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De Joystick na Mão

Domingo, 29.06.14

Yes We Can:

“Primeiro mata, depois confirma”

(ou não)

 

Drone

 

Eis que finalmente chega à capital Bagdade a como sempre oportuna e preciosa ajuda norte-americana. Agora que o presidente Barack Obama tomou a decisão irrevogável de não enviar mais contingentes militares do seu país para esta zona do Médio-Oriente – unicamente para continuarem a morrer sem justificação, no longínquo e questionável genocídio em curso no Iraque (superiormente patrocinado pelas famílias Bush-Laden e atingindo o seu pico mediático com os acontecimentos do 9/11) surgem agora em sua substituição e como medida de protecção centrada na defesa da capital iraquiana, os célebres e mortais drones.

 

Bagdade

 

Sendo a arma de eleição do Presidente Obama na sua guerra contra o terrorismo os drones têm a virtude de aparentemente não causarem vítimas entre os seus criadores e utilizadores, apesar de tudo destruírem no seu ponto de impacto, seja mau (terrorista) ou seja bom (danos colaterais). Temos no entanto que compreender que a nossa vida não passa de um simples jogo, em que uns tipos ganham, outros tipos perdem e outros tipos ainda fazem batota – com os Estados Unidos a serem um exemplo flagrante, deste último caso de tipos: apoiando uns e os outros e no fim ficando com tudo. Mas o mais interessante para se perceber tudo o que se passa nesta zona do globo, é conseguir entender o papel da Arábia Saudita nisto tudo: como país produtor de petróleo, como aliado dos norte-americanos e como financiador do terrorismo. Não terá sido por acaso nem com um único objectivo a alcançar, que foi promovida a Guerra Civil na Síria e a terraplanagem de mais um país árabe que nem petróleo tinha para dar: a visão seria certamente mais alargada envolvendo de um dos lados interesses Israelitas – com a eliminação definitiva de um dos seus maiores inimigos – e do outro lado com a tentativa de hegemonia político-económica dos sauditas sobre toda a região petrolífera, tentando dominar e asfixiar as pretensões do agora seu maior inimigo o Irão.

 

Joystick

 

O militar encontrava-se no seu lugar preferido, observando os diversos monitores e de joystick na mão: o cenário transportava-o para um passado de sensações, que lhe fazia reviver uma mistura de percepções baseadas nas tradicionais máquinas de flippers (agora muito mais eficazes e de manipulação confortável) e no comando ergonomicamente adaptado e individualmente omnipotente, apenas comparável à mão decisória de Deus. Como critério activo abstraía-se sempre daquilo que estava a fazer, imaginando-se num moderno jogo de consola em mais uma tentativa de bater o seu recorde e de testar mais além os seus limites psicológicos. Hoje o palco de intervenção era a cidade de Bagdade, dependendo o número de pontos atribuídos no final do jogo ao número de sunitas e seus associados eliminados – duplicando a pontuação se fossem militante do ISIS – e à rapidez de execução e finalização da respectiva operação. No final da sua missão o militar poderia ter ainda acesso a um bónus suplementar, desde que os danos colaterais se situassem entre parâmetros aceitáveis ou fossem provocados por acções não autorizadas e como tal ilegais. Assim se hoje formos dar uma volta pela cidade de Bagdade certamente que no céu não veremos a presença das naturais aves esvoaçando pelos ares e entoando os seus cânticos alegres e comunicativos, mas em sua substituição e com todo o sentido de modernidade que os norte-americanos transportam consigo, ajuda humanitária sobrevoando a capital: réplicas artificiais mecânicas sem alma nem epiderme, controladas à distância por um inimputável e perigoso alienígena, capaz de tranquilamente matar sem nunca o reconhecer. Naves metálicas brilhando ao Sol (equipadas de fantásticos falos destrutivos) capazes de fornicar e rebentar quem se pusesse em posição.

 

Onde se pode comprar um DRONE?

 

(imagens – Web)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 04:04


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