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Em Marte as Rodas também Furam

Quinta-feira, 23.04.15

Domiciliado desde o dia 6 de Agosto de 2012 na planície de AEOLIS PALUS situada na cratera de GALE e localizada no planeta MARTE, o ROVER CURIOSITY continua tranquilamente a sua visita de estudo ao ainda misterioso Planeta Vermelho. Movimentando-se numa região bastante árida e desértica e parecendo à primeira vista ser o resultado de algum cataclismo inesperado e extremamente violento (que terá varrido tudo que apanhou à sua frente, devastando a paisagem marciana e enchendo o seu caminho duma infinidade de destroços), o veículo da NASA tem cumprido até agora com bastante eficiência e apesar das condições agressivas do meio exterior os objectivos da sua missão: além de estudar a geologia e o clima de Marte, irá ainda investigar a probabilidade de aí ter existido alguma vez água ou até alguma forma de vida.

 

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Uma das rodas do ROVER
(aspecto exterior)

 

A nível das estações do ano o planeta Marte é muito parecido com a Terra. A maior diferença reside na duração do seu movimento de translação em torno do Sol, que devido à sua maior distância à estrela é praticamente o dobro do nosso. Por outro lado o dia marciano é quase idêntico ao terrestre. Se nos referirmos às temperaturas as mesmas são mais extremas a sul e mais leves a norte, podendo as mesmas variar entre valores perto dos 150ºC negativos, até uns 35ºC positivos (com a média por volta dos -60ºC). E se a estas temperaturas extremas adicionarmos a acção contínua e nociva dos raios solares que livremente atingem este planeta (Marte não tem camada atmosférica que o proteja) e noutro grau de influência mais geral as suas características tempestades de areia, poderemos rapidamente verificar que o cenário que o ROVER enfrenta diariamente desde há aproximadamente 1000 dias, representa um sempre renovado e árduo trabalho para esta máquina para já infatigável.

 

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Uma das rodas do ROVER
(aspecto interior)

 

Um exercício executado por essa máquina num planeta situado a mais de 200 milhões de quilómetros da Terra e submetida a condições que nenhum ser humano jamais suportaria. Num planeta dispondo de uma atmosfera minúscula (mais de 100x mais fina que a que nos envolve), incapaz de proteger o planeta das radiações vindas do espaço, não sendo capaz de fixar o calor oriundo do Sol (apesar de receber como consequência da sua distância ao Sol cerca de 40% dessa luz/energia), com certa assiduidade sofrendo impactos exteriores na sua superfície e com uma força de gravidade (aliada à sua quase inexistente atmosfera) incapaz de reter água ou oxigénio. Com grandes extensões de planícies cravadas aqui e ali por alguns relevos, crateras e uma multitude de fragmentos e percorridas nos seus intervalos por conjuntos de elevações bem visíveis e agrupadas, por vezes parecendo ser atravessadas (como numa ilusão) por caminhos sinalizados.

 

Mas toda a máquina tem o seu respectivo período limite de utilização. Esse limite depende da sua capacidade de resistir ao desgaste provocado pela passagem do tempo, mais correctamente ao poder erosivo provocado pelo movimento no espaço e sua transformação por transferência de energia: no caso destas duas imagens focando uma das rodas do ROVER CURIOSITY é bem visível o dano provocado pelos objectos que o veículo vai encontrando pelo caminho, assim como o desgaste provocado tanto pelas tempestades de areia, como pelo próprio ambiente envolvente extremamente agressivo, térmico, radioactivo, seco, desintegrante.

 

(imagens – NASA)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 15:31