ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Cenários Desenquadrados (5)
Ficheiros da Desintegração
As Necessidades Extraordinárias do Gato Tobias
(sob critério SMALL)
Recolha de indícios, de lacunas e de outras descompensações, entre os mundos imaginados e a realidade dos humanos.
Um vírus de origem alienígena terá estado na origem da transformação dos Alis
O início da construção dos túneis nesta região sudoeste do continente europeu recuava uns milénios na História da Terra, ainda esta vivia na sua pré-história de desenvolvimento económico e social que mais tarde iria dar origem à sociedade moderna actual, com as suas cidades, estados e corporações dominantes: por esse motivo não existirem fontes credíveis que revelassem essa intervenção vinda do exterior, tão escassos eram os registos – de qualquer tipo – vindos dessa época, resumindo-se essas fontes a algumas lendas e tradições antigas que teriam chegado até hoje por mãos de terceiros ou então a algumas gravuras em pedra (ou noutro material de suporte) vindas de tempos ainda mais anteriores ao início da construção dos túneis e que relatariam encontros com seres extraordinários vindos de outros mundos situados para além dos Céus, dotados de extrema sabedoria e poder e dispostos a contribuir para uma rápida evolução da humanidade no seu caminho em direcção ao seu futuro pensado e idealizado. A raça exterior invasora e intrusiva teria assim operado sem grandes preocupações de segurança ou de invisibilidade, já que os humanos aí localizados estariam demasiado dispersos ou seriam mesmo inexistentes, não demonstrando ainda a mínima capacidade de constatação e compreensão deste tipo de eventos nem de intervir tentando modificar o acontecimento em curso: o medo acompanhava o seu quotidiano de procura e de sobrevivência e aquilo que ele nunca vira antes e não entendera depois, seria no fundo perigoso e a evitar – para si e para o seu possível grupo – não sendo motivo imediato de análise e/ou de registo, mas simplesmente ignorado e recalcado pela violência do seu dia a dia na Natureza Viva que o rodeava e pelo extremo terror que esses Deuses transportavam e transmitiam. E enquanto a vítima – o Terrestre – fugia em pânico do seu potencial predador – o Extraterrestre – este podia facilmente e sem testemunhas prosseguir tranquilamente a sua grande obra e projecto.
O Albino já sabia da existência destes estranhos e misteriosos túneis algarvios desde a última vez que a sua civilização subterrânea se lançara numa nova expedição – a 7.ª Migração de Busca e Controlo – já contando por essa altura com a preciosa colaboração de agentes amigos vindos do exterior, companheiros de viagem inestimáveis na sua campanha pela procura de novas zonas de implantação mais harmoniosas e seguras e propícias ao desenvolvimento mais cuidado da sua civilização. Estes seres exteriores tinham contribuído duma forma decisiva na luta empreendida contra a violência irracional exercida por parte dos Alis, promovida e incrementada pelos outros seres exteriores e intrusivos actuando a partir do seu posto localizado em Sirius (e que também manipulariam os guerreiros Deros), acabando os amigos exteriores em conjunto com os Albinos e os seus aliados Índis, por conseguirem terminar com toda a violência praticada pelos Alis, eliminando-os e restringindo outros grupos a zonas fechadas e controladas e sem acesso às suas antigas vítimas; salvo alguns grupos não detectados e que por vezes se tornava impossível prever a sua localização ou origem e que por vezes apareciam mais à superfície. Era um desses casos que estivera na origem dos últimos acontecimentos, desde o aparecimento do buraco na praia do Peneco, até ao problema de segurança agora existente no túnel final de ligação a Albufeira.
E enquanto o Tobias esperava, o Albino ainda lhe forneceu um documento com algumas informações adicionais sobre Sirius:
- Sirius era um sistema binário constituído por duas estrelas Sirius A (o cachorro – a mais brilhante) e Sirius B (o cachorrinho) com mais de 200 milhões de anos. Teria sido motivo de culto e de adoração por culturas muito antigas como a que existiu ao longo do vale do rio Nilo no Egipto com os seus templos e faraós, ou como na civilização grega (e na sua mitologia) com os cães de Orion a serem elevados aos céus por Zeus com a colaboração da estrela Sirius; sendo ainda utilizada e associada na Idade Média como um símbolo cabalístico. Um dos principais mistérios associados a este sistema binário relacionar-se-ia com os conhecimentos que uma antiga tribo do Mali teria sobre esse sistema – a tribo Dogon com mais de 5.000 anos e que muitos ligavam à civilização egípcia – mesmo antes dele ter sido descoberto pelos astrónomos, dado o mesmo só ser invisível a olho nu; o mesmo acontecendo com os gregos que já saberiam antecipadamente que estavam perante uma estrela dupla. Um mistério que só fez aumentar a especulação à volta deste sistema e que levou a considerar-se a hipótese deste poder ser habitado por uma civilização tecnologicamente muito avançada e que já nos teria vindo visitar desde há milhares de anos.
O Tobias observou a planta detalhada do túnel que o Albino lhe tinha acabado de fornecer. Tinha uma extensão aproximada de dez quilómetros, subdividindo-se em três secções distintas e isoladas umas das outras: uma secção que iria da vila de Paderne até às Ferreiras, uma segunda que ligaria as Ferreiras até uma zona adjacente ao parque de campismo e finalmente uma última secção que iria ter a uma saída já com o mar à vista, localizada entre a Praia dos Pescadores e a Praia do Túnel – uma antiga saída fechada com um portão de ferro e pretensamente utilizada para o escoamento das águas pluviais, agora desactivada e desaparecida. O Tobias ainda reparou que a planta apresentava num dos seus cantos inferiores um esboço mais detalhado da parte final do túnel, terminando este no seu percurso final numa pequena galeria com alguns níveis superiores, galeria que por sua vez se bifurcava em três troços alternativos que iam todos dar ao mar: uma saída intermédia referenciada atrás, uma que se dirigia a este e a outra a oeste. Mas essas saídas laterais estavam aí indicadas como inutilizadas.
Tinham que partir: a hora do almoço já tinha passado há muito tempo e nem tivera ocasião para avisar o Dog. O que pensaria o seu amigo e companheiro por não ter aparecido ainda em casa ou por não dito qualquer coisinha que fosse? E a sua “família” lá em casa? Deviam estar extremamente aflitos com a sua ausência, especialmente os mais novos, que tanto elogiavam a sua inteligência e perspicácia aos seus amigos, cobrindo-o de festas e de elogios. Nunca esquecendo o pai que um dia sem que ele pedisse nada ou nada lhe pedissem, sem hesitar, o encontrara e adoptara. Então o Albino reapareceu e lá arrancamos para Albufeira.
O gato Tobias
A primeira secção não excedia os cinco quilómetros. Tinha sido toda limpa e desinfectada há três semanas atrás, após a eliminação de todos os Z que indevidamente tinham violado a rede de segurança rodeando o túnel. Aproveitando uma fenda aberta na zona subterrânea do vale do Rio Arade e situada nas proximidades da cidade de Silves, os Z tinham obtido acesso indevido a níveis superiores situados no subsolo e aproveitando os canais de ligação que iam encontrando e seguindo ao acaso, chegado a uma porta de emergência há muito não utilizada e já muito deteriorada pela acção do tempo (e duma derrocada recente, por infiltração de águas provenientes do Arade): forçada a porta por acção da pressão de todos os Z que se iam comprimindo contra ela – cada vez em maior número – os apoios laterais tinham acabado por ceder, deixando perigosamente exposta toda esta secção do túnel. Os operadores de segurança só compareceriam uns dias mais tarde, quando os Z já tinham invadido toda a secção intermédia – cuja porta de comunicação se encontrava inexplicavelmente aberta – e começado a forçar a passagem para a secção mais a litoral (daí resultando o evento da praia do Peneco, que detonara tudo isto). Mas com o reforço da porta de transição entre a secção intermédia e a secção litoral e a limpeza total da secção inicial, restava apenas terminar a missão na zona seguinte (intermédia) e confirmar o cumprimento total do objectivo com a confirmação na secção final (litoral). A viagem foi feita num pequeno veículo eléctrico extremamente silencioso, que colocou em menos de quinze minutos o Albino e o Tobias à porta da secção intermédia: aí esperava-os um elemento equipado e armado como um militar, que após cumprimentar solenemente e com grande respeito o Albino, fixou atentamente e com muita curiosidade todos os movimentos do Tobias. Mas antes o Albino aproveitara os quinze minutos da viagem para falar um pouco mais e aí a personagem por ele eleita para a sua nova história a contar foi o Tobias. E mais uma vez disse o que aqui se resume:
- Tal como afirmara anteriormente o Albino já conhecia a história do Tobias, no sentido em que sabia como é que ele aparecera por aqueles lados e porque era assim tão especial. Tudo começara há uns anos atrás quando a mãe do Tobias ficara prenhe da sua primeira ninhada. Sendo uma gata semi-selvagem e sem dono conhecido, acabava muitas das vezes por se enredar no meio do mato situado nas proximidades da última casa por si adoptada, aventurando-se frequentemente em passeios de vários quilómetros e horas, onde muitas vezes encontrava companhia, divertimento ou comida, mas muitas das outras vezes se metia em sarilhos que por pouco já não lhe tinham custado a sua vida – pelo menos uma delas. Numa das suas aventuras conhecera o seu primeiro amigo, com o qual passara muito do seu tempo e fizera muitas das suas brincadeiras favoritas de juventude: encontrara-o a rondar uma nora ainda hoje intacta e situada numa propriedade rural à entrada de Albufeira, parecendo na altura muito atento à zona que andava a investigar e espreitando em todo o buraco que ia encontrando, chegando por vezes a desaparecer no interior de alguns deles e até a surgir como que por magia noutro buraco mais afastado. E tinha sido a maneira de ser do gato, a sua à vontade e o seu desejo de tudo ver e cheirar, que tinha entusiasmado a futura mãe do Tobias, tornando-a a partir desse momento sagrado companheira inseparável dele, até ao dia em que a carroça do Tio Manuel lhe passara por cima com uma das suas rodas de ferro, quando este entusiasmado e completamente cego ao que o rodeava, perseguia um pequeno coelho que lhe passara à frente a correr. Para a gata fora o pior dia da sua vida, não só por perder o seu maior amigo de sempre, como o pai dos gatos que aí vinham. Apesar da revolta inicial contra o velhote e o burro que com a sua carroça acabara por tirar duma só vez todas as sete vidas do seu amigo, a gata acabara por ficar a viver na propriedade do velhote, não só porque se encontrava próxima, era grande, bem tratada e bonita, como também por ser segura para viver, para além do velhote e da mulher gostarem muito de animais, tratando-os como se fossem seus filhos e dando de comer mesmo àqueles que por lá apareciam abandonados e esfomeados. Se nada de anormal acontecesse ficaria por ali no mínimo nos próximos dois a três meses até os gatos nascerem, então vendo com mais calma e liberdade o que fazer daí para a frente. Nessa altura o Albino pegou num pequeno e velho mapa de Albufeira e apontou a zona de que falara anteriormente e na qual a sua mãe andara e vivera por uns tempos: uma enorme propriedade na altura toda cultivada e cheia de árvores de fruto, assistida no seu sistema de rega primitivo por uma nora e localizada muito perto do local onde hoje se situa a Cocheira. Fora ali que a sua mãe iniciara a sua segunda grande aventura, que mais tarde daria origem a esse novo e engraçado produto chamado Tobias;
- A nora ficava precisamente na zona de fronteira entre a secção intermédia e a secção final do túnel subterrâneo. Como tinha sido um ano de chuvas constantes e intensas, os terrenos tinham abatido um pouco nalguns locais à superfície, por onde a água encontrava lugar e buracos para se infiltrar e desaparecer, criando novos canais de acesso ao seu interior, que mais tarde até serviriam de tocas de protecção para outros animais necessitados. E fora por um desses buracos mais largos e que rodeavam a zona que envolvia a nora – por acaso um dos lugares preferidos pelo antigo companheiro da mãe do Tobias, para se enfiar em buracos e desaparecer – que um dia a mãe se aventurara, nunca mais se esquecendo do que aí vira mas nunca percebendo completamente o que com lhe acontecera: do fim da história apenas se lembrava de acordar ao lado da nora com alguns morcegos a voarem por cima de si e a entrarem pela abertura da mesma, já a noite ia longa e todo o mundo dormia;
- No interior do túnel a primeira fase de limpeza biológica terminara e os operadores preparavam-se agora para a fase seguinte desta manutenção extraordinária, envolvendo uma primeira fase de monitorização e confirmação e uma etapa complementar de selagem, que seria posteriormente testada e aprovada através da utilização de localizadores/identificadores que transmitiriam no final e directamente à aplicação de Segurança, o nível de protecção atingido (e pretendido): um ou 100%. Em pouco mais de dez minutos satisfizeram as suas necessidades alimentares e fisiológicas e lançaram-se na fase final do seu trabalho: tinham à sua espera um bom par de horas de actividade mais de observação do que de intervenção, apesar dalguns pontos críticos que ainda estariam em causa e onde poderiam encontrar um ou outro elemento tresmalhado, do resto dos sobreviventes pertencentes ao bando dos Z. A sua única preocupação residia na possibilidade – apesar de tudo muito remota – de se puderem ver frente a frente com um caso dum exemplar Z-XL, uma mutação provocada e recentemente descoberta dos Z (zombies) originais e que acrescentaria a estes seres vivendo no limbo vida/morte capacidades adicionais a nível muscular e de raciocínio, que lhes permitiria melhor organização, planeamento e volume de violência dirigida. O que se aproximava demais e perigosamente a um tipo de organização elaborada e capaz de defrontar em termos de igualdade Albinos ou Humanos;
- Foi no decorrer da derradeira inspecção realizada pelos operadores a algumas aberturas detectadas no subsolo sob o poço da nora – aparentemente de origem natural e provocadas pela infiltração de águas – que um elemento desse grupo de Z fora detectado junto a uma das aberturas com maior diâmetro aí existentes, mas que no entanto se revelara para o mesmo impossível de ser atravessada, como a entrada completamente esgaravatada e com terra espalhada em grandes montes à sua volta amplamente comprovava: o Z encontrava-se sentado no chão, com a sua cabeça um pouco descaída para a direita e com todo o seu corpo lacerado e num estado lastimável, apresentando ferimentos evidentes e profundos provocados pela tentativa de fuga forçada e infrutífera pelo buraco a seu lado. Inesperadamente lançou um olhar profundo e violento sobre o operador mais próximo de si, erguendo-se num segundo e lançando-se de imediato e como um alcoólico irracional e desequilibrado sobre a coisa que se mexia: os operadores foram fulminantes na sua actuação, neutralizando o Z e apanhando colateralmente a mãe do Tobias;
- A gata tinha sido atingida por um dardo tradicional utilizado no processo de caça e captura dos Z, após a fase inicial de paralisação e condicionamento do mesmo: no momento dum sobressalto imprevisto um dos dardos acabara por falhar o alvo, indo atingir a gata em pleno ventre e penetrando o suficiente para perfurar a membrana que protegia os seus filhotes em formação. Um deles chegara a ser atingido sem gravidade, tendo os operadores e na sequência da transmissão de ordens superiores, introduzido através da ferida provocada pelo dardo uma nano sonda equipada com um dispositivo de ínfimas dimensões, que iria acompanhar a evolução do gato afectado e verificar como o seu corpo recebera e se adaptara à introdução deste produto, com algumas propriedades capazes de acelerar o metabolismo do animal. Acabado o tratamento e com a gata ainda anestesiada, esta foi levada por uma saída de emergência até à superfície e colocada ao lado do sítio por onde entrara anteriormente;
- O resto já era do conhecimento do gato Tobias: a mãe tivera a sua ninhada mesmo ao lado daquela que seria a sua futura casa e um certo dia como que por acaso, lá aparecera ele novinho e pequenino, miando aflito perdido da sua mãe e dos seus irmãos, acabando por cair que nem uma pedra redondinha, peluda e procurando aconchego, nas mãos das duas irmãs. Ainda antes de terminarem esta interessante conversa, o Albino e o Tobias ainda se riram e divertiram durante uns longos momentos, quando por iniciativa do Tobias falaram do Dog, desde sempre o seu melhor amigo de quatro patas e também o grande companheiro de brincadeiras – já que para os dois, a vida tinha que ser feita a brincar.
O raciocínio do gato Tobias foi muito simples e directo, tendo como comprovativo imediato o total sucesso alcançado com a sua inovadora e marginal experiência prática e laboratorial e com a consequente constatação e confirmação do sucesso pleno do upgrade aplicado, transformando um cão normal e sem objectivos e sonhos, num animal dotado de raciocínio e de capacidade de escolha. O que já não era tão pouco como isso, num mundo de humanos facilmente manipuláveis pelo valor aparente dos objectos, em detrimento dos nossos correspondentes de partilha – os outros sujeitos como nós e semelhantes como todos os outros. O método ainda fora mais simples: sabendo-se como se sabia que o ADN era controlado pela acção exercida sobre nós pelo meio ambiente – adaptando este duma forma progressiva e consistente os seus cromossomas à influência vinda do exterior – o Tobias resolvera num dia de maior ócio e de preguiça elaborar uma receita definitiva e milagrosa, que transformasse o seu amigo irracional e de quatro patas num ser bondoso e racional, que entendesse sem subterfúgios e outros géneros de compromissos não relacionados, a posição vertical dos seus companheiros e humanos. Nessa tarde quente e típica de Verão, com os humanos todos ausentes e a oficina completamente à sua disposição, o Tobias decidira implementar o seu plano de alteração molecular: primeiro aplicou uma forte descarga eléctrica proveniente duma bateria aplicada sobre o cão; afectando directamente as proteínas com esta alteração violenta e instantânea das características da corrente eléctrica, esperar uns segundos até esta se fundir na totalidade expondo de imediato o seu (novo/alterado) ADN; seguidamente aguardar durante uns minutos a evolução do processo, até que se verifique o aparecimento por fractura e divisão do organismo inicial, duma cópia do gene a alterar, replicado e readaptado sob a forma de ARN; finalmente esperar que a regeneração do ARN origine uma nova proteína, de acordo com os parâmetros pretendidos. A receita farmacêutica intermédia a aplicar durante todo este processo de intervenção e de aceleração molecular, tinha-a o Tobias retirado dum volumoso e obscuro livro publicado por um célebre alquimista árabe que passara pela Península Ibérica durante as últimas invasões, deixando-o para trás na sua fuga precipitada em direcção ao norte de África, face à violência e inclemência destrutiva das forças de reconquista cristã: obtivera cada uma das substâncias nos medicamentos existentes em casa e com eles dera à luz um novo cão, o Dog.
Dog: um cão de origem natural e locomovendo-se na horizontal (com a ajuda das suas quatro patas) que um dia sofreu um upgrade de melhoramento e erguendo-se apenas em duas das suas patas – agora na vertical – se tornou para a alegria do Tobias, em mais um ser racional.
Fim da 5.ª parte de 8
(imagens – WEB)