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Campo

Domingo, 13.02.11

Mocho jovem ao fim do dia, num verão quente no centro de Espanha

 

Por vezes vou ao campo e ouço-os falar.

Hoje a Dalila chamou-me à atenção, para os seus contínuos palrares.

Era de noite, a neblina espalhava-se pelo campo – ao longe ouviam-se os latidos dos cães – e lá estavam eles presentes, no silêncio penetrante da noite.

Os bichos são a nossa companhia e a alma da nossa vida!

O cão saltava na vedação, via-me de olhos vidrados e o seu nervoso miudinho, fazia-me perder a paciência.

Abria-lhe a porta, deixava-o correr e de vassoura na mão, protegia a minha integridade.

O pai esperava-o impaciente e logo ao primeiro contacto, fugia como uma flecha: ninguém aguenta a chegada de alguém de algures, de boca aberta para o mundo e ainda por cima pronto a morder!

Na noite as estrelas brilham no céu e o nosso tempo de contemplação parece tão pequeno.

É tremendo o espaço de todo o firmamento que contemplamos e tão pouco o espaço, para o partilharmos: por isso morremos, um pouco de cada vez, de uma só vez!

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 22:39