ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
O Coelho
A confiança de todos era total e as brincadeiras não tinham fim
O meu amigo coelho sempre foi um animal muito estimado por todos os outros habitantes da terra onde vivia desde o seu nascimento, tendo para além disso um grande espírito de ajuda e de solidariedade, para com todos os seres que o rodeavam e que ele achava serem todos muito importantes, não só para a sua felicidade como para a preservação da natureza que a todos protegia sem distinção. Gostava muito de passar horas a fio a passear pelos campos, observando o mundo irrequieto que o rodeava e a vida saltitando entre os vales, planícies e serras, que formavam num conjunto para ele inconfundível, o retrato do seu belo e apaixonante percurso de vida.
As recordações de infância são a luz que nos ilumina no nosso caminho
Em criança era um coelho muito atrevido, divertido e que gostava muito de viajar. Os seus pais não o largavam na sua educação, acompanhando-o em todos os seus episódios mais importantes da vida e participando nas suas aventuras como se de seus colegas se tratassem. Como qualquer outro animal, o gosto pela aventura e pelo desconhecido misterioso, levava-o muitas vezes a sonhar com terras fantásticas, onde tudo era belo e natural e onde todos os seres viviam em paz e harmonia, mantendo sempre e sem hesitar, um espírito forte e sem cortes e no entanto puro e juvenil, com amizade, amor e partilha. Ainda recordando em imagens profundas de memória e de cultura de grupo, o seu pai partindo para mais uma viagem, a sua mãe companheira de brincadeiras com as amigas preparando o almoço e ele feliz com a sua presença, nesta bela paisagem oferecida: os sentimentos são como que uma aragem que percorre levemente o nosso corpo, acariciando-nos sempre que acha importante assinalar a sua presença e voltando de novo, sempre que nós queremos e precisamos dela.
Os momentos de rutura fazem parte da consolidação da nossa personalidade
Na vida do coelho aconteceram coisas boas, más, outras nem tanto como isso, momentos dos quais já nem se lembrava e aqueles intervalos que mesmo sem noção de tempo e de espaço, o moldaram para a vida e para a compreensão do mundo que o rodeava. Qualquer episódio da sua vida poderia ser interpretado como uma fase da sua caminhada de aperfeiçoamento e adaptação ao meio ambiente que com os outros partilhava e deste modo compreender muito mais facilmente, que tudo isto não passava de uma sucessão de acontecimentos imprevisíveis, que ocorrem por acaso e por necessidade na vida de todos e que devemos aceitar por respeito aos outros, mas sempre com a certeza de que só uma atitude de diálogo e compreensão, nos pode oferecer tudo o que o mundo põe à nossa disposição: mesmo um espetáculo imprevisto e negativo – como a destruição do nosso refúgio permanente – pode transformar-se numa nova festa de iniciação e na criação de um novo mundo, como se de um renascimento se tratasse. E disso precisa a alma de todos, mesmo as do coelho.
As regras até poderão ser importantes mas não podem ser anteriores ao facto ocorrido
Um dia de brincadeira infantil e irresponsável, é um momento de felicidade para qualquer animal, que ficará registado para sempre na sua memória e que terá repercussões importantes na sua relação com as outras espécies, também partilhadas pela natureza. Mas porque será? A partilha de espaços postos à disposição de todos na reprodução de momentos de ócio e de prazer – sem a intervenção de regras exteriores a essa atividade – só pode proporcionar o aparecimento de polos de desenvolvimento e inovação comportamentais, que podem levar a um envolvimento societário progressivo e à criação de novos elos de convivência e compreensão, opondo-se deste modo a um mundo descaracterizado e crescentemente egocêntrico. Ora o coelho não era burro e imediatamente compreendeu na sua inconsciência juvenil – ainda desprovida de ética e de moral – que todos os momentos postos à nossa disposição devem ser sofregamente aproveitados, pois só das emoções fortes, é que resultam os sentimentos profundos. A convivência informal e sem objetivos predefinidos é fantástica e fundamental – como o movimento e o nomadismo são sintomas da presença de vida!
O comportamento num espaço depende da interpretação dos sonhos
Os coelhos também sonham, mesmo quando estão a dormir. Os sonhos são um alimento importante para a nossa alma e o nosso corpo é o primeiro a reclamar a sua presença. Sem eles, os sonhos da nossa vida acordada não teriam qualquer interesse, pois o nosso ego não teria a indicação necessária para uma correta escolha do caminho a percorrer, no nosso quotidiano coercivo e por vezes aviltante – pela negação da nossa infância – mas dito real – pela opção do mercado pelo cliente adolescente, pós-armário. Mas os coelhos também pertencem aos sonhos. E este é um dos fatores mais importantes na concretização dos anseios de todas as coisas existentes à face da Terra, face aos acasos da vida, que só o são, porque ninguém os pretende compreender, nem integrar na história verdadeira da sua evolução – o mundo é um Universo Vivo em constante transformação e de aplicação não definitiva.
A vida proporciona-nos emoções coletivas como complemento ao vazio solitário da morte
A vida dos coelhos passa por diversas etapas. Essas etapas indicam fases de adaptação da vida desse animal, ao meio ambiente que o irá alimentar e socializar. A mais variada graduação da oferta vivencial, é-lhes oferecida como um bem escasso e difícil de reconstruir. Por isso é que alguns afirmam que tal estado e dimensão económica se irá forçosamente sumindo como o nosso prazo de validade, à medida que o tempo vai passando e o nosso corpo se vai desvalorizando. A teoria de mercado poderá estar correta, mas a natureza não é um desses mercados em crise ou expansão, conforme os gostos e intenções, mas e somente o espaço onde tal transação decorrerá: se eu adquiro algo transformo imediatamente esse sujeito de desejo, num mero objeto decorativo e dispensável.
(Ilustrações – O Livro das Histórias do Coelho – Tom Seidmann-Freud – Berlim – 50 Watts)
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A Praga
Quando eu era mais novo e sempre que possível, os coveiros não enterravam pessoas vivas. Hoje em dia e sem saberem, esses mortos já se passeiam pelas ruas, com as funerárias alegremente, correndo atrás deles. E foi um coelho de reprodução intensiva, que traçou o nosso destino!
Portugal bateu no fundo?
Com a preciosa e solidária colaboração da EU e do FMI – e o acompanhamento rigoroso das agências de cotação – o coelho lá cavou heroicamente e sem hesitação o buraco onde nos irá enterrar a todos, anteriormente reconhecido como Portugal. Só se salvarão os que sabem nadar – após confirmação da detenção de um certificado de aptidão profissional da seita CAP/IEFP – e os que entretanto fugiram para Espanha – por conhecimento prévio da existência de outros lugares.
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Valores
Será que temos algum valor para estes indivíduos?
Já chegava o aproveitamento imoral aprovado por lei, que as companhias de seguro vão fazendo cada vez mais primorosamente e de uma forma estritamente economicista, sobre o nosso corpo e a nossa vida, para agora ainda termos de suportar a prepotência de certos indivíduos diplomados à pressão, mas de cultura e respeito social nulo, com o velho, cansado e único objetivo de manter aquela estrutura, que sempre os protegeu dos seus crimes praticados, não os criminalizando na lei e tornando-os para sempre impunes por vocação profissional.
Aplicação de um princípio formidável de imunidade total, só possível em países do terceiro mundo, que desrespeitam os direitos humanos fundamentais de “animais como nós”, existentes à face deste jardim à beira mar plantado e em avançado estado de decomposição. A isto chama-se desplante sem vergonha!
(imagens retiradas da web)
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O Ladrão e O Imoral
No fascismo rir era o melhor remédio
O Ladrão é um cidadão como outro qualquer, mas que aprendeu com a experiência da vida, que o bem e o mal não existem – o que é necessário na selva é sobreviver!
O imoral é um cidadão/ ladrão, animado pela sua religião circunstancial/ bipolar e especializado em ciências políticas preservativas do poder instituído, sendo especialmente protegido pela força do dinheiro, que estes novos capatazes eruditos tão bem fazem circular, lavar e apresentar como princípios a
respeitar, pela maioria esmagadora dos leigos restantes ainda disponíveis.
Na democracia já nem vale a pena chorar
Quem pactua com a imoralidade que representa o negócio da EDP com o Estado português, apoiado e sustentado pela atual administração, perdeu esse senso moral mínimo. Haja decência!
(blogue – Porta da Loja)
Todos nós pensamos, enquanto estamos obrando
E porque será que não o fazemos em todas as situações? Porque neste caso quando começa a cheirar mal, puxamos o autoclismo, limpámos o cú ao papel e escondemos o esterco sobrante no meio das cuecas.
Será que é assim tão difícil de ver? Lá por termos um PM incompetente, hipócrita e profundamente provocador, por situacionista militante e desejo da manutenção do seu status quo familiar e social – tão bom para prevenir o seu futuro e da sua prole – nós não podemos renegar nunca a nossa capacidade de pensar, até porque também temos famílias e filhos para criar, não sendo como eles pensam, simples calhaus sempre prontos a serem atirados ao ar!
Ou será que já fomos completamente lobotomizados, pelos amigos (da onça) do FMI? O PM diz que só conhece os de Peniche, onde se come um bom peixe grelhado e bem fresquinho.
Quem te rouba é teu irmão, se não te levar a tua mão
Conclusão:
Os serviços sujos devem ser feitos utilizando as mãos sujas do povo, um pobre proibido de roubar para si, os produtos por ele próprio fabricados, mas roubados por outras elites de ladrões, de modo a manter esses incultos e mal-agradecidos, por necessidade e por desespero, no seu verdadeiro lugar a habitação/prisão aberta e com muita solidariedade.
O ladrão pobre é um assaltante, enquanto o ladrão rico apenas é um suspeito – o primeiro será preso, enquanto o segundo aguardará a prescrição.
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A Vida Está Preta
Não podemos desprezar os nossos semelhantes, apenas em nome do dinheiro – essa será a grande luta, dos heróis do novo milénio.
“Para o caralho que te foda, seu grandessíssimo filho da puta!”
(palavra amiga de um nobre gorila nortenho, após ter comido uma bela francesinha)
Primatas Analíticos Dominantes
Naquele dia não havia nada a fazer. A cabeça pesava que se fartava e à frente não se avizinhava nada de não monótono. O dia tinha estado quente e solarengo e com o aproximar da hora do lanche, a moleza era cada vez mais intensa, quase como se tratasse de uma doença, que invadisse sem retorno o nosso corpo. A tristeza afetava-lhe os sentidos de tal modo, que quem o observasse de uma forma distraída, não deixaria de referenciar na sua memória, esta imagem de ausência e reflexão – profunda, humana, de gorila!
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O Mundo Mudou
Mas será que o mundo já mudou e ainda ninguém se apercebeu disso? Parece que tudo gira ao contrário dos ponteiros do relógio e ainda por cima, o tempo por definição é uma abstração e ao mesmo tempo, uma guilhotina bem afiada: o espaço é constituído pela interseção dum conjunto infinito de planos, num referencial caótico de pontos que se tornam colineares e expansivos noutros planos paralelos, formando uma amálgama de espaços sobrepostos e complementares na ocupação do vazio que o determina como conjunto necessário. Os simétricos também fazem parte da realidade e a fronteira de separação, não é mais do que outro foco de propagação dinâmica e pluridireccional, por reconhecimento óbvio e reprodutivo, de outros espaços vizinhos. O ponto de equilíbrio – a origem e o fim – não existe e o dinheiro é apenas uma forma idiota de controlar a postura do homem, que renega o seu espaço. E o mundo se finou, face à sua omnipresença.
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Moebius
Jean Giraud e o mundo Moebius
“Foi assim que o conheci, como artista de banda desenhada, nas páginas do TINTIN”
(blogue Porta da Loja)
Revista Tintin e Blueberry
Que saudades de um tempo, em que apesar de sozinhos, ainda tínhamos sonhos. Hoje em dia, mesmo acompanhados, só nos oferecem pesadelos!
Jean Giraud nasceu a 18 de Maio de 1938 na cidade de Paris. Sendo um dos mais consagrados ilustradores europeus, começou a publicar antes dos seus 18 anos. Ficam-nos trabalhos como Blueberry e o lançamento em 1974 da revista de ficção científica e fantasia “Metal Hurlant”. Aí aparecem as primeiras histórias de Arzach e Major Grubert. Faleceu em 10 de Março de 2012 aos 73 anos.
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Observando o Pénis de Lado
A violência constante que se verifica entre os espermatozoides na sua viagem de iniciação até atingirem o seu destino final que é o óvulo, deve-se à necessidade que todos eles têm de chegarem em primeiro lugar.
As mulheres do homem-primitivo observam todos os gestos do futuro fertilizador
O gesto sexual está aqui bem representado no rodopio craniano revelador de forte virilidade do homem domador de cabeças, manipulando com uma destreza própria dos machos proeminentes, um símbolo fálico sem conteúdo cerebral, mas perigosamente penetrador de corpos em choque comatoso, face à violência do impacto provocado pelo poder das forças circulares do Universo no ser de nível inferior, utilizando ridiculamente um artefacto feminino e ultrapassado.
Iniciação fálica utilizando artefactos, mas com ausência externa e visível de órgão sexual
O homem tem o seu mais forte argumento colocado entre as suas duas pernas e apontando, devido à ação da força da gravidade, em direção ao centro da Terra – o centro do nosso mundo. O seu pénis em ereção, aponta claramente o único objetivo a atingir: penetrar profundamente e com expulsão de fluídos marcadores, a mercadoria que mais se parece com eles – as mulheres. E como até não são homens, as possibilidades são infinitas!
(imagens – Men’s Adventure Magazines)
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Afeganistão
Crimes de Guerra – um tema que já não se refere como notícia, mas como mais um estudo de mercado!
Mais um povo ignorado, desprezado e transformado em danos colaterais, entregue ao controle do Polícia do Mundo, sem justiça, sem leis, sem dignidade e dirigido por mercenários profissionais e cirúrgicos, atuando displicentemente como se tratassem de cobaias, com toda a hipocrisia e complacência dessa organização inexistente, que só seve como fonte privilegiada de empregos, a ONU.
In Afghan Civilian Killing Rampage, U.S. Soldier May Have Gone 'Berserk'
Anar Gul, right, with the body of her grandson, among 16 civilians killed by a lone U.S. soldier in Kandahar, Afghanistan.
Afghanistan Killing: White House Says No Change In War Strategy
A mourner cries over the bodies of Afghan civilians, allegedly shot by a rogue US soldier, seen loaded into the back of a truck in Alkozai village of Panjwayi district, Kandahar province on March 11, 2012.
(huffingtonpost.com)
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Descubra o Mentiroso
Guerra na energia leva a demissão de secretário de Estado
Henrique Gomes
É a primeira saída do Governo – e logo com estrondo político. Na segunda-feira à noite, a Presidência da República anunciou que Cavaco Silva aceitou a proposta do primeiro-ministro «de exoneração, a seu pedido», de Henrique Gomes – secretário de Estado da Energia - e de nomeação hoje de Artur Trindade, até aqui presidente do regulador do sector.
Governo (há um dia):
Alega «motivos pessoais e familiares» para a saída do secretário de Estado.
Dois jornais económicos (há três semanas):
Garantem que a razão da saída se prende com a forma como Henrique Gomes estava a lidar com o dossiê das margens de lucros das elétricas: em confronto direto com as empresas, denunciando contractos «danosos» para o Estado.
Outras curiosidades:
Em Setembro Henrique Gomes quis avançar com uma subida dos preços da eletricidade na ordem dos 30%, para por fim ao défice tarifário;
Em Fevereiro o mesmo defendeu que «a EDP e a Endesa devem perder ou atenuar significativamente a sua garantia de potência» para «evitar os sobrecustos existentes»;
Poucos dias depois, Carlos Moedas sublinhou que a revisão será feita «em negociações» e por acordo com as empresas, sem imposições unilaterais;
Na semana passada o presidente da EDP, António Mexia, disse que «a questão da existência de rendas é um falso problema», negando haver ganhos excessivos da empresa, ao contrário do que o Governo e a 'troika' têm afirmado;
Atualmente a revisão das rendas na energia está a ser tratada diretamente entre o secretário de Estado-adjunto Carlos Moedas e o ministro das Finanças, devido à pressão que a troika colocou no dossiê.
(a partir de notícia do Jornal Sol)
Talvez não seja uma questão de mentiras, mas de poder!