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A Noite

Terça-feira, 15.11.11

Água do outro mundo

 

A vida é de duração limitada, como a bica de água da minha terra, que antes enchia centenas de garrafões de plástico e era a alegria de muitas crianças que aí se divertiam e que agora está parada e seca, como a múmia da tua avó. Eu já não tenho avós, mas nenhuma delas era uma múmia, trata-se apenas de uma forma divertida, atrevida e amiga, de falar daqueles, de quem nós gostamos mais.

 

A minha querida casinha

 

A noite já vai longa e estão de certeza à minha espera em casa. Não é que se aflijam muito com a minha ausência mais prolongada, mas os hábitos custam muito a quebrar e um atraso na chegada pode provocar insónias significativas em toda a restante família. Para já não falar nos outros animais domésticos aí residentes, incomodados provavelmente com aquele lugar desocupado na cama, quentinho, sossegado e com uma companhia pronta a dar-lhes mais uma festa na cabeça ou uma palmadinha no lombo – que desperdício de espaço e condições pensarão eles passando de imediato à execução da tarefa por demais evidente. Subalugas de um apartamento já por si pequeno de áreas e divisões, estes meus colegas de infortúnio fazem com que muitas vezes me veja acampado no interior de uma vedação, onde colegas como eu ladram sem parar e fazem buracos no chão.

 

A minhoca em acção

 

Gostaria de saber porque anda o Sol sempre às voltas e a passear todo contente. Em pequeno uma das primeiras coisas que aprendera fora que vivíamos num lindo planeta azul chamado Terra, que girava todo feliz e certinho à volta do Sol, na companhia de outros corpos solares mais ou menos parecidos. Ora, como referência para todos os corpos restantes que lhe prestavam vassalagem rodeando-o constantemente, o Sol só poderia estar parado e ser adorado e reverendado. Isto tudo porque até a minhoca gostava de ver o Sol, principalmente em dias de boa humidade e de boa comida garantida. No campo onde estou raramente as vejo, até porque apareço a horas impróprias. Mas por outro lado vejo cães, gatos, ratos, coelhos, lebres, galinhas, osgas, corujas, morcegos, sapos, cobras só a pele ou à distância, moscas, mosquitos, por vezes carraças e mais uma infinidade de bichos que me fazem esquecer o Sol, pelo menos a certas horas do dia.

 

Animais do campo do meu vizinho

 

Como observação final e socorrendo-me de uma enciclopédia, na história da classificação dos animais, aparece o nome do grande cientista sueco Lineu. “No esquema original de Lineu, os animais eram de um dos três reinos, divididos nas classes de Vermes, Insectos, Peixes, Anfíbios, Répteis, Aves e Mamíferos. Os quatro últimos foram subunidos num único grupo, o Chordata, enquanto as outras várias formas foram separadas.”

Na minha vida já me integrei e já conheci todos!

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 16:10

Wall Street

Terça-feira, 15.11.11

Movimento Ocupa Wall Street

 

EUA – NY – Polícias invadem zona e forçam desocupação do local de protesto

 

É curiosa a duração (meses) destas manifestações de protesto de indignados contra a situação que se vive nos EUA – e no resto do mundo – num país cujo retrato que passa para fora é o de um país resignado e asfixiado social e economicamente por privatizações selvagens, sem nenhumas regras de protecção de sectores fundamentais e estratégicos e isto tudo pelo simples facto de que tudo é negócio e pode dar dinheiro. E ainda por cima com uns lideres reconhecidos pelo seu desprezo total para com a generalidade da sua população, por aplicação simples e violenta da sua única regra de existência e sobrevivência – a do lucro, do controle do défice devido a não aplicação da protecção social e da manutenção de todo o seu arsenal militar, para o que der e vier.

 

A Europa – Nas mãos de Merkel com o minorca procurando salvar-se

 

E o que se passa na Europa com a sua população, onde as pessoas ainda aceitam sem pestanejar, a liderança daqueles que foram convidados a ir jogar à roleta nos EUA com o dinheiro das suas populações e perderam e têm agora os credores do jogo atrás deles, desculpando-se com a lógica de que o dinheiro aplicado não era deles, logo quem deve pagar somos nós. E ainda se oferecem para tratar, por conhecimento directo e preferencial da situação, os nossos recentes problemas – por isso, pelos resultados obtidos e pelos dólares que têm nos seus bancos, prefiro o chinês.

 

Portugal sem governo e sob as ordens alemãs – a recessão agrava-se a cada trimestre

 

Em Portugal as elites continuam a ser as mesmas de antes do 25 de Abril. Talvez sejam mesmo piores, por degradação dos parâmetros hereditários das novas gerações de predestinados e pela opção da quantidade em vez da qualidade. Enquanto nós aqui continuamos embalados pela cantiga de roubos patrióticos sucessivos e por mais um anúncio do fim da crise, feita por um tipo moderno, contratado através dessa ferramenta altamente tecnológica existente no Canadá e que é o Facebook, até nos EUA a preocupação com a crise que assola a Europa é motivo de alerta para eles: 22% das suas exportações são para a Europa, estando mesmo alguns estados com taxas de exportação perto dos 50%, especialmente e os mais afectados, estados como o Utah, Carolina do Sul e West Virginia.

 

O nosso Ninguém sem vergonha

 

Eles ainda produzem e nós? E será que ainda existe comunicação social no meu país ou apenas rótulos de produtos? Não haverá alguém com vergonha de ser um reles vendido e um distraído prostituto mental, que se oferece apenas, para provar que ainda existe? Ao que o mundo chegou!

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 15:53