ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
MARS
Quando olhamos para o planeta Marte a primeira sensação que sentimos é que no meio daquilo tudo algo está um pouco desenquadrado: em função do que nos ensinaram este planeta deveria ser um lugar desértico, incrivelmente inóspito, sem qualquer vestígio de vida e sem qualquer traço que nos aproximasse sequer dele.
Ora não é isso que parece acontecer.
Sempre que olhamos para a superfície marciana algo aparece a chamar-nos a atenção e de imediato recordações um pouco difusas aparecem em catadupa nas nossas projecções. De onde virão? Provavelmente daquilo que “nos ficou na nossa memória”!
Marte
Estou a olhar para a imagem recebida na Terra em tons de preto e branco.
Se fosse aqui diria que se tratava dum agrupamento de rochas e outros sedimentos provavelmente assim dispostos por acção natural, coroando um monte de destroços homogeneamente distribuídos e erguendo-se calcinados em direcção ao espaço exterior.
Nunca deixando de lado a lógica opção artificial, na Terra trabalhada pelo Homem e pelo mesmo exposta num Altar: ou não necessitássemos de artefactos para superarmos a nossa própria morte (a única).
Poderemos estar a olhar para os vestígios de um cenário real de tempos bastante longínquos, anteriormente ocupados com espaços transformados mas tendo algo de comum com aquele que hoje vivemos e que no entanto e em função do conhecimento adquirido e interiorizado, não compreendemos nem aceitamos.
E no fundo a mensagem mais simples a reter é que de certeza algo de importante e evolutivo ali se passou e que naquele ponto e naquele movimento um Monumento à Vida se ergueu: senso natural ou artificial apenas uma questão de significado.
Com os sujeitos a serem invariavelmente os Suspeitos do Costume: Matéria e Energia.
(imagem: NASA/OPPORTUNITY ROVER/SOL3977)