, consultou-o apressadamente e num instante virou-se para nós e com toda a sua certeza pediu para a seguirmos. Percorremos algumas dezenas metros e finalmente fomos ter a um corredor que ia dar a um beco sem saída, terminando numa sólida e estranha parede: perfeitamente vertical e apresentando uma superfície suave e completamente limpa, a parede brilhava com o impacto dos raios de luz, parecendo divisar-se por momentos e para além dele um cenário colorido mas ainda bastante confuso. E no meio do frio extremo que já suportávamos e do barulho da tempestade que nos rodeava, a parede dilui-se, demos três passos em frente e vimo-nos então fechados e protegidos numas instalações que poderiam ser as de um qualquer empreendimento hoteleiro de luxo, apresentando o seu melhor aos seus estimados clientes. Era inacreditável o contraste.

 

Fomos recebidos por uma realidade inesperada. Até para um alienígena como eu passando por ali como um visitante acidental e com poucos ou ocasionais conhecimentos sobre a galáxia onde me encontrava, o objectivo de todos aqueles privilegiados que até agora por ali encontrara, parecia demasiado restritivo e contraproducente por se dirigir apenas a uma única unidade temática: como uma obsessão a sexualidade parecia ser o único motivo de acção destas criaturas, parecendo estas querer demonstrar que a sua exclusividade de intervenção local (nesta parte da galáxia) poderia ser o motivo temporário e fundamental do seu próximo passo na evolução. Ou não fosse o resultado dessa função a causa de existência de vida.

 

Ainda nos estávamos a adaptar às novas circunstâncias e já Afro se deslocava na minha direcção. Enquanto isso Ella e o Negro tinham-se movimentado até ao ponto onde Adão e Eva os esperavam (já em contacto e unidos fisicamente por penetração), aguardando tranquilamente a chegada da serpente. Fora a serpente que ali os colocara, fora a serpente que ali os projectara e seria a serpente que decidiria os novos cenários onde seriam replicados. Não era por acaso que tinham sido para ali convidados e certamente que as suas fobias sexuais muito tinham contribuído para o seu estágio preparativo e condicionante do acesso ao prometido e desejado Bordel. E o mesmo se passava no outro cenário contíguo com a presença da fêmea cornuda (um fauno). E a serpente era o nome de código da Boa Empresária conhecida como Afro (hierarquicamente uma Jibóia Constritora), ali presente de momento e actual directora do famoso Bordel. Mas para mim fisicamente esta mulher não fazia o meu modelo. Com a sua força e destreza ainda me atirou violentamente ao chão, tirou rapidamente a sua curtíssima tanga que se escondia entre suas duras e volumosas nádegas e sacando do meu pénis por introdução da sua forte mão direita no interior das minhas calças, ainda o enfiou na sua vagina mas sem reacção vital correspondente. E já com Ella tendo iniciado a sua interacção bilateral com a bizarra e enigmática fêmea cornuda (com o Negro sentado a observá-las, aguardando instruções da serpente), Afro levantou-se furiosa e com cara de poucos amigos desligou abruptamente a projecção em curso. Viram-se de novo sozinhos na cave: os seres adicionais tinham desaparecido, apesar de o nosso cérebro continuar ainda a processar elementos objectivos, mas já sem presença física complementada pela sua imagem (agora ausente). Aproveitaram a acalmia temporária e completaram o seu percurso exterior até chegarem ao ponto de encontro. Entraram então no cilindro.

 

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O Bordel – localizado nos limites do Sistema Solar

 

À chegada do grupo fomos logo introduzidos no interior da famosa unidade de prazer e orgasmo instalada no planeta anão Éris e conhecida entre os sistemas mais próximos como o Bordel. A esmagadora maioria eram mulheres e o curioso era que elas eram os únicos clientes. Não sendo pois de espantar que passados pouquíssimos segundos estivéssemos rodeados de dezenas de fêmeas esfomeadas, pressionando cada vez com maior intensidade o pequeno grupo acabado de chegar (quatro machos quatro novidades), numa tentativa desesperada de nos tocarem e deixando em muitos maus lençóis os pequenos e inocentes Hipólito e Tiago. Com muita dificuldade ainda conseguiram descortinar aos balcões do estabelecimento umas quantas mulheres de estrutura corporal muito rectilínea e mesmo nada apelativas (e com um rosto expressivamente masculino), sendo coadjuvadas na prestação de serviços (associados aos contratos determinados pelos seus clientes) por outros elementos mas aqui móveis – e que vagueavam de uma forma bem visível e sobressaindo do cenário aqui exposto, pelo número crescente de fêmeas que os iam rodeando. Olhando com curiosidade e soberba para o membro que o cinto guardava. Se ao balcão eram fêmeas (apesar do seu mau aspecto) estes certamente que seriam machos (até pela protuberância apresentada).

 

Mais de 90% dos clientes distribuídos pelas cinco colónias de Éris pertenciam a uma raça alienígena bastante antiga e de origem humanóide imprecisa, que optara violentamente há já muitas gerações por uma organização matriarcal da sociedade onde viviam, a qual infelizmente e à imagem dos piores momentos protagonizados pelos homens (os machos) se radicalizara na sua evolução. Perseguidos ferozmente pelo fanatismo assexuado de certas fêmeas, exibindo provocatoriamente as modernas máquinas biológicas que os iriam substituir nas funções que estas consideravam estritamente necessárias, os machos vislumbraram apenas três cenários realistas que os poderiam proteger da extinção: ou se transformavam em mulheres, ou se tornavam em escravos ou o seu destino seria o desmembramento servido com morte lenta. Nesses mundos distantes em milhares de quilómetros não se via um macho e a vida sensitiva era digitalizada: o prazer só tinha que ser parametrizado e introduzido no ponto do espaço particular, já que a realidade virtual assente no objecto se encarregaria de nos orientar por simples análise e tradução da nossa imagem protegida (subconsciente).

 

Mas as memórias nunca se perdiam, estampadas como estavam na cultura do seu povo. Nem que se restringissem à sua componente física e estritamente sexuais. O momento original nunca fora esquecido e o ponto de contacto entre corpos continuava a ser considerado como o ponto máximo nas interacções virtualmente materializadas: e então as fêmeas sentiram que algo as impedia de atingir um novo nível de percepção e interacção mais intrusiva e penetrante, apenas porque o novo quotidiano (por elas estabelecido) se tornara infinitamente monótono, por extremismo de aplicação das normas e regras legais. E o acto sexual concretizado entre dois corpos anatomicamente diferentes mas naturalmente adaptáveis, poderia ser o escape perfeito e com máximo prazer. Assim se lançaram no espaço chegando até Plutão e aí criando um dos seus mais famosos e importantes entrepostos sexuais, na altura com a Terra ainda em lume brando mas já há muitas décadas famosa pelas suas extravagantes e fantásticas experiências sexuais de múltiplas penetrações e parceiros, numa orgia tremenda de violência e prazer ininterrupto.

 

O único percalço acontecera há oito anos levando à transferência imediata e definitiva do Bordel para o quase que vizinho planeta anão Éris e à fundação de mais quatro dependências de aperfeiçoamento. Um dos motivos invocados fora a despromoção de Plutão do estatuto superior de nono planeta do Sistema Solar, transformando-o em mais um comum calhau orbitando o Sol e pertencente à cintura de Kuiper. Mas o que na realidade teria sucedido (segundo o entendimento do Negro) fora a persistência alarmante de certos rumores que iam chegando a Plutão oriundos de um dos planetas interiores do Sistema Solar, aparentemente lançados por uma outra raça alienígena desconhecida e provavelmente originária do lado oposto deste Universo, que não estando disposta a abandonar o seu protagonismo ancestral naquela região do espaço, nem tendo a vontade de suportar a estrutura organizativa desta sociedade fanática no seu feminismo ideológico (além de ser baseada na replicação vazia por inalterada do indivíduo), avisavam solenemente os recém-chegados para que por respeito abandonassem o antigo planeta e levassem consigo as suas construções e restante tralha dita tecnológica. Sempre ficariam mais longe. Mas de facto a história que se contava não era mesmo bem assim.

 

Num certo dia da nossa ainda curta História e já com o Homem utilizando ferramentas pelo próprio construídas depois de imaginadas e ensaiadas (para a transformação da Natureza e para seu próprio benefício), um grupo constituído por cerca de uma centena de elementos chegara ao outro lado do Sol vindos dos confins do nosso Universo. Intitulavam-se como os Fantasmas do Tempo e afirmavam-se como Profetas enviados por uma Entidade Espiritual de Nível Superior a este Sistema, a qual os teria incumbido da divulgação da sua Palavra e da organização dos diversos estados de convergência e de divergência dos seus futuros e mais que potenciais fieis. Depois de analisarem detalhadamente todo o Sistema tinham optado por se instalarem em Júpiter e aí sediar a sua Igreja. A grandeza imperial deste gigante gasoso rodeado pelos seus múltiplos e magníficos anéis, pelas suas luas activas e misteriosas e proporcionando complementarmente um excelente refúgio para todos os seus membros e assistentes, tinha-os conduzido a uma decisão que se revelaria correcta e de fácil execução e implementação. Tendo como cenário um planeta e a introdução simulada de um factor extraordinariamente abstracto: tendo o período entre o nascimento e a morte como referência, o triângulo Céu/Purgatório/Inferno como destino e a Alma como o objecto da transformação. E enquanto a Matéria se transformava, o Movimento existia e a Energia evoluía. No centro do planeta concentrar-se-iam os Santos, nos anéis os arrependidos, enquanto que os pecadores seriam enviados em direcção ao Sol para sentirem os terríveis horrores do Inferno. E tudo funcionara na mais perfeita conjugação (espiritual), até ao dia em que os materialistas chegaram: o Bordel era um pecado e uma afronta e por consenso e estratégia simbólica acabara por se retirar, mas não para muito longe.

 

Fim da 3:ª parte de 4

 

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 16:01

Sexo com Gelo & Alienígenas – 2/4

Sexta-feira, 19.12.14

A principal atracção do Sistema Solar tivera sempre como foco principal um ponto perdido no seu espaço e localizado nas proximidades da sua estrela de referência: como corpo celeste quente e constantemente bombardeado por partículas mortais, a Terra oferecia aos seus visitantes um palco viciante de morte e de sexo.

 

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Imaculada Conceição e gémeos Andrade

 

Numa das janelas uma mulher olhava-os fixamente, provavelmente surpreendida e de boca aberta, com tudo aquilo que antecipava. Segundos depois uma porta abria-se (na fuselagem do veículo), surgindo a mesma mulher com a sua boca expressiva, rodeada por dois gémeos identicamente talentosos. Autorizados pelo recuo estratégico do trio ainda espreitaram para o interior da esfera, mas nada se salientando no espaço e sem motivos que os motivassem, viraram as costas e regressaram ao seu trajecto. Sentindo-se insultada Conceição chamou a si os dois gémeos e logo ali os despachou. Atrás de si fechara a porta e concluído o coito na íntegra, sentara-se no seu lugar e aguardara: ao canto os gémeos Andrade sorriam, ainda com os seus pénis erectos e com a bomba (de ar) colocada em segurança na sua mão esquerda.

 

Enquanto se afastavam do local os dois amigos momentaneamente abandonados ainda ouviram por instantes alguns gritos vindo do veículo, sobrepondo-se ao som da música que também escapava para o exterior e levando-os por momentos a pararem e a darem mais uma olhadela para trás. Talvez devido à agitação que se desenrolaria no seu interior a esfera acabou por rodar um pouco, invertendo a sua posição e acabando por se imobilizar junto de um tronco de um medronheiro já morto mas que insistia em manter-se de pé. Aí a música parou e tudo mergulhou de novo no silêncio. Dirigiram-se então para um caminho que descia um pouco mais a encosta e aproveitando uma rara abertura no céu por onde alguns raios do Sol ainda conseguiam passar, decidiram arriscar um pouco mais e dar uma vista de olhos nas proximidades.

 

O frio continuava a sentir-se intensamente nos seus corpos apesar do dia estar ligeiramente mais suportável e luminoso (efeito originado pela passagem através do céu quase todo encoberto, de mais uns quantos raios de Sol), com o percurso a mostrar-se em certos locais um pouco escorregadio e inesperadamente perigoso: mas o tempo seco e o vento frio que se fazia sentir tinham efeitos terríveis sobre eles, não deixando os seus corpos descansar um segundo que fosse das exigências extremas impostas pelo tempo. Andaram sempre muito vagarosamente durante cerca de meia a hora, parando já eram 10.30 junto às paredes exteriores de uma casa rural abandonada e construída junto a um afloramento de rochas de grande e média dimensão. Ao abrirem uma porta junto a um pequeno barracão construído em tijolos mas já muito danificado e cheio de fendas, foram surpreendidos pelo aparecimento de umas pequenas escadas que desciam para o interior da terra e que pelos vestígios que ali se encontravam deveriam ir dar a uma cave onde os anteriores proprietários provavelmente guardariam alguns dos seus bens mais preciosos.

 

Ou seja comida e bebida. E entusiasmados com essa possibilidade, não demorou muito tempo a vermos os dois a descerem à cave, iluminando o acesso com a lanterna do Verde. Acabaram a curta descida e viram-se então no interior de uma gruta subterrânea com sinais claros de abandono (bastante prolongado), dispondo dumas quantas filas de garrafas ainda intactas, meia dúzia de recipientes que não sabiam ainda o que continham e logo à sua frente uma pequena secretária com copos cinzentos (de tão sujos que estavam) e alguns papéis já ressequidos e aí abandonados. E mais ao fundo à direita vislumbrava-se uma porta mais pequena. Ao lado mesmo diante da secretária uma fotografia chamou-lhes a atenção: uma bela e esbelta mulher expondo como um troféu todos os seus principais atributos sexuais, olhava-os de uma forma incisiva e provocatória enquanto nos informava que estávamos em Julho 1997, qual a melhor marca de pesados e a morada da melhor oficina e dos experientes mecânicos.

 

Tinham ali vinho e alguns produtos agrícolas armazenados. Poderiam estar bons ou nem sequer serem já comestíveis. Ainda assim recolheram umas garrafas, recolheram uns restos de cereais que talvez pudessem aproveitar e maravilha das maravilhas umas latas de conserva que se encontravam num móvel da parede. Antes de partirem foram ainda dar uma vista de olhos à outra porta existente na cave. Ao mexerem na maçaneta da porta ela desfez-se e para além dela nada viram: uma extrema escuridão escondia o seu interior ao mesmo tempo que uma brisa se escapava dele atingindo-os directamente na cara. Deixaram ficar o resto para depois e puseram-se de regresso ao local onde tinham pernoitado.

 

O veículo encontrava-se ainda no local mas já não se ouvia nada. Entretanto durante a manhã o dia acabara por voltar a escurecer e pelo panorama que se via a norte vinha aí tempestade. Aceleraram um pouco mais os seus passos e pouco tempo depois estavam de novo à porta da habitação. Educadamente bateram à porta e chamaram pelo Verde. Quem lhes abriu a porta foi um dos gémeos Andrade, apresentando-se um pouco alterado mas ainda de pénis erecto. Na sua mão direita segurava ainda a bomba (de ar), enquanto respirando de uma forma anormal e ofegante nos compelia a entrar: o seu irmão gémeo jazia no chão com um grande buraco bem visível no meio das suas nádegas, desaparecendo rapidamente e muito perto de ficar completamente vazio.

 

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Afro e o seu Negro

 

A Terra fora devastada sem que nada o fizesse prever. A queda imprevista de um meteorito de média dimensão em pleno oceano Árctico acelerara o processo já em curso de desestabilização ambiental do planeta, promovendo inicialmente a libertação de maiores quantidades de metano (vindo das camadas profundas do solo polar) e simultaneamente a subida da água dos oceanos. O degelo fora o episódio que originara o fim da anterior linha de costa e as erupções crescentes e cada vez mais violentas registadas no Círculo de Fogo, tinham acabado por completar o cenário de tragédia eminente.

 

E com o grande terramoto de 2017 na Califórnia e o recrudescimento da actividade na caldeira de Yellowstone, o guião do filme tornou-se definitivamente inevitável: parte da costa ocidental dos EUA simplesmente desaparecera, ilhas vulcânicas como o Japão tinham sido completamente engolidas pelo mar (fazendo-nos recordar a lendária Atlântida e questionarmo-nos se a história teria mesmo um trajecto circular repetitivo), regiões inteiras e extremamente populosas da Ásia tinham desaparecido sob a força de furacões, tsunamis e outros fenómenos atmosféricos de extrema violência e para concluir (e compor o ramalhete) um Inverno Brutal instalara sobre a Europa e até o vulcão de Monchique finalmente se manifestara: numa noite de Inverno as fontes termais das Caldas de Monchique tinham repentinamente secado, a terra na região tremera anormalmente e num ponto da costa algarvia a lava reaparecera. Um túnel subterrâneo já conhecido e até aí inactivo, transportara as lavas produzidas no Barrocal algarvio do interior até à costa. E de seguida viera este novo período glacial.

 

Hipólito e Tiago entraram na habitação e viram logo que a bela Ella não estava presente. O Verde encontrava-se estendido no colchão completamente nu, enquanto ia fumando um cigarro: pelo aspecto parecia bem e satisfeito, incrivelmente não demonstrava ter frio e ao contrário deles (praticamente congelados e mal se podendo mexer) abanando cadenciadamente a perna direita, enquanto ia trauteando (mal) uma canção conhecida – Sex & Drugs & Rock & Roll de Ian Dury. Questionaram-no então sobre o paradeiro de Ella.

 

Enquanto me levantava olhei para o Hipólito e para o Tiago. Via-se que tinham rapado um bom bocado de frio e sentia-me culpado por simplesmente os ter ignorado. Mas aquela fêmea em pleno exercício de cio pusera-o completamente louco e o encontro nunca previsto, ainda mais o enlouquecera: a suavidade da sua pele e a firme rigidez das suas principais protuberâncias, por tão bem torneadas e divididas, ainda mais o tinham excitado (e colocado em ponto de erecção), perspectivando por trás e entre as suas belas coxas musculadas e bem afastadas, uma densa floresta húmida e palpitante ansiando por receber a semente – em penetração profunda, em colisão lateral e com impacto frontal. Com Ella ofegante a dizer sorridente e enquanto a penetrava simetricamente, que qualquer buraco negro presente poderia ser uma porta para outro mundo.

 

Vieram então os dois ter comigo e enquanto me vestia e punha mais alguma lenha na lareira, falei-lhes. Informei-os logo da ida de Ella até ao seu veículo e de que como aqui ficara à espera do regresso deles. Pelos vistos algo de anormal acontecera na ausência da mulher, como todos podiam verificar pela presença dos seus dois acompanhantes. Também o incomodava a tempestade que aí vinha. Aliás fora Ella que reparara nela à saída, mostrando-se estranhamente preocupada e avisando-me de que depois falaria. Nem percebi bem de quê. E claro que tivemos que falar do que falaríamos a seguir. Pouco passava das 13:00 quando ouvimos um novo som agora vindo aparentemente dum nível superior (surgindo do lado contrário ao local onde se encontrava o veículo de Ella), imediatamente seguido por um curto silvo e por um ténue (mas ainda assim audível) ruído de impacto.

 

Os dois acompanhantes de Ella já se tinham retirado da habitação onde se encontravam, quando esta regressou agora acompanhada por mais dois elementos: uma loura de lábios vermelhos e carnudos e um negro que para espanto deles mal entrou fechou a porta atrás de si, despiu-se da cabeça aos pés e foi colocar-se mesmo coladinho à lareira. Com um dedo fez sinal a Ella e convidou-a para uma rapidinha. Os outros poderiam ficar a olhar, não se importava e para ele como assim até se podiam juntar. Ella sorriu enquanto se aproximava luminosa e contorcendo-se sensualmente dele e então, dando-lhe um beijo na face acariciou-lhe suavemente o seu pénis, enquanto ele em troca lhe devolvia a saudação, lambendo por momentos as pontas rígidas dos mamilos desta. Mas não havia tempo a perder, já tinha tudo combinado. Apontou então para a loura de lábios vermelhos e carnudos, apresentou-a como chamando-se Afro e deu-nos como destino o Bordel. Cumprimentou todos com o seu olhar não deixando de se fixar de uma forma visível, deliberada, sem respeito e claramente às claras, o seu interesse no macho alienígena.

 

Fim da 2.ª parte de 4

 

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 20:58

Sexo com Gelo & Alienígenas – 1/4

Sexta-feira, 19.12.14

Despenhara-se no planeta Terra em pleno início de um novo período glacial: teria que desprezar as chatices que aí vinham e aproveitar a oportunidade surgida. Ou não fosse este mundo um cenário de sexo e um ícone do mais puro prazer.

 

Encontrara um dia e por mero acaso o Tiago e o Hipólito perto de Alvor, quando a minha nave fora atingida por um brutal e inesperado acidente meteorológico, acabando por se despenhar perto do aeródromo de Portimão: juntamente com um outro amigo (o quarto elemento desaparecido) tinham vindo em meu socorro e nem mesmo a diferença de espécies nos tinha afastado em mais esta adversidade. Juntamos forças e continuamos a nossa luta – num mundo sob ataque e sem grandes perspectivas futuras.

 

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Tiago, Hipólito e o Inverno Eterno

 

Estava um frio do caralho no cimo da serra de Monchique. Mesmo lá em cima na Fóia a cerca de 900 metros de altitude o edifício central estava abandonado, com a estação de radar situada um pouco mais à direita inactiva e com sinais evidentes de acelerada decadência. Abrigados num recanto resguardado do Cerro dos Marrocos, podíamos ver toda a costa algarvia de Faro até Lagos totalmente coberta de neve, com o oceano Atlântico ao fundo coberto por pequenas manchas brancas flutuantes, originadas pela desintegração de icebergues viajando desde o norte distante. Estávamos no dia 24 de Dezembro de 2040, vinte anos após o Inverno Eterno se ter abatido sobre a Terra.

 

No acampamento improvisado junto a um antigo restaurante típico da região encontráramos uma pequena salamandra ainda em bom estado. As paredes grossas da casa, a presença de uma apreciável quantidade de lenha na cave e a descoberta de algumas latas de comida ainda intactas e aparentemente em boas condições, convenceram-nos a aí pernoitar. Apesar de ainda serem três horas da tarde a temperatura ambiente já baixara dos zero graus, pelo que precisavam de se apressar na execução das suas tarefas de modo a assim preparem a passagem de mais uma noite gelada. Há já duas semanas que tinham perdido um dos seus elementos por hipotermia, tendo-o encontrado já morto numa antiga tasca de São Marcos da Serra, onde tinham estado a beber um autêntico e raro tesouro – descoberto numa dependência escondida de produção de medronho utilizando um alambique tradicional da região – e do qual ele não regressara: adormecera com os vapores do álcool, o fogo apagara e a morte chegara depressa.

 

O nosso grupo era constituído por três elementos. Por tudo o que tínhamos passado e com a imagem de morte ainda muito fresca na nossa cabeça (do quarto elemento do grupo inicial), era-nos fácil de verificar que quanto maior fosse o grupo piores seriam as suas hipóteses de sobrevivência. No exterior não se encontrava nada de comer, não eram visíveis animais ou outro tipo qualquer de coisa viva ou em movimento e até as pessoas como nós pareciam extintas ou estarem escondidas – tal a agressividade do tempo e o medo de morrer. Às seis da tarde já tínhamos recolhido ao interior da habitação onde iríamos passar a noite, isolado todos os possíveis pontos de entrada de ar e carregado toda a lenha necessária para o interior da sala colocando-a mesmo junto à lareira. Vários cobertores proteger-nos-iam das temperaturas mais baixas, enquanto várias camadas de tapetes sobrepostos sobre o estrado de madeira nos isolaria do frio vindo do chão.

 

Estávamos juntos à lareira bebendo o que restava da última garrafa de medronho, enquanto por vezes um de nós se levantava e ia dar uma espreitadela na pequena janela de vidro da porta de madeira. Fazíamo-lo por uma questão de segurança mas também na esperança que da noite algo surgisse e nos tirasse dali. A noite já caíra há muito tempo completamente escura e sem nenhuma luz a brilhar e com o céu como uma muralha medonha e pesada encobrindo e fazendo desaparecer estrelas. Nem um ruído nem um grito só o barulho da madeira a arder. Era meia-noite e o termómetro indicava 12 graus negativos.

 

Pelas três da manhã julgaram ter ouvido um ruído (acordaram os três sobressaltados com algo), mas não o conseguiram confirmar e voltaram a adormecer. Mas uma hora depois o frio apertou e a dor provocada voltou a despertá-los: carregaram de lenha toda a boca da lareira, juntaram-se o mais possível uns dos outros e ainda com o corpo a tremer, afogaram-se sob quilos e quilos de roupas. Parecia que não iriam aguentar (a temperatura chegara aos 30º negativos), mas como de costume lá o conseguiram fazer mais uma vez, dormitando ainda um pouco a partir das seis horas da manhã. Às nove o Tiago levantou-se e com uns restos tirados do fundo de um saco foi fazer um último café. Para comer tínhamos uns quantos grãos de milho e uns frutos ressequidos de medronho que encontráramos esquecidos junto do alambique. E ao espreitar pelo vidro vi que nada mudara e que a terra infelizmente continuava como a Bela Adormecida: ainda viva, talvez esperançada mas sempre ameaçada.

 

O Hipólito foi encarregue de fazer uma rápida batida pela zona, tentando observador possíveis trajectos a seguir e fazer uma inspecção mais atenta e cuidada a possíveis movimentos estranhos sobretudo envolvendo pessoas. Se encontrasse algo de comer seria formidável mas que soubessem todos os restaurantes daquela zona há muito que tinham sido limpos e muitos deles destruídos. Eu e o Tiago estaríamos prontos para partir mal o Hipólito chegasse: eram 9:30 e partiriam às 10:00. E nem cinco minutos volvidos ouviram o som de um motor subindo a estrada que ia dar à Fóia (um acontecimento impensável senão mesmo impossível nesta altura e neste local), aproximando-se cada vez mais do ponto onde se encontravam e repentinamente interrompendo a sua marcha e deixando-se ficar num profundo silêncio. Ainda vi o Hipólito a chegar a correr de boca aberta e respirando com sofreguidão, enquanto apontava com firmeza para um vulto que se aproximava de nós a pé vindo da estrada.

 

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Verde e Ella

 

À medida que o vulto se aproximava este foi-se transformando numa mulher de altura mediana, bem feita e torneada e aparentando pela roupa que trazia sobre o seu corpo não sofrer com as condições atmosféricas que se registavam: afinal de contas a temperatura ainda andava pelo ponto de congelação e a noite anterior tinha sido duríssima de passar. Ao chegar perto de nós lançou um olhar rápido e discreto sobre o Tiago e o Hipólito, acabando por virar-se para mim e apontar o seu indicador direito: “Quero o Verde” disse ela peremptoriamente enquanto se encaminhava calmamente para o interior do nosso refúgio nocturno.

 

Ao entrar reparou na lareira ainda acesa, chamou-me para junto de si e autoritariamente impediu que os meus dois companheiros entrassem, fechando de uma forma indelicada e prepotente a porta nas suas caras. Espantado fiquei a olhar para ela enquanto a via despir-se perante mim de uma forma provocadora, baixando-se deliberadamente enquanto tirava a sua roupa interior e pondo à completa disposição dos meus órgãos dos sentidos, todo o seu sexo em sofreguidão de posse, oferecendo-se sem limites à potente penetração ejaculatória e decididamente mostrando pela sua ânsia sexual estar pronta para um momento de puro prazer animal.

 

Na sua presença nem sentia o corpo sofrer com o tempo frio que se fazia sentir naquela sala, parecendo mesmo que a temperatura ambiente tinha subido e que os nossos corpos serviam naquele momento, como autênticos termóstatos. Virados um para o outro e com os nossos sexos a tocarem-se húmidos e palpitantes (com o meu sexo rígido e erecto, comprimido entre as suas coxas quentes e aconchegantes e deslizando suavemente entre elas como veludo), tudo o mais não existia e a perspectiva de um orgasmo fantástico por conjunto e coincidente só os excitava ainda mais. Lá fora o Tiago e o Hipólito ainda protestaram durante algum tempo mas estranhamente pouco tempo depois deixei-os de os ouvir. Incompreensivelmente não me preocupei com a situação deles nem um único segundo.

 

Lá fora os dois amigos tinham ficado estupefactos. O seu amigo tinha-os abandonado, trocando-os por uma fêmea estranhamente funcional e ainda capacitada para apresentar períodos de cio, transformando-os sem aviso nem consideração em meros excedentes desinteressantes e inapropriados para o acontecimento inesperado e privado que vivia (e não queria demonstrar nem partilhar) e como tal esquecendo-os e libertando-os. Só que o efeito era o seu abandono e o desprezo pelo seu tempo e espaço de sobrevivência.

 

Abandonaram então a porta de entrada e foram à procura de um outro refúgio onde pudessem interpretar melhor a sua situação, dando-lhes forçosamente e o mais depressa possível um tipo qualquer de solução. Foi nessa altura que Hipólito viu a viatura estacionada mais acima (num recanto resguardado da estrada que subia até à Fóia), acabando estes sem o esperarem por ouvir alguns sons que com a sua continuação pareciam apresentar um certo ritmo e cadência que lhes fazia recordar os grandes êxitos musicais dos anos setenta e que lhes despertou imediatamente a curiosidade fazendo-os alterar o seu trajecto e dirigirem-se até à viatura.

 

A viatura não lhes era familiar. Tinha a forma de uma esfera, não tinha rodas visíveis nem qualquer tipo de escape que revelasse a sua forma de propulsão e em duas zonas da sua superfície curvilínea apresentava um material transparente que permitia que se olhasse para o seu interior. Não viam portas por onde pudessem aceder ao seu interior nem qualquer espécie de mecanismo de abertura. Apenas uma melodia que se escapava à medida que os segundos se passavam, difundida por algum aparelho nele instalado e agora em funcionamento e que minutos depois Tiago identificou como um tema de James Brown intitulado Sex Machine. Tentaram então espreitar por um dos lados com acesso mais facilitado e enquanto iam apalpando a sua superfície e batendo suavemente em certos pontos da mesma (para verificar a sua textura e profundidade de instalação interna) uma imagem surgiu subitamente diante deles, observando-os a partir do interior do estranho veículo. A mulher que antes os surpreendera à sua chegada (inopinada) não estava sozinha e os seus companheiros pareciam ainda mais estranhos do que ela – talvez alienígenas como o seu companheiro (o Verde).

 

Fim da 1.ª parte de 4

 

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 18:21

O Rublo e o fim do Dinheiro

Quarta-feira, 17.12.14

O Sistema Monetário Internacional está morto: quando não existe concorrência e uma única moeda controla o mercado, não vale a pena transaccionar nada em troca de um objecto banal (neste caso o dólar).

 

Nenhum Estado na Terra conseguirá resistir ao poder de um Outro Estado, que para dominar quem quer que seja só necessite de imprimir mais moeda.

 

Por mais moedas que o Estado tenha, o Outro Estado só terá que inundar o mercado com mais moedas, desvalorizando-a e aumentando ainda mais o seu défice, mas destruindo por outro lado e de vez as moedas de troca resistentes.

 

E a partir daí é só controlar a impressão e não dar troco a ninguém.

 

Por isso os chineses se mexem enquanto a Europa espera – vendo a Rússia a inclinar-se para a Ásia a convite da grande China.

 

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Guerra à Rússia – 2014
A brutal queda do rublo

 

Os resultados do último ataque dos EUA sobre a Rússia (a pretexto do conflito envolvendo a Ucrânia) são cada vez mais evidentes na evolução da moeda russa face ao dólar.

 

Aproveitando a aproximação que se fazia sentir nos últimos anos da economia russa à economia europeia – e a sua maior abertura (e dependência) à produção oriunda da CEE – os EUA viram nesse factor uma excelente possibilidade de intervenção e de pressão sobre o mercado financeiro russo, condicionando-lhe o seu desenvolvimento económico através do seu isolamento forçado do mercado europeu, até aí num ciclo de expansão e de forte investimento estrangeiro.

 

Como assim e sendo actualmente a maior potência militar mundial e o único país no globo a ter apenas de imprimir mais dinheiro para suprir (ano após ano) o seu défice exponencial e brutal, os EUA ainda controlam o banco apesar da caixa forte estar sempre vazia: a circunstância é que o símbolo do dinheiro ainda está associado a uma imagem virtual adoptada por facilidade e conveniência como modelo único de moeda de troca (o dólar) e tal como se estivéssemos a tratar de um indivíduo viciado em drogas duras consumidas pelo próprio ao longo de toda a sua vida, muito dificilmente se poderá recuperar o indivíduo se não eliminarmos e substituirmos as suas referências anteriores.

 

Neste caso o dólar e provavelmente por iniciativa da China.

 

Deste modo não será de espantar que a Rússia pressionada pelo dólar e pela subserviência Europeia aos interesses hegemónicos dos EUA (com a Alemanha à cabeça e o seu dançarino a habitar agora a maior ilha europeia) – e ao olhar para a evolução fortemente descendente da sua moeda o rublo – se vire de vez para oriente, se livre temporariamente da Europa e se una ao novo gigante económico (em produção e trocas comerciais) a China.

 

E o que lucraremos nós com a deslocação do Eixo Económico Mundial para a Ásia, com os próprios norte-americanos a deslocarem todos os seus grandes recursos para a área agora e no futuro de controlo fundamental, abandonando a deficitária, decrépita e parasita Europa e deixando-a de mãos a abanar.

 

Mas pelo andar da carruagem num futuro talvez próximo será o Banco da China a imprimir o Novo Dólar (Chinês).

 

(imagem – Banco Central da Rússia)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 20:10


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