ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Os Pais Não Servem Para Nada
O Massacre da Educação no Mundo à Mão dos Especialistas
A Escola como veículo educativo de qualquer sociedade tem na divulgação da cultura e da memória do seu povo, uma função fundamental para a sua sobrevivência, estabilização e evolução saudável. Sendo um local de confluência de diversas culturas e interesses, a escola funciona como um filtro para o estabelecimento de boas regras de convivência e até de solidariedade social, desde que ela reflicta o meio que a envolve e não uma cultura centralizada, apenas interessada no lucro e na representação desenfreada de uma mão-de-obra pretensamente especializada, mas apenas embrutecida por milhares de hábitos e rotinas. Pega-se no Homem, estabelecem-se regras, oferecemos-lhes um destino profissional, colocamo-lo na estrutura, sugamos-lhes todas as suas forças vitais, mutilamos-lhes o cérebro e transformando-os em anormais sedentários em fim de viagem, dispensamo-los e ignoramo-los, sem sequer olharmos para eles: e então, como estes já não existem como contrapoder, dado comportarem-se como animais com um cérebro de portas fechadas, sofregamente atiramo-nos aos mais novos e como o pior dos pedófilos em acção, ainda lhe chamamos “nomes e insultos rascas”.
A Escola foi morta às mãos do contabilista que mal sabia fazer as contas da mercearia mas que como filho pródigo e presente, foi à escola, conseguiu licença de porte de “arma” e arranjou um bom emprego. Nesta sociedade apodrecida, até as ovelhas negras podem ser aproveitadas, desde que respeitem a ética, a moral e o tempo de quem manda.
Os pais sem Estado e à rasca, assistem apáticos ao massacre dos seus filhos – Rio de Janeiro
O Estado entra em acção, para salvar as crianças “sem pais” e dar o exemplo – Rio de Janeiro
Tudo se resolve com violência e o estado é um especialista nessa estratégia, até numa escola, até com crianças – o exemplo baseia-se na promoção de imagens que nem precisam de ser reais, apenas susceptíveis de ser imitadas. E sem serem explicadas as consequências futuras para o desenvolvimento emocional de qualquer criança, o crime fica consumado, ainda por cima um crime perfeito, sem culpados: só falta mesmo fazer desaparecer as vítimas, marginalizando-as, tornando-as associais e marginais. Já chega?
1969 – A Culpa está no analfabetismo dos pais, reflectido nos filhos
2009 – A Culpa está no analfabetismo dos pais, reflectido nos professores
O meu percurso escolar começou ainda no tempo de Salazar.
Na escola primária do Campo 24 de Agosto, lembro-me bem da separação nos recreios entre meninos e meninas, ainda hoje não percebendo bem porquê, talvez porque eu habitava a cidade ou os seus dormitórios, ao contrário da nova burguesia florescente, que vinha emigrando da província interior para o litoral exterior, parcela de terreno livre, aberto ao mundo novo que agora se impunha.
Foi uma parte da minha vida, passada na Invicta cidade do Porto. Fui mais tarde para o Liceu Alexandre Herculano, após exames de transição para o ciclo educativo que se seguia, com o objectivo de continuar os meus estudos e continuar a minha formação. A minha irmã mais nova, como rapariga que era, foi encaminhada para o Carolina Michäelis. Tenho várias memórias do liceu: a sua grande e fornecida biblioteca e os fabulosos volumes de revistas TinTin e seus progenitores portugueses como o Mosquito, a hora de interrupção da manhã para a saborosa sandes de omeleta – o problema era o cheiro a podre quando se guardavam os restos –, as aulas de Francês com o apoio do projector às aulas e aventuras da banda desenhada e até, com o mesmo professor, as suas dúvidas face à minha sanidade mental de criança, com problemas mais que prováveis de auto-estima – só por afirmar que a minha mãe (note-se, “mulher” nessa época) era médica e divorciada, abandonara a família e ainda por cima, os avós maternos com quem vivia, eram novos-ricos na altura muito bem sucedidos, com prestígio e sobretudo dinheiro. Este professor prestigiado, até tinha os seus livros de Francês adoptados pelo regime!
Andei ainda por Espinho, onde completei o ensino secundário, apanhando aí com o 25 de Abril e a revolução, que rapidamente levantou a feira e partiu. Alguns feirantes como eu, ainda ficaram com a cabeça na Lua com saudades da convivência, mas rapidamente, os mais iluminados trocaram a tenda nómada pela loja sedentária e aí começaram a negociar os produtos, da nossa sobrevivência. No entanto o secundário já foi para mim, uma enorme desilusão, não passando de um mero prolongamento preparatório e sem evolução, do ciclo primário: com as mesmas regras, a mesma identidade e ingenuidade, agora com a presença reforçada do Estado e da Mocidade Portuguesa. A própria arquitectura da escola, a ocupação do espaço e a distribuição das suas zonas, hierárquicas e de género, faziam lembrar a estrutura militar, as suas casernas e espaços envolventes. Com os seus soldados em instrução!
A Pirâmide Social
Apanhei o 25 de Abril e dispensei da aptidão para a Faculdade, mas devido à confusão no meio da multidão, tudo acabou por passar de “degrau”, meteram-nos medo de permeio, fomos deslumbrados para outro curso e então, os difusores dos boatos persistentes, consistentes e com intenção, lá ocuparam o nosso lugar, sem querer, tirando cursos com cem anos de percurso ou passagens administrativas. E hoje, com merecimento por toda a burlice não descoberta, são santos e ministros.
Até pode ser que hoje em dia, ainda possas ser professor. Mas acredita que já não estás em posse de todas as tuas faculdades mentais pois, se tal acontecesse, já estarias reformado ou estarias a correr de novo à procura da tua infância. Nunca devemos levar a nossa cobardia ao ponto de, não fazendo nada para salvar alguém, ainda criticamos aquele que, por não ser capaz de deixar de ver, se lança de imediato na tentativa de salvação do nosso semelhante. Até porque é daí que deve vir a verdadeira definição de vida.
Não é por a nossa vida ser uma hipocrisia rica, que uma aventura alienada chega a ministra: ainda por cima acéfala, com uma ideologia de Leopoldina e na companhia duma boneca. Sendo marioneta de um mentiroso, do homem dos trocos e da sua bruxa mãe – grande descendente da paridade masculina, virgem educativa inspirada nas musas chilenas e discípula directa, do anarquista perfeito – não lhe devemos dar a outra face, mas acabar com este tipo de pessoas, que apenas pensando nelas, não reconhecem os nossos direitos. Acham que somos rascas!
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Tintin
Caso “Tintin no Congo” conhece hoje datas para julgamento em Bruxelas
O livro da polémica
Este livro foi publicado por Hergé em 1931.
Ou seja há oitenta anos!
E como “mais nada de grave se passou desde então no mundo, no que diz respeito ao problema do racismo”, alguém declarando-se de mãos limpas, lá encontrou um boneco compensatório para os seus remorsos conformistas, tornando-se ilusionista.
Tintin no Congo
Cesse-se a publicação ou afastem-na das criancinhas!
Não custa nada ter memória e muito menos ter cultura. O problema é o daqueles que não tendo nenhuma das características anteriores, por opção fundamental de vida e necessidade de sobrevivência no mercado onde desejaram inserir-se – como é “bom” seguir-se um determinado percurso obrigatório e situacionista (de poucos anos) e em troca, obter-se uma boa segurança económica (de muitos anos), comprovada por um certificado de aptidão passado pelo poderoso estado – decidem por todos nós, o que é bom e o que é mau, confundindo-nos com datas e factos diferentes, misturando casos e exemplos sem qualquer espécie de ligação e resolvendo sem qualquer tipo de hesitação, atacar pessoas do século XX (os seus mestres) por não cumprirem as novas directivas – que eles próprios não cumprem – impostas em nome do bem do novo século XXI.
O Bobo
No mundo anterior, a força exercia-se e sentia-se, através do uso das armas: aí a posse de uma arma ou do detentor da mesma, representava o poder – daí a proliferação de postos hierárquicos e do poder de intervenção dos exércitos: era bom ser General! No mundo posterior e face à violência que a utilização indiscriminada de armas projectava sobre a sociedade – e o mau aspecto que dava – o poder resolveu substituir a força das armas pela força de um canudo: a força bruta era então substituída pela brutalidade de um saber seguro e controlado, de ingestão forçada, mas deveras compensatória: era bom ser Doutor! A violência não acabava, só que agora seria sempre certificada, antes de ser utilizada, até para controlar melhor os outros grupos rivais.
Antes de Bolonha só conhecia o esparguete, mas um barrete, enfia-se por qualquer razão. O meu grande erro foi não ter pegado em qualquer um!