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E na GRÉCIA venceu o SYRISA

Segunda-feira, 21.09.15

“Só por se terem verificado (as constantes consultas populares na Grécia) na prática a Alemanha já tinha ganho: sem disparar uma bala e metendo tudo no bolso.”

 

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Panos Kammenos (ANEL) e Alexis Tsipras (SYRISA)

 

Depois de em Janeiro deste ano o SYRISA ter sido declarado vencedor nas Eleições Legislativas na Grécia (a 2 lugares da maioria absoluta o que o obrigou a coligar-se com o partido conservador ANEL), eis que em Setembro deste mesmo ano as mesmas eleições se repetem de novo apenas para confirmarem os resultados anteriores. Mesmo que há pouco mais que dois meses (5 de Julho) e face ao importantíssimo referendo proposto pelo SYRISA (na defesa intransigente da soberania grega) o povo responde-se maioritariamente NÃO e de imediato fosse atraiçoado pelo seu líder partidário ALEXIS TSIPRAS – respondendo SIM (aos credores alemães).

 

Partido

Janeiro

(%)

Setembro

(%)

Janeiro

(lugares)

Setembro

(lugares)

SYRISA36.335.470.83149 (99+50)145 (95+50)4
NOVA DEMOCRACIA27.828.090.2976751
AURORA DOURADA6.36.990.6917181
PASOK4.76.281.5813174
COMUNISTAS5.55.550.0515150
POTAMI6.14.092.0117116
ANEL4.83.691.1113103
UNIÃO DE CENTRISTAS1.793.431.64099
UNIDADE POPULAR-2.86--00

 (dados: theguardian.com e wikipedia.org)

 

Como se pode facilmente constatar (através de uma rápida análise destes resultados eleitorais) quando um Estado chega ao seu ponto máximo de exaustão (quando está económica e financeiramente mais suscetível a intrusões, condicionando a sua soberania em todas as áreas e podendo levá-lo até ao fim de linha e à sua subsequente queda e desaparecimento), por mais que se tente mudar o trajeto de um percurso já há muito traçado e percorrido, muito dificilmente se poderá alterar algo ou ter alguma réstia de esperança. O que mudou então desde Janeiro até Setembro (com Julho pelo meio)? Na prática nada!

 

E com factos.

 

O SYRISA como força política governamental manteve a sua maioria política, desvalorizando-se ideologicamente e privilegiando a liderança política da velha e decrépita da Europa, que antes combatia; se ainda tivessem dúvidas do ponto anterior o verdadeiro SYRISA que se descartou da direção do traidor TSIPRAS fundando um outro partido (Unidade Popular) nem 3% de votos teve não elegendo um único deputado;
O voto polarizou-se entre dois blocos políticos um protagonizado pelo partido no poder/anterior oposição/eventual salvador da Grécia (o SYRISA) e o outro protagonizado pelo maior partido da oposição/anterior partido no poder/real carrasco da Grécia (NOVA DEMOCRACIA), ficando o ANEL com o crédito de Aliado (apesar da descida de lugares) e os outros partidos com pouco mais do que nada;
O que apenas significa que o panorama geral do drama grego se mantem, mesmo após três consultas consecutivas do seu eleitorado, sempre dizendo NÃO enquanto os políticos pacientemente vão dizendo SIM.

 

E apesar de tudo isto e do imbróglio europeu os gregos ainda acreditam que a seguir ao seu país (e na sequencia dos seus resultados eleitorais) virá a vez da Espanha e até de Portugal (países na crista da onda dos pobres e indignados). Com quem?

 

(imagem: MICHALIS KARAGIANNIS/REUTERS )

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 15:47