Com a Califórnia a atravessar o seu terceiro ano de seca consecutiva, esta região dos EUA vê-se agora cada vez mais limitada no acesso a um dos seus recursos fundamentais: ao fantasma do BIG ONE os californianos juntam agora o fantasma da ÁGUA.
Seca na Califórnia
Como se já não chegasse ser uma zona bastante sensível a nível sísmico (com a ameaça constante do Grande Terramoto) e estar sob a ameaça da radioactividade proveniente de ocidente (as consequências de Fukushima já começaram a chegar por ar e por mar à sua costa ocidental), eis que este novo fenómeno natural atinge agora (e severamente) a Califórnia: a seca.
Com o degelo crescente registado e já bem documentado pelos cientistas na região do Árctico – além de confirmado pelas cada vez mais evidentes alterações climáticas – a Terra tem sentido nas últimas décadas e cada vez mais intensamente, uma alteração global no seu clima e meteorologia: e para isso basta falar com um cidadão comum de qualquer parte do nosso mundo e tentar compreender o que para ele são as Estações do Ano (Primavera, Verão, Outono e Inverno).
No caso da Califórnia estamos em presença de um caso de alerta elevado.
Numa zona geológica sujeita a fenómenos sismológicos crónicos e periódicos (de menor ou maior intensidade) e situada nas proximidades duma importante falha geológica – como é o caso da falha de Santo André, produzida pelos movimentos das placas do Pacífico e Norte-Americana e para já responsável pela destruição da cidade de São Francisco no terramoto do ano de 1906 – pode-se afirmar que esta região e este estado norte-americano estão sempre em estado de alerta: não é por acaso que sobre as suas cabeças paira desde há mais de cem anos (1906) o grande fantasma do BIG ONE – um abalo sísmico devastador e com uma violência tal, que dividiria a Califórnia em duas partes.
E agora vêm-se perante um longo e intenso período de seca. Com o estado da Califórnia a atravessar um período de seca severa desde 2012, as reservas de água começam a atingir um nível extremamente dramático, com as sequências deste fenómeno ambiental atingindo desde logo a Agricultura e a produção de animais, além de outros sectores importantes como o da Indústria. No entanto e apesar de todos os avisos e alertas periodicamente difundidos pelas autoridades da região, a população em geral parece não se preocupar, como o comprova (apesar da situação de seca extrema) o aumento de consumo de água.
Já agora qual será o grau de contribuição desta seca extrema que se arrasta há já três anos no estado da Califórnia – e que geologicamente terá que afectar inevitavelmente as propriedades físicas e químicas da estrutura da superfície da crosta terrestre (como o demonstram as suas imagens à superfície) – para o futuro das actividades sismológicas aí registadas (algumas delas bastante intensas)? A água sempre funcionou como um elemento agregador e lubrificador – propriedades fundamentais para a coexistência num determinado espaço partilhado de vários elementos diferenciados mas complementares – e logicamente a sua ausência originará transformações e eventos relevantes: desagregação da matéria com aumento de atrito. O que provavelmente não será bom para o movimento das placas tectónicas – ainda por cima se por lá, existir mesmo uma falha.
E tendo ainda como suplemento alguma radioactividade vinda do Japão.
(imagem – NASA)