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O Sonho

Quinta-feira, 17.02.11

Maldivas - realidade e ficção

 

O sonho continua a existir para aqueles que ainda não decidiram bloquear partes activas do seu cérebro, trocando o seu usufruto, por partes incertas e não comprovadas de uma propriedade que só parcialmente a nós pertence, oferecida por um sistema que apenas pretende inserir-nos na sua estrutura, com precisão, simetria e sucesso – objectivos estes sem conteúdo, como diriam “noutros contextos”, os analistas normalizadores da globalização.

O sonho é a vida desenrolando-se diante dos nossos olhos, soma de parcelas em que a nossa presença é constantemente solicitada como complemento para o percurso do nosso quotidiano consciente e social, integrada num sistema temporal e fictício, em que as normas nos restringem as opções de vida e sobrevivência.

Sonhar é perder o tempo no espaço infinito que nos rodeia e libertar-nos da ditadura do relógio e de todos os compromissos inadiáveis – por isso, o acto de sonhar ser tão curto, começa de noite e acaba de dia, já que quando estamos acordados, não temos memória daquilo que “não existe”.

As máquinas não respiram, apenas obedecem e trabalham. E nós não somos máquinas, somos seres vivos pensantes, que nascem e morrem num Universo sem necessidade de explicação, em que o acaso e a necessidade fazem o seu percurso natural, sem explicação e sem valores morais!

Como a insolúvel questão, de quem ficou em primeiro – o ovo original (de preferência estrelado) ou a galinha social (normalizada em forma de churrasco)!

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 15:20