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Homem Rico, Homem Pobre

Segunda-feira, 04.08.14

BRUXA-MÁ: Espelho Meu Espelho Meu, Qual É O Banco Melhor Que Eu?

ESPELHO: O Novo Banco!

 

Não desista: sem dinheiro mas actualizado!

 

Como todas as segundas-feiras da manhã – desde há quase meio século – hoje fui ao meu banco ver como andavam as coisas.

 

Cheguei lá por volta das nove – confesso que não gosto muito de confusões – e felizmente só lá estavam dois clientes na fila.

 

O primeiro cliente abandonou o balcão, ainda estava eu a entrar no interior do banco: imediatamente tomei o meu lugar e fiquei a aguardar a minha vez.

 

Esperei pouco mais de cinco minutos e precisamente às 09h10mn vi-me finalmente diante da Sra. Conceição: a aluna mais nova da minha turma do primeiro ano da escola primária, que mais tarde se tornara bancária e que estava já muito perto da reforma.

 

Dei-lhe logo os bons-dias e perguntei-lhe pelas minhas contas. E amistosamente ainda a questionei sobre o estado de saúde do seu gato. Não compreendi logo a sua resposta.

 

“Se fosse só o gato”!

 

A Conceição era uma grande amiga de infância e além disso como minha gestora de conta foi logo directa ao assunto: o seu banco de ontem agora já não existe e aquele que agora lhe sucedeu não é um mas agora são dois.

 

Inicialmente fiquei bastante baralhado, mas sabendo como por vezes ela se comportava, ainda pensei que fosse mais uma das suas brincadeiras: quando nova, ela gostava de nos pregar algumas partidas e esta só podia ser mais uma delas. Para mim, claro!

 

Mas para ela não. O banco fora na realidade extinto no Domingo anterior, sendo de imediato dividido em dois: um Banco Bom – já baptizado como Novo Banco – e um Banco Mau – ainda por baptizar.

 

Mas afinal em qual dos bancos me encontrava eu naquele momento? Teria acontecido algo de sobrenatural desde a última semana que eu não tivesse topado? Que eu tivesse reparado não.

 

E a Conceição falou: o Manuel (eu) está no Novo Banco (o Banco Bom) com o outro (Banco Mau) a ficar nas mãos do Espírito Santo. Mas infelizmente o Manuel também tem relações com o outro lado.

 

E então apresentou-me a minha contabilidade resumida (quem dera!):

 

Dinheiro no:

Ordem

Investido

Total

Banco Inexistente

38.759

350.000

388.759

Dinheiro no:

Ordem

Investido

Total

Banco Bom

38.759

000.000

38.759

Banco Mau

00.000

350.000

350.000

Recuperado

Ordem

Investido (≈10%)

Total

BI→BB/BM

38.759

35.000

73.759

Perda  Mais de 80%

Tabela para Leigos – Rirem e Chorarem

 

Só podia ser gozação: ainda há poucos dias subscrevera mais acções do banco agora inexistente sob conselho do próprio e ainda existente governador do Banco de Portugal!

 

Quanto à nova estrela em ascensão – a Ministra e Taróloga Maria Luís – preferi nem sequer a ouvir. Até já sei o que vai dizer: “ Que os 5.000 milhões vão ser emprestados ao Banco Bom/Novo Banco em nome do estado português (a juros baixos), mas que nada de negativo se repercutirá sobre os contribuintes portugueses”.

 

Mais que evidente!

 

Tal e qual como no caso BPN mas agora com uma semântica diferente.

 

(imagem – lusonoticias.com)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 23:25

Banco Bom Banco Mau

Segunda-feira, 04.08.14

“Esta arquitectura de estado está cada vez mais enterrada na sua demência degenerativa e pelos vistos final”

 

O BES faliu.

 

Lisboa – Sede do Banco de Portugal

 

Mas para que o caos não se instalasse definitivamente na nossa já tão fraca e contraída economia, o governador do Banco de Portugal decretou oficialmente a sua morte e como consequência o seu imediato funeral: a solução encontrada foi divina e salomónica com a divisão do Corpo Moribundo exactamente ao meio, criando dum lado um Banco Bom (com ligações privilegiadas à economia e ao mercado nacional) e do outro lado um Banco Mau (associado às estruturas financeiras e a todos os seus produtos tóxicos).

E depois?

Injectado o Banco Bom (apesar de tudo de iniciativa privada) com mais 4.900 milhões (de dinheiros públicos), em que é que isso beneficiará o comum contribuinte português?

E qual será a função do Banco Mau, uma sociedade financeira pela sua situação de falência sem acesso a qualquer tipo de crédito e com uma única possibilidade de retorno: a recuperação duma percentagem mínima de créditos esmagadoramente considerados como perdidos.

E lá vem outro BPN (certamente que não o último), mais aumentos de impostos e a continuação da nossa fatal subserviência: à autoproclamada e miserável elite intelectual (portuguesa e europeia).

 

O governador do Banco de Portugal declarou entretanto o excelente estado de saúde do Banco Bom/Novo Banco (a nascer esta segunda-feira) garantindo com toda a sua convicção o normal funcionamento do mesmo.

 

(imagem – Wikipedia)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 01:17