ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Acabou a Feira Franca de Albufeira
Carrosséis
A feira de Outono começou na sexta-feira de 25 e acabou na terça-feira de 29. O meu amigo telefonou-me na quarta-feira do dia 30 – para combinar uma ida à feira, no feriado do dia 1 – mas tive dolorosamente de o informar, dessa verdadeira inutilidade. Não soubera da sua antecipação e lá tivera que ficar com a sua mulher, em casa a chuchar no dedo e a pensar no que perdera de bom. Eu moro lá perto e sabia da sua existência. Ainda comi uns churros quentinhos e saboreei um polvinho assado na grelha.
Castanhas
Vi o Keita, o Armando que conheci quando cheguei a Albufeira há mais de vinte anos, como basquetebolista do Imortal e até o Índio, com a sua nova namorada que dizem ser madeirense. Estava fresquinho ao fim do dia, mas o ambiente lá ia ajudando a aquecer a alma, apesar da falta de dinheiro. O fumo subia aos céus, os carrinhos giravam sem parar, a casa misteriosa esperava por novos clientes, as farturas e as minis rodavam nas roulottes e o povo girando no meio das tendas, lá se ia animando e entretendo. Mas ao acordar de manhã e ao olhar para o fundo da terra, o horizonte encontrava-se já despido e não se via nenhum ser vivo a circular. A feira acabara de vez, restando apenas alguns camiões.
(fotos – blogues: albufeira sempre/passeio dos tristes)
Autoria e outros dados (tags, etc)
Vila Nova de Paiva
Respeito e Dignidade
Preservar a vida e as nossas origens, oferecendo condições dignas de subsistência
Conheço aquelas terras do interior da Beira Alta e o seu clima bastante agreste no Inverno, como uma zona de exploração agrícola e de pequena indústria, estendida à volta das margens do despoluído Rio Paiva e das suas famosas trutas de escabeche. Trata-se de um concelho que foi envelhecendo ao longo dos anos, por emigração dos seus naturais para o litoral de Portugal ou para o estrangeiro, tendo como destino países como a França, a Alemanha e o Brasil, idos à procura de melhores condições de vida para si, para os seus e para a sua terra. Por isso quando lá ia, especialmente durante as férias de Verão, tinha a sensação que por onde andávamos toda a gente nos conhecia e nós conhecíamos toda a gente, já que todos pareciam conviver bem, com a terra e os modos em que viviam. Parecia uma grande família. Em tempos mais para trás, era habitual deixar as chaves na fechadura da porta da rua, talvez para avisar as visitas que nos ausentáramos por uns instantes. E as pessoas à nossa volta eram boas de vista, muitas avozinhas à espreita, com os filhos dos emigrantes sempre irrequietos, as festas à noite no parque, junto aos Paços do Concelho e no quente quentinho do Verão, os banhos no Rio Paiva. Todas as pessoas tem o direito aos mais elementares cuidados de saúde e respeito pela sua vida e dignidade, ainda mais num concelho envelhecido do interior e no decurso de uma crise vergonhosa, para a qual estas pessoas nada contribuíram, mas que muitas vezes ajudaram anteriormente o seu país a superar, noutras situações de igual gravidade ou muito pior cenário, como o foi com os dinheiros enviados do estrangeiro por este povo, durante muitos e muitos anos a fio de trabalho e sofrimento. E o deprimente é que muitos dos nossos ditos políticos, afirmam ser do interior de Portugal. O povo merece respeito!
Saúde sem respeito e nada saudável
Utentes de centro de saúde exigem mais médicos
Utentes do Centro de Saúde de Vila Nova de Paiva voltam a exigir na quarta-feira a colocação de mais médicos, durante uma concentração junto àquela unidade de saúde.
O centro de saúde tem actualmente três médicos para mais de seis mil inscritos. "Há mais de um ano houve um médico que saiu e não foi tomada qualquer medida”.
Utentes exigem médico no Centro de Saúde
O tempo de espera "chega a ser superior a um mês o que não pode ser" diz o presidente da Câmara que fez questão de estar ao lado dos manifestantes.
Os manifestantes, como Maria Alcina relatam que é preciso "ir de madrugada para o Centro de Saúde para obter uma consulta de clínica geral que muitas vezes acaba por não se concretizar".
Revoltados contra a falta de médicos
O intenso frio não esmoreceu a força do protesto por parte de pessoas que consideram ter cuidados de saúde dignos "de um País do terceiro mundo", disse Maria Rodrigues, 61 anos.
Entoando gritos de revolta, os populares queixam-se de que têm de "esperar dois meses por uma consulta" e ir a médicos dos concelhos vizinhos.
(fotos e notícias – CM e DN)