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Richie Havens (1941 – 2013)

Quarta-feira, 05.06.13

Ontem compravas um LP e ias para casa ouvir até à exaustão o que ele nos oferecia, deixando-te transportar mentalmente para outros mundos e com eles reconhecendo e reaprendendo o nosso território e até melhorando o dos outros. Era como se lesses um livro e nele te integrasses como personagem capaz de o reinterpretar ou refazer – ou seja pensar. Hoje basta ter uma boa memória fotográfica e dizer sim a tudo o que de bom nos oferecem – mesmo que à custa de todos os outros – para sermos considerados felizes, consagrados e realizados. Tudo o resto são pormenores ou danos colaterais.

 

Em Nome dos Amantes da Cultura e da Memória

 

“Em 1969, HAVENS abriu o Festival de WOODSTOCK; ele foi aclamado pela multidão e foi tocando até ficar sem músicas, decidindo improvisar uma versão de "MOTHERLESS CHILD", a qual ele acrescentou um verso com a palavra "FREEDOM" repetida várias vezes. Esta versão transformar-se-ia em um sucesso internacional com o lançamento do documentário Woodstock em 1970”. (Wikipedia)


           

Woodstock – 1969

 

O Festival de Woodstock faz parte integrante da minha memória futura, apenas porque o vivi no passado e sempre o acompanhei no presente, desde o Portugal Salazarista em que se procurava sofregamente a cultura – importando-a do exterior e vivendo-a numa aventura “com uma censura sem limites, mas sem limites de censura” – passando pelo Portugal de Abril com os seus sôfregos estudiosos da cultura, do conhecimento e da música, como foi o caso do musicólogo e professor da FLUP Jorge Lima Barreto, até à época do aparecimento e consolidação progressiva dos mercenários da pós-modernidade portuguesa, alicerçados e reforçados no seu refundado poder oligárquico, em três pilares fundamentais: no analfabetismo persistente e deliberado, na recusa imoral e lobotomizadora da utilização da memória individual e colectiva e no recurso a manuais resumidos e constantemente actualizados e corrigidos. Com o único objectivo divino – e com garantia de sucesso – o da obtenção do bilhete dourado para acesso garantido a um emprego – não a um trabalho ou ofício – e a outras mordomias sequenciais. 

 

(imagens – retiradas da Web)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 12:23