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Habemus Papa

Domingo, 19.01.14

Os Mercadores de Carne Humana

 

“Um ateu também acredita em algo, senão não valeria a pena existir. Mas o problema está em quem nos governa – pois tal como os psicopatas, só acreditam neles”

 

Quem diria que passados quase 40 anos sobre a Revolução de Abril e sobre os anos ricos, ingénuos e felizes da minha juventude, me iria servir da própria Igreja para exprimir a minha revolta: mas como é o Homem a base de qualquer Sistema, seja ele ditatorial ou democrático, existem sempre aquelas excepções que se recusam a usá-lo como um mero objecto de mercado, de desgaste rápido e como tal descartável.

 

D. Januário

 

Em Portugal temos um verdadeiro Homem como D. Januário Torgal Ferreira, que na sua vida nunca se calou na protecção dos desprotegidos e abandonados (senão mesmo esquecidos) – apesar das consequências negativas para si, provenientes daqueles que partilham como num bordel, a cama do poder:

 

“Sinto-me cada vez mais livre relativamente ao que me rodeia. Agora não dependo de correntes, de pessoas ou de ordenados. Acredito cada vez mais na liberdade. Não acredito é nas deformações da democracia em que vivemos. O grande erro deste Governo é um erro ético, de incapacidade, de tentativa de salvação de uma situação infame criada ao longo de vários anos”. (D. Januário)

 

Habemus Bispo!

 

Papa Francisco

 

Nunca esquecendo o Papa Francisco – de quem eu (confesso) desconfiei de início, dada a sua origem e as suas possíveis ligações ao antigo regime militar e ditatorial Argentino, responsável por um dos períodos mais sangrentos e tenebrosos de toda a história da América Latina – que tem vindo ultimamente a criar num ateu como eu (mas aberto democraticamente a todas as ideias partilhadas) a expectativa crescente (será de novo a esperança a ressurgir?) de que apesar “do todo” nem tudo está perdido:

 

“Agradeço aos que trabalham com os imigrantes, que os acolhem e acompanham nos momentos de dificuldade, para os defender daqueles que o beato João Baptista Scalabrini apelidava os mercadores de carne humana, que querem escravizar os imigrantes. O que significa para a Igreja, para nós, hoje, sermos discípulos de Jesus, o Cordeiro de Deus? Significa colocar a malícia à frente da inocência, o amor à frente da força, a humildade à frente da soberba, o serviço à frente do prestígio. É um bom trabalho, nós cristãos devemos fazer isto”. (Papa Francisco)

 

Habemus Papa!

 

Um dia destes ainda vou à Igreja: pelo menos é um sítio calmo e ameno, propenso ao descanso e à reflexão. E os que por estas alturas a frequentam, ou circulam e precisam como nós (as pessoas esquecidas e abandonadas) ou estão parados sem nos molestar (os santos nas suas guaritas).

 

(imagens – Web)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 17:51