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Explicações do Homem Invisível

Terça-feira, 29.11.11

"Não será possível voltar a pagar subsídios em Portugal"

Medina Carreira

 

Ou seja – no mínimo 15% do teu ordenado já fá se foi de vez, fora o resto!

 

Para nosso galo, a solução é sempre a mesma:

 

- Cortar a despesa com pessoal

A começar com as chefias incompetentes que nos levaram à beira do abismo e que agora nos querem vender pára-quedas inutilizados, para termos ainda algumas ilusões de não nos esmagarmos no chão, quando a realidade nos atingir violentamente e sem regresso possível.

 

- Cortar as prestações sociais

A escravidão laboral ainda tem alguns detractores por aí espalhados, mas que a nível mundial já não têm nenhuma credibilidade económica e financeira, já que a melhor maneira de se ter sucesso empresarial, é não ter de pagar os salários a quem produz e acabar com a mania que os trabalhadores têm, de que tem de ser respeitados pelo seu patrão, só porque recebem dinheiro, em troco da exploração do seu corpo – é ajudas na saúde, é ajudas na educação, é ajudas na justiça, é ajudas na reforma … mas em que mundo pensa esta gente que vive, comportando-se pior que uma prostituta profissional? Na Idade da Pedra não havia nada disto e mesmo assim o mundo chegou até onde está hoje. E onde estará amanhã?

 

- Não pagar o que se deve

Esta é a regra fundamental do capitalismo selvagem – não pagar o que se deve e investir esse dinheiro, se necessário para liquidar o credor – que hoje invade todo o mundo como um filão de ouro, há muito à espera para ser explorado e que apenas alguns pequenos detalhes e pormenores, impediram de ser desde já executada em abundância – interessa inicialmente banalizar-se a selvajaria, mostrando-se ao povo o que já se passa em muitos locais do mundo, para quando o atacarmos ele não ter defesa possível. Mais vale ter uma cabeça, do que outra que ninguém conheça!

 

- Fim do estado falido

A Espanha está ali ao lado e com Portugal forma a Península Ibérica. Porque não unificarmo-nos num só país, armadilharmos os Pirenéus e iniciarmos uma cruzada a partir do norte de África, a caminho das jazidas de petróleo e diamantes deste rico continente, agora ocupado por uns indivíduos, que só vêm a cor das armas e a força do dinheiro. O colonialismo acabou para os dois lados!

 

- Criminalização dos políticos

Esta é uma solução com resolução difícil ou mesmo impossível. Isto porque o povo não é detentor de qualquer poder, apenas se servem dele e o deitam fora quando já não é uma mercadoria interessante e para além disso, não tem dinheiro, armas ou instrução. Além disso já o cortaram na despesa, já não tem direito a ser reconhecido como um ser humano, já deve e não sabe como pagar, pertence a um grupo falido de cultura e de memória e ainda por cima é constantemente culpado e preso, por aqueles que tentou denunciar por genocídio. A justiça é cega!

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 15:04

Sonhos de Água

Terça-feira, 29.11.11

E a cama do robot ficou toda molhada

 

Numa das etapas da minha corrida de fundo, fui invadido pelas teorias revolucionárias da inovadora ciência cibernética, às quais associei na altura e inconscientemente, a ilusão da década de setenta, a explosão industrial no seu apogeu e o início da avalanche profissional e de futuro, dos serviços não reprodutivos – bancos, seguros, finanças, justiça e demais excrementos desenvolvidos pelo sistema. Não tenho nada a ver com os excrementos, apenas sonhei com um mundo em que o tempo não fosse um dos parâmetros fundamentais da nossa existência, nem o elogio do trabalho pago fosse o primeiro objectivo de qualquer ser humano, superior à sua esperança na criação dum novo mundo para si e para os seus descendentes, concretização de um sonho de centenas de sucessivas gerações, idealizando um futuro espacial de usufruto total do ócio e do amor, como plataforma de solidariedade, partilha e amizade com um novo mundo.

 

Em que nós contássemos mais!

 

E foi assim que me deparei com este indivíduo sorridente, pronto a substituir-me em qualquer situação e a dispensar-me de qualquer trabalho associado a um nómada, para quem estar parado, fosse como já estar morto. Olhava para mim como se eu fosse um imbecil, que ainda não tivesse percebido o seu papel e a sua situação no mundo e o estivesse a impedir de desenvolver a sua tarefa, na sua completa plenitude e normalidade.

 

Eu era um atraso de vida e o tempo desperdiçado neste momento, nunca seria a concretização com sucesso desta criação pelo seu criador, ainda por cima com o objectivo final de o substituir, numa imagem de perfeição superior à que este, alguma vez pretenderia atingir.

 

Decapitou-me o pensamento com o apoio da multidão e ocupou o meu espaço craniano para gáudio e felicidade de muitos outros mais como ele, o filho da perfeita humanidade realista, o desejado e inacreditável robot.

 

Um, dois e três: chegou a tua vez, de te espalhares como um chinês!

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 14:59