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As Férias d’Alguns

Sábado, 04.08.12

“Viver implica uma relação saudável e sem excessos com o ambiente que nos rodeia”

 

A felicidade do meu amigo Gecko deliciando-se sob os raios solares no barrocal algarvio

 

Estamos no início do mês de Agosto em Portugal e as multidões alucinadas por um ano de trabalho e de sofrimento, cavalgam os seus carros atafulhados de gente e mantimentos, em direção à prometida selva algarvia. Voltam a passar de novo pelo antigo itinerário que incluía a localidade de Canal Caveira, relembrando belos tempos passados em bichas e confusão, para comer a célebre e deliciosa sande de carne, fosse qual fosse a origem do animal indicado no menu e a respetiva indicação veterinária. Tal e qual como se pode marinar um animal e transformá-lo na maior iguaria gastronómica à face da Terra, também o frágil e dependente cidadão português tem sido cozinhado ao longo deste ano em fogo lento e doloroso de tal modo que, mesmo em altura de férias e durante as quais tudo de mal deveria ser esquecido, lá continua ele na praia com os seus hábitos e tiques de empregado, imitando tudo o que os outros fazem e seguindo como sombras rastejantes e a toda a hora, todos os movimentos dos seus chefes e patrões, indicando-nos com este gesto subliminar de subserviência, ser um futuro e potencial líder social ou então e em alternativa um terrorista em potência, calado mas pronto para dar a sua primeira mocada ao chefe, mal a situação se proporcione. Ora o meu colega Gecko não estava nada para isso e resolveu em boa altura para ele e para os seus amigos que o esperavam para a farra, ficar-se pelo barrocal algarvio e pela deliciosa tranquilidade e sossego, que a serra lá atrás lhe prometia preservar. Vieram os fogos é certo, mas no litoral algarvio o inferno era mais vasto e demolidor.

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 12:38