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Europa

Domingo, 08.02.15

Se o estudo e a exploração de satélites como EUROPA pode representar um grande passo do Homem para a melhor compreensão da formação do Sistema onde vivemos e estamos integrados, pela quantidade de depósitos de água que este satélite de Júpiter parece possuir no estado líquido e no estado sólido (falando-se num grande oceano coberto por uma camada de gelo à sua superfície), porque não pensar que num futuro próximo o Homem se poderá aí instalar colonizando este Novo Mundo.

 

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Europa
(aspecto do terreno provocado pelo sucessivo congelamento/derretimento ocorrido à sua superfície)

 

Abandonada a proclamada intenção dos Estados Unidos da América de ainda no século vinte darem o tiro de largada da nossa espécie em direcção ao espaço exterior a partir da superfície do nosso planeta (e a partir daí iniciarem a Conquista do Espaço pelo Homem), temos agora em sua substituição uma grande diversidade de sondas completamente apetrechadas e automatizadas a serem enviadas para os mais diversos destinos e missões, seja a nossa Lua, os nossos planetas vizinhos, cometas e asteróides e até o espaço profundo. Não se compreende muito bem como foi possível que a missão tripulada APOLLO tendo como objectivo a ida à Lua, a alunagem e a respectiva viagem de regresso, apesar do espectacular impacto que teve em todo o mundo e das portas que tal feito e salto tecnológico poderia provocar para a humanidade. O que é certo é que, fosse qual fosse a razão, o Homem tinha sido posto de lado para as longas viagens, limitando-se à autorização de girar sem fim em torno da Terra como se de um pião se tratasse. Nunca mais na vida vimos um ser humano sobre a superfície de um corpo celeste alienígena, a mandar-nos imagens pelo próprio emitidas em directo, em que do Outro Mundo um homenzinho num escafandro caminhava ou saltava deixando um rasto atrás de si, enquanto na Terra protegidos em nossa casa e fixados na TV, nos deixávamos ir numa aventura sonhando com extraterrestres. A justificação financeira e o risco humano não servem neste caso como justificação válida para países como os EUA se oporem a missões tripuladas, já que são precisamente os mesmos que gastam orçamentos muito superiores em inutilidades civilizacionais como a Guerra, jamais se preocupando em fazer as suas (verdadeiras) contas. Se assim for bem que poderemos dizer adeus a um intergaláctico STAR TREK e esperar apenas por um local APOCALIPSE NOW.

 

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Europa – Missão Galileu
(a sonda foi lançada em 1989 inicialmente a bordo do vaivém Atlantis, tendo atingido Júpiter em finais de 1995)

 

Agora um dos próximos destinos da NASA é a já conhecida mas ainda pouco investigada lua do gigante gasoso do Sistema Solar (o planeta Júpiter): sendo apenas mais um dos seus satélites, Europa já foi observada desde há vários anos e à distância por diversas sondas, levantando desde o início imensa curiosidade entre os cientistas que até já colocavam a hipótese de aí poder existir água. Suspeita que se tem vindo a manter senão mesmo a aumentar, com alguns desses cientistas a sugerirem desde já que Europa poderia ser um dos maiores depósitos de água existente no Sistema Solar. O que candidatava este satélite natural de Júpiter a alvo prioritário para os humanos, extremamente dependentes desse composto para sobreviverem: afinal de contas o seu corpo era constituído maioritariamente por ÁGUA. Uma nova Terra?

 

Com o objectivo de estudar até ao menor detalhe a formação e constituição deste satélite de Júpiter (situado a mais de 600 milhões de quilómetros da Terra), a Casa Branca atribui à NASA uma verba na ordem dos 30 milhões de dólares: o que significa praticamente nada face ao orçamento da agência espacial norte-americana destinado ao próximo ano de 2016 (mais de 18 biliões de dólares), sendo unicamente aplicado para a formulação inicial do projecto. E se o financiamento continuar (a chegar), por meados de 2020 o lançamento será possível: colocando uma sonda em órbita de Júpiter e nesse seu trajecto em torno do gigante gasoso, efectuando (durante mais de três anos) meia centena de passagens rasantes ao seu satélite EUROPA (a pouco mais de 3.000Km de distância). Ficando a missão no final por volta dos 2 biliões.

 

Europa terá um oceano constituído por água líquida que à sua superfície estará coberto por uma camada de água gelada. O estudo efectuado pela sonda debruçar-se-ia entre outras características na profundidade, salinidade e condutividade desse oceano, tentando simultaneamente determinar a espessura dessa camada de gelo (que o cobria à superfície). Com um abastecimento de água como este e depois da construção de um posto intermédio (por exemplo em Marte), Europa poderia transformar-se rapidamente na Primeira Colónia Exterior.

 

Se não acreditam leiam o pequeno artigo de Leigh Fletcher publicado em 6 de Fevereiro no site SPACE.COM, o qual nos conduz (como aliás é aí constatado) à seguinte conclusão:

 

“Mars is a Test and Europa is the Prize”

 

E CERES?

 

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Ceres
(imagem obtida a 4 de Fevereiro deste ano quando a sonda da NASA DAWN se encontrava ainda a mais de 140.000Km de distância do planeta anão)

 

Mas nunca se esqueçam que neste momento uma outra sonda oriunda do nosso planeta se desloca a grande velocidade em direcção a outro corpo celeste bem distante de nós (localizado entre Marte e Júpiter na região da Cintura de Asteróides) e que tal como a lua Europa poderá também possuir grandes depósitos de água: neste caso falamos de CERES. Razão pela qual nos próximos tempos este corpo celeste fará esquecer essa lua de Júpiter e levar-nos-á a todos pela primeira vez a observar bem de perto um planeta anã – que apesar de tudo é o maior corpo pertencente à Cintura de Asteróides, ainda por cima carregadinho de água e muitos outros mistérios por desvendar.

 

Diâmetro (aproximado) / Temperatura (média) de Europa:

superior a 3.000Km/inferior a -100°C.

 

Diâmetro (aproximado) / Temperatura (média) de Ceres:

inferior a 1.000Km/inferior a -170°C.


(imagens – NASA)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 17:33