ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
No Reino da Hipocrisia
Facto
O primeiro tipo explica ao segundo tipo a situação em que se encontra o segundo tipo (que parece não compreender ainda a situação em que se encontra), mas diz-lhe para não se preocupar muito com o caso, pois ele lá estará para o ajudar. Apesar de existirem pessoas que não acreditam em nada do que ele diz! Em consequência disso, o segundo tipo fica meio entalado e preocupado com o seu dinheiro, discorrendo alucinadamente sobre os seus progressos substanciais na aprendizagem deficitária. O primeiro tipo, já farto desta conversa de crianças, sem dinheiro para gastar e ameaçando com birras complicadas, lá roda marafado a sua cabeça em torno do seu eixo num arco de 360 graus e diz-lhe que sim e que é já para hoje. Finalmente o segundo tipo vai-se embora e o primeiro tipo já pode descansar.
Diálogo (TVI):
2.ºtipo de pé, 1.ºtipo sentado – terá algum significado?
1.ºTipo
Se no final precisarmos de fazer um ajustamento ao programa (português) depois de tomadas as grandes decisões sobre a Grécia, isso é essencial…mas depois se for necessário um ajustamento do programa português nós estaremos preparados.
2.ºTipo
Agradecemos muito.
1.ºTipo
De nada.
1.ºTipo
O problema é que os membros do parlamento alemão e a opinião pública da Alemanha, não acreditam que as nossas decisões são sérias porque não acreditam nas nossas decisões sobre a Grécia.
2.ºTipo
Mas fizemos progressos substanciais no quadro europeu.
1.ºTipo
- Sim, vocês fizeram progressos.
2.ºTipo
- Sim fizemos. E agora precisamos de trabalhar…hoje.
Hipocrisia
A hipocrisia é uma opção de vida na qual se assume completamente que as aparências iludem e em que se pode ter um retorno total dos nossos investimentos, desde que alienados não pensemos nos outros e assumamos que em qualquer altura da nossa vida alienada, poderemos também deixar de ser pensados, ou seja, exterminados.
Notícia (CM):
Gaspar e o ministro alemão
Os regulamentos do centro de imprensa do Conselho de Ministros da União Europeia são claros no que respeita à divulgação de imagens relativas às reuniões e, sobretudo, aos chamados “tours de table”, momentos em que os ministros já se encontram na sala e em que conversam informalmente entre si.
Numa folha de papel discretamente afixada numa parede da sala de imprensa explicam-se as 13 regras gerais em aplicação. O ponto número seis refere que os jornalistas que efetuam a gravação dessas ocasiões devem garantir que as câmaras captam apenas o som ambiente e não as conversas entre os ministros. E explicita que, caso as conversas sejam gravadas, as mesmas não podem ser difundidas.
A Renascença sabe que o ministro alemão ficou furioso com a divulgação da conversa e que exige agora que os jornalistas sejam proibidos de gravar as conversas informais entre os ministros que antecedem as reuniões, algo que, no entanto, dificilmente será aceite.
Também a representação de Portugal junto da União Europeia terá manifestado o seu desagrado pelo sucedido.
Esta é uma discussão recorrente, que surge sobretudo quando a divulgação do conteúdo das conversas em causa desagrada aos protagonistas que, noutras ocasiões, não deixam de fazer uso da presença das câmaras para transmitir imagens e mensagens às respetivas opiniões públicas. Em última análise, em causa estará sempre o interesse público das mesmas.