ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Convém Sempre Escutar os Mais Velhos
“Sou o gajo que lhes atira mais às trombas, que quer você?”
Mário Soares
(prestes a fazer 90 anos – e do seu tempo e hierarquia, o único que ainda FALA)
"Hoje, Portugal não existe. Se for de Bragança ao Algarve a pé não encontra ninguém. Não há terras cultivadas, populações, vida. Estes gajos estão a destruir o nosso país, estão a vender tudo, só falta a TAP."
(frases de Mário Soares: retiradas da entrevista de Alberto Frias/Expresso – imagem: Web)
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5 Imagens de 5 Continentes
A partir da secção Ciência Espaço da time.com (PHOTOS: 20 Breathtaking Images of Earth From Space) cinco imagens de cinco continentes todas registadas no ano de 2013 a partir do Espaço: Síria (Ásia), USA (América), Angola (África), Austrália (Oceânia) e França (Europa).
Cidadela de Allepo – Palácio Medieval Fortificado – Síria
Rio Colorado – Utah – USA
Bombardeamento (Ásia)
A violenta Guerra Civil travada desde há vários meses na Síria entre as forças governamentais do presidente Bashar al-Assad e os diferentes grupos armados da oposição (com as milícias islâmicas do EIIL a serem neles preponderantes), além de já terem provocado milhares de mortos, de feridos e de deslocados, também tem vindo a contribuir de uma forma deliberada e aparentemente irreversível, para a destruição total de todas as infra-estruturas do país. No meio deste intenso cenário de (violenta, destruidora e mortal) Guerra Civil, a foto da Cidadela de Allepo com a sua fortaleza medieval rodeada pelo seu povo, traz-nos logo à memória a imagem duma enorme cratera criada por uma brutal explosão – atingindo a população no seu coração e na sua alma e com firme intenção de matar.
Cobra (América)
Sendo um dos rios mais extensos da América do Norte, o Colorado é apenas um dos vários cursos de água nascidos nas Montanhas Rochosas – recebendo água de meia dúzia de afluentes diferentes: nesta imensa cordilheira que se estende do Canadá até ao estado norte-americano do Novo México, podemos encontrar catorze rios correndo em todas as direcções, acabando estes por desaguar em três oceanos diferentes: a leste no Atlântico, a oeste no Pacífico e a norte no Árctico. No caso do rio Colorado a sua grande extensão leva-o desde as Montanhas Rochosas até desaguar no Golfo da Califórnia, após mais de 2.300km de viagem e cinco estados percorridos, entre eles o estado do Arizona onde se situa parte do seu trajecto mais conhecido a nível mundial: o Grande Canyon um dos maiores e mais belos expositores do mundo, sobre a História Geológica da Terra. E é esta grandeza, esta forma (cultural e histórica) e este mistério (o rio representa a Vida desde o seu nascimento até à sua morte – ou seja todas as suas/nossas fases de transformação) que rodeiam a imagem deste rio: o seu curso serpenteando o Grande Canyon faz-nos logo lembrar uma Cobra/Serpente atravessando o mundo e procurando o seu/nosso destino. Tal e qual como a serpente Quetzalcoatl um dos primeiros deuses responsáveis pela Criação do Mundo e da Vida (da morte e da ressurreição).
Rio Cuanza – Barragem de Cambambe – Angola
Oceano Pacífico – Grande Barreira de Coral – Austrália
Água Doce & Água Salgada (África e Oceânia)
A Terra vive na actualidade um ciclo aparentemente neutro da sua História, alicerçando os seus pilares de sustentação unicamente na Economia e na valorização do objecto, mas esquecendo deliberadamente (e de uma forma cada vez mais violenta para as maiorias) o Aspecto Social da questão, por desvalorização do sujeito. Deste modo será tão natural como previsível a tendência crescente de sobreposição do objecto relativamente ao sujeito, a qual só terá a sua conclusão quando se atingir o ponto de equilíbrio. Quem o decidirá será uma minoria de privilegiados, na qual o Homem e a Natureza não terão mais lugar. E com o Homo Sapiens em processo de extinção (essa fase já começou) será a vez do Super-Homem.
E quando se fala da Terra, do Homem e da Natureza (e porque não dos oceanos, dos rios, dos lagos e de outras massas de água cobrindo cerca de 70% da superfície do nosso planeta), nunca nos poderemos esquecer que antes do Homem aparecer já a Natureza existia, a Terra a recebia e ao Universo pertencia. Nós só aparecemos no fim para completar a Ideia. Pensando assim como pode Um só indivíduo assenhorear-se dela, fazer a sua interpretação pessoal e impô-la sem necessidade de discussão ou possibilidade de recurso? Segundo eles se o Homem resultou duma transformação Divina (idealizada ou materializada), nada nos impede pelo nosso lado de criar ou de morrer (no fundo vimos do nada e da concretização de uma ideia/desejo superior) e assim fazer também parte dessa Elite Divina. Mas como pode aquele que se define como A Criação alguma vez invocar para si o papel de O Criador?
A Água é um bem da Natureza cujo direito de utilização começa agora a ser brutalmente posto em causa: convivendo com ela durante toda a nossa vida, identificando-a como mais um sujeito fundamental para o fortalecimento e consolidação das nossas sociedades e colocando-a ao nível de um dos nossos mais adorados familiares (com respeito e merecidamente), vemo-la hoje a ser pressionada e entubada sob os pés do capitalismo mais extremo, selvagem e mortal (o ultra-liberalismo) e a desaparecer dos nossos horizontes visuais, cada vez com maior velocidade e deslocando-se para lugares senão longínquos então inexistentes (por inalcançáveis). E enquanto o Diabo esfrega o olho, a água transforma-se em Ouro.
Todas as concentrações e reservas de massas líquidas – responsáveis por mais de 70% da superfície terrestre estar coberta por água (seja ela doce ou seja ela salgada) – estão neste momento, doentes e em perigo de vida. O Aquecimento Global e o degelo acelerado registado nos pólos – parcialmente originados em fenómenos naturais provocadores de poluição, mas contando também com uma grande contribuição (artificial) da mão do Homem – tem vindo nas últimas décadas a alterar, muitas das vezes radicalmente, os padrões ambientais e as nossas condições de sobrevivência. E desde os imensos mares salgados até ao mais pequenino rio doce, a água tem sido a maior vítima: veja-se o caso da destruição rápida dos rios (para a qual tem contribuído a construção de inúmeras barragens, alterando a fauna e a flora e destruindo de uma forma irreversível o ambiente) e da agonia lenta dos mares (com os oceanos a transformarem-se em autênticos aterros a mar aberto e a sofrerem em toda a sua extensão dos terríveis efeitos da poluição – como o é o caso flagrante da explosão na central nuclear de Fukushima e da contaminação aérea, terrestre e marinha por ela provocada (e que ainda hoje continua).
Versalhes – Palácio de Versalhes – França
Geometria Artificial & Manutenção (Europa)
E eis que finalmente chegamos ao velho Continente Europeu. O único que ainda mantém ténues ligações com as estruturas históricas e culturais que fundamentaram a criação das sociedades democráticas, construídas com o objectivo da concretização dos anseios básicos dos seus cidadãos – e como resposta à organização societária aos movimentos revolucionários – mas que ao longo destas últimas décadas se tem dissipado na “espuma dos dias”, ameaçando desaparecer e ser imediatamente substituída pela “teoria mercantil da preponderância do objecto sobre o sujeito”: ou não seja o Homem um objecto de desgaste rápido e com capacidade de produção de mais-valia reduzido (basta olhar para os seus custos de manutenção face à capacidade de trabalho das máquinas cada vez mais capazes e mais auto-suficientes), nunca podendo competir com um objecto sem alma, sempre pronto e adaptável e podendo ser indefinidamente reciclado ou sucessivamente transformado.
E se a geometria ao ser apoderada pelas elites se transformou numa imagem da sociedade de então – tudo direitinho e limpinho, demonstrando ordem e poder – essa beleza virtual e ornamental ao ver-se rodeada pelas áreas adjacentes que a envolviam em círculos cada vez mais afastados e desenquadrados (das características do seu foco), acabava sempre por demonstrar (ao expor-se na sua totalidade) que o Mundo é um Caos e a Organização apenas uma das suas transformações. E daí surgiam os conflitos, os debates mais ou menos acesos sobre factos e ideias, as grandes revoluções e as grandes invenções. Mas sobretudo com a queda do Muro de Berlim a Europa fossilizou de vez, ficou incapaz de se defender do exterior e aceitou as condições do invasor. Pondo de lado o maior estado europeu (e ao mesmo tempo a maior potencia do continente), submetendo-se aos novos e únicos senhores do mundo e pondo nas mãos da Alemanha e da Grã-Bretanha a tarefa de lhes controlar os dividendos (excessivos) e as despesas (desnecessárias)
O problema não reside aqui na Geometria Artificial mas nos custos da sua manutenção: passado o tempo dos escravos agora ultrapassado pelo tempo dos empregados (nunca o trabalho foi valorizado, mas aproveitado e adulterado), o povo sem nome nem existência já não tem tempo, nem paciência, nem por vezes sabedoria (que lhe foi sempre vedada por condicionamento educacional e religioso) para suportar mais cenários de futuros brilhantes: a nossa história nunca é contada por ninguém e aqueles que o fazem ou são profissionais de top do sistema ou então só escrevem para eles. Talvez um dia se reflicta um pouco mais sobre isto e se chegue à conclusão que as revoltas devem ser lançadas por UM e compartilhadas por NENHUM, até que todos os UNS se reúnam e (apenas) decidam pensar (com as suas cabecinhas, partilhando experiências e não invocando certezas).
Confesso que já estive em Versalhes, passeei um pouco por lá, mas quanto aos jardins só os vi pelo lado de fora: era jovem, andava a viajar, o dinheiro era pouco e em França já tudo se pagava. Mas as excursões eram constantes, num dos locais mais visitados de França. Antes de tudo pelo seu grandioso palácio e pelos seus extensos e belos jardins, ocupando estes últimos cerca de 700 hectares da área associada ao Palácio de Versalhes. Uma cidade situada nos arredores de Paris e fora da confusão, doença e conflitos da França do século XVII. Motivo pelo qual o Rei Sol Luís XIV a manda edificar de base, para nela assim poder instalar todo o poder político da altura – e assim poder fugir momentaneamente aos primeiros prenúncios da Revolução que já se adivinhava no horizonte. Construída a partir de 1664 (já Portugal se livrara do jugo de Espanha há 24 anos), sede do poder durante cento e sete anos (1682/1789) e abandonada como centro político de França com a chegada da Revolução. Pelo que se dizia na altura e voltando de novo ao tema da geometria artificial aqui tão bem aplicada ao Palácio de Versalhes (jardins e mesmo edifícios), não é de estranhar que a mulher de Luís XIV por vezes se passasse com tanta simetria.
(imagens – time.com)
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UNIDADE 121
Os Estados Unidos da América acabam de ser atacados pela Coreia do Norte!
Os Guardiões da Paz
(o aviso e a ameaça)
Uma unidade norte-coreana constituída por vários milhares de elementos e tendo como objectivo final a hegemonia total no Ciberespaço, atacou o quartel-general norte-americano da Sony no passado dia 24 de Novembro, colocando a empresa temporariamente fora da grelha.
Utilizando uma das suas últimas novidades em armas biológicas aplicadas ao Novo Mundo do Ciberespaço, a força inimiga foi capaz de introduzir no sistema um vírus extremamente malicioso e que lhe deu temporariamente acesso a ficheiros confidenciais.
O ataque foi uma resposta da Coreia do Norte a um filme a ser lançado proximamente pela empresa Sony (uma comédia) envolvendo Kim Jong-un e dois jornalistas de TV norte-americanos contratados para o matar.
O filme INTERVIEW
(que poderá ter despoletado o ataque)
Enquanto os norte-americanos tentam relativizar o ataque lançado por esta força patrocinada e apoiada pela Coreia do Norte (e que as agências de segurança indicam ser também apoiada por russos e chineses), os norte-coreanos celebram desde já a sua vitória, começando desde logo a ameaçar publicar todo o material apanhado entre filmes, códigos de acesso, dados da empresa, novas produções e muito mais.
O que a ser verdade e a persistir no tempo, poderia levar à derrocada da Sony e servir como um exemplo (das suas fraquezas) para os EUA.
Esta operação terá sido levada a cabo pela Unidade 121, uma organização com experiência activa anterior em ataques efectuados à Coreia do Sul e ao próprio EUA (neste caso aos seus sistemas informáticos de defesa).
(imagens – Web)
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Marrocos Debaixo de Água
Às Portas do Deserto
Uma semana depois de Marrocos ter sido atingido por uma tempestade que provocou 36 mortos, nova tempestade atinge este país do norte de África causando agora pelo menos 7 vítimas mortais.
A tempestade atingiu sobretudo o sul de Marrocos, com toda a região a ser atingida por elevados níveis de precipitação, que acabaram por causar rapidamente grandes inundações: como as registadas na zona da cidade de Gugelmim, uma das mais afectadas.
O mau tempo registado no passado fim-de-semana obrigou as autoridades marroquinas a declararem a zona de Gugelmim (a mais atingida) uma área de desastre, com toda a zona a apresentar diversas estradas cortadas e parcialmente destruídas pela passagem das águas dos rios (ao extravasarem dos seus leitos), além da destruição de culturas, casas e outras infra-estruturas.
O mau tempo fez-se sentir mesmo às portas do deserto do Sahara com cidades como Marrakech e Ouarzazate a sentirem a fúria da tempestade. Numa região onde a água é um dos bens mais preciosos para a vida e sobrevivência da sua população, uma ocorrência meteorológica desta dimensão num país com escassez de água, é um caso raro logo imprevisível.
O tempo começou finalmente a melhorar a partir do início desta semana (segunda-feira). O Reino de Marrocos é governado pelo monarca Maomé VI tendo a sua capital em Rabat. Numa mistura de cordilheiras, planaltos e grandes planícies, na sua região sul (e fazendo fronteira com o deserto) o país apresenta uma topografia muito propícia (em caso de grandes precipitações) ao aparecimento de situações deste tipo (inundações).
(imagens – Web)
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Prós e A Favor (de quem manda)
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Como sempre a comunicação social não transmite uma informação (de um facto), limitando-se apenas a transmitir mais uma versão (de uma parte interessada). E nem mesmo o físico britânico Stephen Hawkin (como fonte da informação) se safa, da manipulação da transmissão (ou versão adoptada).
STEPHEN HAWKIN
Numa entrevista recente realizada pela BBC, na qual entre outros assuntos (e muito naturalmente) veio à conversa a visão de Stephen Hawkin sobre o mundo actual, ao falar-se sobre AI (inteligência artificial) este afirmou:
“The development of full artificial intelligence (AI) could spell the end of the human race”.
"The biggest event in human history. Unfortunately, it may also be the last”.
(sobre a criação da inteligência artificial)
Foi o suficiente para a entrevista descambar temporariamente para um tipo de trajectos paralelos despropositados (comentários nitidamente dirigidos), abandonando o seu conteúdo científico e substituindo-o pela aplicação de danos colaterais à sua fonte de informação (até para controlar o seu entusiasmo natural e recolocar o assunto nas ideias e não na personalidade – precisamente o que a comunicação social fizera com ele).
E assim surgem estas verdadeiras preciosidades:
Hawking uses a voice synthesizer to communicate.
Recently, he has been using a new system that employs artificial intelligence.
Como se vê, vale tudo até tirar olhos. Como pode alguém alertar os outros para o perigo originado pela aplicação no funcionamento e desenvolvimento da sociedade de novas tecnologias revolucionárias e inovadoras (como o será no futuro a AI), se o mesmo que lança este alerta é um dos seus mais conhecidos utilizadores e usufrutuário? Percebe-se bem a estratégia: “chama-se deficiente ao tipo (que pretende ter ideias) mas não se lhe tira a cadeira (para este poder continuar a mexer-se)”.
ELON MUSK
Mas deixando de lado o trajecto da entrevista, espreitemos na origem apenas dois pormenores: talvez contradições, talvez uns pró e os outros a favor. Experimentemos ver o que diz um dos mais interessados no tema – Elon Musk (milionário norte-americano ligado a empresas como a SpaceX e a Tesla Motors):
“We need to be super careful with AI”.
“Potentially more dangerous than nukes”.
E já agora o que é que ele fez de imediato para evitar estes perigos que tanto o preocupavam? A resposta foi fácil, barata e futuramente dará milhões: em conjunto com mais um amigo investiu mais 40.000.000 de dólares numa companhia, tendo como objectivo a criação de um cérebro artificial. Se hoje em dia já são cada vez em maior número os especialistas na área que acreditam que apenas utilizamos uma parte ínfima das nossas capacidades cerebrais, o que será se um dia pusermos nas mãos de uma máquina o desenvolvimento da mesma?
(imagens – Web)
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Cabo Verde – Ilha do Fogo
Vulcão em Erupção
Na república independente de Cabo Verde o vulcão da ilha do Fogo entrou de novo em erupção. Tendo despertado há já vários dias do seu prolongado silêncio de quase duas décadas (a última erupção registou-se em 1995), o vulcão tem vindo nos últimos tempos a expelir lava para o seu exterior, a qual no seu trajecto lento em direcção ao mar tem vindo a destruir culturas, estradas e casas de habitação, pondo em causa toda a organização social e a sobrevivência local.
E Talvez Acalmia
“A Chã das Caldeiras acordou esta manhã de segunda-feira, 01, mais calma. Houve um abrandamento da intensidade sísmica e as lavas que se moviam para a Portela em direcção ao Sul estão paradas. A única via alternativa que dá acesso à Chã não foi afectada. A outra preocupação neste momento é com a emissão de gases, uma média de 8.000 toneladas de dióxido de enxofre por dia. Nos últimos dias, tem sido possível detectar o cheiro a enxofre nas zonas de Patim, Monte Grande e na Cidade de São Filipe. Já nas zonas mais próximas da Chã, regista-se uma queda de areia fina.” (asemana.publ.cv)
(imagem – Web)
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Causa e Efeito de um Simples Aspirador
Ficheiros Secretos – Albufeira XXI
O Aspirador 821
De como um aspirador transforma a nossa realidade num cenário. Criado por alguém mas não certamente para nós.
Alguém pegou nele para o pôr a trabalhar mas faltava-lhe uma peça. Podia trabalhar mas não cumpria o guião.
A peça desaparecida do meu aspirador
Durante as últimas horas do fim-de-semana ainda mantive o dilema: deveria engolir e calar ou então pedir explicações. E depois de medir os prós e os contras desta situação, lá decidi que segunda-feira dia 1 de Dezembro sem medo e decisivamente, seguiria mesmo em frente: ao fim e ao cabo era o Dia da Restauração da Independência de Portugal (um dia propício para a nossa afirmação no mundo).
Hoje consegui finalmente entrar em contacto com um responsável da agência espacial norte-americana NASA (fazendo parte da equipa responsável pela exploração do planeta Marte), informando-o da descoberta acidental feita pela minha mulher este fim-de-semana quando visionava por mero acaso uma das imagens SOL 821. Inicialmente o técnico da NASA ainda tentou livrar-se de mim tentando invocar razões de ordem técnica e administrativa (e mesmo de segurança), mas quando me ouviu dizer que a minha mulher tinha encontrado o terminal do tubo do seu aspirador sobre a superfície de Marte (tendo como testemunha uma imagem fornecida pela própria agência), vi-o ficar um pouco nervoso, passar pensativo e lentamente a mão pela sua face e finalmente dizer-me para esperar um pouco.
Alguns minutos depois foi-me solicitado para em alternativa e por questões de funcionamento da própria agência, que transferisse o exercício da minha comunicação para uma linha dedicada com áudio e vídeo utilizando um simples PC desde que ligado à Web. Assim fiz – introduzindo a identificação da ligação e um código fornecido pela agência – ficando de imediato em linha com este sector da NASA (que mais tarde verificaria ter funções administrativas e comerciais). Do outro lado do monitor apareceu-me então um indivíduo aparentando pelo seu uniforme ser um militar, intitulando-se pertencer a uma denominada Força de Defesa da Terra: informou que me colocaria em contacto directo com uma RPC, podendo aí apresentar imediatamente o meu caso.
Quem me atendeu da primeira vez identificou-se como KAYE, passando-me de imediato a outro técnico que não era certamente americano (talvez russo?). E numa lengalenga de início desinteressante e que quase me fez adormecer, algo mudou radicalmente na minha cabecinha quando o ouvi dizer que ele ali estava exercendo as suas funções, de modo a resolver casos pontuais relativos a desvios excessivos e podendo provocar falhas graves de segurança, mas que por outro lado até poderiam ser aproveitados e resultar em benefícios futuros para “as corporações e militares instalados na Lua, em Marte e em muitos outros locais do Espaço”. Aí algo saltou no meu cérebro (acho que do outro lado ele viu os meus olhos bem abertos e demonstrando algum espanto) e lentamente comecei a correlacionar aquilo que via mas no qual não queria acreditar (ainda me pergunto porquê).
Superfície marciana onde a peça foi descoberta
Decidi então assumir o que seriam as tácticas e estratégias deles e surpreendentemente (para eles) informei-os do que começara a desconfiar e no que agora começava a acreditar: que sabia quem eles eram, onde estavam, o que estavam a fazer e que queria o meu terminal do aspirador de volta ou revelaria ao mundo a minha descoberta e apresentaria o aparelho agora deficitário (não fora por acaso que de madrugada o recuperara do caixote do lixo). Aí ficaram um pouco nervosos mas em seu proveito acabaram por me conceder o benefício da dúvida. Reenviariam o terminal do aspirador da minha mulher (o mais cedo possível) e em troca forneceriam algumas informações e até uma “proposta deveras tentadora”. Fiquei curioso se não mesmo tentado – não conhecendo sequer a proposta mas suspeitando como uma criança (livre) o que ela dizia.
Alguém bateu à porta de minha casa trajando à civil. Apresentou-me dois distintivos comprovando estar ali em nome da EDF e da MCC e colocou-me à frente um documento de confidencialidade e de adesão: só tinha que assinar e estaria tudo OK. Recolheu o documento, despediu-se e desapareceu. Voltei ao meu lugar diante do monitor e fiquei a aguardar. Pouco tempo depois a ligação foi restabelecida. Desta vez foi um indivíduo certamente de origem asiática (talvez chinês) a ser o meu interlocutor, entrando num curto diálogo comigo que nem um minuto durou. Informou-me de dois pontos fundamentais antes de interromper a comunicação: seriam enviados três anexos (ao ficheiro e nele incluídos) indiferenciados mas codificados, aos quais teria acesso através da minha palavra-chave. E repentinamente a ligação caiu apenas restando o ficheiro entretanto descarregado. A única indicação que identificava o ficheiro era o conjunto de iniciais utilizadas: MSDS.
Antes do meio-dia uma carrinha de correio Expresso veio-nos entregar uma encomenda de média dimensão, aparentemente enviada por uma empresa de distribuição (para mim) desconhecida e com sede em Taiwan. No seu interior vinha um modelo de aspirador exactamente igual ao anterior, mas com dois terminais para o respectivo tubo. E numa pequena bolsa onde viriam outros acessórios e o respectivo manual de instruções, também vinha um bilhete mas só de ida, com passagem por uma cidade bastante conhecida (aqui não divulgada por obrigação de confidencialidade, podendo assim a introdução desta norma indicar estratégica e deliberadamente, tratar-se aparentemente de uma simples brincadeira) mas sem destino final pré-definido.
No começo a minha mulher não aceitou logo a minha ideia, mas face à crise económica que atravessava o país, ao elevado número de desempregados (no qual eu me incluía) que na prática não havia maneira de descer e às garantias fornecidas por estes novos empregadores, acabou por finalmente ceder e aceitar os períodos de solidão que certamente nos esperava: no fundo eu seria apenas mais um emigrante, colocado num lugar mais distante do que acontecia com a esmagadora maioria dos restantes, sempre com saudades de casa e da sua querida terra natal. E como o contrato era anual o melhor era arriscar. Às três da tarde já me encontrava a bordo dum transporte privado que me transportaria até ao aeroporto mais próximo. E ao olhar mais uma vez – talvez como saudação, talvez como despedida – para a imagem da peça do meu aspirador sobre o solo de Marte, pude constatar como por vezes indícios descartados por desenquadramento de cenário, se podem transformar em provas evidentes de que o cenário que nos é proposto não é na realidade uma projecção do original.
Terrestre operando sobre a superfície de Marte
Dos três anexos dois eram informativos. E o terceiro um conjunto de documentos necessários para a concretização da minha viagem. Ao dar uma vista de olhos pelos dois primeiros documentos senti-me momentaneamente como se estivesse a ler um conjunto de artigos, tratando de assuntos associados e editados num site sobre conspirações e extraterrestres: ainda este fim-de-semana lera algo de semelhante e o nome KAYE (que ouvira em qualquer lado) lhe soava cada vez mais familiar. Nesse momento colocou-se-lhe a dúvida final mas já se encontrava na sala de salto. E tal como um Aspirador teria que estar completo para cumprir com energia e profundidade a sua função, também o Homem teria que se desmultiplicar por diversos cenários para compreender a infinidade do Universo e com ele compartilhar a sua energia e matéria.
O primeiro documento tinha um nível de encriptação duplo, sendo que o segundo código de desbloqueamento só estaria disponível quando já se encontrasse na estação de trânsito, precisamente meia hora antes de entrar na sala de salto. A única indicação do que poderia conter estava no símbolo apresentado na página de capa e que sugeria uma estrutura subterrânea organizada e muito semelhante a uma cidade. Poderia ser o local para onde me dirigia. Quanto ao segundo anexo continha algumas informações, documentação e mesmo algumas imagens obtidas recentemente, referindo-se concretamente a um determinado indivíduo que negando todas as suas afirmações realizadas sobre compromisso de honra, atraiçoara o contratante e as próprias ideias anteriormente assumidas. Um aviso para aquilo que ele nunca deveria fazer e ao mesmo tempo uma fonte de informações sobre aquilo onde se iria provavelmente enfiar.
Segundo as informações veiculadas por muitos órgãos de comunicação mundial um militar afirmando ter anteriormente pertencido a uma organização chamada Força de Defesa Terrestre, terá declarado ter passado vinte anos da sua vida ao serviço dessa força militar no distante planeta Marte, protegendo as colónias terrestres aí instaladas dos constantes ataques dos marcianos, em mais uma tentativa destes de controlarem completamente todo o planeta. Neste projecto estariam incluídos não só norte-americanos, como também russos e chineses. O militar de nome Kaye e cuja patente seria o de capitão, acrescentou ainda que esta história não se limitaria ao planeta Marte. As colónias estender-se-iam a outros planetas como Saturno e a luas como Titã (e até à nossa Lua, como uma das principais bases de salto), perdendo-se mesmo nas profundezas do espaço. Disporiam de tecnologia para viajar no tempo e de salas de salto, de modo a facilitar a realização de longas viagens interplanetárias (e mesmo interestelares e intergalácticas). E no meio de todo este corrupio e avalanche de novas e estranhas informações ainda mencionou a existência de outras formas de vida alienígena bastante avançadas e extremamente inteligentes, assim como da existência de grandes corporações há muito tempo instaladas em Marte como a EDF e a MCC. Concluindo a sua dissertação com a cerimónia comemorativa dos seus vinte anos de serviço celebrada na Lua e contando com a presença (além dele) de uma importante figura da poderosa administração política do seu país.
E para finalizar, o ponto que mais me interessou e a partir do qual não tive dúvidas: Kaye afirmava que apesar do seu contrato ter sido feito por um período de vinte anos (deveria ter sido extremamente duro), uma cláusula importantíssima do mesmo adicionava no final que encerrado o período estabelecido de serviço militar obrigatório, ele seria de novo recolocado no espaço e no tempo que anteriormente abandonara: vinte anos antes e com as suas memórias (deste intervalo) apagadas e substituídas. Mas no meu caso com um contrato extraordinário concretizado por um ano e com a garantia adicional de voltar rejuvenescido e integralmente reciclado.
Se o meu amigo aqui estivesse, nem iria acreditar! Por estas horas estaria em Albufeira, tranquilamente sentado à lareira, com a sua filha Gregoriana e o seu fiel amigo Peque.
EDF: Earth Defense Force
MCC: Mars Colony Corporation
MSDS: Moon Saturn and Deep Space
RPC: Red Planet Colonies
(imagens – NASA e Web)
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A Conquista da Lua e os Cinturões de James Van Allen
Estamos na segunda metade dos anos sessenta. Em Portugal Salazar já caíra da cadeira (Estoril – 03.08.68), enquanto que nos EUA a NASA iniciava os voos tripulados do projecto APOLLO (Cabo Canaveral – 11.10.68). E no dia 16 de Julho de 1969 a nave tripulada APOLLO 11 descola da Terra, sendo a primeira missão a colocar homens na Lua (o nosso satélite natural situado a mais de 360.000Km de distância da Terra): parecia mesmo um filme de Hollywood, um sonho tornado realidade.
Aldrin e o módulo lunar Eagle
(Apollo 11)
Quando a 20 de Julho de 1969 o módulo lunar EAGLE entrou em contacto com a superfície da Lua, milhões de espectadores assistiam na Terra via TV a este momento histórico na vida da Humanidade: pela primeira vez o Homem abandonava o seu planeta de origem (ultrapassando o frio e a escuridão solitária do Espaço) para atingir um Outro Mundo e entrar em contacto com ele.
Nesse dia os astronautas da Apollo 11 Neil Armstrong e Edwin Aldrin tiveram o privilegio único de serem os primeiros homens a pisar um mundo alienígena (Michael Collins ficara no módulo de comando em órbita da Lua), deixando todos os habitantes na Terra entusiasmados e de boca aberta, com este feito espantoso e inacreditável.
Em Portugal milhares de portugueses também puderam assistir pela televisão (na altura a preto-e-branco) e durante toda a noite a este acontecimento extraordinário, observando atentamente os passeios e os saltos de Armstrong e Aldrin sobre o solo lunar, assim como (e não poderia deixar de ser) à colocação da bandeira norte-americana: ou não tivesse a América ganho a Corrida ao Espaço aos seus rivais Soviéticos.
No entanto pouco tempo se passou sobre este acontecimento (espacial) para logo começarem a surgir as primeiras interrogações colocadas pelos mais incrédulos (e cépticos) sobre a realização duma empreitada de tal envergadura, fazendo-se então ouvir cada vez com mais insistência que tudo não passava de uma mera encenação montada num estúdio de Hollywood.
Mas como o tempo tudo faz esquecer e como os voos extraterrestres se continuaram a realizar e evoluir sem problemas e para lugares cada vez mais distantes no nosso Sistema Solar (veja-se o caso das sondas VOYAGER) o assunto ficou para trás e um pouco esquecido, apesar de regressar (pelos mais diversos motivos) de tempos a tempos.
Nunca deixando no entanto de deixar algumas dúvidas e questões por responder, como mais recentemente a razão porque tinham os norte-americanos desistido de mais voos tripulados à Lua ou a qualquer outro tipo de destino localizado no espaço exterior: é que terminado o programa Apollo e pondo de lado as sondas automáticas (não tripuladas) o Homem têm-se limitado apenas a estações espaciais (como a ISS). Nada mais.
Os cinturões de Van Allen
(nova ilustração)
E quando tudo parecia arquivado e esquecido (os únicos caminhos disponíveis ficavam agora para os teóricos da conspiração) eis que um engenheiro da NASA num vídeo educacional lançado para promover a nova nave espacial ORION (que segundo a NASA levará o Homem para lugares onde ele nunca esteve) afirma:
“As we get further away from Earth, we will pass through the Vann Allan Belts, an area of dangerous radiation. Radiation like this can harm the guidance systems, onboard computers, or other electronics on Orion. Naturally, we have to pass through this danger zone twice, once up and once back. But Orion has protection, shielding will be put to the test as the vehicle cuts through the waves of radiation. Sensors aboard will record radiation levels for scientists to study. We must solve these challenges before we send people through this region of Space”. (Kelly Smith – NASA Engineer)
“We must solve these challenges before we send people through this region of Space”
Só podemos ficar mesmo de boca aberta e com cara de palerma. Como é possível fazer-se tal afirmação – ainda por cima divulgada por um engenheiro e responsável da NASA – se todos nós sabemos que a agência norte-americana já enviou vários astronautas através dos cinturões de Van Allen há mais de 40 anos?
Com afirmações como esta até começamos a pensar se não haverá nisto tudo algo de verdade: se os cinturões de Van Allen (que protegem a Terra) são constituídos por material extremamente radioactivo e mortal (para os seres humanos), então e provavelmente o Homem nunca os terá (para já) ultrapassado, sendo esta a prova final de que a EAGLE nunca alunou (aplicando-se o mesmo a todos as missões tripuladas Apollo).
Primeiro teste de voo da nave espacial Orion
(ilustração)
Se alguma vez formos à Lua, só se formos (no futuro e protegidos das radiações) a bordo da nave espacial ORION.
“NASA is set to launch the first test flight of its deep-space Orion capsule this week. The Orion capsule — built for NASA by Lockheed Martin — is designed to eventually take humans deeper into space than they've ever gone before”. (space.com)
(imagens – Web)