ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
E Lá Se Vai Arrastando a F1
A crise chegou para todos e até os ricos se tiveram de conter. Aproveitando a sua decadência os quase ricos ofereceram-se para ajudar os ricos e sob determinadas condições ofereceram os seus serviços. Assim as máquinas tiveram que ser adaptadas e consequentemente normalizadas, de modo a poder-se assegurar a todos as mesmas hipóteses de sucesso. Quem são os Campeões?
O alemão da Mercedes Nico Rosberg alcança a pole position para o GP Bélgica
Como se pode ver pela grelha oficial de partida para o Grande Prémio da Bélgica de Fórmula Um – tanto no que diz respeito a pilotos como também a marcas – mais uma vez a Alemanha demonstra à Europa a sua crescente supremacia.
Posição | Piloto | Marca | Tempo |
1 | Rosberg | Mercedes | 2.05.591 |
2 | Hamilton | Mercedes | 0.228 |
3 | Vettel | Renault | 2.126 |
4 | Alonso | Ferrari | 2.195 |
5 | Ricciardo | Renault | 2.320 |
6 | Bottas | Mercedes | 2.458 |
7 | Magnussen | Mclaren-Mercedes | 3.088 |
8 | Raikkonen | Ferrari | 3.189 |
Os únicos países que ainda resistem – no fundo à asfixia total e morte definitiva da F1 – são a França e a Itália, com a Grã-Bretanha sem nada a opor e a travestir-se tipo M&M (nem rebuçado nem chocolate).
Quando era jovem muitas das batalhas travavam-se nos protótipos e na rapidíssima Fórmula Um. No primeiro caso o grande duelo era entre os alemães da Porsche e os italianos da Ferrari; mas a grande atracção era a F1 e os verdadeiros espectáculos proporcionados pelos duelos travados em plena pista – muitas das vezes levados até aos limites – entre corredores fantásticos e destemidos.
Isso tudo acabou muito naturalmente – como foi previsto acontecer aquando do fecho das transmissões em canal aberto – já que a morte dos seus leais adoradores, divulgadores e espectadores (abandonados todos à sua sorte) não é forma de promover seja o que for.
E já se fazem apostas (realizados 11 dos 19 GP):
Posição | Piloto | Marca | Pontos |
1 | Rosberg | Mercedes | 202 |
2 | Hamilton | Mercedes | 191 |
3 | Ricciardo | Renault | 131 |
Classificação do Mundial de Condutores
Posição | Marca | País | Pontos |
1 | Mercedes | GER | 393 |
2 | Renault | FRA | 219 |
3 | Ferrari | ITA | 142 |
Classificação do Mundial de Marcas
Rosberg e Hamilton não têm culpa que as condições meteorológicas os tenham beneficiado (ou a Mercedes): com a chuva a prejudicar todos menos dois, eles apenas aproveitaram a oportunidade para fazerem os dois melhores tempos. Mas qual será o resultado de Domingo?
(imagem – Web)
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Digital
Digitalização de Verão
Se um dia Eu fosse Digital, só precisava de três teclas de acesso (duas nos meus tomates e outra na ponta da piroca).
Para dizer SIM, para dizer NÃO e para dizer FODA-SE.
Mas até hoje nunca me deixaram. Preferiram complicar-me a vida e aplicar-me o degradante tratamento Analógico.
Hoje tenho dois ponteiros – um para as horas e outro para os minutos – com um deles espetado no cu. Não sei qual deles é, mas já parece uma eternidade.
Queixei-me à minha mãe, mataram o relojoeiro e incendiaram-lhe a casa e no fim-de-semana seguinte, ela deu-me um Digital: baseava-se num processador biotecnológico de alta velocidade e definição, associado a um monitor multidimensional dispondo de apenas três botões.
Naquela tarde de Verão junto da piscina (prestes a mergulhar) e com os raios do Sol a incendiarem o corpo, só faltava mesmo a mulher chamar pelo seu Digital pedindo-lhe ajuda. A resposta imediata foi FODA-SE.
Após o Orgasmo só faltavam duas coisas: dizer SIM a uma ceia com caviar, lagosta e champanhe e dizer NÃO à conta que os pariu!
(imagem – Web)
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As Crianças e a UNICEF
Mas por onde anda a Declaração Universal dos Direitos Humanos (10.12.1948) e a Declaração dos Direitos da Criança (20.11.1959)? Terão sido arquivadas e esquecidas?
Não será de certeza deste modo, que farão desaparecer as crianças!
Faixa de Gaza
Crianças em Guerra
Segundo dados fornecidos pela UNICEF o conflito ainda a decorrer entre o estado de Israel e a forças armadas ligadas ao Hamas (que controlam a Faixa de Gaza), tem tido consequências extremamente violentas no que diz respeito às crianças.
Decorridos quase quarenta e seis dias (8 de Julho) desde o início deste novo conflito entre judeus e palestinianos, os números são bastante claros e cruéis:
Crianças Mortas |
469
|
10/dia |
Crianças Feridas |
3.000
|
65/dia |
Crianças Necessitando de Apoio Social e Psicológico (mais de)
|
370.000 |
8.043/dia |
Escolas Danificadas (mais de)
|
219 |
5/dia |
Escolas Completamente Destruídas
|
22 |
0,5/dia |
Casas Destruídas
|
17.000
|
370/dia |
Total de Mortos (mais de)
|
2.000 |
44/dia
|
A primeira conclusão a tirar é que cerca de 25% dos mortos registados desde o início deste último conflito são crianças. E que se este número ainda não conseguir impressionar ninguém, que olhem então para o número avassalador daquelas que por motivos óbvios necessitam de urgente apoio psicológico – umas brutais quatro centenas de milhares! Com escolas, casas e demais infra-estruturas destruídas ou bastante danificadas, prevendo-se um período de reconstrução nunca inferior a dezoito anos. Isto se ainda acreditarmos na Paz no Mundo.
(imagem – NBC NEWS)
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O Fim do Mundo segundo TRUMP
Deficientes?
Somos Todos Nós!
(apenas diferenciados no Grau)
“Deficiência é o termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatómica” (Wikipedia) – relativamente a uma estrutura não deficiente (acho eu). Serei também deficiente? Seremos todos deficientes?
O Último Moicano
Donald TRUMP em triplicado
(para que em Portugal a burocracia não morra)
Um dos últimos moicanos do nosso imaginário mundo juvenil (como o nosso Zé Ninguém criado numa barraca mas agora vivendo numa suite), onde qualquer um de nós (por mais imbecil que fosse) poderia ser rei e ter o privilégio de mandar.
Atento à evolução da economia norte-americana e ao estado das Finanças dos Estados Unidos da América – com a Reserva Federal na sua louca e irreversível caminhada de constantemente emitir dívida (e não dinheiro) utilizando a poupança dos outros (estados) – TRUMP reconhece que o colapso global está cada vez mais próximo e que a ruína está aí ao virar da esquina.
TRUMP não necessita de ser um erudito diplomado e iluminado para constatar que:
- A Dívida atinge cada dia que passa valores cada vez mais brutais:
- O Desemprego atinge números impensáveis e talvez mesmo irreversíveis;
- Apesar disto tudo os empréstimos (a dívida) não param de crescer e das casas passamos agora para os automóveis.
Qualquer leigo percebe o que se passa e só os prostitutos assumidos (políticos e seus semelhantes) é que por interesse e dinheiro o continuam a negar.
O leigo TRUMP percebe que quem manda no mundo já não são os Estados Unidos da América, mas aqueles que hoje em dia já são donos (maioritários) da moeda norte-americana, o dólar: a todo poderosa (e maior economia mundial) China. Salvaguardadas as devidas proporções para TRUMP os USA poderão futuramente ser uma nova Grécia, Portugal ou Espanha: é que quem manda actualmente já não são os Estados Regionais mas as Corporações Globais.
E fomos nós que escolhemos!
TRUMP agradece.
(imagem – Web)
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Dois Contos Imperfeitos e Inacabados
A Mente também tem Buracos
“Virtualmente – mas com consequências muito reais – o Espaço perde-se muitas vezes (inacreditavelmente) no Tempo: e com este último a oferecer-nos apenas como prémio (ainda por cima sem exclusividade) a pena de Morte.”
I
Euclides – O Alienígena Perfeito
O Alienígena Euclides e o Número Perfeito
Estava uma noite perfeita de Primavera na cidade, com o mar calmo e sem ondas a ser percorrido por uma aragem fresca e macia que aliviava os nossos corpos de mais um dia de calor e de trabalho, enquanto alguns turistas já iam enchendo partes da avenida mesmo junto ao mar, usufruindo da delícia e do mais puro prazer duma cerveja fresquinha e dum prato de camarões ou de deliciosos caracóis. Sobre a praia ainda circulavam algumas pessoas, aproveitando um último momento de delícia visual e marítima, antes de finalmente terminarem o passeio e regressarem bem retemperados a casa. E por volta das duas da manhã o contraste já era bem evidente: ainda no início de Maio e com as noites a arrefecerem um pouco face às maiores temperaturas diurnas, toda a esplanada da praia ficara deserta, a restauração fechara e só uma ou outra pessoa se avistava no pontão – talvez na pesca, na conversa ou apenas olhando o mar para com ele adormecer.
Pelas duas da madrugada quem estivesse a olhar do alto do Pau da Bandeira não veria lá em baixo nada a mexer, fosse em terra fosse no mar: só mesmo as lanternas dos pescadores balouçando ao som das ondas do mar e a iluminação publica que iluminava a zona da praia. Nada mais. Assim quando chegamos às escadas para descer até à praia não se via ninguém: os quatro descemos até à zona da Praia dos Pescadores, dirigimo-nos até ao pontão e preparamos os nossos fatos de mergulhadores. Minutos depois chegaram outros dois elementos do grupo que ficariam cá fora a controlar o restante equipamento, enquanto os outros quatro mergulhavam. Esperavam que o que o Tiago tinha afirmado repetidamente fosse verdade, não pensasse ele que não tinham mais nada que fazer senão serem enganados e gozados. O Tiago – que também vinha connosco – afirmava ter visto há duas noites atrás numa ida com os pescadores ao mar, uma luz que vinha do fundo das águas e que – o que era mais estranho – parecia deslocar-se rapidamente sob a mesma tendo a determinado altura como que explodido em luz e desaparecido logo de imediato. Os pescadores ainda tinham reparado por instantes no repentino fenómeno luminoso, mas face à presença de outros barcos iluminados, tinham acabado por ignorar o acontecimento. Mas o Tiago achava tudo muito estranho e não descansou enquanto não nos enfiou todos dentro de água. Entraram na água era já três horas da madrugada – com a temperatura da água bastante amena e acolhedora – mergulhando no imenso mundo líquido exactamente às 03h 05mn.
Às 03h 10 sentiram um pequeno incómodo no corpo – como se este estivessem com um ligeiro formigueiro – constatando o aparecimento dum pequeno ponto de luz movimentando-se debaixo de água e aproximando-se deles rapidamente. Já a poucos metros de distância o ponto luminoso pulsou subitamente, expandindo-se instantaneamente e engolindo-nos a todos duma só vez: como que apanhados por um redemoinho fomos todos atraídos para o centro do buraco que se formara diante de nós, acabando os quatro elementos por desaparecer no seu interior e fechando a porta atrás de si. Ao mesmo tempo e para trás o cenário fora reposto. E pela mesma altura eles chegavam à Praia dos Pescadores: eram 03h 00mn. Algo de estranho se estava a passar: afinal de contas regressavam de novo ao local de partida, emergindo no sentido contrário ao do seu objectivo, ainda por cima quando tinham precisamente acabado de mergulhar dirigindo-se em direcção ao interior do oceano Atlântico. Lembravam-se da presença crescente duma luz, de como esta subitamente se expandira e os rodeara, e duma estranha e profunda sensação de absorção e partilha, seguido dum forte desprendimento (em contraponto, aglutinador de matéria) que os acabara por libertar e ali os fizera emergir. Mas não viram os seus outros dois companheiros, que tinham ficado na praia.
A imensa paixão pela geometria dos números levara o nosso Alienígena ao conhecimento de um dos maiores matemáticos terrestres da antiguidade, o grego Euclides. Talvez um dos maiores matemáticos de sempre e um dos mestres que mais contribui na época (o seu nascimento reporta-se a III A.C.) para elevar Alexandria ao estatuto máximo de capital mundial da cultura e do saber. Nunca esquecendo a sua obra magistral “Os Elementos”. Mas uma das coisas que na altura mais lhe chamara a atenção fora a compreensão que Euclides parecia ter sobre o conceito de geometria – do plano e por sequência do espaço – relacionando-a com diversas dimensões construtivas e estruturais que não se limitariam apenas aos parâmetros reais conhecidos – como também ainda a outros já presentes mas ainda por descobrir – o que transportaria futuramente o estudo da matemática à noção de infinidade (concorrencial ou paralela) e à edificação da teoria dos multiversos: “Não existem estradas reais para se chegar à geometria” (Euclides). A outra curiosidade que lhe despertara a atenção e que o levara de novo ao aprofundamento do seu estudo sobre o imperdível mundo dos números (e respectivos algarismos constituintes e por constituir), fora a particularidade da direcção assumida desde o início pelo seu estudo tentando em vez de realizar operações entre eles, integrá-los e entendê-los – sobretudo analisando, compreendendo e executando, as relações existentes entre eles. O que mais o tocara pela sua força e pela sua simplicidade fora desde logo a noção de Número Perfeito. E por homenagem sentida atribuíra-se o nome de Euclides.
...
II
Cansaço sob a forma de Epidemia
Desempregado e sem nada que fazer resolvi ir até à baixa da cidade e ver como estava o estado do mar. Já na entrada da praia do Túnel e como muita gente se acumulava no seu trajecto, resolvi subir as escadas laterais e ir dar uma espreitadela até à praia do Peneco. Desci pelo elevador e como estava um tempo quente e asfixiante, decidi que estava na hora certa para ir ao banho: sentia-me húmido e colado, com a sensação a não ser mesmo nada agradável. A água estava inicialmente fria mas quase que como por magia logo ficou a uma temperatura verdadeiramente fantástica. Meia hora depois saí finalmente da água e lentamente limpei-me, vesti-me e dirigi-me de novo para o elevador. Enquanto esperava a sua chegada ainda pude presenciar algumas pessoas a saírem do interior da água a correr, um pouco alarmadas e amedrontadas com os gritos de dor e aflição que alguns dos veraneantes lançavam de locais diferenciados mais à frente e junto às rochas, sem se entender bem porquê. Pelos vistos uma quantidade apreciável e anormal de peixes-aranha no local, poderia estar na origem do que estava a suceder. Isolada a zona e com as pessoas mais calmas, lá subi no elevador até ao hotel Rocamar. Acabei de limpar melhor os pés e ainda me pus uns minutos a observar a praia lá em baixo e o mar calmo até ao horizonte. E foi aí que uma imagem extraordinária – e que atraiu o olhar de todos os presentes na praia – começou a atravessar o horizonte dirigindo-se de oeste para este: como se estivessem numa jangada um grupo de pinguins atravessava a baía de Albufeira, colocados sobre o que restava de um antigo icebergue.
Quando cheguei a casa liguei logo a televisão para ver se as notícias já se referiam ao caso. Pelos vistos ainda não tinham conhecimento de nada, motivo pelo qual me pus a fazer zapping a ver se surgia alguma novidade noutro canal de informação. Mas nada feito. Apenas um dos canais me despertou mais tarde a atenção, referindo-se este às últimas teorias lançadas pelos geólogos e outros cientistas, que afirmavam existir um mar subterrâneo no interior do nosso planeta na zona de transição entre o manto inferior e o manto superior. Apesar de tudo tal facto não me afastou do episódio ocorrido na praia e até me pus a pensar se os peixes-aranha não teriam algo a ver com os desenquadrados pinguins, acomodados no seu insólito icebergue: talvez algo de inabitual se estivesse a passar a nível da água contida no oceano, que provocasse o aparecimento de situações estranhas na sua composição e temperatura. Esse facto poderia influenciar o comportamento dos animais marinhos – devido a alterações significativas provocadas no seu ecossistema natural – levando-os a ultrapassar mesmo que involuntariamente o seu habitat tradicional. Na verdade toda a gente tinha conhecimento do degelo registado nas calotes polares, originado não só pelo por muitas vezes já falado aquecimento global, como também pelas erupções que se iam registando em vulcões submarinos, situados debaixo das espessas camadas geladas. Enquanto isso a televisão continuava a debitar informações sem qualquer tipo de interesse, pelo que resolvi ir buscar o meu tablet. Nos Estados Unidos da América os sismógrafos tinham detectado uma sucessão de sismos de média dimensão na zona do parque de Yellowstone, os quais fugindo um pouco aos parâmetros normais do seu ciclo geológico tinham começado a preocupar os sismólogos e a alarmar os residentes na região envolvente. No meio de notícias relacionadas e emaranhadas entre si ainda apareciam os apoiantes da existência de um oceano interior, afirmando que a sua localização estaria nas profundezas geológicas do seu próprio país: um super-vulcão como o de Yellowstone, associado a um oceano desconhecido aparentemente localizado bem nas profundezas rochosas da região, poderia transformar-se em determinadas circunstâncias num evento de proporções apocalípticas. Parecia que estavam a falar do fim do mundo, mas fora as cenas estranhas que tinha presenciado, tudo o resto estava normal.
Já o Sol se tinha posto quando tocaram à campainha da porta. Ao abri-la o meu espanto não podia ser maior: perante o que via senti logo um grande calafrio percorrer a minha coluna vertebral, suores frios e de medo a porem-me a pele eriçada e molhada de suor – quase como se alguém me tivesse posto na posição de pausa – o que me deixou temporariamente paralisado e sem saber como reagir. Sem que eu reagisse o visitante aproveitou a ocasião para entrar em casa, acabando por se dirigir à sala de estar situada mesmo em frente do hall de entrada, sentando-se de seguida e tranquilamente no grande e confortável sofá ali instalado. Ainda ficou um pouco a olhar para mim mas, talvez de modo a que eu fizesse reset e recuperasse psicologicamente, virou-se para a TV e aproveitou o intervalo de inacção para beber um líquido brilhante e escuro, para mim desconhecido e que trazia dentro duma pequena garrafa. E duma forma normal e reflexiva, mas parecendo um pouco automática – compreensível, mas denotando previsibilidade – ainda teve tempo para dizer: “os líquidos são sempre necessários, até para a minha manutenção”. Quando me sentei em frente dele – ainda tentando recuperar da surpresa inicial – ele abriu a sua camisa e aí a minha suspeita confirmou-se: estava perante uma biomáquina ou de algo de parecido. Afirmou mais tarde ser originário de um pequeno planeta muito semelhante ao nosso, pertencente ao sistema rodeando a estrela binária Epsilon Boötis (localizada a mais de 200 anos-luz de distância da Terra), tendo na sua viagem de vinda permanecido momentaneamente (para um upgrade de conhecimentos) numa estação que orbitaria a Terra há já vários milénios (nem sempre visível por questões de segurança) e que ele denominou misteriosamente como o Cavaleiro Negro (já ouvira esse nome noutro lado qualquer). Imóvel e silencioso, ouvi então o que ele tinha a dizer. Resumidamente e para não perder mais tempo com os meus receios, interpretações e negações da realidade, o que ele afirmou e ao qual deu mais importância – justificando assim a sua presença – foi que “o planeta Terra estaria a atravessar uma fase da sua evolução bastante preocupante tanto a nível geológico como a nível social, situação essa que poderia ser agravada por outras contribuições externas suplementares e até por uma possível e inesperada intrusão estrangeira, mas com colaboração interior”. Ele estava ali para ajudar e colaborar na procura e proposta de soluções, pois os sintomas do problema (que já aí estava) eram cada vez mais intensos, consecutivos e alarmantemente visíveis: seguindo as preocupações válidas e responsáveis demonstradoras dum conhecimento colectivo e superior – elaboradas e divulgadas pelo seu grande amigo Al Gore – a biomáquina chamava-me a atenção de que “eram os pequenos detalhes que faziam a grande obra e que a ignorância do mais pequeno pormenor poderia representar o fim de qualquer espécie – mesmo uns pinguins surfando um bloco de gelo, perto do Verão e a caminho do mar Mediterrâneo”.
Quando recuperei a consciência já não me encontrava em minha casa. Pela janela do quarto observei a paisagem que me rodeava e de início parecia ser um ambiente muito semelhante aquele que habitava. Só que o colorido era mais intenso, a calma absoluta e sem intrusos e o quadro geral que apresentava demasiado limpo e organizado – talvez puro e parecendo até agora intocado.
...
(imagens – Web)
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Reentrada na Atmosfera
Lixo em Órbita Terrestre
Imagem captada a partir da ISS
(sobre o oceano Pacífico)
No passado dia 17 de Agosto após ter concretizado anteriormente o seu objectivo e abandonado posteriormente a Estação Espacial Internacional, a nave privada de carga Cygnus deu por concluída a sua missão, acabando por se desintegrar ao entrar na atmosfera terrestre.
(imagem – Alexander Gerst/ESA)
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Os Terroristas e Os Outros
Em primeiro lugar e de modo a evitar confusões convém afirmar que o Estado da Palestina é composto por dois territórios separados entre si pelo Estado de Israel: uma região de maiores dimensões fazendo fronteira com Israel e com a Jordânia e controlada pelo Fatah de Mahmoud Abbas – a Cisjordânia – e outra pequena faixa litoral fazendo fronteira com o mar Mediterrânico, com o Egipto e completamente cercada por Israel (por ar, mar e terra) – a Faixa de Gaza controlada pelo Hamas de Ismail Haniya.
Mísseis lançados pelo Hamas em direcção a Israel a partir da Faixa de Gaza
(19 de Agosto)
O conflito militar actual tem-se desenvolvido envolvendo o Estado de Israel e as autoridades da Faixa de Gaza controladas pelo Hamas – o movimento palestiniano maioritário nesta região da palestina, ao contrário do que acontece na Cisjordânia onde o Fatah é predominante entre a população – um movimento considerado terrorista entre outros pelo Estado Judaico e pelos seus aliados norte-americanos, mas fortemente apoiado por muitos países árabes com o Qatar na liderança – um dos Emiratos da Península Arábica rico em petróleo.
Recomeço dos bombardeamentos em Gaza
(enquanto ainda se tenta enterrar os mortos)
Já agora em vez de escutarem o que dizem todas as “vozes do dono” sobre o papel destes terroristas no genocídio que está a decorrer em Gaza – ultrapassando já os 2.000 mortos com 25% desse total sendo crianças – informem-se de quem está verdadeiramente no controlo destes acontecimentos, o que na realidade e objectivamente pretendem e se aqueles que se matam nos combates são os verdadeiros culpados ou as suas primeiras vítimas? Deixando agora Israel de lado vejam só esta notícia do The Jerusalem Post:
Khaled Mashhal
(Chefe da delegação política do Hamas)
The Jerusalem Post
(jpost.com)
Qatar threatened to expel Mashaal if Hamas okayed Egypt-proposed truce
Mashaal, who is based in Qatar, has been blamed by Israeli officials in recent days for sabotaging a long-term truce along the Gaza front.
Is Qatar responsible for the collapse of the cease-fire in the South?
A senior Fatah official is quoted by the pan-Arab daily Al-Hayat as saying that the Qatari government threatened to expel the Hamas political bureau chief, Khaled Mashaal, if the Palestinian Islamist group agreed to the Egyptian cease-fire proposal.
(imagens – AFP Photo)
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O Futuro do Desporto
The Future of Sports
(by Spencer Hall – 19.08.2014 – theverge.com)
The Verge
Is:
- Drugs
- Gambling
- And an Immortal FIFA
The future of sports will be a nightmarish universe without bundled cable, meaning you will either pay individually for network’s programmingor write a hefty check to ESPN (or its logical successor) in order to subsidize its production of league content. It will not be a nightmare for you, the person who does not like sports, but it will be a pain for those of us who will have to remember all those passwords to our WWE, NFL, SEC Network, La Liga, and International Cornhole Championship accounts.
It would be fun to say that the NFL will decline as the king of American sports, but even if it does its subscription services will artificially extend its lifespan. There’s already a model for this: MLB, whose online subscription model will keep it alive long after it should have died naturally. Soccer will grow in popularity as fewer children play impact-heavy football. Oh boy, how you’ll have to read a lot of horrible, horrible editorials on that happening.
No matter what happens, the London Jaguars will mark the NFL’s spectacular turning point, particularly when AFC East teams finally get tired of flying across an ocean to play in the wrong time zone for tens and hundreds of groggy and confused English "fans."
The NBA needs no help, having made inroads into the lucrative international market already. David Stern will continue to guide the league’s fortunes from his hermitic kingdom in the mountains of Canada, healthy and alive on a steady diet of Tim Duncan’s immortal blood marrow.
Performance-enhancing drugs will become less and less of a deal as they, along with most other drugs, get decriminalized and see more sensible, measured use. Ditto for gambling, an activity most other countries handle just fine in coordination with a lively sporting scene. It’ll all happen and people will be shocked and horrified we did it so stupidly for so long.
College athletics will become an open market, shockingly looking a lot like college athletics looks now: a small group of dominant teams paying people to play at their schools in cash. It’s amazing how a lot of legalization merely involves sanctifying what is already happening with a little bit of law, but that’s where it’ll be. Teams will function as little more than branded university properties; players will either take a football-focused curriculum for a degree, or simply work as football players and employees of the university. The concept of the student-athlete, at least at the highest levels of college athletics, will be mercifully dead.
The Olympics and FIFA are two of the most corrupt, unprincipled, and shadowy organizations on the planet. Based on this, I assume both will live forever, and enjoy continued thriving success into the next five centuries.
(The Verge)
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Ucrânia – A Nova Vergonha da Europa
Sentado no sofá como um morto-vivo mas de telecomando na mão, assisto indiferente ao que vai dando na TV: lá longe continuam as matanças, já com mais de dois milhares de mortos em Gaza e a caminho disso na Ucrânia. Mudo então de canal: mas não dá mesmo nada de jeito. É sempre o mesmo: quando queremos descansar só pensam em chatear!
Ucrânia
E se fosse a minha avó, a minha mãe, a minha filha, a minha neta, a minha família?
A qual delas teria eu o descaramento de atribuir a culpa?
Como é possível não termos um mínimo de dignidade e de vergonha, ao pactuarmos com estes actos horrendos e criminosos cometidos e consentidos por esta classe política europeia, que sempre nos jurou defender? Ainda por cima continuando a viver como se nada se estivesse a passar – nem fosse nada connosco – sossegadinhos e caladinhos no nosso cantinho, para que assim nunca reparem em nós!
Não podemos ignorar que fomos criados sob juramento dos ascendentes destes políticos miseráveis – e que desde sempre se comprometeram a oferecer-nos um mundo melhor (o mais próximo possível dos nossos sonhos) – perdoando-lhes invariavelmente os seus erros e falsidades muitas das vezes cometidos sem pudor e deliberadamente (por simples ausência de debate) e criando dessa forma e por nossa própria culpa, uma excepção que para eles se transformou instantaneamente numa regra: não respeitar o seu semelhante.
(imagem – USA TODAY)