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Lobotomia à Portuguesa

Sexta-feira, 23.12.11

Como se deita fogo a uma bomba de gasolina – e se culpa a gasolina por ser um combustível perfeito.

 

Incendiadas retroescavadoras que removiam escombros do Bairro do Aleixo

 

 

Rio quer ver todas as torres demolidas até 2013

 

Demolição fez explodir ânimos entre moradores

 

“Uma operação tecnicamente perfeita”

 

Vídeo: a implosão da torre 5 do Aleixo

 

Manual do Político Honesto que quer ganhar eleições a qualquer preço, mesmo que não acredite nisso, nem mesmo nele próprio. E que mesmo assim ganhe, sem saber como e mesmo depois de ganhar, continue a não acreditar nisso.

(daí as nobres contradições)

 

1.º

 

Antes das eleições e com convicção, afirma-se o contrário ao eleitor/reflector – já que o eleito sem credibilidade, só luta pela sobrevivência – com a única intenção de obter, a sua passividade temporal.

2.º

 

Depois da publicação dos resultados oficiais e da confirmação dos números da maioria passiva temporal, numa primeira, significativa e simbólica demonstração de poder que o povo há muito suplicava – noutro sentido, entenda-se bem – aplica-se surpreendentemente o seu contrário, deixando-se o povo estupefacto e surpreendido com tal reviravolta, com um alcance que ele próprio não entende, provavelmente por ingenuidade e ignorância.

3.º

 

Mesmo sem um retorno mínimo de aceitação e consideração pelo seu trabalho realizado – pretensamente desenvolvido em favor de toda a comunidade envolvente e especialmente a favor da mais carenciada e desprotegida da população que jurou proteger – optar então sem hesitação e remorsos, por sectores privilegiados da população e com meios significativos de manipulação, de modo a perpetuarem a sua posição e progressiva evolução na hierarquia do poder. Aquilo que um homem honesto, jamais aceitaria. Porque mesmo dentro de toda a legalidade, quem nos representa deve saber, o que significa a palavra vergonha.

 

4.º

 

Se tudo isto der barraca (apesar da proliferação de doutores e engenheiros, anteriormente empenhados em serem analfabetos e agora promovidos por decreto e filiação comportamental, a doutores universitários) e como vai sendo natural acontecer neste país, em que se vendem barracas/contentores a preço de luxo (inflacionando cada metro quadrado de contentor situado ao lado), sair em silêncio pela porta das traseiras, não reconhecer nenhum dos nossos cúmplices e seguidores, deixar passar uns anos sobre a incompetência da nossa imagem de padrinho e na altura própria, por necessidade patriótica do surgimento de um novo salvador, invocá-lo e por motivo de ausência do nevoeiro de D. Sebastião, convidá-lo a apadrinhar mais um baptizado.

 

5.º

 

E como a estupidez não tem limites, pôr as vítimas a discutir qual a melhor forma de serem eliminadas, enquanto os seus filhos guardam o cadafalso dos pais e os intelectuais humanistas que os ensinam na escola, se entretêm com os aperitivos e cocktails postos à mesa, enquanto enfadados, aguardam que os cadáveres resolvam cair. Como fruta madura, de podre!

 

Ponto Final

 

Declaração de Rui Rio, pouco tempo depois da sua inesperada vitória autárquica, para a Câmara Municipal do Porto, em 2001: "Não farei aqui nada contra a vontade da população do bairro. Se a vontade da população é manter as torres, vamos tratar das torres".

 

E está claríssimo para toda a gente, que o único objectivo das entidades competentes, seria o de acabar com o tráfico de droga no bairro do Aleixo: se quiseres curar um doente e acabar com os seus queixumes, o melhor para ti e para ele, é matar o mal pela raiz e ocupar o seu lugar com algo, que torne um outro feliz e se possível, com uma espectacular vista para o Douro.

 

Valente(s) ou o seu contrário?

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 12:32