ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
A Morte da Escola, O Fim da Educação
“Será a falta de vergonha revogável ou irrevogável?
Ou dependerá de quem o diz, do novo dicionário de sinónimos ou da não aplicação do Acordo Ortográfico”?
Só falta mesmo aplicar o tratamento, ainda na barriga da Mãe – depois, só recorrendo à prática da lobotomia
(Crato vai pensar nisso)
A total hipocrisia dum conjunto de funcionários de topo do Governo altamente desqualificados e incompetentes – especialmente o radical, revolucionário e anti-exames Nuno Crato, transformado como um zombie num verdadeiro vómito político e moral – que tudo pretendem vender ao desbarato, denegrindo o produto enquanto público, para amanhã poderem ter a certeza dum emprego assegurado e bem remunerado, depois de tudo comprarem com o dinheiro tirado impunemente do bolso dos portugueses e serem logicamente castigados e expulsos do poder – tal como aconteceu com os demagogos que os antecederam – elogiando mesmo assim e descaradamente como se fossemos todos uns idiotas, o mesmo produto agora tornado privado e de excelência, nem que para tal tenham que trair o seu próprio país e todos os restantes portugueses.
Mais uma vez se ataca uma classe profissional para a destruir – despedindo-os ou diminuindo-lhes o salário – ainda por cima virando velhos contra novos.
Humilhar e Dividir para Reinar – Mas o que será necessário para julgar um político? Mortos e Feridos?
(Crato já faz isso)
Deviam ser julgados pelo prejuízo e traição cometida contra todo um povo constantemente delapidado na sua integridade e dignidade e pela criação do abismo onde colocaram como se fossem monstros o futuro das novas gerações – que tal como os seus antepassados do tempo do Estado Novo tiveram que fugir do país antes que este os obliterasse. Ou será que a Educação de tão mal que está, já se resignou ao seu assassínio mercantil definitivo, dispensando a nossa Memória e a nossa Cultura colectiva?
E o que dizer de um sindicato (?) profissional como a FNE/UGT, que face a toda esta hipocrisia e prepotência de Um mais forte contra todos os Outros mais fracos – reflectida numa Prova que só pode ser produzida por imbecis ou como diria Alberto Pimenta por verdadeiros Filhos da Puta – decide-se pôr do outro lado da barricada, virando as costas aos seus representados, condenando desta forma grotesca à morte 15.000 indivíduos e deixando os outros 22.000 ao “Deus Dará, Crato Tirará”, provavelmente para os sujeitar mais tarde à respectiva Prova de Vida.
Se alguém na estrutura de chefia do ME (juntando ainda uns quantos rastejantes) tivesse um pingo de vergonha que fosse, já lá não estaria de certeza: o problema é que estes indivíduos nunca se vêm ao espelho sem máscara ou maquilhagem, com medo de ao olharem para ele, só vislumbrarem algo de morto e de putrefacto.
(imagem – Web)
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Diário de um Alienígena Sem Dono
"A imaginação é positivamente aparentada com o infinito."
(Baudelaire)
Ficheiros Secretos – Albufeira
O Meu Alambique – Destilando o Espaço com outros colegas
Naquele dia a maré-cheia tinha ultrapassado os máximos até aí atingidos, inundando toda a marginal e tornando imperceptível a fronteira entre a terra e o mar. O areal tinha desaparecido sob as águas tranquilas do Atlântico, enquanto os bancos da praia parcialmente mergulhados sob as águas do mar observavam estáticos o horizonte carregado de nuvens: nem um único vulto se divisava no cenário que agora nos era apresentado, com as vagas sonolentas correndo ao lado dos pés dos miradouros electrificados e o solitário farol do Pau da Bandeira vigiando os eventos marítimos – carregado de milhares de alienígenas dispondo das mais avançadas e intrusivas câmaras digitais, disparando consecutivamente a objectiva na sua direcção, com o diafragma arfando entre diferentes e violentas aberturas propensas a inolvidáveis penetrações, impreterível e exclusivamente utilizadas para registar o mesmo espaço na respectiva imagem reflectida (ou holograma).
Tudo isto tinha começado na planície alentejana nas proximidades da barragem do Alqueva, quando após um repasto substancial e um descanso correspondente à sombra dum grande e velho Chaparro, um grupo de indivíduos incluindo alguns alentejanos não identificados e outros tantos cientistas de reconhecida competência, se tinham deparado surpreendentemente com uma visão no mínimo alucinante duma planície eclecticamente limpa e deserta, povoada de dezenas de antenas parabólicas perscrutando o infinito desconhecido. Ainda sonolentos e parcialmente absorvidos pelos vapores inebriantes e sedutores proporcionados pelos ambientes carregados de álcool, a surpreendente e inopinada visão deixou o grupo numa posição expositiva e hipnótica, tornando mesmo confrangedora a sua reacção imediata e instintiva face a um fenómeno não habitual, mas marcante e penetrante apesar de provisório e temporário.
A barragem apresentava-se com um força que lhe advinha da sua construção exterior e artificial, violando sem remorso nem regressão toda a paisagem que a criara e rodeava e impondo-lhe todo o seu poder estranho e invasivo, estritamente baseado em forças extraordinárias e superiores que conseguiam sem o percurso normal impor o seu espaço exigido, reocupando-o. Através duma fenda encontrada entre duas rochas parecendo estranhas ao enquadramento esperado e reconhecido, alguns dos elementos do grupo deixaram levar-se pela sua curiosidade infantil, deixando-se levar como crianças embaladas e sonhadoras pelos efeitos tóxicos do álcool e pela derivação irresponsável dos seus jovens e rebeldes cérebros. Sob o paredão principal da barragem que suportava o imenso volume de água que agora ocupava a superfície alentejana – como se de um dilúvio a mesma tivesse sido vítima – foram encontrar um quadro um pouco incomum e com algumas características exotéricas, eróticas e exóticas, com um homem de linhas perfeitas e perfeitamente hirto fazendo face a um dispositivo electromagnético molecular, capaz de reproduzir instantaneamente o momento zero de criação do mundo através de simples reprodução celular: do zero surge o infinito por interacção de pontos neutros dotados de energia que adicionados de movimento dão origem ao aparecimento de matéria e /ou antimatéria, dependendo da excitação provocada e dos diferentes planos concorrenciais e paralelos em presença.
A programação estava a decorrer de acordo com o planeado não tendo sido necessário até ao momento a intervenção de qualquer tipo de operador. No monitor a acção enquadrava-se dentro dos parâmetros esperados e os seres vivos presentes e sob análise detalhada e preferencial não fugiam aos parâmetros inicialmente exigidos. Nenhuma aplicação extraordinária tinha sido sugerida ou adicionada posteriormente e a execução do software de correcção e normalização nem sequer tinha sido ainda introduzido, como medida complementar de confirmação e segurança. Quanto ao hardware utilizado pelos técnicos associados ao projecto internacional da barragem do Alqueva, uma experiência de décadas e de décadas de projectos, planeamentos e implementações parciais mas frutuosas, produtivas e sequenciais na edificação e consolidação de estruturas, tinham permitido a conclusão com grande sucesso do processo de fixação e aprofundamento subterrâneo deste paradigma, subsidiado maioritariamente a fundos perdidos pela CEE e tornados secretos através da colaboração de Entidades Extraterrestres ligadas a interesses norte-americanos, inimigos do euro como moeda referencia do mercado.
Enquanto estes acontecimentos se desenrolavam sem grandes incidentes em plena planície alentejana, nas grandes cidades os nossos filhos estavam ocupados em casa a combater comodamente instalados e sentados o inimigo, adquirindo conhecimentos fundamentais para a sua convivência e sobrevivência em simuladores de guerra que os preparavam para os dias futuros que se avizinhavam, ensinando-os a combater os seus verdadeiros inimigos através da repetição até à náusea de certos gestos, que tornados eficazes os tornavam preponderantes e eficazes, proporcionando-lhes o acesso a outros níveis (hierárquicos). Neste caso a acção violenta de resposta e de defesa registada por esta altura, verificou-se em pleno centro antigo da cidade de Albufeira, com elementos especializados em luta anti-terrorista informática tornada objectiva em cenários extremos de realidade efectiva e sujeita a transformação, a combaterem grupos não identificados de invasores vindos do norte de África e que terão abandonado furtivamente e sem conhecimento das Autoridades do Submundo, o interior de fracturas e fendas originadas através da deslocação de placas tectónicas que terão surgido recentemente à superfície.
A situação acabou por ser monitorizada e controlada pelo responsável nomeado para a Península Ibérica, que verificando atentamente o evoluir da situação e de todas as implicações possíveis e previsíveis para a região e o seu ambiente natural, decidiu isolar toda a região a possíveis intrusões não desejadas, transformando-a provisoriamente numa zona aparentemente com propensão agrícola e potencialmente com grande apetência para implantação de zonas verdes apetrechadas com campos de golfe: uma excelente estratégia para manter em segredo a localização dos nossos bunkers e desse modo manter a esperança da manutenção da soberania do nosso país, aquando do ataque final e definitivo dos alienígenas vindos de exterior. Sob a barragem do Alqueva estará assim sediado um grupo de resistência clandestina, que se oporá com todas as suas forças aos invasores vindos do lado da lá, grupos esses que apenas pretendem opor-se à colonização da região e à escravização dos seus naturais – tal e qual como aconteceu no Algarve com a invasão, conquista e destruição de toda uma região e cultura por parte duma raça estrangeira oriunda do planeta Camo, conhecidos como Camones – e contando como sempre por outros primatas traidores.
Já a caminho do Malhão as nuvens começaram a levantar-se e o céu começou a abrir-se em toda a sua beleza nocturna, com as estrelas a começarem a polvilhar o céu cada vez com mais pontinhos cintilantes, enquanto alguns planetas se iam deslocando estáticos e sem tremer, quase como se não se quisessem fazer notar. À esquerda a Lua quase nova não ajudava em nada, cobrindo duma penumbra intensa todos os vales e planícies e deixando todos os animais protegidos pela escuridão. No litoral as informações indicavam que a situação tinha voltado ao normal com os turistas de novo a afluírem em massa aos extensos areais, sem se preocuparem com possíveis efeitos secundários de uma realidade propalada como efectiva mas certamente fictícia, que até poderia proporcionar em qualquer momento e apesar de tudo, um tempo único e extraordinário como o do terramoto de 1755 e seu respectivo tsunami. No cimo do Malhão e antes de arrancarmos para Albufeira via Loulé, ainda tivemos tempo de nos despedir dos nossos amigos estrangeiros e na companhia de budistas tibetanos alternativos que aí se encontravam de passagem, comermos um espectacular queijo fresco e um não menos delicioso presunto de porco preto, tudo acompanhado por um bom copo de tinto ou um bom cálice de medronho: com a noite já avançada despedimo-nos do mundo etéreo e descendo a serra algarvia, vimos ainda os nossos brilhantes amigos a erguerem-se da terra ziguezagueando como crianças entre as estrelas do céu.
(imagens – Web)