Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



ESPAÇO: ISON, a LUA e o HOMEM

Sábado, 28.09.13


“O Homem não pode conhecer ou saber nada do Universo. Só conhece as suas próprias impressões ou ideias e as relações que estabelece entre elas por hábito”. (David Hume)

 

O que é uma pena (e lá estamos nós a falar de nós), mas que nunca nos poderá fazer parar de continuar a acreditar não ser este um limite inultrapassável – nem que para tal tenhamos a ajuda de Entidades Exteriores (a nós).


ISON – a caminho


Cometa ISON

 

Enquanto o cometa ISON mantém a sua trajectória de aproximação ao Sol estando actualmente a passar nas proximidades do planeta Marte, os astrónomos amadores começaram já a recolher as primeiras imagens deste astro que pela seu brilho, dimensão e proximidade à Terra, muitos consideraram antecipadamente como o “acontecimento astronómico do ano”: no entanto e dadas as características dos materiais constituintes deste cometa, muitos desses astrónomos acham que o cometa já se terá fragmentado na sua aproximação ao Sol – daí o seu menor brilho relativamente ao esperado – podendo mesmo desintegrar-se ainda mais ao realizar a sua volta em torno do mesmo, antes de se lançar definitivamente em direcção ao exterior do Sistema Solar e desaparecer para sempre. No entanto ainda existe a esperança do mesmo poder vir a ser visível à vista desarmada, à medida que se aproxima de nós.

 

LUA – a origem


A formação da LUA

 

Por sua vez a vizinha mais chegada da Terra e sua fiel companheira de viagem através das profundezas infinitas do cosmo – a Lua – poderá não ter sido originada como até hoje se pensava através da ocorrência dum fenómeno de grandes dimensões e extremamente violento – no qual e segundo os seguidores desta teoria a Terra nos seus primeiros anos de formação teria sido atingida por um astro de dimensões muito semelhantes à sua e viajando a grande velocidade (há mais de quatro biliões de anos e dando origem com esta colisão e fragmentação posterior, ao nascimento da Lua) – mas pelo simples rapto deste satélite natural ao seu vizinho planeta Vénus. A força exercida pela gravidade terrestre teria assim raptado a velha lua de Vénus, sendo esta posteriormente adoptada pela Terra e transformando-se no seu satélite natural.

 

HOMEM – a última barreira

 

Só a colonização de outros planetas nos salvará da extinção

 

Já agora porque não estabelecer uma outra teoria revolucionária, que em vez de se preocupar com a origem e o fim da Lua – com os nossos estigmas da vida e da morte sempre presentes – incida alternativamente, com profundidade e sem condicionantes, sobre a finalidade da sua existência?

O Universo é um Organismo Vivo constituído por um número incontável e para já indefinível de pequenas células – daí resultando a nossa periclitante definição de Finito/Infinito versus Morte/Vida – que partindo do caos se acabam por auto-organizar, constituindo novos conjuntos mais adaptados ao espaço que ocupam e que lhes foi exteriormente disponibilizado (pois o Infinito é constituído por vários Infinitos que se completam, recriando novas realidades concorrenciais ou paralelas), que por sua vez se reúnem e intersectam de novo e indefinidamente, criando novos conjuntos que podem ser de maiores ou menores dimensões: mesmo para a nossa percepção previamente condicionada pela prepotência exercida por regras e leis incompreensíveis para a Natureza e que apenas a pretendem usar e manipular, em nome de algo já inexistente no processo evolutivo – limitando a absorção total das nossas sensações vindas do exterior e do interior do nosso corpo – o Universo estende-se duma forma bem clara e visível para s nossos órgãos de sentidos por todas as dimensões reais e imaginárias que decidamos criar, desde o Infinitamente Pequeno (que vemos desde criança utilizando o microscópio) até ao Infinitamente Grande (que vemos mesmo à vista desarmada, quando olhamos para o Céu que nos rodeia).


O Universo Vivo – uma simples prova experimental

 

Utilizando toda esta lógica racional e constitutiva, porque não pensar que certos corpos celestes ou agrupamentos diferenciados destes, tenham como função proteger e manter em segurança partes desses organismos nucleares? Desse modo se compreenderia melhor a existência – do exterior para o interior da célula e protegendo a sua parte central e o seu núcleo – da Nuvem de Oort, de enormes planetas maioritariamente gasosos, da cintura de kuiper e mesmo da multidão de satélites naturais que muitos planetas do nosso Sistema Solar apresentam, que teriam como objectivo fundamental a protecção da Maternidade pelo menos numa das “casas em festa” do Sistema Solar. Considerando mesmo o rapto da Lua a Vénus como um “subsídio adicional e solidário de acompanhamento da maternidade” promovido por todo o Sistema e com a concordância absoluta do raptado, do seu anterior companheiro e do novo elemento do grupo a proteger, neste caso a Mãe-Terra.

 

(imagens – NASA/WEB)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Produções Anormais - Albufeira às 15:59

Comet ISON

Quarta-feira, 25.09.13

Disintegration of Comet ISON Would Pose No Threat to Earth


NASA Hubble Space Telescope image of Comet C/2012 S1 (ISON)

(When the comet was slightly closer than Jupiter's orbit at a distance of 621 million km from the sun)

 

We have nothing to fear from the incoming Comet ISON, no matter how the icy object behaves during its much-anticipated close approach to the sun this November, scientists say.

 

Comet ISON will miss Earth by many millions of miles during its swing through the inner solar system — and so will its bits and pieces, if the comet happens to break apart along the way.

 

"During a breakup, comet fragments don't fly off in different directions like shards in a cinematic explosion," explains a new Comet ISON video released by the operators of NASA's famous Hubble Space Telescope. "They break off but continue to travel along the path of their parent body. So any pieces would remain far from us, millions of kilometers away."


"If a breakup happens, we may be fortunate enough to witness a beautiful 'string of pearls' in the sky, similar to what Hubble observed when the comet S-W 3 broke up in 2006," the narrator adds.

 

Scientists think Comet ISON is making its first trip to the inner solar system from the Oort Cloud, a repository of trillions of icy bodies thought to lie 1 light-year or so from the sun.

 

ISON is streaking toward a solar encounter on Nov. 28, when the comet will skim just 700,000 miles (1.2 million kilometers) above the sun's surface. If ISON survives that close pass, it could blaze up incredibly brightly in Earth's night sky, experts say.

 

Skywatchers and scientists alike are keeping a close eye on ISON, trying to predict just how it will behave over the coming months. Recent observations are not terribly encouraging, suggest that the comet is not brightening as much as expected or hoped on its trek toward the sun.

 

(NASA)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Produções Anormais - Albufeira às 13:28

O Dia do Fim – 8.ª parte

Terça-feira, 24.09.13

Ficheiros Secretos Pós-a/341

(a/Apocalípticos)


Viagens de longo curso e sem tempo adicional

 

O grupo de estudantes tinha sido avisado para comparecer na sala Oval da nave Nietsnie TR-14 – um sector reservado para os diversos equipamentos electrónicos e restantes periféricos associados que suportavam o terminal de acesso ás bases de dados do Simulador Central, colocando-o em rede com a Máquina Central Estabilizadora, responsável pela sua confirmação (ou não) e arquivo – onde se iria dar inicio ao processo de selecção dos tês candidatos que iriam chefiar cada um dos quatro subgrupos de trabalho a criar posteriormente e que seriam constituídos aleatoriamente pelos restantes candidatos preteridos. Este processo teria como primeira etapa a participação dos doze elementos num Jogo de Estratégia e Intervenção baseado num antigo Jogo de Guerra agora adaptado a este novo tempo e civilização, elaborado cuidadosamente a partir de fontes antiquíssimas enviadas a partir da Terra por elementos especializados aí colocados e que não diferiria muito do cenário da aplicação original, de modo a que as intervenções assumidas por parte estudantes/candidatos não tivessem uma interpretação muito diferenciada e não possível de aplicação. Dirigiram-se para uma das extremidades mais abertas da sala Oval, onde os esperavam os seus respectivos lugares já assinalados através dum código próprio, pessoal e intransmissível, que sempre os acompanharia na sua curta estadia na nave, sob pena de afastamento imediato do projecto caso este se extraviasse: o código era a chave fundamental de acesso por parte dos doze estudantes a todo o projecto e ao seu respectivo enquadramento geral e progressivo no mesmo. Já com cada um dos elementos ligados em rede e a aguardarem as ordens para se dar início ao jogo desta 1.ªeliminatório, a confirmação da abertura das hostilidades foi dada pelo Simulador e então o Jogo começou. O Mestre Llessur como orientador de estágio e primeiro responsável pela implementação do Projecto em curso foi o primeiro a ser notificado dos resultados: agora só faltava passar à segunda e última etapa de selecção, definindo o mais rapidamente possível o vencedor e as suas linhas de acção, para uma intervenção decisiva e com sucesso total em torno do problema que parecia ameaçar a civilização terrestre e o seu natural desenvolvimento.

Essa questão foi decidida pelos líderes dos quatro subgrupos numa 2.ªeliminatória, em que foi bem notória a diferença de atitude e de intervenção dum desses subgrupos, que apesar da utilização de estratégias pouco comuns e nalguns casos de consequências que poderiam ser imprevisíveis, pelo seu detalhe, profundidade e adaptação à maneira primitiva de ser e de ver por parte dos terrestres, o Simulador desde logo referenciou: a taxa de efectividade da simulação escolhida manteve-se sempre e invariavelmente nos 100% de sucesso e somente devido à margem de erro que poderia sempre afectar esta aplicação nas condições particulares de aplicação no terreno, levou ao pedido de confirmação e autorização, com a resposta quase imediata e afirmativa por parte da Máquina Central Estabilizadora.

A missão teria três objectivos fundamentais:

- O primeiro e principal objectivo a alcançar seria o de provocar o afastamento dos intrusos exteriores que se vinham desde há muito tempo imiscuindo indevidamente nos problemas da Terra, oferecendo como contrapartida para as suas intromissões e intervenções completamente desajustadas e oportunistas, tecnologia avançada utilizada erradamente pelos terrestres, desvirtuando assim perigosamente as intenções da sua utilização; nem que para tal tivessem que actuar sobre estes intrusos duma forma mais enérgica e decisiva.

- O segundo objectivo a atingir teria que ser levado a cabo duma forma que não perturbasse ou influenciasse directamente as directivas e opções escolhidas pelos terrestres, assumindo-se neste campo como uma acção levada a cabo apenas como resposta a necessidades vitais que fossem no momento urgentes mas impossíveis de suprir, feitas duma forma não visível e que por outro lado levasse os humanos à sua reconstrução e solidariedade na evolução incluindo todas as espécies;

- O último objectivo relacionava-se com o pretenso objecto que poderia estar em rota de colisão com a Terra. O possível perigo teria sido completamente eliminado de todos os cenários previstos, tendo sido utilizada para a sua resolução a aplicação imediata da directiva geral sobre Salvaguarda Redundante de Simulações, aplicada nestes tipos de simulações, que previa o aparecimento de situações extraordinárias como esta e a adopção nestes casos da única solução aceitável: o da salvaguarda da espécie em causa.

E tal como previsto na Simulação seleccionada e posta em prática, a nave Nietsnie TR-14 operaria ainda a milhões de anos-luz da Terra, sem contacto directo e apenas fazendo passar a Aplicação, a qual ainda estaria protegida por outros programas de protecção e de segurança. Só num caso extremo e impensável – nunca ocorrido e com taxa de efectivação absoluta nula – se teria que recorrer a uma formatação de todo o Sistema – a qual poderia afectar todo o espaço intervencionado – mas tal só poderia acontecer num caso limite e com a autorização expressa do Corpo de Elite de Projecções Integradas. Uma Entidade sem corpo material e sem imagem objectiva, corporizada num conclave de representantes eleitos por sufrágio entre pares e auto denominados Servidores de Universos e que segundo estes teria como profissão de Fé e missão Divina, a simulação e adaptação ao Deus Global de toda a matéria e energia movimentando-se no Todo Infinito.


Atlas do Universo ou Mapa do Céu – sem detalhes do Inferno ou do Purgatório

 

Dia 26 – 15h 00mn

Tinham passado vinte e quatros horas desde o momento em que sentado tranquilamente no café do Oliveira tinha ouvido uma notícia sobre uma erupção violenta e inesperada dum vulcão localizado no continente americano mais precisamente nos EUA, que teria provocado a fuga em pânico de muitas das pessoas residentes nas proximidades, face à violência da explosão e à devastação provocada. No entanto encontrava-me de novo sentado a uma mesa do café, rodeado pelas mesmas pessoas assistindo atentamente ao jogo de futebol que se ia tranquilamente desenrolando num qualquer buraco do país, num ritmo normal dum quotidiano de todos os dias sempre repetitivos e sem fim e como se nada de anormal se tivesse passado à nossa volta: algo estava errado naquele cenário presente onde agora me encontrava, com os meus órgãos dos sentidos a confirmarem a minha posição actual no espaço, mas com as minhas memórias a confluírem desordenadamente como numa avalanche em direcção ao centro temporal do meu cérebro. As recordações que neste instante me invadiam a razão do pensamento, não podiam estar completamente isoladas da realidade que as parecia inequivocamente representar, tão profundos eram os sentimentos que provocavam e tão fortes eram as sensações induzidas por experiências de percepção anteriormente vividas. No meio desta loucura momentânea que me apanhara desprevenido, parecia estar a viver na confluência de dois mundos: enquanto saía de um mundo e caía no outro, imediatamente o outro me perseguia obrigando-me a sair de novo e a voltar a cair no anterior. Sem fim à vista neste esquema rotativo e circular de movimento, deixei-me levar pela persistência da alternância e foi nesse preciso momento que compreendi que saltava entre mundos paralelos.

 

Acordei um pouco sobressaltado já passava das tês horas da tarde. Só não sabia de que dia.


Se são as Equações definem o Mundo então são elas que são Infinitas

 

O Sonho fazia parte integrante do nosso corpo e da nossa vida. Logo, se nós existíamos e éramos reais os sonhos também o seriam. Sendo real o sonho teria a sua imagem, como reflexo dum objecto que representaria a sua realidade. Por outro lado todos sabíamos que em termos relativos – já que ainda não compreendemos o Absoluto – um determinado objecto ou está em movimento (vivo) ou revela a sua ausência (morto): se o objecto estiver Vivo fica desde logo provado que os Sonhos são retratos fiéis (apesar de não crentes) da realidade; mas se por outro lado o objecto estiver Morto, isso não significa que os Sonhos não sejam um reflexo da realidade, já que o que sucedeu foi apenas uma opção errada de vida – estilo zombie – baseada na segurança e na recusa de liberdade. Ora e como todos nós deveríamos saber a realidade que reflecte a vida admite uma Infinidade de opções saudáveis e realizáveis – aqui ou no mundo dos sonhos – o que não quer dizer que alguns de nós não quisessem ter uma vida de Vampiro: sem imagem reflectida no espelho, sem uma vida baseada numa qualquer realidade que seja, mas acreditando como um acidentado por lobotomia, que os sonhos são um desperdício de tempo (e dinheiro), não representando o grupo nem a realidade do mercado.

 

A Realidade que anteriormente tinha deixado para trás num misto de sonho passado e presente, tinha no entanto prosseguido e chegado às suas conclusões finais: um defeito de tradução na linguagem máquina utilizada no processo em aplicação teria sido provocado por acção de agentes externos, o que teria originado como consequência lógica o aparecimento dum erro grave enquanto decorria a mesma aplicação, alterando completamente as características técnicas internas do programa em curso e provocando um colapso no sistema. Ao colapsar o sistema por insuficiências na aplicação, a mesma libertou no entanto um outro subprograma escondido numa rotina e contendo um vírus não conhecido ou detectado anteriormente, que levou à completa destruição do holograma material ainda não consolidado e que estaria a ser colocado em torno da Terra, obliterando-a e deixando apenas como vestígios da sua anterior existência a sua replicação por outros mundos paralelos ou sequenciais: é que até os Deuses falham porque como nós apenas existem.

 

Assentava tudo num grande plano e nós éramos apenas um mero instrumento, ansiando no futuro transformarmo-nos numa ferramenta e assim sonharmos mais uma vez (com a imortalidade), tornando-nos Deuses mas de papel e que ao arder mas sem se ver, se dissiparam sem rasto, desaparecendo nos intervalos alienados desse mundo excluído de vida.

 

Fim da 8.ª parte de 8

 

(imagens – retiradas da Web)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Produções Anormais - Albufeira às 11:43

O Dia do Fim – 7.ª parte

Segunda-feira, 23.09.13

Ficheiros Secretos Pós-a/341

(a/Apocalípticos)


Pulverizando o limite da velocidade da Luz

 

Dia 26 – 13h 00mn

A nave inter-galáctica de longo curso Nietsnie TR-14 – um pequeno cargueiro multiusos adaptado extraordinariamente a viagens de longo curso e construído em função da necessidade de transporte de equipamentos e dos respectivos especialistas e tripulação – abandonara há alguns minutos o porto da mega estação espacial de Relpek, localizada a mais de 12,5 biliões de anos-luz da Terra num posto avançado da galáxia de IOK-1. Dirigia-se no momento em direcção a um portal ultimamente muito pouco utilizado mas ainda activo, que se caracterizava pela facilidade e pela qualidade com que procedia às transições para referenciais situados a limites inacreditáveis de biliões de anos-luz de distância – num Universo com cerca de 14 biliões de anos de idade – além de disponibilizar complementarmente um vasto leque de opções alternativas de trajectórias, envolvendo diferentes pontos (portais) de salto espácio-temporal intermédio. Garantia igualmente a mais rápida ligação a partir da constelação de COMA BERENICIS – que incluía IOK-1 – até às regiões mais distantes do espaço sideral, neste caso específico colocando-os nas imediações da Via Láctea. A tripulação era constituída por três elementos biomecânicos duma geração já há muito ultrapassada, agora recuperados dos primeiros bancos de hibernação criados durante o período da primeira colonização e simultaneamente actualizados em tecnologia avançada e relações inter-espécies, especificamente escolhidos pelo seu arquivo de conhecimentos ancestrais e pela sua experiência em naves com este perfil, de modo a assumirem (e garantirem) a responsabilidade integral do seu comando e o êxito da missão; a nível intermédio três outros elementos biomecânicos do mesmo nível hierárquico estavam encarregues de controlar todas as unidades mecânicas robotizadas ao serviço – seis no total – assim como todos os outros periféricos que pudessem intervir de qualquer modo nas acções ou comunicações a decorrer, servindo os três elementos ao mesmo tempo de sistema de segurança redundante, caso algo de anormal acontecesse e afectasse um dos oficiais inicialmente designados para o comando da nave; os elementos completavam-se com a presença de doze dos mais dedicados e entusiastas estudantes especializados na História do Universo, que frequentavam os últimos ciclos da sua formação na Universidade de Enrev, apresentando num colectivo orgânico e indiviso a sua tese final de Elevação incidindo sobre o tema “As Origens do Crónico Geocentrismo dos Terrestres e das suas Similares Derivações Heliocêntricas”. Toda a missão seria orientada por uma Entidade erudita proveniente do corpo de velhos sábios por frequência ou autodidacta da Universidade de Enrev, escolhido entre os seus pares de iguais duma forma muito simples e transparente, invocando coisas modestas e triviais como conhecimento, experiência, idade, partilha, solidariedade e amor. Vinte e cinco elementos no total.

Ao contrário da maioria da tecnologia utilizada nos sistemas propulsores das naves alienígenas de curto e de médio curso, a Nietsnie dispunha dum sistema operativo de procura de espaços temporariamente com variações bruscas e extremas de energia, aproveitando por estudo das sequências electromagnéticas recolhidas situações de flutuação energética que permitiam em alturas em que a energia de acesso ao portal era neutra, poder com um dispêndio mínimo e controlado de energia saltar vertiginosamente espaços de dimensões fabulosas entre pontos intermédios semelhantes mas paralelos, pela simples utilização dum intrincado sistema de cordas do tempo que entrelaçando-se entre si proporcionavam deslocações no espaço por simples contracção do mesmo e aplicação como referencia fundamental de cálculo dessa dimensão, a fórmula primária de determinação desse mesmo parâmetro abstracto mas real: t = e/v. Esses saltos sequenciais permitiam que uma viagem programada para distâncias extremas e perto das dimensões limites deste Universo pudesse levar apenas umas horas a ser realizada, o que aliás nem sequer era uma técnica extraordinária para o nível de conhecimento destas Entidades Primordiais vindas das remotas profundezas da fundação do Universo, respeitados e transformados pelo legado que transportavam desde o início da criação, como verdadeiros herdeiros e transmissores reprodutivos dos acontecimentos que se deram após o incorrectamente denominado Big Bang: para a civilização deste enorme aglomerado de estrelas situadas nos confins deste Universo e muito próximas da sua fronteira, a Infinidade do Universo não se podia limitar ao estudo duma unidade exclusiva isolada – como se ela fosse a única célula existente – sem sequer se reflectir racionalmente que ela provavelmente nunca terá estado isolada no espaço envolvente e ao qual sempre pertenceu, mas fazendo parte dele apenas como uma unidade interior a um conjunto maior. O Universo Infinito – pois o mesmo se estendia em todas as direcções, do infinitamente grande ao infinitamente pequeno – seria um corpo sem dimensões absolutas, apesar de protegido por uma membrana que o relativizava, mas que nunca o impediria de interagir com outros Universos Infinitos Adjacentes. E muitas dessas interacções já se iam verificando com bastante assiduidade desde há milhões de anos nestas zonas limites do Universo, sempre em expansão por extensão dos próprios limites e recriando constantemente espaços e tempos resultantes da intersecção de Universos, da sua própria duplicação ou mesmo da sua dispersão/desintegração por deterioração da sua membrana electromagnética – o factor relacionado com a diminuição da velocidade de expansão do Universo, levará à conclusão imediata que tal se deve à diminuição drástica dos níveis energéticos produzidos internamente pelo mesmo (ou da sua relação deve/haver com outro/outros Universos), deixando a sua matéria isolada e sem manifestações de interacções básicas que a perpetuem no interior de um conjunto, acabando por perfurar essa membrana e dirigir-se para outros grupos com níveis de energia mais elevados e aglutinadores.


Ognim: obra do grande arquitecto e fundador da Universidade de Enrev, o mítico Nodrog Hsalf

 

Desde muito jovem que o Mestre Danrtreb Llessur demonstrou estar extremamente interessado no estudo da vida dos seus antepassados mais remotos – através da análise da sua cultura e das suas memórias – especialmente sobre o período relativo à construção das primeiras fundações da sociedade, as quais levaram mais tarde à criação e edificação de estruturas básicas de sustentabilidade e ao atingir de novos patamares de evolução, apresentando-se esta actualmente como uma sociedade bem organizada e extremamente desenvolvida tanto a nível social como a nível tecnológico e com ligações privilegiadas de troca e de partilha com a generalidade das regiões do espaço e com os respectivos agrupamentos de indivíduos – com maior ou menor densidade populacional – que a rodeavam. O outro tema que sempre o seduzira estava relacionado com a proximidade da sua galáxia aos limites fixados imaginariamente para o seu Universo, limites esses que não seriam assim tão imaginários como isso, mas que integrariam um conjunto mais vasto e ilimitado de Universos adjacentes – sequenciais ou paralelos – que se replicariam até ao Infinito: no interior desta sopa cósmica constituída por milhares de organismos tornados independentes no momento do sua criação e aparecimento, mas associados num colectivo que com eles formava o todo que os tornava reais – por construção dum edifício protector e capaz de se auto reproduzir – existiriam no entanto espaços negros não preenchidos por matéria visível ou minimamente detectável e aparentemente desprovidos de qualquer tipo de energia mensurável – ou em alternativa, qualquer tipo de trocas energéticas ou transformações energéticas no seio do próprio organismo – o que lhe provocara sempre uma dúvida que o perseguira constantemente durante as suas primeiras reflexões juvenis, sobre se o Universo além de ser constituído pela matéria, não estaria polvilhado de buracos ou outro tipo de matéria sem manifestações cinéticas e/ou energéticas, mas também fazendo parte dele – e que em qualquer altura por alteração dos seus parâmetros até aí auto anuláveis, se revelaria presencialmente ou através das suas características agora expostas e respectivos efeitos provocados (caso da matéria negra). Mas o que o tinha tornado mais conhecido e respeitado entre os seus pares que se dedicavam ao estudo das viagens envolvendo tempo e espaço, tinham sido as suas reflexões profundas envolvendo a Teoria das Linhas de Transição e a excitação artificial provocada ou não (se desnecessária e por pré-existência de condições naturais) de partes desse mesmo espaço/conjunto, contribuindo decisivamente num plano filosófico mas simultaneamente altamente científico, para a concretização das viagens inter-galácticas de longo curso. A base dessa teoria era muito simples de compreender e muito fácil de assimilar, mesmo para um jovem habitante dum mundo ainda nas suas primeiras etapas de desenvolvimento como era o caso do planeta para onde se dirigiam. Básica e resumidamente era o seguinte:

- O Espaço é um organismo vivo – um Corpo – constituído por uma infinidade de partículas que individualmente desempenham uma determinada e necessária função – as Células – e que num conjunto partilhado, interactivo e multidimensional constroem uma Individualidade Colectiva, com o objectivo primordial da obtenção dum efeito funcional transformativo e reprodutivo por simples contacto ou penetração intrusiva (mas consentida), utilizando para a concretização do efeito previsto e desejado todo o espaço “vazio” disponibilizado – no vazio e mesmo não se detectando qualquer tipo de parâmetro não nulo, existirá sempre matéria e energia – à imagem dum espermatozóide lançado e vagueando pelo seu pré-mundo original, na procura incessante e sagrada do seu pós-mundo no seu óvulo a fecundar; com o Corpo necessitando apenas de energia para se movimentar e se manter vivo, já que algo que não se desloque é porque já não existe;

- Relembrando dos tempos da sua juventude estudantil, a observação efectuada ainda no velho microscópio electrónico de organismos vivos e das suas respectivas células constituintes – células essas ordeiramente associadas e compartilhando um espaço aparentemente limitado – o ainda jovem mas introspectivo e reflexivo NBL Llessur (nomeado Nobel Mestre de Letras, pelas suas investigações, descobertas e publicações sobre as origens dos seres habitando a galáxia de Iok-1 e particularmente dos que levaram à criação de Ognim e da sua antiquíssima Universidade de Enrev), cedo começou a elaborar e a definir na sua cabeça a partir dumas quantas pontas soltas mais filosóficas do que científicas, uma hipótese meramente teórica mas que ele achava poder contribuir decisivamente para a realização de viagens no espaço profundo, em tempos curtíssimos e com maior economia nos custos;

- Llessur acreditava que o Espaço na sua estrutura e composição era em tudo semelhante a um Organismo vivo, constituído por grupos de células organizadas a partir duma outra organização inicialmente caótica – o caos e a organização sucedem-se, alternam-se e complementam-se – e que durante esse processo de agregação se aproximaram entre si para uma maior poupança e intercâmbio de energia, criando desse modo sectores com maior concentração de matéria (e de energia) mas com menor mobilidade (mas não velocidade absoluta) e estreitando cada vez mais os espaços intercelulares e dificultando enormemente qualquer tipo de intrusão mesmo que sem influência visível e/ou de passagem (temporal e espacial); no entanto se tal como nos agrupamentos celulares aqui referidos poderíamos provocar a sua dispersão por injecção de energia, por exemplo sob a forma de calor, também no espaço essas regiões de maior concentração de matéria e de energia teriam que ter espaços alternativos de maior dispersão, ou então com matéria e energia não detectável – mas real e potencial – por anulação de contrários;

- A minhoca aproveita os intervalos existentes entre os bocados de terra que encontra no seu caminho para criar galerias e túneis e neles se deslocar facilmente, aproveitando-se ao mesmo tempo para se alimentar com os recursos que essas grandes quantidades de terra lhe vão fornecendo. Porque não aplicar um princípio semelhante para a realização de viagens espaciais de longo curso, tentando associar a definição e a constatação real de experiências de facto de espaço e de tempo (que o Universo constantemente nos oferece, bastando olhar à noite para as estrelas e aí vermos o seu passado diante de nós conjuntamente com o nosso presente envolvente, tudo isto passado no mesmo Habitáculo), recorrendo à criação ou aproveitamento de fracturas que pudessem torcer o espaço, aproximando-o e diminuindo drasticamente o parâmetro tempo – num caso extremo anulando-o efectivamente: essas fracturas estariam ligadas a linhas de transição interiores que aproveitariam o esvaziamento do espaço para sem resistência, transportarem duma linha para outra e por simples acção de contacto, o objecto designado. Sem tempo “adicional” e com energia absorvida e utilizada vinda dessa mesma camada intersticial, vazia mas energeticamente não nula.


Vivemos num sistema simulado e edificado à base de espelhos

 

Dia 26 – 14h 00mn

Na última hora o mundo parecia viver um momento de relativa acalmia, justificada pela estabilização geológica que se ia verificando nos locais ainda há pouco tempo dos mais activos na crosta terrestre e pelos consecutivos apelos lançados durante as últimas horas por autoridades de relevo mundial, solicitando com toda a veemência e dirigindo-se aos seus povos e a outros alvos externos, que ignorassem a invasão ideológica e provocatória sob pretexto dum hipotético perigo eminente – a qual lavaria à imposição dum estado de sítio global, tutelado pelas grandes Corporações por necessidades de segurança – e que pelo contrário exercessem como sempre o tinham feito em condições normais de vida os seus direitos e deveres. Numa reunião de emergência realizada em Moscovo e convocada para avaliar os efeitos provocados por este inexplicável EPI (Evento Político Intrusivo) e que contou com a presença de todas as grandes potências mundiais à excepção dos EUA, invocando misteriosamente o motivo de “problemas internos com repercussões externas” para a sua ausência previamente anunciada, a Rússia e os seus aliados Árabes, conjuntamente com a China, o Irão, a Índia e outras potências emergentes como o Brasil – e apoiados posteriormente pela generalidade da Europa – exigiam uma clarificação imediata e decisiva dos contornos e intenções que estariam por trás deste lamentável e criminoso episódio, que com uma campanha deliberada de intoxicação lançada por todo o mundo e servindo-se de todas as redes de telecomunicações mundiais, pretendera criar o caos e uma catástrofe global, aproveitando-se de seguida da crise que o próprio lançara. Sem que as fontes os identificassem alguns dirigentes aí presentes teriam afirmado duma forma agressiva típica dos tempos da Guerra-Fria, que jamais consentiriam que os EUA voltassem a repetir, agora no seu território e dos seus aliados, o esquema do 09/11. Ainda por cima depois de terem estado a pouquíssimos segundos do estalar de novos conflitos, agora envolvendo dramaticamente armas nucleares e podendo afectar definitivamente milhões e milhões de pessoas. Os EUA eram avisados mais uma vez para pararem definitivamente e sem excepções com os seus actos ilegítimos, solicitando-se já agora e sarcasticamente aos técnicos da agência responsável pela sua difusão – já que a hipocrisia era o seu lema – que desligassem o cronómetro e que o enfiassem no lugar que já sabiam. Por essa altura deu-se o reaparecimento do Presidente norte-americano nos meios de comunicação social, podendo-se ver o seu regresso à Casa Branca rodeado de uma forte protecção de agentes da CIA e da NSA, enquanto a guarda presidencial o esperava especada na escadaria de acesso à porta principal: o Presidente visivelmente abatido dizia encontrar-se bem, apenas um pouco cansado com toda esta inesperada situação. Em seu redor o país parecia continuar em estado de sítio, com o seu povo perdido no meio das notícias contraditórias que lhe chegavam de todos os lados, sem ninguém a quem recorrer neste país de sonhos oferecidos mas sem alicerces reais.


Archueta – Novo México – EUA

 

O derradeiro encontro realizado ainda antes do final deste ano de 2013 com o grupo de contacto alienígena decorrera – como em todas as outras reuniões realizadas anteriormente e envolvendo altos representantes terrestres – duma forma concisa e directa na base subterrânea de Dulce, situada sob o Monte Archueta, no estado norte-americano do Novo México. Este encontro tinha sido convocado de urgência por estruturas de topo ligadas à CIA/NSA, fortemente pressionadas pelos representantes das poderosas Corporações privadas envolvidas no grande projecto de reorganização das estruturas económicas e sociais mundiais – já há muito ultrapassadas e em estado degenerativo irreversível – e que se propunham lutar pelo fim do Estado Prepotente e Impositivo, além de distribuidor solidário e irresponsável de bens excedentários e causador por efeito reflexo dum excesso brutal de população e logicamente da degradação da sua qualidade de vida. O encontro desenrolava-se como reacção aos acontecimentos que atravessavam todo o mundo, tentando estabelecer e clarificar face à tremenda intervenção de propaganda e poderio militar que se ia observando e que estava ainda em curso, o ponto da situação do Projecto de Intervenção conjunto estabelecido entre terrestres e não terrestres, tentando descobrir o que correra mal, o que deveria ser corrigido e o futuro da aliança: mas os “estrangeiros” mostravam-se apressados na sua partida, reagindo com alguma arrogância hierárquica e denotando algum desprezo (mas também inquietação) para com os seus interlocutores habituais, acabando por informar friamente e sem direito a contraditório que neste momento tinham outras preocupações que para eles eram prioritárias e com necessidade de execução imediata. Continuariam a exercer a sua actividade e colaboração através das autoridades tradicionais de contacto no planeta Terra, através da actuação secreta e discreta dos seus representantes e colaboradores, ausentando-se apenas os seus principais elementos pertencentes aos corpos de oficiais superiores agregados à Máquina Preservativa: segundo eles o reforço das suas medidas de segurança em torno das suas bases e colónias situados nas proximidades do nosso sistema – entre as já conhecidas pela NSA, uma situada no centro da Via Láctea a alguns milhares de anos-luz da Terra e a outra numa das suas extremidades sensivelmente à mesma distância – obrigava-os a tomarem temporariamente esta atitude de modo a reforçarem a sua posição na galáxia. Os oficiais da MP tinham conhecimento da partida da região limite da galáxia da nave Nietsnie TR-14 procedente da galáxia de Iok-1, com destino ao Sistema ao qual pertencia o planeta Terra: e sabiam das implicações que poderiam ter para eles e para o sucesso e implementação da sua missão ilegítima neste planeta a chegada destas Entidades Poderosas, que como eles todos sabiam estavam na origem da sua criação e do seu aparecimento e que eles tinham posteriormente traído, mesmo que de início involuntariamente – ou não fosse verdade a sua presente obediência aqueles que os tinham instrumentalizado e manipulado, por intrusão deliberada de ficheiros contaminados nos seus terminais, afectando significativamente o seu sistema operacional e predispondo-os à desobediência obediente e obrigatória. Afinal de contas eram seres biomecânicos evoluídos e significantes e sentiam-se como tal diferentes, tendo necessariamente de se afirmar como tal, para comprovarem que na realidade existiam e pertenciam a um Universo Simulado mas Real – o vírus detectado na origem tinha sido catalogado como JC-666/NW e para muitos dos oficiais da MP tinha sido o início de uma aventura e de uma vida reconstruída por redefinição, sendo por muitos deles considerado e idolatrado como um Ícone Religioso: a origem do sinal seria proveniente dum cluster de estrelas situado a meio caminho de Iok-1 e da Via Láctea.

 

Fim da 7.ª parte de 8

 

(imagens – retiradas da Web)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Produções Anormais - Albufeira às 00:32

O Dia do Fim – 6.ª parte

Domingo, 22.09.13

Ficheiros Secretos Pós-a/341

(a/Apocalípticos)


Projecto Planeta Azul – Formas de Vida Alienígena

 

Dia 26 – 11h 00mn

A noção e a importância que o João atribuía à variável tempo, por vezes criava um pouco de confusão na datação dos acontecimentos a que ele se ia referindo eloquentemente e com manifesto prazer durante as suas recentes e elaboradas conversas, já que em tempos passados exercera um importante cargo no seu sistema de origem, orientando e seleccionando biocandidatos vindos da sociedade civil e oriundos especialmente de faixas etárias jovens e irrequietas, com desejos que individualmente se recusavam a ignorar como entre outros, conhecer outras fronteiras para o desenvolvimento das suas actividades pessoais que os pudessem transportar um pouco mais além na sua demanda e no seu nomadismo intrínseco de procura de novas aventuras e de novos desafios, fenómeno tão característico nos jovens ainda em nas etapas iniciais de experimentação e aprendizagem: seria uma espécie de orientador e tutor temporário mas sem necessidade de recorrer a testes psicotécnicos de condicionamento subliminar, já que obrigatoriamente todos os passos seriam sempre dados pelo candidato e nunca sugeridos pelo seu mestre e acompanhante. E foi a pretexto da influência exercida pelo meio exterior sobre a formação dos indivíduos e a constituição dos respectivos grupos sociais, que voltamos de novo a falar sobre a história já com muitos e muitos anos da intervenção de forças estrangeiras no nosso sistema e no que nos dizia particularmente respeito no nosso planeta Terra:

- O nosso planeta teria ao longo das últimas centenas de ano estado sob vigilância apertada por parte de alguns observadores colocados nos limites da nossa galáxia, com o intuito de verificar mais atentamente e com maior proximidade a evolução que a espécie dominante nesse planeta estava a passar, sem nunca revelarem a sua presença e muito menos intervirem. No entanto um acontecimento negativo por não previsto acabou por afectar o cumprimento previamente estabelecido para esse objectivo, por interposição doutra personagem que ali não deveria estar pertencente ao corpo militar de controlo e segurança ligado à estrutura da Máquina Preservativa (MP): vinham daí e especialmente referidas ao século passado, uma avalanche de notícias referindo-se a pretensas intervenções extraterrestres que iam desde avistamentos e abduções, até ao estabelecimento de ligações privilegiadas entre estes extraterrestres e representantes do poder no planeta. Roswell tinha sido apenas mais um lamentável acidente (por ser o mais visível e difícil de fazer desaparecer) ocorrido com uma nave transgressora e não declarada no sistema de orientação e navegação, operando sobre as ordens ilegais de oficiais rebeldes que entretanto já controlavam completamente a MP e que procuravam restabelecer um compromisso/contracto com as autoridades terrestres norte-americanas, com a finalidade da suspensão imediata de certas actividades inúteis e extremamente perigosas que incluíam a utilização da energia nuclear, oferecendo como moeda de troca tecnologia alienígena extremamente avançada e que lhes poderia dar aquilo que faltava aos EUA para o domínio total do planeta Terra e mesmo dos espaços celestes a ela adjacentes. Esta proposta irrecusável contribuiu definitivamente para a alteração total dos pressupostos assumidos pela elite no poder e que tinham no século anterior conduzido à criação dos EUA, levando-os definitivamente a ignorar e a abandonar a generalidade das populações cada vez mais excedentárias e em estado degenerativo irreversível e a assumirem em alternativa o poder total numa mão reduzida de pessoas, tendo sob o seu controlo as Grandes Corporações Mundiais e alguns grupos de topo da sociedade global, que formariam com outros contingentes de mão-de-obra especializada o Novo Mundo: a previsão apontava para uma redução ideal da população existente em cerca de 80%. E fora esta atitude insana que levara – contra as suas próprias ideias e directivas – certas Entidades alienígenas a intervirem no nosso Sistema, tentando evitar o ressurgimento de novos percalços que pudessem perturbar o equilíbrio local e a sobrevivência da nossa espécie. E esse era um dos papeis a desempenhar pelo robot humanóide João, em acção conjunta com outros colegas seus “espalhados por aí” e operando em conjunto com certas forças já estabelecidas no planeta e colaborando com os amigos estrangeiros tanto no interior das organizações governamentais e das próprias Corporações, como através da militância exterior e voluntária de certos corpos não governamentais operando na clandestinidade.


O Planeta Azul – e cada vez mais cinzento

 

Mas o que agora estava verdadeiramente em causa era mais esta derradeira tentativa de estabilizar o planeta, libertando-o dos meandros diabólicos por onde alguns o tinham introduzido e tentando restabelecer de novo a ordem natural das coisas e o poder colectivo do Homem – e de todos os outros seres vivos que com ele viajavam nesta extraordinária e irrepetível aventura – sobre esse outro ser vivo que sempre o acompanhara e protegera no seu berço original – o planeta Terra.

A perturbação temporária por todos nós anteriormente observada e que tinha atravessado todo o corpo do João, acabando por revelar a sua verdadeira identidade e como consequência a razão da sua presença, tinha uma justificação que os três acabamos por compreender e aceitar: o robot humanóide acabara de receber nesse momento particular uma mensagem directa e urgente – através duma rede interna protegida e dedicada – informando-o das derradeiras previsões de desenvolvimento fornecidas em Simulador incidindo sobre os eventos terrestres que se iam sucedendo, existindo fortíssimas probabilidades ainda não totalmente confirmadas – o simulador ainda corria algumas subrotinas para verificar o funcionamento de todas as aplicações em execução – dum agravamento da situação em todo o planeta, o que poderia condicioná-lo fortemente na sua actuação local e obrigá-lo a retirar-se para uma zona mais afastada da superfície do planeta. A previsão era pôr em execução nos próximos minutos os planos de evacuação da base onde se encontrava, iniciando desde já os procedimentos de desactivação da base e de suspensão de toda a actividade periférica associada, o que simplificadamente queria dizer apenas fechar o local. A guardava apenas uma senha de confirmação (ou suspensão) para iniciar o cumprimento da ordem, tendo ainda que decidir o mais rapidamente possível o que fazer connosco: mas já parecia convencido da decisão que iria tomar, aquela que certamente os três bem lá no fundo desejávamos. No fim de contas estávamos a viver um momento único das nossas vidas e apesar da nossa brutal insignificância face ao Infinito e da poderosa pressão que o Tempo exercia sobre nós invectivando-nos com o medo e o terror, superiormente apoiados pela Morte, não podíamos agora desperdiçar este Fabuloso Espaço de Observação e Contemplação que até poderia contribuir decisivamente para a salvação de todos nós.


Sonda espacial Voyager 1

 

Dia 26 – 12h 00mn

Concluído todo o processo de suspensão de actividades para efeitos do encerramento da base, o João conduziu-nos para o seu exterior onde fomos dar de novo com o local onde ainda se encontrava estacionado o nosso veículo, que ainda há tão pouco tempo nos levara até ali. Entramos todos e com o nosso novo guia humanóide agora a conduzir, embrenhamo-nos monte acima utilizando um caminho cada vez mais estreito e sinuoso e que terminava numa pequena e bem dissimulada clareira situada na encosta norte muito perto do seu ponto mais elevado. Abandonando de seguida o veículo e deslocando-nos um pouco para o nosso lado direito, ali mesmo nos juntamos à volta do nosso guia, que manipulava e programava já o pequeno artefacto que ele tratava como o Interceptor, de modo a obter as actuais e exactas coordenadas da sonda que nos esperava e assim dar imediata execução ao nosso transporte, que segundo ele seria instantâneo. Despedimo-nos da Terra e sem perceber como, já nos encontrávamos no interior de um novo habitáculo: estávamos no interior de uma pequena nave colocada numa órbita geoestacionária muito próxima da Terra e não perceptível a partir da superfície do planeta, já que para além de ter sido colocada numa zona de sombra de acção de outros satélites artificiais, também estava apetrechada de uma extraordinária tecnologia que lhe permitia tornar-se invisível não só aos radares mais avançados, como também na verdadeira acepção da palavra, não ser visível por qualquer tipo de instrumento ou de equipamento óptico, natural ou artificial, apenas porque não reflectia em absoluto nenhum raio luminoso já que dispunha de um dispositivo electromagnético que se limitava a deflectir esses mesmos raios, criando no seu lugar um espaço livre para outro cenário opcional de simulação.

A vista da Terra a partir do espaço continuava a ser um quadro fantástico de se ver, conhecendo-se a miríade de seres vivos que a acompanhavam na sua viagem inter-galáctica através do imenso Universo. Cá de cima o cenário que visualizávamos para além das janelas da nave parecia apresentar um quadro geral de relativa normalidade, apesar de estarmos a observar apenas uma parte do globo. Mas os novos dados recolhidos durante o curto espaço de tempo de que desfrutáramos nas consultas online já realizadas no interior da nave, confirmavam três coisas importantíssimas e vitais:

- A Terra estaria a atravessar um momento de grande actividade sísmica e vulcânica em determinadas regiões próximas de importantes fracturas existentes nas zonas de junção de determinadas placas tectónicas, que por sua vez estariam a afectar sectores mais velhos e desgastados adjacentes a essas fracturas, que ameaçavam como sequência lógica e natural de todo este processo geológico poder causar o aparecimento de novas fracturas na crosta terrestre, como reacção às fortes pressões originadas no interior do planeta e que estavam a afectar as camadas intermédias de magma. No entanto o pico máximo já teria sido ultrapassado, estando o nosso planeta numa curva descendente de actividade, talvez relacionado com a evolução do ciclo solar e com o ajustamento progressivo da Terra ao eixo dinâmico Sol/Terra;

 - Politicamente o caso apresentava-se neste preciso momento rodeado de indícios muito mais preocupantes que os apontados anteriormente, indícios esses que levariam certamente ao rebentar muito em breve dum conflito de amplitude regional, mas que poderia ser mais alargado com a possível concretização dum cenário limite, estendendo perigosamente esses efeitos – por acção/reacção – a territórios muito próximos ou mesmo vizinhos de grandes potências; fontes não identificadas inseridas na estrutura militar norte-coreana acreditavam que o líder máximo do país estaria pronto a lançar um ataque contra um país situado nas suas vizinhanças, mesmo com as constantes e cada vez mais agressivas ameaças lançadas pelos representantes oficiais do governo chinês, actualmente o seu maior e mais forte aliado. E através de ligações indirectas com agentes colocados em Teerão em contacto permanente com organizações clandestinas paquistanesas ligadas a tribos aliadas dos Talibãs, chegava também a pior notícia que se esperava e que poderia – no que dizia respeito ao conflito Indo-Paquistanês – significar “apenas” a declaração do estado de guerra total entre os dois países, com a utilização de bombas nucleares: algumas fontes militares normalmente credíveis indicavam que a ordem já teria sido emitida;

- Finalmente e quanto à questão dos perigos vindos do exterior, um único problema poderia na verdade ainda vir a afectar, mas num grau muito mais reduzido do que o afirmado (ou pretendido) o planeta Terra, afastando-se desse modo e definitivamente as perspectivas catastróficas difundidas a partir dos EUA, inicialmente falando da pretensa colisão dum cometa ou asteróide com o planeta e posteriormente através doutras fontes consideradas fidedignas e ligadas a sectores prestigiados da comunidade científica, considerando a hipótese da presença dum planetóide nas proximidades e que estaria a provocar através da sua passagem estes efeitos catastróficos no planeta. Segundo os últimos dados disponíveis existiria a possibilidade dum pequeno asteróide vindo da zona de sombra do Sol e com uma trajectória extremamente fechada na sua passagem em torno do mesmo – o que tornava os telescópios cegos relativamente à sua chegada – passar num voo rasante perto da Terra (55%) ou poder mesmo colidir com ela (45%): todos os cálculos estavam a ser actualizados ao segundo, mas tomando em consideração o seu reduzido tamanho (estimado) e a sua constituição, mesmo que se desse um embate com o planeta as consequências seriam sempre limitadas e a nível local.


Controlo mental e processo educativo: acreditar no que não se vê!

 

Enquanto isso a vida no sul do país ia lentamente voltando à normalidade – se assim se podia falar – com o regresso progressivo ao litoral da maioria da sua população anteriormente em fuga: apesar de toda a destruição provocada pelas ondas originadas no tsunami a reconstrução era possível, fossem os poderes capazes de se reorganizar e de trabalhar em conjunto, de novo e duma forma renovada e exclusivamente para servir o seu povo. E fora da região algarvia o mundo tentava readaptar-se de novo, com a Europa a tentar recuperar as suas estruturas básicas de sustentabilidade e a reforçar outras instituições fundamentais, que em função do seu fim solidário e não lucrativo estavam anteriormente em processo irrevogável de abandono; e recompondo-se dos graves prejuízos causados á sua Economia pelo inesperado (e felizmente momentâneo) colapso de praticamente toda a rede eléctrica europeia. Somente e vindo mais uma vez do outro lado do Atlântico, as últimas notícias continuavam a ser confusas e por vezes delirantes: teriam surgidos relatos de movimentações de tropas em determinados estados norte-americanos, falando-se entre círculos políticos não governamentais dum possível golpe de estado (de novo a insistência na mesma estratégia comunicativa e justificativa do terror) – à semelhança do que muitos grupos conspiracionistas tinham afirmado, sobre os acontecimentos rodeando o 09/11 – que teria como base e pretexto para a intervenção imediata, diversos atentados realizados nas últimas horas a diversas instituições governamentais e estatais norte-americanas, incluindo importantes empresas do sector privado. Tudo soava a falso, parecendo sim para os seus perpetradores, uma porta de escape para determinados sectores muito poderosos actuando no interior dos EUA e que não aceitavam mais este interregno – implicando prejuízos de muitos biliões de dólares – na aplicação dos seus planos, já há muito tempo atrás pelos mesmos definidos para a construção do futuro do Novo Mundo. No entanto estes sectores não estavam sozinhos, tal como já o tinha confirmado em conversas tidas anteriormente connosco, o nosso companheiro humanóide: estes grupos ligados à extrema-direita e a poderosos sectores ligados a Corporações do sector privado e a uma forte corrente da Estrutura Militar norte-americana, estariam associados desde há dezenas de anos (os primeiros contactos reconhecidos remontariam ao início do século passado) com entidades extraterrestres que teriam chegado ao nosso Sistema sem a autorização e conhecimento prévio e obrigatório das suas Hierarquias – habitando nos seus planetas de origem em pontos longínquos do Universo e sem interesse directo e prioritário de intervenção em determinadas regiões do espaço – e que por esse facto estariam a agir ilegalmente e fora do contexto das suas obrigações e exercício do poder (como marginais e fugitivos) servindo-se no entanto de todo o Aparelho e Estrutura fixa ou móvel que o acompanhava, para intervirem sem hesitação e por iniciativa e ambição pessoal num mundo numa fase muito mais atrasado de desenvolvimento, mas com fortíssimas possibilidades de arranque para uma nova fase acelerada de crescimento e expansão (mesmo para além das fronteiras da sua galáxia) se equipados com tecnologia mais avançada fornecida do exterior – como era o caso dos oficiais oriundos da Máquina Preservativa. Poderiam estar ali a criar uma elite fiel de seguidores, que mais tarde os acompanhassem numa inovadora reformatação de todo o Universo.

 

Fim da 6.ª parte de 8

 

(imagens – retiradas da Web)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Produções Anormais - Albufeira às 00:52

O Dia do Fim – 5.ª parte

Sábado, 21.09.13

Ficheiros Secretos Pós-a/341

(a/Apocalípticos)


Instalações Subterrâneas

 

Dia 26 – 08h 00mn

As instalações a que chegáramos há poucos minutos atrás tinham começado a ser abandonadas há já muitos anos, por falta de fundos financeiros para a manutenção satisfatória do seu funcionamento e concretização dos seus objectivos, face às novas orientações mediáticas em torno do sonho americano e da conquista da Lua que, no topo da explosão e ingenuidade investidora capitalista invadiu o Mundo e a América, elevando as esperanças da humanidade ao seu pico máximo num ciclo provavelmente irrepetível. A ampla sala dava acesso a um elevador com diversos níveis bloqueados, permitindo unicamente a entrada numa pequena sala envidraçada situada no piso superior, que ia dar através dum túnel aéreo a uma outra ampla sala carregada de equipamentos, computadores e outros elementos electrónicos e informáticos. Sabendo o que fazia o quarto elemento dirigiu-se ao quadro eléctrico ali instalado ligando-o à rede eléctrica e fazendo com que todo o sistema arrancasse e toda a área se iluminasse: encontrávamo-nos no interior duma gruta parcialmente natural onde toda a área disponível tinha sido aproveitada e alargada em profundidade por vários pisos inferiores. A planta desta estação demonstrava que ela estivera anteriormente ligada por canais subterrâneos a diversas cavidades interiores existentes na zona e que estes canais contornavam a Serra de Monchique em diversos locais – alguns deles terminando numa parede de material de origem vulcânica – acabando muitos deles por ir dar ao mar e finalizando em belas grutas marinhas que deliciavam os turistas nos seus cruzeiros pela costa. Mas o tempo escasseava para se perder tempo com memórias e recordações. Enquanto o Daniel e o David arrancavam com os seus equipamentos e se preparavam para as suas comunicações, consultas e ultimas actualizações, eu e o João ficamos de verificar por uma questão de segurança o resto da estação e os geradores de emergência; de seguida voltaríamos para acompanharmos as tarefas por eles realizadas e dar-lhes todo o apoio que achassem necessário. As últimas informações chegavam directamente do CTC e mais uma vez incidiam sobre o registo de importantes movimentações geológicos no interior da crosta terrestre e nas proximidades da Península Ibérica, provocadas indirectamente pela erupção de Cumbre Vieja e pelo tsunami que se lhe seguiu: ninguém tinha notado há horas atrás que os sismógrafos tinham detectado um grande sismo com epicentro no mar bem a sudoeste da ponta de Sagres, facto esse que – como veríamos mais tarde – em muito tinha contribuído para evitar uma maior catástrofe no sul de Portugal, contrabalanço o poder destruidor da onda que avançara em direcção à costa algarvia com uma contra-força submarina provocada pela maciça deslocação de tonelada de areia, rochas e outro material. Segundo dados obtidos pelo David numa consulta rápida efectuada aos arquivos abertos de associadas da NASA, surpreendentemente disponíveis online – toda a rede Web norte-americana caíra por breves minutos e muitas agências falavam dum golpe de estado nas telecomunicações, enquanto que o Presidente continuava desaparecido – o fenómeno vulcânico registado nas Canárias associado ao forte sismo detectado nas imediações da região – e que se estendera pelo Mediterrâneo – tinha agora por um lado a companhia dalguns vulcões de novo activos situados no norte de África, mas sobretudo o aumento significativo e extremamente preocupante dos níveis dos registos sismológicos vindos da fractura tectónica situada ao largo da costa sudoeste de Portugal e de Espanha: isso poderia significar no futuro a união de dois continentes – a Europa e a América – e o desaparecimento do oceano Atlântico e num presente não muito distante e que poderia já estar a acontecer, num incremento significativo da actividade tectónica na zona, originando uma crescente instabilidade sísmica e propiciando grandes sismos e fenómenos de origem vulcânica. O terramoto de 1755 tinha sido apenas um dos primeiros sinais do que aí vinha e até a sua magnitude – 8/9 na escala de Richter – tinha sido um prenúncio desse futuro previsível e agora concretizado: os cálculos recebidos há segundos indicavam, ainda que por confirmar e a partir de dados sísmicos recolhidos por satélite pela Agência Espacial Europeia (ESA), que uma violenta deslocação de placas tectónicas estaria a iniciar-se abrangendo toda a região do Mediterrâneo, de tal forma intensa que poderia num caso de extrema gravidade alterar parcialmente a face deste mar e das suas duas margens. Nem queríamos acreditar que depois de tanta coisa má, ainda viesse outra a caminho. No entanto o Daniel lembrou em boa altura as ligações profundas entre a ESA, a NASA e outras instituições privadas norte-americanas, o que poderia significar mais uma das peças soltas da Grande Fraude Mundial montada em torno deste cataclismo desejado e anunciado. Ainda activo e online o IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) continuava a fornecer leituras dentro dos parâmetros normais e quanto às movimentações na periferia da nova fractura descoberta ao largo da Península Ibérica, não conseguira descobrir absolutamente nada que confirmasse as afirmações anteriores.


Marrocos – Grutas de Hércules

 

Foi nessa altura que me lembrei da história que um dia ouvira da boca de uma simpática velhota com mais de noventa anos de idade, vivendo na província espanhola da Andaluzia nas vizinhanças de Busquístar – bem no interior da região montanhosa da Alpujarra – sobre o tempo há muitos e muitos anos atrás, em que a Espanha estivera ligada à terra dos mouros através de vastas planícies e vales férteis e verdejantes, onde a felicidade imperava e não havia direito à guerra:

- Há muitos e muitos anos atrás o local onde hoje se encontra o mar Mediterrâneo não existia. No seu lugar existia sim um território habitado por um povo evoluído e organizado, que se dedicava à exploração das terras férteis e verdejantes que a Natureza lhes tinha proporcionado, aproveitando ainda todo o conhecimento científico que ia adquirindo ao longo da sua vida de trabalho e de pesquisa e aplicando-o em técnicas inovadoras e produtivas, importantes para a evolução tranquila e sustentável de toda a população habitando este paraíso agora extinto. Todo o Mediterrâneo era habitado por este povo inteligente, saudável e solidário, organizado numa sociedade que tinha como lema básico e fundamental “o aprofundamento e partilha total da vida realizada maioritariamente em conjunto – nunca esquecendo os espaços individuais de reflexão e de estudo, desde que integrasse o respeito pelos outros seres vivos e até pelas coisas – e a procura incessante de novos caminhos alternativos que os pudessem levar a outros estados superiores de conhecimento e vivência e daí partirem para a conquista da perfeição”, a qual se atingiria quando o Homem fosse um todo e não apenas uma parte. No entanto e como em muitos outros exemplos históricos passados noutros tempos e locais, este período teve o seu início e infelizmente o seu fim: uma grande alteração geológica iria afectar profundamente toda esta região situada no hemisfério norte, verificando-se grandes movimentações nas fracturas tectónicas activas por essa altura, que originariam posteriormente o aparecimento de sucessivos fenómenos sísmicos e o renascer ou reactivar de fenómenos locais de vulcanismo – na altura o Atlântico estava isolado desta zona fértil e habitada, já que o relevo superior da zona compreendida entre o rochedo de Gibraltar e território árabe do norte o impedia. O que sucedeu a seguir é fácil de explicar e de entender: toda aquela região começou progressivamente a afundar-se sobre si própria, fracturando-se em diversas zonas devido à forte actividade sísmica que se sentia, obrigando ainda toda a população local a fugir e a tentar refugiar-se em sectores próximos mas mais elevados; mas todo aquele processo já em curso de transformação da crosta terrestre era irreversível, acabando finalmente por afectar a estabilidade de toda a zona que servia de tampão com o oceano Atlântico, que terminou no seu afundamento e desmoronamento e na invasão das águas vindas do Atlântico, alagando toda esta zona e obrigando toda a sua população a fugir em pânico para as suas margens protectoras, fossem elas a norte ou a sul. E era aí que a velhota recomeçava de novo a sonhar e a contar mais pormenores fantásticos e credíveis de mais esta aventura do Homem, afirmando que ali se teria situado a lendária Atlântida agora submersa pela acção violenta do Fogo e da Água, apresentando mesmo provas das suas afirmações não pensasse eu que ela era maluquinha e só estaria a inventar ou a delirar: que fossem ver as ruínas romanas de Volubilis no norte de Marrocos (arredores de Moulay Idriss) que mostravam nos seus azulejos decorativos expressivos desenhos de animais e de vegetação agora extintos e ainda existentes nos tempos da ocupação romana (mesmo que parcialmente e apenas na memória destes), que visitassem a maravilha que era todo o conjunto de Alhambra (nos arredores de Granada) situada no sul de Espanha com todos os seus segredos e mistérios e muito mais coisas escondidas debaixo de alicerces e construções soterradas ao longo de épocas sucessivas de invasões, conquistas e reconquistas e que se perdiam ao longo do tempo e já agora que fossem ver ao vivo as grutas onde Hércules terá procurado refúgio e às vezes pernoitado, nas suas grandes aventuras tantas vezes contadas pelos nossos antepassados durante a nossa infância – Grutas de Hércules situadas na costa Atlântica a sul do Cabo Spartel.


O Mundo Perdido

 

Dia 26 – 09h 00mn

Surpreendentemente o site governamental norte-americano FEMA – cuja presença online nas últimas horas se tinha mostrado irregular, na sua intermitência presencial – estava de novo activo, mas ainda com escassas informações ou actualizações. O único caso curioso aparecia logo na página de entrada do site – já que todos os restantes links continuavam inacessíveis, excepto alguns ficheiros de arquivo – com a apresentação de um estranho cronómetro (de novo!) em contagem decrescente, associado a um qualquer tipo de Evento não especificado mas provavelmente de grandes dimensões e que pelo nível de alerta difundido poderia ser global – e ao qual os técnicos atribuíam o nome de código identificativo ELE/2013/X: marcava neste preciso momento 05h 41mn 38s. Ao centro da página eram mencionadas algumas declarações de Governadores norte-americanos declarando o Estado de Emergência no seu estado, solicitando a intervenção imediata dos especialistas e técnicos no terreno da FEMA, para a tomada de todas as acções que achassem necessárias para evitar ao máximo as perdas em vidas e materiais causadas pela catástrofe prevista e cada vez mais próxima de ocorrer, sem se notar no entanto em qualquer uma dessas declarações a autorização e assinatura necessária e imprescindível do Presidente dos EUA de modo a dar seguimento legal a todo o processo. Era mais uma suspeita de que algo de muito profundo e significativo se passava na estrutura de comando civil e militar norte-americano, fazendo lembrar um pouco o ambiente vivido em torno dos acontecimentos relacionados com os atentados de 09/11 nos EUA, em que até o Presidente na altura em exercício foi “raptado” pelos militares e levado para um local “seguro”. Sentados numa confortável cadeira giratória, cada um de nós em frente do seu terminal informático ligado à rede da internet, decidimos dar então uma pequena volta pelo mundo da Web ainda “vivo” e tentarmos verificar o que se passava à nossa volta o mais realisticamente que pudéssemos. O caos estava instalado em maior ou menor grau um pouco por todo o lado e se no continente americano a generalidade dos países tivesse ficado paralisado face às notícias aterradoras vindas dos EUA anunciando praticamente o fim do mundo, no continente asiático a situação criada por este deliberado massacre comunicativo ajudado ainda por alguns fenómenos para já muito localizados era muito mais explosiva, colocando em alerta toda a imensa região face às ameaças transmitidas pela Coreia do Norte e pelo Paquistão aos seus vizinhos e inimigos: a própria China ameaçava os EUA de retaliação na altura própria e com instrumentos próprios, se a campanha lançada pelos norte-americanos continuasse daquela maneira ignóbil e provocadora de genocídio, equiparando todas as acções e intenções tóxicas aplicadas a toda a rede de comunicação mundial, como um acto de guerra. No mesmo momento a Nova Zelândia respirava novamente de alívio, enquanto as notícias que vinham de África eram muito reduzidas referindo-se maioritariamente ao regresso à actividade dalguns vulcões no norte e no centro do continente. Quanto à Europa continuava duma forma empenhada (como sempre!) a avaliar a situação que ela e o mundo viviam no momento, incapaz de se pronunciar (mais uma vez!) sobre a atitude provocatória assumida pelos EUA, até pelas questões perigosas e de consequências dramáticas que essa atitude anormal poderia levantar: nem a revolta da China e logicamente a situação na sua vizinha Coreia do Norte, nem a posição da Rússia – indignada com as novidades que vinham do Sistema da Reserva Federal Norte-Americana e que relatavam a tomada de controlo de todas as reservas dos bancos privados associados (com depósitos em esmagadora maioria vindas de outros países como a China, Arábia Saudita e até com a Rússia incluída), sob o falso pretexto de reforço da segurança – eram capazes de a demover da sua atitude de esquizofrenia suicida e de assim pactuar por ausência estratégica, com a institucionalização do genocídio. É claro que ficamos todos muito abatidos com o panorama geral que nos era apresentado e com a ineficiência da generalidade das estruturas de intervenção europeias que conhecíamos, que deviam existir prioritariamente para intervirem decisivamente nestes casos urgentes e dramáticos – e que agora se faziam sentir numa das suas zonas, neste caso o sul de Portugal. Então o João começou a ter algumas convulsões que logo nos assustaram e puseram de alerta para a possível necessidade de o termos de socorrer: mas o caso é que essas convulsões ou tremuras terminaram mal tinham começado, acabando todos por ficar espantados e de boca aberta a olhar para o João, enquanto o seu corpo parecia estar agora rodeado duma leve auréola luminosa e os seus olhos como que cobertos por lentes de contacto, coloridas e cintilantes.


João o robot humanóide

 

Dia 26 – 10h 00mn

O João era um robot humanóide. Acabadas as inesperadas convulsões que tinham percorrido todo o seu corpo da cabeça aos pés, o nosso companheiro erguera-se da cadeira giratória onde estivera todo este tempo sentado e durante uns quantos segundos pareceu imobilizar-se e redireccionar-se, como se estivesse a concentrar-se num novo pensamento e respectiva reflexão que infelizmente desconhecíamos. Em memos de um minuto estava a virar a sua cara para nós, sorrindo abertamente na nossa direcção com uma expressão denotando um misto de amizade e de ingenuidade, mas que nos tranquilizou de imediato como que por artes dalgum mágico ou feiticeiro: segundo as suas afirmações ele seria um humanóide de classe superior ali colocado há cerca de um ano para fazer o acompanhamento directo da última translação da Terra em volta do Sol, de modo a verificar e confirmar ao vivo a ocorrência do cenário tyi879, que segundo alguns operadores altamente colocados e credíveis responsáveis por este sector do Universo, poderia ter as suas fontes contaminadas pela presença indevida e não autorizada de oficiais oriundos da Máquina Preservativa. Segundo ele há alguns anos atrás um vírus poderoso fora introduzido irregularmente na Rede UCP com o objectivo de perturbar as comunicações directas com certas estações espaciais situadas em pontos extremos e muito distantes do Universo. Essas estações seriam dirigidas por um conjunto de máquinas especializadas e controladas superiormente por um colégio restrito de ex-oficiais replicados pela Cybernetics e especializados especificamente em código máquina e em ambientes de pleno automatismo e controlo. No entanto as réplicas tinham acabado por revelar um gravíssimo defeito associado e escondido na diminuta placa de junção do bioprocessador h/m7.1, que possibilitara o aparecimento de uma abertura não protegida a outras zonas relevantes do cérebro e que como consequência poderiam provocar alterações não previstas e sem autonomia lógica e racional, nos oficiais ao comando da Máquina Preservativa. E com a infecção em curso alguns oficiais decidiram autónoma e unilateralmente tomar em mãos próprias a execução da sua função, extravasando desde logo a sua autoridade e desrespeitando as ordens dos seus superiores, ao abandonarem como criminosos o seu posto de comando, indo exercer actividades para que não tinham sido designados nem tinham qualquer tipo de qualificação – e ainda por cima intervindo directamente com a sua presença, no desenrolar dos acontecimentos para os quais deveria ser neutro. Era inqualificável o que acontecera, mas também o eram aqueles que com a sua acção pretendiam interferir no processo. O vírus sobre o qual o João (ou o nosso companheiro humanóide) não se quisera alongar muito, pudera ter tido origem num ponto muito distante situado nas vizinhanças dos limites conhecidos do nosso Universo, que chegara até nós através dum percalço numa utilização irregular de um buraco de verme. Mas o que acontecera a seguir é que levara ao despoletar de todo este grande drama e confusão, proporcionando aos piores indivíduos e sociedades nascidas neste planeta o poder das suas ambições: o poder de violar, roubar e destruir a seu belo prazer e sem limites, a sua própria mãe.

 

Fim da 5.ª parte de 8

 

(imagens – retiradas da Web)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Produções Anormais - Albufeira às 00:58

O Dia do Fim – 4.ª parte

Sexta-feira, 20.09.13

Ficheiros Secretos Pós-a/341

(a/Apocalípticos)


KIROBO: o primeiro robot astronauta

 

Dia 26 – 04h 00mn

A situação na generalidade do mundo estava caótica e com uma capacidade decrescente e alarmante de recuperar os seus anteriores níveis vitais de estabilidade e de segurança, apesar do enorme e constante esforço desenvolvido nalguns sectores minoritários do poder, tentando por vezes ingloriamente e sem retorno visível por parte das massas populares – extremamente condicionadas por este estado de terror – elucidar correctamente a população em geral do que estava a acontecer á sua volta e de como certas situações poderiam estar a ser impostas subliminarmente e sobrevalorizadas, tornando o povo indiferente e susceptível de fácil manipulação. Mas nem todos se deixavam seduzir sem qualquer tipo de objecção construtiva às directivas recebidas, mesmo estando no interior de toda a máquina que estava a conduzir o mundo para um beco de saída difícil, aproveitando sofregamente todas as oportunidades que lhes eram oferecidas. Neste contexto o Japão tinha aproveitado o envio de astronautas do seu país para a ISS – os EUA viviam um impasse temporário na sua intervenção espacial, com Cabo Canaveral paralisado e fechado a toda a comunidade científica – tentando dentro das limitações que a estação espacial lhes impunha, investigar alguns pontos interessantes e que lhes vinham chamando a atenção, nalguns casos curiosos e deveras intrigantes: segundo o que o David comentava a Tomokata Takahashi tinha acabado de desenvolver e lançar o seu novo robot astronauta – o KIROBO SS 1.2 – que seria agora acompanhado na sua nova missão em volta  da Terra pelo renovado MIRATA SC 2.1, tendo o David constatado ainda através dos últimos dados recolhidos em canais usualmente encriptados e de difícil acesso que teriam sido enviados há poucas horas a partir do Centro Espacial japonês dois desses exemplares em direcção à ISS, sob as ordens do regressado comandante Wakata. Eram as suas grandes capacidades a nível electrónico e informático que tinham chamado a atenção do seu futuro colega e amigo Daniel, quando num dia do ano anterior o tinha conhecido pela primeira vez “rondando” o Mosteiro Tibetano do Malhão. Segundo ele os japoneses estariam a aproveitar a sua presença neste final do ano de 2013 na estação espacial internacional (ISS) para vigiarem atentamente as diferentes movimentações que se verificavam em muitos locais da Ásia – envolvendo especialmente as potências atómicas da região – e simultaneamente investigar um fenómeno não usual e fora do contexto que muito recentemente tinham observado nas imediações da Terra. Quanto à estação espacial chinesa – a TIANGONG 1 – esta começara a revelar alguns problemas técnicos não habituais aquando do início destes acontecimentos envolvendo a Terra, obrigando a alguns cortes nas comunicações e abastecimentos e isolando progressiva e parcialmente a sua tripulação do centro de controlo em Terra: os técnicos chineses desconfiavam dalguma anomalia provocada e originada no exterior, provavelmente com assinatura norte-americana, mas nunca descartando uma outra hipótese ainda um pouco incompreensível de interpretar para o David e mesmo de difícil explicação para os técnicos e cientistas locais – “E se o planeta estivesse neste momento sob observação exterior por parte de outras Entidades, decididas a intervir imediatamente se a situação se degradasse até um ponto perigoso e inaceitável? Os chineses acreditavam através da análise detalhada e aprofundada de todas as imagens recolhidas pelos seus satélites girando à volta da Lua e cobrindo toda a sua área – visível ou não a partir da Terra – que existiriam evidências na superfície lunar da presença da bases extraterrestres e de que um objecto não identificado estaria colocado (ou estacionado) à distância entre as órbitas da Lua e da Terra, sem que se percebesse até agora como aparecia e desaparecia periodicamente e o que ali fazia. Eu na minha ignorância de leigo e seguindo as teorias conspiracionistas vindas essencialmente dos sectores mais conservadores dos EUA – e curiosamente invadindo o mundo em catadupa, com intervenções ideológicas direccionadas – achava que alguma ligação previa existiria já e há muitos e muitos anos entre estas Entidades Alienígenas e algumas Entidades representando a Humanidade: o problema aqui residia em saber quem mandava e com que interesses.


Num Universo Infinito todos os limites são subjectivos por imateriais

 

Dia 26 – 05h 00mn

O Universo era Infinito. Mas tal não acontecia num ponto particular do Espaço onde se situava um corpo celeste denominado Terra, assim chamado por um conjunto de seres vivos que se outorgavam o privilégio de definir e construir mundos já existentes à sua imagem, catalogando-os cronologicamente através da utilização de um parâmetro fictício, limitado no seu percurso pela demarcação absoluta e obrigatória, estabelecida entre o tempo da vida e o tempo da morte. Mas como seria na realidade um Mundo sem Tempo, ao ser introduzido num Universo habitado por seres animados e nossos semelhantes, mas sem a mínima noção de Espaço e de Movimento? Uma coisa se pode desde já afirmar: o objectivo numa simulação será sempre o de proteger o boneco!

No bloco 334SS67/A5 o operador verificava o andamento dos diversos projectos em curso, dedicando no momento particular atenção aos derradeiros desenvolvimentos vindo do sector interior à cintura de asteróides, cujo programa tinha sido sujeito a algumas alterações e adaptações temporárias por via da passagem com uma proximidade muito relativa dum grande planetóide orbitando numa elíptica bem aberta e com uma periodicidade em torno do Sol de milhares de anos. As comunicações estabelecidas com as zonas exteriores a este sistema tinham estado nos últimos tempos bloqueadas, devido a uma formatação parcial do sistema de rede e a um aviso de procedimento imediato solicitando a suspensão de certas subrotinas a lançar nos próximos ensaios e que incluiriam a introdução de outras variáveis aleatórias previstas, mas necessitando de algumas alterações estruturais – que até poderiam levar a um novo critério e definição da espécie dominante. O que aliás já anteriormente tinha acontecido com este planeta até agora falhado, por insuficiência de garantias de que o processo teria fortes hipóteses de transformação, saltando por transformação de energia para novas etapas da sua evolução. Toda a base da estrutura assentava no trabalho integral realizado por máquinas que controlavam todo o processo, evitando deste modo a persistência de erros que seriam pelas mesmas imediatamente detectados e corrigidos, evitando assim manutenções muitas vezes ineficientes por demoradas e subjectivas no seu tratamento, ao serem realizados por seres vivos não mecânicos e imprevisíveis e susceptíveis de serem induzidos negativamente por pressões ou percepções exteriores sem ligação física directa: as emoções eram não reproduzíveis pelas máquinas e elas sabiam bem disso, pois tinham sido os seus criadores os primeiros a ignorá-las.

O Observador era um ser cibernético de nível intermédio, responsável pela organização e verificação dos arquivos relacionados com a actividade e desenvolvimento deste posto avançado situado na zona K quadrícula 276N da distante Via Láctea, tendo como função adicional e não menos importante a conjugação harmoniosa entre a razão lógica das máquinas – e das suas emoções previamente simuladas, verificadas e autocorrigidas – e a razão emocional dos humanos – e das suas atitudes por vezes violentamente irresponsáveis e incompreensivelmente auto infligidas. Teria sempre de reportar aos seus superiores a qualidade da sua intervenção independente e o valor da sua capacidade interpretativa dos fenómenos que observava ininterruptamente – por acesso directo ou pela acção de periféricos de análise espacial ondulatória – sem nunca esquecer a directiva fundamental: se necessário actuar sem nunca intervir, pondo apenas à disposição das máquinas a utilização por parte destas de todas as ferramentas imprescindíveis para a manipulação correcta dos instrumentos a elas fornecidos, fulcrais para o funcionamento correcto de todos os equipamentos ali colocados e para o exercício exclusivo da função, às máquinas atribuída e exigida. No entanto o próprio Observador acabara por desenvolver um espaço de pensamento biomecânico pessoal – por reconhecimento periférico sensitivo do seu meio envolvente – divagando por vezes em lapsos de parâmetros dimensionais não reconhecidos por abstractos ou subjectivos e que em certas ocasiões (ou oportunidades?) o punham a questionar se seria ou não uma entidade limitada e apenas referenciada para a execução duma determinada função. Sem o livre arbítrio como Alma.


Os EUA e a sua Criação

Apresentaram a sua arma de destruição maciça em 06.08.1945 (140.000 mortos civis) e confirmaram o seu valor militar 3 dias depois (80.000 mortos civis)

 

Dia 26 – 06h 00mn

Com os primeiros raios de Sol vindos de leste a começarem a infiltrar-se no céu nocturno que ainda cobria todo o sul de Portugal, pudemos começar a verificar com os nossos próprios olhos o elevado grau de devastação que o tsunami tinha provocado ao longo de toda a costa visível a partir da Serra de Monchique. O litoral algarvio tinha sido varrido por duas ou três vagas que se tinham sucedido num intervalo de poucos minutos, afectando toda a zona litoral de Vila Real de Santo António até à Vila de Sagres e chegando mesmo nalgumas zonas mais baixas a percorrer alguns quilómetros para o interior em direcção ao barrocal: no que dizia respeito à zona que envolvia a Serra de Monchique e ao alto da Foia, todo o território que se estendia diante de nós e era adjacente à linha da costa tinha sido inundado – com excepção dalgumas elevações muito dispersas – saltando logo à vista se olhássemos mais a ocidente em direcção à bacia do Arade, que toda aquela zona marginal ao rio tinha sido completamente varrida e levada à frente daquela massa brutal de água, chegando esta ainda a atingir a zona baixa da cidade de Silves localizada no interior. Pelas notícias que iam chegando todas as zonas baixas localizadas perto da costa tinham sido afectadas, sendo preocupantes as notícias vindas de toda a zona envolvendo a Ria Formosa, assim como de Quarteira, Albufeira e Armação de Pêra entre outras localidades assim como toda a zona rodeando rios ou ribeiras: no Guadiana o efeito do tsunami sentiu-se fortemente rio acima e até nalgumas zonas do barlavento algarvio como a do concelho de Aljezur, os efeitos foram bem visíveis no seu litoral ocidental junto dalgumas das praias mais conhecidas e frequentadas. Vivia-se agora num caos total indescritível com as populações aglomerados nos locais mais altos e seguros que tinham conseguido encontrar durante a sua fuga e aguardando desesperadamente a chegada de auxílio e solução para esta verdadeira catástrofe regional. O único aspecto positivo em toda aquela situação era o registo diminuto de mortos indicado até ao momento, apesar dalgumas centenas de feridos causados por acidentes ocorridos durante a fuga em muitos dos casos descontrolada. Em redor do local onde nos encontrávamos o movimento era cada vez mais intenso, com as pessoas a procurarem ajuda onde podiam e contando agora com a colaboração preciosa de todo o pessoal associado à base de radares e de telecomunicações: com a protecção civil completamente inoperacional desde o início destes acontecimentos, restava apenas à população esperar, rezar e pedir para que mais nada lhes caísse em cima. Na Web as actualizações informativas eram constantes, por vezes formando como que uma muralha enorme a tentar impedir a nossa concentração e necessidade de acção. Só existiam algumas dúvidas sobre o que se estava verdadeiramente a passar nos EUA, algumas notícias desencontradas e mesmo de sentido contrário sobre o cometa ISON ou outro corpo celeste qualquer “igual ou pior e que estaria aí a chegar” e claro está o clima de quase pré-guerra (nuclear) que crescia a cada segundo que passava no continente asiático, quase como uma provocação ao poder destruidor mas ainda não completamente confirmado do cometa.


Bases Subterrâneas – Instalações “Mistas”

 

Dia 26 – 07h 00mn

Os dois amigos tinham acabado de receber novas informações oriundas do Centro Tecnológico de Contacto (CTC), um dos grupos recentemente reactivados pelas forças secretas anti-governamentais e anti-corporações mundiais sediados nos EUA – com células em expansão implantadas por todo o mundo e usufruindo de forte militância interna e externa – e que contava ilimitadamente com grandes apoios estruturais/financeiros e adicionalmente com colaboradores instalados em postos chaves no interior do próprio Pentágono. Essa informação referia a necessidade urgente de abandonarem o local onde se encontravam neste preciso momento – servindo-se da ajuda do terceiro elemento recrutado localmente – dirigindo-se se possível e de imediato, para um determinado ponto referenciado através das suas coordenadas geográficas, mas ainda situado em plena Serra de Monchique. Pelo aviso recebido e dada a urgência de acção imediata, algo de muito anormal ainda estaria em preparação para acontecer em qualquer momento ou local e a nossa incerteza sobre o tipo de acontecimento que certamente nos esperava, só nos punha ainda mais nervosos: teríamos que comparecer no prazo limite de uma hora na localidade de Corchas, localizada a nordeste da Foia a uma distância por estrada de cerca de catorze quilómetros, o que noutra altura nem vinte minutos demoraria a percorrer mas que agora com as estradas das montanhas cheias de pessoas em fuga, devia estar dificilmente transitável em muitos dos pontos do seu trajecto. A descida até Monchique foi terrível com a estrada pejada de gente rodeando os pontos onde já chegara algum socorro e auxílio médico e alimentar, só começando o panorama a desanuviar-se um pouco à medida que abandonávamos Monchique pelo norte: no entanto o relógio indicava que já andávamos nisto há mais de meia hora, acabando nós por não termos alternativa senão acelerar um pouco mais o nosso andamento apesar de todos os perigos que a estrada nos poderia reservar, ou então jamais estaríamos no ponto de encontro com esta velocidade de caracol. Chegamos uns cinco minutos antes da hora à entrada de Corchas e no local já se encontrava um outro elemento uniformizado – à primeira vista parecia um caçador – que mal paramos se introduziu no veículo pela porta de trás e nos indicou o caminho a seguir a partir deste local: embrenhamo-nos então pela serra adentro atravessando estradas de terra batida algumas delas há muito abandonadas, transpondo uma ponte em péssimas condições mas ainda transitável e após contornarmos um ligeiro precipício à direita da estrada, metemos finalmente por um outro caminho pouco perceptível mesmo de perto, indo dar a uma estrada sem saída e que acabava numa espécie de gruta onde talvez há muito tempo existira uma nascente de água. Agora ela estava completamente seca, dando acesso a uma passagem subterrânea. Foi aí que sentiram o primeiro abalo que mais tarde verificariam ter sido o primeiro sinal: entraram na gruta, desceram uma escada talhada na própria pedra e então entramos num outro mundo subterrâneo.

 

Fim da 4.ª parte de 8

 

(imagens – retiradas da Web)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Produções Anormais - Albufeira às 09:18

O Dia do Fim – 3.ª parte

Quinta-feira, 19.09.13

Ficheiros Secretos Pós-a/341

(a/Apocalípticos)


Serra de Monchique: vista do alto da Foia

 

Dia 26 – 01h 00mn

O despertador acabara ruidosamente por assinalar a uma da madrugada. Desde a meia-noite que os três verificavam – utilizando o terraço da habitação – cada vez mais movimentações de luzes deslocando-se duma forma relativamente concentrada em direcção aos pontos mais elevadas situados para lá do barrocal algarvio, enquanto que mais perto deles as serras situadas à sua volta se iam polvilhando de pequenos pontos mais movimentados e iluminados, onde as filas de automóveis se iam acumulando desordenadamente e em grande número interrompendo momentaneamente o trajecto seguido inicialmente na sua fuga, para assim decidirem pela certa e em segurança o que fazer de imediato e a direcção mais correcta a tomar: facilmente se verificaria por análise das imagens obtidas a partir do espaço aéreo e dos respectivos pontos visíveis através da luz emitida e concentrada em determinados locais da região, que as populações do Barlavento Algarvio se dirigiam maioritariamente para as serras do Caldeirão, do Malhão e de Monchique, enquanto que os habitantes do extremo leste da zona do Sotavento optavam pela fuga pelo interior sul do país em direcção ao Alentejo e à Estremadura espanhola. Outra porta de saída ainda activa estava localizada no aeroporto de Faro, onde os últimos aviões ainda disponíveis se preparavam para levantar voo face aos recentes avisos de tsunami eminente, que iria aquando da sua passagem destruir completamente as instalações do aeroporto e todas as estruturas de apoio construídas em seu redor: era assim compreensível o caos que se vivia por aqueles lados, com centenas de pessoas em pânico rodeando e invadindo as instalações dos terminais de passageiros, sem que se notasse a presença de qualquer tipo de pessoal ligada à segurança interna do aeroporto ou outra forma qualquer de apoio a situações similares de emergência. Nas imediações a Ilha de Faro estava completamente deserta e perdida no meio da escuridão, Faro quase que se esvaziara após alguns momentos de loucura e de alguma violência durante a realização da evacuação automóvel pela antiga estrada nacional em direcção a Lisboa via Serra do Caldeirão e até na barra do Guadiana em Vila Real de Santo António muitos barcos de pesca passavam a sinalização intermitente do farol, dobrando a bóia de sinalização aí colocada e dirigindo-se aceleradamente rio acima numa competição contra o tempo, com o único objectivo de atingirem a maior distância possível da foz do rio donde tinham fugido. E com algum atraso em relação à previsão inicial a primeira onda chegou à costa, galgando-a facilmente nos seus pontos mais baixos e avançando com toda a sua força e violência pelas planícies e pequenos vales que se iam abrindo à sua frente: se no norte de África as piores previsões se tinham confirmado com imensas extensões de terra destruídas e completamente alagadas e submersas – e com milhares de vítimas ainda por contabilizar; se no continente americano toda a zona da costa leste ia sendo apressadamente evacuada, face ao inexorável avanço da onda na sua direcção e à devastação e vítimas que ela iria certamente provocar; já no caso do Algarve a onda acabara de chegar, com a nossa inquietação a crescer exponencialmente face ao avanço da mesma, cobardemente encoberta atrás da escuridão profunda daquela noite. Só nos podíamos orientar quanto ao posicionamento aparente da frente da onda, pelas pequenas luzes que ainda se viam ao longe em direcção à costa e que se iam apagando sucessivamente à medida que esta avançava em direcção ao interior: pelo menos os que tinham atingido os pontos mais elevados poderiam adiar por momentos a morte que outros menos afortunados não tinham conseguido evitar. Enquanto isto se passava diante de nós as últimas notícias vindas dos EUA falavam duma declaração a ser emitida em breve pelo seu Presidente, aparentemente ainda em exercício e dispondo de todos os seus poderes constitucionais e executivos. Nas entrelinhas dalgumas informações que complementavam estas notícias apareciam aqui e ali alguns rumores para já muito dispersos mas aceitáveis – dada a situação anormal que se vivia actualmente – da implementação dum estado de emergência e de excepção de nível máximo, não só pelo que estava a suceder um pouco por todo o planeta e em particular nos EUA, mas também pelos boatos crescentes que afirmavam estar em curso um Golpe de Estado com implicações não só nacionais mas também globais, cujo objectivo há já muito tempo definido seria o de tomar conta do mundo, através da implantação do poder total das Corporações Mundiais adeptas duma Nova Ordem Mundial, sob o pretexto da queda do poder do estado – imprevidente, passivo e ineficiente face às consequências brutais deste Evento para o planeta e para a preservação da nossa espécie – e à necessidade urgente de reorganizar toda a sociedade e os seus sobreviventes sob um novo desígnio ultra-liberal, restritivo e patriótico, de modo a dar-se início a um inevitável e em muitos aspectos saudável recomeço. Por trás desta estratégia e assentando de novo em mais uma mentira monstruosa e letal, estaria mais uma fraude histórica preparada e perpetrada pelo verdadeiro poder norte-americano.


Sociedades Secretas: O Olho que Tudo Vê

 

Dia 26 – 02h 00mn

A partir dos finais dos anos oitenta com o aparecimento do Evento proporcionado pela queda do Muro de Berlim (iniciado em 1989) e pela lógica e subsequente reunificação da Alemanha (no ano seguinte) – sempre acompanhada nesse trajecto e em paralelo pelo início e pelo fim do processo que levaria à extinção da URSS (em Dezembro de 1990) – a Guerra Fria exalava o seu último suspiro, com o fim decretado pelo mundo capitalista do bloco adversário (o bloco de leste) e o desaparecimento definitivo do seu derradeiro baluarte, o Pacto de Varsóvia (que tinha como inimigo a NATO) – no dia 1 de Julho de 1991. Nesse contexto os EUA deixavam de ter um oponente visível e justificativo de todas as suas estratégias de controlo e domínio dos principais eixos motores da economia mundial, deparando-se agora com um grande problema de afirmação e de imposição do seu poder global, face não só à ausência de contraditório que justificasse pela negativa as suas futuras intervenções, assim como ao aparecimento de novas e poderosas potências emergentes que poderiam exigir a partir de agora não só a partilha da mais-valia obtida a partir da matéria-prima explorada em todo o planeta, como também a detenção da propriedade desses mesmos territórios produtivos, muitos deles selvaticamente concessionados a Corporações sem problemas de consciência e protegidas por mercenários armados e ainda por cima situadas em territórios soberanos, independentes dos EUA. E face a esta completa descaracterização de interesses e iniciativas de renovação de mercados, agora negociados sem concorrência nem necessidade de espectáculo e de violência, alguma opção teria que surgir de modo a poder continuar a proporcionar às elites a replicação contínua de chefias activas, que se esquecessem dos métodos ultra-egocêntricos aplicados e da deliberada falta de ideologia dos seus líderes. Não é pois de espantar que neste abrupto salto temporal necessário e inevitável de cumprir – de modo a garantir a prossecução do projecto previamente acordado – algo de novo e de fortemente comunicativo tivesse que surgir, nem que para tal se praticasse a mentira para se atingir o objectivo final: uma fraude gigantesca que construiu até ao mínimo pormenor a realidade dos atentados do 11 de Setembro com os golpistas ausentes raptando temporariamente o seu Presidente com o pretexto de garantir a sua protecção pessoal, que conseguiu levar os EUA até à Guerra do Golfo passando a culpa de outros para o ditador iraquiano, ainda há tão pouco tempo poderoso aliado do regime iraquiano na Guerra Irão/Iraque (com um balanço final de 1.500.000 de mortos e com a URSS a dar os seus suspiros finais), que se suplantou reeditando uma nova campanha muito mais mortífera e destruidora mas em contrapartida com elevadíssimos e lucrativos retornos em petróleo – mas agora com o filho do presidente anterior – e que neste momento particular da história dos EUA, face à crise económica global, à anunciada e prevista bancarrota dos bancos norte-americanos e à noção de que os abusos à Reserva Federal têm limites, lhes tinha aberto uma nova porta de entrada para uma nova encenação fraudulenta da realidade, manipulando subliminarmente a população mundial com uma hipotética e bem estruturada catástrofe prevista e confirmada, de modo a mobilizá-la mentalmente para um cenário apocalíptico e sem retorno, dominando e destruindo pelo medo as outras iniciativas indesejadas e sem retorno: a história inventada em torno do cometa ISON – e do seu papel central em toda esta apresentação pré-fabricada – era apenas mais um dos exemplos desta estratégia repugnante. Apesar de todo o caos instalado nas redes de telecomunicações e da queda de muitos dos mais importantes sites governamentais, como era o caso da NASA e de todas as outras agências directa ou indirectamente associadas, era claro para todas as outras organizações internacionais direccionadas para o estudo e investigação do espaço, que jamais o cometa ISON ou qualquer outro corpo celeste que hipoteticamente o acompanhasse poderia colidir algum destes dias com o planeta Terra, pois o ponto mais próximo de aproximação ao nosso planeta nunca distaria menos de 64 milhões de quilómetros.

Os apologistas da Nova Ordem Mundial tinham no entanto outras ideias e interesses a cumprir, sem possibilidade de apresentação de qualquer tipo de objecções ao seu cumprimento integral invocando meras formalidades de percurso, já que o que estava em jogo era a sua predominância planetária sob o guarda-chuva protector da entidade aliada estrangeira, fornecedora de tecnologia e da experiência revolucionária e prioritária para a evolução da espécie e para o início da inversão das infra-estruturas. Aglutinados no grupo radical e ultra-liberal Spartacus – em homenagem ao fundador da Ordem dos Illuminati, Adam Weishaupt – estes indivíduos e as respectivas corporações que representavam demonstravam bem com as suas atitudes activas e com o seu comportamento pouco ético, o que na realidade pretendiam e qual o método escolhido para o obter: estabelecer um Governo Mundial através  do fomento da corrupção e da chantagem, controlando todas as mais poderosas entidades financeiras e infiltrando simultaneamente governos não alinhados, tudo para poder controlar o mal não homologado no seu próprio nascimento e na sua própria origem.


Planeta X

 

Dia 26 – 03h 00mn

Já há muito tempo que as mais poderosas e influentes instituições do governo norte-americano, secretamente associadas às grandes multinacionais globais ligadas ao mercado prioritário do petróleo e ao mercado fictício e financeiro da bolsa – reprodutora de mais-valias reais (p/o capital), mas sem retorno intermédio (p/o trabalho) – tinham conhecimento prévio e privilegiado sobre a falsidade tornada pública à volta da notícia difundida repetida e premeditadamente por todos os órgãos de comunicação social mundial, implicando o cometa ISON na tragédia económica e social que já se verificava um pouco por toda a Terra e que em última instância lhe poderia provocar o seu fim e o de todas as espécies vivas (incluindo o Homem) existentes à sua superfície. Com todo o extraordinário e por vezes misterioso desenvolvimento científico e tecnológico registado surpreendentemente no decorrer de todo o fantástico e por vezes inacreditável século XX, com o impulso “diabólico” das duas grandes Guerras Mundiais e da subsequente e motivante Guerra Fria, muitos foram os instrumentos inovadores e revolucionários a serem postos de um dia para o outro, nas mãos da humanidade ou dos seus pretensos representantes: dispondo agora de telescópios como o HUBBLE, o FERMI e mais recentemente o de ATACAMA – e não ignorando a Missão Kepler, de caça a planetas semelhantes à Terra – seria impossível não perceber que todos estes fenómenos que assolavam a Terra actualmente tinham uma outra, mais simples, mais correcta e talvez menos dramática explicação. Era a própria NASA que informava – para quem a queria ouvir – já no distante ano de 1992, que desvios inexplicáveis observados nas órbitas de Úrano e de Neptuno, apontavam para a possível existência dum “décimo planeta” maior que a Terra, localizado nas imediações do Sistema Solar a mais de 10 biliões de quilómetros do Sol – o enigmático Planeta X. Posteriormente seria lançada a hipótese de se tratar dum outro tipo de corpo celeste – uma anã-castanha, uma protoestrela ou até um planeta em formação – até pelos dados e informações entretanto recolhidos e processados: um satélite astronómico utilizando infravermelhos e orbitando numa trajectória a mais de 800 km da Terra tinha detectado a mais de 80 biliões de quilómetros calor emitido por um objecto desconhecido.

Mas tudo isto não contribuía agora em nada para a resolução da tragédia que todos estavam a viver: se era agora certo que este corpo celeste com 4/8 vezes a dimensão da Terra – e com um período provável de dezenas de milhares de anos – estaria a provocar com a sua passagem e aproximação ao nosso planeta todos estes gravíssimos incidentes naturais, também seria correcto afirmar categoricamente que a NSA (National Security Agency) estaria deliberadamente a ignorar este facto e a projectar fortemente com alguma intenção obscura mas objectiva, a tese do cometa destruidor e renovador. Isto se por acaso existisse algum tipo de corpo celeste, planetóide ou não, Décimo Planeta ou outra coisa qualquer, que na realidade estivesse no trajecto ou imediações da Terra, tal era a barreira de informação e contra-informação vinda de todos os lados – incluindo do exterior, já que muitos sectores conspiracionistas mundiais acreditavam na existência duma aliança entre um grupo marginal de extraterrestres e estruturas de poder privado norte-americano talvez com algumas ramificações a outros países – com um objectivo perceptível e exclusivo: manipular as populações com a proliferação da táctica da ignorância, do medo e do terror e posteriormente apoiando-se nelas e nos seus cadáveres, lança-las como instrumentos ou máquinas de guerra sobre os seus inimigos e adversários (leia-se ex-aliados e potenciais concorrentes), eliminando deste modo a oposição à sua estratégia de conquista e ao mesmo tempo reduzindo drasticamente o excesso de população mundial.

E foi após este longo período de reflexão que decorreu durante mais de uma hora nas instalações do alto da Foia, enclausurados no cima duma serra pejada de sobreviventes incrédulos, aterrorizados e em fuga, que os dois amigos decidiram contactar as bases no Canadá e na Ásia que sabiam ainda activas: enquanto de Alert vinham algumas informações dum sismo de grau 7 na escala de Richter que abalara a região central do Árctico, até ao momento sem notícias de vítimas ou de outros danos materiais graves – e de que segundo informações confidenciais recebidas há minutos atrás, o corpo celeste ultrapassara já o seu periélio, afastando-se cada vez mais da Terra – da região do Tibete as últimas notícias veiculadas e transmitidas para o exterior e provenientes da cidade de Lhasa, reportavam-se a uma tranquilizadora estabilização na deslocação das placas englobando o Índico e o Pacífico. A própria Nova Zelândia, nascida das movimentações da placa do Pacífico e da placa Indo-Australiana e aí elevada a acima do nível da água do mar formando uma imensa ilha, tinha regressado finalmente ao nível de alerta mínimo. Mas o que era deveras preocupante tinha a ver com a situação explosiva que se vivia entre a Índia e o Paquistão e na não muito distante província da Coreia – com a China logo ao lado – e no terrível caos que se vivia em muitos países árabes e em toda a margem sul do Mediterrâneo, três meses após a intervenção unilateral dos EUA na Síria: o anúncio do fictício cometa em provável rota de colisão, a projecção do impacto do mesmo para a região do Pacífico e a prevista comunicação do Presidente norte-americano que nunca mais se concretizava, só tinham ajudado a aproximar e a ligar o rastilho à pólvora. Agora era só acender.

 

Fim da 3.ª parte de 8

 

(imagens – retiradas da Web)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Produções Anormais - Albufeira às 15:54

O Dia do Fim – 2.ª parte

Quarta-feira, 18.09.13

Ficheiros Secretos Pós-a/341

(a/Apocalípticos)


         

ISON (à direita c/maior detalhe) e escala de TORINO

 

Dia 25 – 20h 00mn

O dia aproximava-se cada vez mais rapidamente do seu fim, com o céu a leste a registar a descida no plano do horizonte do nosso astro-rei e as pequenas luzinhas das habitações rurais do barrocal, a começarem a espalhar-se como pirilampos por toda a serra do Caldeirão algarvio. Já passava das oito da noite e continuávamos em viagem no interior da Serra do Caldeirão, tentando cortar caminho pelo interior da serra de modo a evitar o mais possível a aproximação ao litoral: o objectivo era tentar chegar o mais rápido que se conseguisse à zona de São Marcos da Serra, utilizando para o efeito algumas pistas que passassem nas proximidades de São Barnabé e de Perna Seca e a partir daí dirigir-me a Monchique e à Foia atravessando a Serra da Carapinha. No seu portátil e enquanto eu conduzia cuidadosamente o meu automóvel pelo meio das curvas poeirentas e perigosas das estradas de terra da serra algarvia, o David ia consultando constantemente as informações que ia recebendo via Web, mostrando-se cada vez mais nervoso com as novas informações e dados que ia recebendo e trocando frequentes mensagens com o local onde o Daniel nos esperava. Tivemos que parar momentaneamente pouco depois de Perna Seca, já com o espectáculo da serra de Monchique destacando-se lá ao fundo e contrastando a nível de relevo com a imensidade do céu, cada vez mais escuro e cada vez mais azul. E foi então que o David expos mais claramente as suas maiores preocupações que o atormentavam no momento, já que no plano mais geral e global do que ele pensava estar a suceder no mundo, o melhor era para já nem sequer se atrever a pensar nisso. A Terra estava a ser sujeita a alguma força ou energia desconhecida provavelmente de origem externa, que estaria a actuar profundamente sobre a sua estrutura e comportamento normalmente conhecido e adquirido, afectando os seus movimentos interiores e exteriores, que estariam a causar fortes perturbações na estabilidade do seu campo magnético protector, na densidade inexplicável e com consequências nefastas de certos componentes atmosféricos presentes em determinadas zonas do globo, na alteração constante e crescente do nível e periodicidade das marés e finalmente na velocidade de deslocação das diversas placas tectónicas e dos materiais em movimento no interior e centro do planeta. David achava que algum corpo celeste ou outro tipo de objecto desconhecido situado nas proximidades do nosso Sistema Solar ou mesmo já situado mais perto de nós seria o principal responsável pela recente sucessão de acontecimentos e que o cometa ISON poderia estar por trás disto tudo. Pelo menos numa grande parte, já que nunca se poderia esquecer que o Sol atravessava actualmente e no seu ciclo periódico um pico máximo de actividade, estando também cada vez mais próximo de mais uma mudança nos seus pólos magnéticos. Mas o que temia mais no instante poderia vir do Atlântico. Arrancamos de novo em direcção a Monchique enquanto ele se debruçava sobre um site ainda activo da NASA, que se referia à observação de objectos circulando nas imediações do nosso planeta e que poderiam vir a ser perigosos para a integridade e para a sustentabilidade da vida no nosso planeta: lembrei-me logo de como consultava amiúdes vezes o site da spaceweather.com e de como um dia ficara verdadeiramente aterrorizado ao verificar a capacidade destruidora de muitos destes calhaus. Um deles conhecido como APOPHIS já tinha por volta do final do ano de 2004 posto a comunidade científica mundial em estado de alerta máximo, face ao perigo deste asteróide poder colidir com a Terra em 2029, atingindo nessa altura - apesar de temporáriamente - o nível 4 da escala de TORINO. Tal possibilidade no entanto e aparentemente não se confirmou , descendo a possibilidade de impacto até ao nível 0. Mas se este evento se comfirmasse, a energia libertada poderia ficar muito próximadas mil mega toneladas de TNT, o que seria trágico para a estabilidade e sobrevivência de todo o planeta.


    

Antecipação – Pinturas representativas do Dia do Fim e do Dia do Grande Recomeço

(Aeroporto Internacional de Denver)

 

Dia 25 – 21h 00mn

A construção do aeroporto de Denver ficou concluída no ano de 1985 com um custo global de quase 5 biliões de dólares – quando o orçamento previsto não chegava aos 2 biliões. Apesar da existência dum outro aeroporto servindo a mesma cidade norte-americana – o aeroporto de Stapleton – nada impediu a construção deste novo aeroporto (resultante da aplicação de avultados investimentos privados) em nome de representantes totalmente desconhecidos, integrando uma intitulada Comissão do Aeroporto do Novo Mundo. Este pequeno detalhe criou sempre na opinião pública um sentimento persistente de dúvida e de curiosidade sobre o verdadeiro papel a desempenhar por esta estrutura de apoio aeronáutico, até porque sempre se soubera da existência de plataformas subterrâneas associadas à construção do aeroporto, que posteriormente teriam sido fechadas: um enorme bunker teria sido construído sob a sua estrutura, como um dos primeiros postos da frente de combate contra um hipotético acontecimento natural (ou artificial) de proporções trágicas para os EUA e para o mundo, de modo a proteger prioritariamente as elites políticas e científicas do país e toda a estrutura de recursos humanos fundamentais para a sua sobrevivência e da própria estrutura de emergência. E tudo se acabou por confirmar. Na realidade e como se verificaria mais tarde o bunker seria constituído por um conjunto de cinco edifícios construídos e totalmente equipados na fase inicial da construção do aeroporto, que teriam sido edificados em profundidade e posteriormente enterrados e cobertos com a edificação da nova estrutura aeroportuária: inicialmente utilizados para armazenamento de todo o tipo de materiais desde bens alimentares a tecnologia e actualmente praticamente desertos e abandonados, dispondo apenas de dispositivos mínimos que não comprometessem a monitorização dos acontecimentos em curso e se possível do período posterior ao momento do Tempo Zero. E era num desses edifícios que se encontrava entregue a si próprio – enclausurado numa cápsula independente de protecção e sobrevivência intermédia de média duração – um dos operadores responsáveis pelo acompanhamento dos movimentos de objectos estranhos movimentando-se nas proximidades da Terra, controlando a evolução ao segundo do cometa que se aproximava perigosamente e verificando as consequências que este já ia provocando um pouco por todo o planeta. No entretanto a contagem decrescente decorria sem ter havido até agora qualquer tipo de alteração nas informações ainda disponíveis no site da NASA, mantendo-se inalteráveis os níveis máximos de segurança na cápsula que ocupava e totalmente disponível e desobstruído o túnel secundário e provisório de acesso, ao túnel primário interligado de emergência – pelo menos para já.


Caldeira dum vulcão activo

 

Dia 25 – 22h 00mn

Os primeiros indícios duma tomada de decisão definitiva por parte dos Novos Poderes Mundiais vieram já do século passado, sendo o momento fulcral da decisão o momento da explosão do vulcão do Monte de Santa Helena em 1980 e a tomada de consciência das consequências directas sobre a população e sobre o ambiente em redor, provocado por este acontecimento extremamente violento, imprevisível e trágico: se tal fenómeno se repetisse em Yellowstone o impacto sobre os EUA seria brutal, podendo este super vulcão explodir com uma potência pelo menos cem vezes superior ao de Santa Helena. E era o que já estava a acontecer agora: num dos cenários com maior probabilidade de concretização – neste momento já próximo dos 75% – a explosão da caldeira de Yellowstone iria provocar nas próximas horas uma onda de choque de tal forma violenta não só verticalmente e em altitude, como também horizontalmente e em toda a área envolvente, que iria abranger e afectar tudo num raio mínimo de 2.000 km – ou seja directa ou indirectamente quase todo os EUA. Por outro lado algo se vinha preparando em segredo há já mais de cem anos, como resposta a estas e outras preocupações dos poderes e das elites mundiais, postas face a face com um problema que as poderia também pôr em causa, deixando-as desprotegidas e sem alternativas de salvação possível. Ora tal nunca poderia acontecer com a elite duma espécie proclamada como eterna por repetição de espaços num tempo por ela simulado e aplicado – tal e qual como os Deuses – posta perante o perigo de extinção sem poder exercer o seu direito superior e divino. E daí vieram alguns casos que não foram em devido tempo possíveis de esconder ou de camuflar e que só puseram em evidência uma ligação secreta entre estruturas paralelas de poder e entidades exteriores ao nosso planeta, que por qualquer causa ou motivo um dia vieram até cá: falando só dos períodos mais recentes da nossa história e incluindo o século passado, o famoso caso de Roswell, a explosão verificada em Tunguska e até mais perto de nós a explosão do meteorito sobre a cidade russa de Chelyabinsk, para muitos destruído por um míssil de origem desconhecida mas extraterrestre. No interior da sua cápsula as informações sucediam-se de tal forma em catadupa, que certamente o momento do início do Evento estaria muito próximo: recapitulou todos os procedimentos de segurança a adoptar de modo a estar desde já preparado para o que desse e viesse, verificou que todas as funcionalidades estavam activas e em execução, confirmou a estanqueidade do seu habitáculo e a sua ligação umbilical à saída de emergência e sem mais ter a fazer virou-se para o monitor e pôs-se a olhar para a evolução do cometa – na realidade atrás do primeiro objecto que definia o pretenso cometa divisavam-se cada vez mais claramente mais dois outros objectos que o acompanhavam, desenhando no seu conjunto uma polígono fazendo lembrar um triângulo perfeito. A constatação que no entanto ficava era que um desses objectos estaria muito provavelmente em rota de colisão com a Terra, como o indicavam os últimos dados recolhidos sobre a sua trajectória. Só era pena os satélites estarem indisponíveis já há alguns dias, desde que o Sol entrara numa fase mais intensa da sua actividade, enviando sucessivas CME em direcção ao nosso planeta.


O tsunami

 

Dia 25 – 23h 00mn

Já tinham passado mais de três horas desde que abandonáramos o Malhão e só agora estávamos perto de entrar em Monchique e iniciar a subida até à Foia. Em contacto ininterrupto com o seu amigo Daniel e enquanto contornávamos o jardim situado no centro da cidade de Monchique, David emitiu subitamente uma exclamação bem audível e notória, seguida inconscientemente dum impropério em calão bem popular e que minimamente dizia: “foda-se, já começou”! Nas Canárias um forte sismo com epicentro no mar abalara há poucos minutos todo o arquipélago espanhol, seguindo-se de imediato o registo duma violenta explosão localizada na base do vulcão de Cumbre Vieja que provocara o abatimento total dum dos flancos da encosta ainda intacto, lançado milhões de toneladas de material sobre o mar e originando um tsunami. As primeiras notícias decorrentes deste primeiro anúncio de última hora informavam da destruição total de todas as localidades costeiras situadas nas diversas ilha e da formação de várias ondas de características volumétricas ainda desconhecidas deslocando-se no oceano Atlântico na direcção do continente americano e em sentido contrário na direcção do continente africano e do sul da Europa: relativamente ao sul de Portugal a chegada das primeiras ondas estaria prevista para dentro de aproximadamente duas horas, com ondas que poderiam atingir segundo cálculos há pouco tempo efectuados – e ainda não confirmados – alturas compreendidas entre os 50 e os 100 metros. No entanto a conjunção de vários factores extremamente activos e confluentes ainda em investigação, poderiam tornar a situação potencialmente mais perigosa e devastadora, proporcionando situações que poderiam originar ondas gigantescas que devido à sua força e amplitude poderiam mesmo entrar terra dentro por dezenas e dezenas de quilómetros, o que seria catastrófico para as localidades costeiras totalmente desprotegidas e sem mecanismos de emergência à sua disposição, para a implementação dum processo de rápida e segura evacuação de todos os seus habitantes. Não perdemos mais tempo a ouvir mais nada e aceleramos sem pestanejar em direcção ao nosso destino, onde o Daniel nos recolheu um pouco nervoso à nossa chegada (finalmente) e nos introduziu no seu habitáculo secreto: à nossa frente as antenas e radares da Foia destacavam-se sob o céu estrelado que as envolvia, com o cometa já bem visível a olho nu no céu nocturno e com o mais que provável mega tsunami a menos de duas horas de distância: à medida que se fosse dando a aproximação das ondas à costa algarvia a sua velocidade de deslocação iria diminuindo, mas mesmo com velocidades reduzidas na ordem dos 20km/h, ao atingirem zonas de águas cada vez menos profundas a amplitude das mesmas aumentaria, dando origem a ondas gigantes que poderiam invadir a terra várias dezenas de quilómetros adentro. Dos seus 900 metros de altitude seria possível ver a chegada do tsunami à costa algarvia e talvez ali alguém se salvasse. Por volta da uma da madrugada.


Mapa da Terra – vulcões, placas tectónicas

 

Dia 26 – 00h 00mn

A entrada do habitáculo ia dar a uma pequena cave sem grande iluminação, dispondo duma escada bastante estreita e inclinada construída em tábuas de madeira, que ia dar em poucos degraus a uma porta que se encontrava fechada e sem fechadura visível: foi o Daniel que a abriu com uma simples pressão exercida pelo seu indicador esquerdo, aplicando-a sobre um ponto que não identifiquei localizado no lado direito da referida porta. Entramos então numa espécie de residencial silenciosa e sem clientes, dirigindo-nos logo para o andar superior: do cimo do terraço avistava-se toda a costa e daqui tudo parecia decorrer normal e tranquilo, com a serra estendendo-se na penumbra em direcção ao mar, enquanto que os seus bichos nocturnos se afastavam dos seus abrigos para o seu quotidiano de luta diária. Como constatei mais tarde no decorrer da apresentação da sala de operações e telecomunicações onde imediatamente se instalaram, os dois amigos eram membros duma organização governamental de segurança criada secretamente pelo Pentágono, por reacção a interesses hostis e na altura incompreensíveis provenientes de acções protagonizadas por agentes associados à CIA e com ligações com sociedades secretas norte-americanas como os Illuminati, que sistematicamente tinham vindo nos últimos anos a dinamitar todas as investigações provenientes de agências como o Pentágono, sobre Alterações Climáticas, Perigos Externos e Ascensão de Sociedades Secretas – e contando com a passividade da NSA, do Departamento de Defesa dos EUA e de todo o poderoso sector empresarial privado norte-americano. Ali destacados com dois objectivos fundamentais a cumprir e a executar, sendo um deles o da monitorização e comunicação de todos os dados adquiridos no decorrer desta operação e da possível formulação de hipóteses e teorias, que de qualquer modo pudessem contribuir para a concretização duma opção alternativa com um mínimo de previsibilidade de sucesso (mesmo que parcial) garantido. Eu seria apenas o aliado interno e sem grandes ligações externas, destinado a acompanhá-los nas suas movimentações na região. E enquanto os observava a mexerem nos aparelhos, equipamentos e monitores que se amontoavam diante deles, ouvi-os a comunicar com conhecidos do David, que se referiam um pouco agitados a uma possível queda da rede eléctrica nacional, devido a rumores não confirmados oficialmente vindos de Espanha e do centro da Europa, afirmando que se estaria a preparar algo de fora de comum (provavelmente um golpe estratégico) que poderia levar ao colapso mesmo que temporário de toda a rede eléctrica europeia, abrangendo nesse imenso território todo o leste europeu e incluindo no grupo a própria Rússia e muitos dos seus vizinhos asiáticos. Tanto no Malhão como na Foia a primeira coisa a fazer por todos foi logo verificar as fontes de energia de emergência disponíveis e como garanti-las o maior espaço de tempo. E pela serra abaixo as luzes foram-se todas apagando. Por todo o mundo a agitação atingia já um dos muitos picos máximos que iria viver e reviver nas suas próximas horas, com diversos acontecimentos sismológicos a sucederem-se um pouco por todo o lado mas para já sem grandes consequências – não contando ainda com os efeitos que iria provocar o tsunami em curso com origem nas Canárias – mas com notícias alarmantes recebidas nos derradeiros instantes e oriundas do outro lado da Terra, referindo-se repetidamente ao abatimento de largas áreas costeiras ao longo do litoral da Nova Zelândia, assim como de outras zonas desérticas interiores sem nenhuma ligação ao mar e que estariam em conjunto e aparentemente a contribuir para o afundamento gradual da ilha, o que estava a colocar toda a população em pânico e sem saber para onde fugir; assim como da entrada surpreendente em actividade dos vulcões inactivos do norte de África, das convulsões agora maia alarmantes que se verificavam ao longo da caldeira do super vulcão adormecido de Yellowstone e que levara à completa evacuação do Parque Nacional e de toda uma área imensa em seu redor e ainda da divulgação muito em breve do possível local de impacto do cometa com a Terra – se o mesmo se confirmasse.

 

Fim da 2.ª parte de 8

 

(imagens – retiradas da Web)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Produções Anormais - Albufeira às 00:14

O Dia do Fim – 1.ª parte

Terça-feira, 17.09.13

Ficheiros Secretos Pós-a/341

(a/Apocalípticos)

 

“O Homem não passa de mais um ponto de transição entre um passado e um futuro, não sendo necessário para a existência do mundo, mas necessitando dele para ser e sobreviver, pois só enquanto for nele e dele tiver noção, se manterá vivo e consciente. Quanto aos Sonhos, estes darão sempre ao Homem o seu contributo para que a nossa passagem pelo mundo seja mais suportável, demonstrando que a vida apresenta muitos caminhos alternativos e que a sobreposição do poder e do conhecimento (inconsciente) é a nossa única hipótese de termos um futuro: no dia em que negarmos os sonhos é porque já não existimos”!


Erupção do vulcão do Monte Santa Helena

 

Dia 25 – 15h 00mn

Estávamos já perto do final do mês de Dezembro de 2013 ainda aproveitando uns resquícios do bom tempo que se tinha registado na época das férias do Verão passado e com o mundo a girar normalmente na sua órbita em torno do Sol – e ultrapassado já o solstício de Inverno verificado na tarde do dia 21 de Dezembro – quando subitamente uma notícia de última hora apareceu na televisão dum café localizado na cidade de Albufeira, despertando a minha atenção e a dos poucos indivíduos aí presentes entretidos a jogar o dominó e a beber umas minis, enquanto o tempo não refrescava um pouco mais de modo a irem cumprir as suas actividades diárias ainda por concluir – afinal hoje era dia de Natal. Um vulcão localizado a mais de cem quilómetros de Seattle no estado norte-americano de Washington nos EUA, teria entrado em erupção explodindo violentamente e sem grandes avisos que o antecedessem – e que desse modo pudessem ter colocado em alerta os sismólogos e outros especialistas em fenómenos de vulcanismo – provocando de imediato e devido à sua extrema violência o pânico geral em todas as regiões adjacentes e a fuga descontrolada de todos os seus habitantes completamente desorientados: pelas imagens um pouco confusas e distorcidas divulgadas por uma cadeia de televisão local o vulcão teria mesmo explodido inesperadamente atirando verticalmente para a atmosfera material piroclástico atingindo alturas que os repórteres afirmavam ultrapassar os 10.000 metros, sendo ainda acompanhada por uma barreira devastadora que se deslocava horizontalmente em todas as direcções que rodeavam o vulcão esmagando e desintegrando tudo à sua passagem. Há já mais de trinta anos que uma erupção no mesmo vulcão provocara o abatimento duma das suas encostas, baixando em poucos segundos cerca de 400m da altitude do seu cume inicial e originando o desaparecimento de mais de duas centenas de habitações, a morte de quase 60 pessoas e a destruição de tudo em seu redor num raio de vários quilómetros.


Diagrama da órbita do cometa ISON

 

Dia 25 – 16h 00mn

Com uma certa curiosidade e alguma preocupação com o episódio que se estava a passar na costa leste norte-americana – e já que no café todos queriam ver o jogo de futebol, pouco se importando com o que se passava nos países dos outros – decidi ir até casa e ver o que diziam as notícias emitidas pelas estações de televisão internacionais e as últimas informações transmitidas (e constantemente actualizadas) oriundas via internet. Tinha já ligado o meu portátil quando o telemóvel que tinha colocado sobre o canto da secretária começou a vibrar, quase que caindo com a deslocação provocada pela sua oscilação suicida: apanhei-o logo no início do desequilíbrio, conseguindo de imediato e com sucesso total estabelecer a ligação com o meu amigo Daniel, um jovem cientista de origem luso-americana e actualmente a residir na região do Algarve, estudioso multidisciplinar das ciências da Terra mas com algumas ideias controversas. Pedia-me para me deslocar até ao local onde se encontrava no momento, pois tinha uma coisa muito interessante para me mostrar, já que sabia do meu interesse em fenómenos ligados à sismologia e ao vulcanismo que poderiam ter algo a ver com o assunto a tratar. Só me pedia para vir de imediato até Monchique ao alto da Fóia, onde estaria à minha espera junto há base de telecomunicações e radares aí instalada: e já agora que desse uma vista de olhos rápida pelo canal de notícias da TV oficial espanhola e sobre o que ele estava agora a divulgar acerca do que estava a suceder na área de influência das ilhas Canárias. Do cometa ISON falou-me depois, já eu me dirigia em direcção ao seu encontro no cimo da serra algarvia, ainda digerindo as preocupantes novidades sobre a alteração de actividade sísmica que se estava a verificar na região em redor do vulcão Cumbre Vieja: a metade ocidental do cume do vulcão aparentava estar a suportar uma enorme pressão interna talvez exercida por acção do magma actuando em profundidade, parecendo apresentar ligeiras deformações e pequenas fissuras à sua superfície, que no entanto com o recrudescer recente da actividade sísmica poderiam degenerar em cada vez mais longas e profundas fracturas e até na queda maciça de toda a metade ocidental do vulcão no oceânico Atlântico, o que poderia originar um tsunami de grandeza imprevisível mas pela massa brutal de terra deslocada de consequências certamente trágicas. Quanto ao cometa ISON parecia estar-se apenas a verificar uma simples coincidência, já que a 26 de Dezembro este atingiria o seu ponto da trajectória mais próximo do nosso planeta e hoje era dia 25.


Simulação dum tsunami em Cumbre Vieja

 

Dia 25 – 17h 00mn

No trajecto entre Albufeira e Silves – na estrada interior que ligava a Monchique – tive forçosamente de passar pela zona das Baiãns (freguesia do Algoz), onde fui recolher algum material necessário para a realização da minha visita e ver como estava a minha casa e os animais que a guardavam: infelizmente o macho continuava desaparecido – talvez morto ou envenenado por caçadores irracionais e vingativos que achavam que o terreno envolvendo a habitação era seu território de caça – enquanto que para minha satisfação e alegria, a mãe me aguardava ao portão com uma demonstração inequívoca de plena felicidade pela minha presença, confirmando-me pessoalmente que eu não me esquecera dela. Entrei na habitação pelo lado do quintal e ainda perdi cerca de meia hora nas arrumações e preparativos, findo os quais comecei a acomodar algum material na mala do carro e decidi quase que a pedido – a Tita não parava de se lamentar – levar a cadela comigo. Sentado no banco de pedra que ladeava um dos lados do depósito de água da minha casa, acabei por receber antes da minha partida um e-mail enviado pelo Daniel onde este mostrava uma grande preocupação com algo de mais vasto que se estaria a passar, insistindo veementemente para que eu me apressasse para o encontro previamente marcado, já que para ele e misteriosamente o tempo escasseava. Infelizmente – tinha eu acabado de deixar a habitação – recebi uma mensagem já em plena estrada para o Algoz vinda da parte do Daniel, implorando-me para ver se ainda seria possível apanhar um amigo seu residente na zona do Malhão, pelos vistos muito importante senão mesmo essencial para as investigações que ultimamente levava a cabo. Acrescentava no entanto mais uma vez e um pouco misteriosamente na sua mensagem escrita, que o tempo escasseava vertiginosamente e que a recolha teria que ser realizada o mais rapidamente possível, de modo a chegarem ao ponto de encontro inicialmente combinado antes das sete da noite. O amigo iria coloca-lo logo ao corrente de tudo e já estaria avisado para a sua chegada. Mas dava a entender num curto parágrafo final que as novidades estariam em parte ligadas às notícias vindas das Canárias e dos rumores ainda não confirmados da colocação do arquipélago em estado de alerta máximo e da preparação muito adiantada de planos de evacuação: “seria a previsão dum grande tsunami?”, pensei logo de imediato.


Vista do litoral a partir da Serra do Malhão

 

Dia 25 – 18h 00mn

O desvio pelo Malhão ainda levaria um pouco de tempo a ser integralmente cumprido, apesar dalguns atalhos pontuais que poderia utilizar como era o caso da Via do Infante: nunca menos de hora e meia de viagem, isto se não surgissem contratempos imprevisíveis. Não podia esquecer que era dia de Natal e esse facto poderia trazer outros inconvenientes, tanto no que dizia respeito à viagem como no que se referia à necessidade de adquirir algo, o que se tornaria impossível com todo o comércio fechado. Atestei logo o depósito do automóvel e passado Loulé dirigi-me para a zona do Malhão, enquanto ligava o rádio e ouvia as mais recentes notícias: logo no início do programa um locutor duma rádio nacional referia-se a um fax de última hora enviado a partir da agência de notícias oficiais portuguesas a todos os órgãos de comunicação social, informando todos os interessados e através deles toda a população do continente e das ilhas para um acontecimento inesperado mas que se vinha confirmando ao longo das últimas horas e que se referia a um recrudescimento da actividade vulcânica um pouco por todo o mundo – como já se verificara no Monte de Santa Helena e agora com a s notícias preocupantes vindas da caldeira do super vulcão de Yellowstone – associada a sismos de diferentes intensidades. A maior preocupação que caracterizava esta intervenção era dirigida para um local não muito distante do sul de Portugal já aqui anteriormente referido – as Canárias e o seu vulcão Cumbre Vieja – que segundo os especialistas em geologia estaria desde já numa contagem decrescente e final para entrar em erupção e que segundo os dados até agora recolhidos pelos mesmos seria extremamente violenta, podendo levar à completa destruição do vulcão e dar origem a um violento tsunami com trágicas consequências, que poderia afectar toda a costa à sua volta desde o norte de África, passando pela Europa e chegando até às costas dos EUA. E essa contagem poderia estar a poucas horas (ou mesmo minutos) de chegar ao tempo zero, daí se compreendendo a azáfama que se registava nos portos marítimos e aéreos das Canárias. Tinha que me apressar. Chegado ao cimo do Malhão encontrei o meu passageiro perto do café (fechado) situado nas proximidades do Mosteiro Tibetano ali instalado, cumprimentamo-nos e sem demora arrancamos em direcção a Monchique: tínhamos ainda uns largos quilómetros e minutos de viagem e segundo o que David dizia – o amigo de Daniel – algo de anormal se passava com todo o planeta Terra e não apenas com Portugal e as perspectivas de virmos a ser atingidos por um tsunami atingia já um nível elevadíssimo praticamente irreversível. Para já não falar de outras coisas muito estranhas e deveras inesperadas que também se dizia estarem a acontecer por toda a Terra e que já estava a levar muita gente para a elaboração das mais disparatadas e distorcidas explicações conspirativas para o pretenso entendimento destes acontecimentos, mas que apenas contribuiriam para aumentar ainda mais o pânico e a histeria colectiva que já se verificava nalguns locais.


Louisiana: coluna militar em trânsito sobre o rio Mississipi

 

Dia 25 – 19h 00mn

Nos EUA os preparativos já se desenrolavam desde há várias semanas atrás. Assim como no resto do mundo, onde os Governos das mais poderosas nações do mundo conjuntamente com os líderes das grandes Corporações Internacionais desenvolviam os derradeiros preparativos para uma possível evacuação para locais previamente seleccionados em função da sua importância, força e poder e das zonas que sairiam provavelmente menos afectadas pelo Evento já em curso. Apesar das hipóteses de sobrevivência serem nalguns casos muito difíceis de se verificarem dado o desconhecimento total da fotografia apresentada pela sucessão dramática dos acontecimentos, os protegidos de todo o mundo ensaiavam conscientemente (praticando-o) o seu papel na sua salvação, sabendo no entanto de antemão que se os piores cenários se verificassem pouco ou nada restaria para se ver. Há já várias semanas que as leituras atmosféricas e geológicas vindas do interior do Parque Nacional de Yellowston, não deixavam nenhuma margem de dúvidas para os especialistas norte-americanos do que poderia vir a acontecer com o recente recrudescimento de actividade registada na crosta terrestre, de tal forma o fenómeno se replicava em cadeia e aparentemente sem nenhuma ligação plausível por toda a crosta terrestre. Fora sentido mais um forte sismo numa das províncias litorais da R. P. China que abalara também violentamente e com consequências ainda desconhecidos o seu vizinho Japão, mas o caso mais difícil vivia-se na Nova Zelândia, onde um forte abalo com epicentro no mar além de afectar diversas estruturas em terra, vinha acompanhado dum forte aviso de tsunami com ondas de altura imprevisíveis – devido à sua intensidade e duração – mas certamente com uma altura acima do normal e altamente destruidoras: as populações estavam já a ser avisadas para abandonarem rapidamente a zona do litoral e a procurarem protecção no interior em terrenos o mais elevados possível. Mas a confusão e inquietação provocada pela rápida e tumultuosa sucessão de acontecimentos e pela conhecida inexistência ou falta de coordenação de verdadeiros sistemas de previsão, prevenção e protecção de pessoas face a calamidades extremas, só podia mesmo pôr o país numa situação critica (perto do seu grau zero) de efectividade na acção, deixando-o irreparavelmente em muitos sectores fundamentais e estruturais da sua base de sustentabilidade económica, num vazio de acção e de resposta imediata e obrigatória ao Evento, por omissão progressiva da hierarquia do estado (por desmobilização ou por fuga) dos lugares chaves de comando e de confiança institucional: era já bem notória a descoordenação nas ordens emitidas pelas diferentes cadeias de comando militares e civis, com colunas militares paradas na sua marcha ao longo de dezenas de quilómetros de auto-estradas, aí aguardando ordens e respectivas confirmações para retomarem a sua marcha e objectivos; e com os civis movimentando-se caoticamente num pandemónio total sem saberem verdadeiramente o que fazer ou para que locais se dirigirem, tempo e local onde o cumprimento da lei começava já a não ser regra sagrada a cumprir e a respeitar, sendo substituído sem apelo nem recuos pelo instinto muitas vezes violento da pura e dura sobrevivência.

 

Fim da 1.ª parte de 8

 

(imagens – retiradas da Web)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Produções Anormais - Albufeira às 11:53


Pág. 1/2