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Vigarice - À Dúzia é Mais Barato

Quinta-feira, 08.12.11

Crise

 

Governo prepara novo corte no abono de família

 

Marco António – General do exército romano

 

1

O Executivo quer reduzir o número de famílias com direito a abono para garantir que apenas receba o apoio social quem realmente precisa.

Será alguém? Pensei que eles já conheciam os pobres, mas pelos vistos descobriram o segredo da multiplicação!

 

2

O Ministério da Solidariedade Social está a preparar alterações legislativas que garantam que os apoios sociais, como o abono de família, sejam atribuídos apenas a quem necessita e tendo em conta a situação financeira do momento.

Mas será a quem? Será aos filhos que não têm pais e que não conhecem os seus filhos, porque estes já emigraram precocemente, com medo dos sucessivos impostos colaterais?

 

3

Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado da Solidariedade Social, Marco António Costa revelou que está a ser desenvolvido há já três meses um trabalho que "deverá estar concluído durante o mês de Janeiro".

Não me pronuncio sobre um trabalho cuja duração e avaliação será da responsabilidade única do Ministério da Economia, mas não deixo de constatar a estranha coincidência do Ministro desta pasta, impor mais meia hora de trabalho diário e não remunerado a todos os trabalhadores deste país, talvez porque não acredite nas conclusões do dito trabalho desta comissão.

 

4

O "grupo de especialistas" do Ministério da Solidariedade e Segurança Social (MSSS) está a estudar possíveis alterações de "carácter legislativo mas também de carácter operacional e funcional" que garantam uma "melhoria das condições de acesso às prestações sociais com maior rigor e efectividade com a situação real", contou à Lusa.

Na situação actual de crise profunda e sem se percepcionar qualquer tipo de solução política a longo prazo, é impossível a qualquer um de nós resistir à demagogia inimputável e de sobrevivência, de palavrões – pelo momento escolhido – tão patrióticos e provocadores como estes: especialistas, carácter, operacional, funcional, acesso, rigor, efectividade, real. Ufa!

 

5

"É um trabalho de avaliação e ponderação de carácter legal para melhorar os requisitos formais", explicou o secretário de Estado, recusando-se a adiantar quaisquer alterações concretas previstas no documento.

Primeiro vêm com um palavreado desprezível de intelectual feito de palavras ocas, de tal modo confuso e misterioso para quem o pronuncia, que inevitavelmente ninguém perceberá ou escutará tais iniquidades, por falta de paciência para tanto pensamento bruto e banalidade. E em seguida e de cima do seu pedestal cravado na pirâmide do poder, que eles ainda não repararam estar invertida – e isto é muito importante para a evolução desta situação, porque em qualquer altura podem cair e magoar-se – ainda por cima se recusam a responder às nossas dúvidas, invocando a sua indisponibilidade de mudanças por sugestões por nós propostas, de um documento que nós nem sequer conhecemos. Existem muitas formas de insultar alguém, sem ter de lhe chamar estúpido – isso já eu sabia!

 

6

"Desde que assumimos funções, há cinco meses, que temos preocupações em relação a esta questão”, garantiu Marco António Costa, explicando que o executivo quer garantir que haja "mais justiça social na atribuição dos apoios sociais".

Mentira! Assumiram funções há muitos mais anos atrás, através da implantação progressiva de uma parceria público e privada, com a outra sucursal maioritária da política no poder. Preocupações foram sempre nenhumas. Basta ver o estado a que chegou este pobre e abandonado país, apenas porque certas pessoas de uma forma inacreditável, prepotente e incompetente, nunca se decidiram a olhar o espelho, para não verem os responsáveis desta farsa e deste funeral e não morrerem de um medo vergonhoso.

 

7

O ministério está preocupado em garantir que os apoios atribuídos sejam justos e correspondentes à situação efectiva das famílias, mas também quer que haja garantias de "segurança para que não seja atribuída indevidamente a quem não precisa".

Sempre a mesma táctica primitiva de sobrevivência, em que tudo se resolve à pancada. Primeiro distrai-se o parceiro do lado, enquanto nos viramos para o outro parceiro e o informamos que ele é o oposto do seu simétrico. Como tal e existindo sempre a possibilidade de conflitualidade, mostramos imediatamente a nossa neutralidade, através da nossa posição ocasional e sem pretensões no centro do conflito. Sem querer interferir na evolução deste problema e ansiando demonstrar cabalmente a nossa imparcialidade, abandonamos rapidamente e sem sobressaltos, o cenário que se adivinha. Não temos culpa que enervados com a situação em que se meteram, sem perceberem o alcance da noção de simétrico e sem o mediador de permeio, se tenham entretido cada um deles a matar a sua sombra, sem se aperceberem que a sua doença já tinha sido declarada há muito e que já estava a decorrer o seu funeral.

 

8

De acordo com Marco António, o Estado tem "um acumulado de 500 milhões de euros" de apoios, atribuídos indevidamente.

Reconheço que existem indivíduos com constantes sonhos de grandeza, principalmente quando a pobreza que os rodeia e afecta, é extrema. Este atira-nos com milhões de euros deitados ao lixo, apenas porque o pobre nunca soube utilizar para seu benefício, os cêntimos que o estado lhes deu para gastar. Prefere acumular como os romanos e atirar os nossos ossos aos leões.

 

9

As declarações do governante surgem no mesmo dia em que foi tornado público um ofício enviado pelo Provedor de Justiça ao Ministério da Solidariedade Social, pedindo "urgência" na alteração do critério de atribuição de abono de família, segundo o qual aquele apoio é definido com base nos rendimentos do ano anterior ignorando quem fica subitamente desempregado.

O Provedor tem como seu equivalente na Igreja, a figura da beata. Não interessa particularmente o que ele diz, mas o que alguém lhe terá dito e como é que ele irá proceder a seguir. Tal como no caso da beata, ele nunca deixará de ser um amigo chegado dos desprotegidos e à sua maneira, será um dos que acompanhará as lamúrias, no decorrer do funeral. Sentadinho na sua cadeira, zelará à distância pelo bom estado do cadáver, oferecendo com piedade e compaixão, os pêsames aos familiares.  

 

10

Alfredo José de Sousa diz ter recebido cartas de "muitos reclamantes" lamentando as regras da atribuição do abono de família, por terem por base os rendimentos auferidos no ano anterior e ignorarem alterações recentes no rendimento das famílias.

É preciso ter mesmo muita paciência, para lidar com estas figurinhas de papel. Quando é que o homem percebe o que lhe dizem? O que é que ele não percebe nestas contas: três vezes nove vinte e sete, noves fora nada! Nada é o que ele é e ainda o que nós somos!

 

11

O Provedor de Justiça lembra "só uma rápida alteração das regras de atribuição do abono de família pode aliviar em tempo útil a situação de quem perdeu o direito a esta prestação com base em rendimentos que já não aufere actualmente".

Vamos lá ver se eu entendo o que ele diz. Eu já não tenho rendimentos, mas como já os tive anteriormente, vou perder direito a receber um abono que me seria destinado, porque estou nesta situação, mas não devia estar. A minha sugestão para acabar com toda esta confusão, seria o de pendurar numa árvore bem alta o criador destas regras e deitar-lhe imediatamente fogo, antes que alguém lhe dê o curso de bombeiro e nos queira salvar a todos.

 

12

Marco António Costa lembrou que "este é um problema que existe há vários anos" e que até terem tomado posse "não tinha sido encontrada solução para o mesmo".

Se o problema existe há vários anos e até agora eles não encontraram a solução, acho que a conclusão que qualquer pessoa tirará, será de tal maneira evidente, que seria um insulto ser necessário mencioná-la aqui. Então essa da tomada de posse e da mensagem subliminar de que “agora é que vai ser” é o máximo: pelos vistos não é um príncipe mouro, mas também nunca será, um imperador romano, talvez um político ou um simples militar.

 

(texto construído a partir de notícia – Jornal Económico/Agência Lusa)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 13:57