ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
O Casino
“Entre 14 de Setembro e 14 de Outubro deste ano, realizar-se-ão as Eleições Legislativas Portuguesas.”
Como consequência da extraordinária política económica e financeira levada a cabo nos últimos anos pelos proeminentes, intocáveis e pelos vistos também eternos especialistas da Comunidade Económica Europeia (pelo que ouço são sempre filhos das mesmas famílias), agora certamente reforçada nas suas expectativas de evolução futura (e de sucesso) pelo diálogo tão profundo e tão profícuo existente entre as duas partes em conflito (duas partes que fazem parte da mesma parte), o futuro da EUROPA parece agora cada vez mais risonho: o NÃO na Grécia ganhou, VAROUFAKIS demitiu-se, o SYRISA substitui-o por um moderado (que segundo notícias que agora circulam, teria assinado o último acordo colocado sobre a mesa), TSIPRAS pediu renegociações, o FMI disse não, o EUROGRUPO ainda pensa e todos os outros estão à espera (principalmente os protectorados como Portugal).
Mas como no espaço real onde hoje sobrevivemos “tempo é dinheiro” (e o homem um objecto desvalorizado), a bolsa não pára e a roleta continua incessantemente a girar: batendo mais uma vez no fundo as praças europeias caíram de novo no lamaçal criado logo na origem por políticos ultra liberais extremamente ambiciosos (e sempre espreitando a sua oportunidade) e que não olham a meios para manter o seu poder e o das Corporações que representam – provocando mais uma queda nas já tão desgastadas Bolsas Europeias (enterrando assim um pouco mais o EURO), tão de interesse do DÓLAR e do agrado dos Estados Unidos da América. E se nos devemos preocupar bastante com mais um dia negro registado na Bolsa de Lisboa (desvalorização do PSI20 em 3,8%), as outras bolsas europeias também se ressentiram do Evento Grego de Domingo: Milão (4,0%), Paris (2,0%), Frankfurt (1,5%).
Só nos resta esperar.
Mas não se iludam: com o caminho que toda a EUROPA está a levar, mais uma vez nada se fará e de uma forma ou de outro tudo continuará na mesma – para nossa aparente (como sempre) tranquilidade e extrema felicidade (pois aí reside, a nossa e última esperança).
Extra
(história verídica)
[Em telefonema realizado há poucos minutos tendo como interlocutor um português residente na Alemanha (e vivendo com uma cidadã desse país), constatei em primeira-mão a opinião extremamente negativa (veiculada em catadupa pelos órgãos de comunicação social) que os alemães têm da Grécia, de Tsipras e dos gregos em geral (chulos, gatunos, malandros e outro tipo de insultos similares). Ao questioná-lo sobre o perigo de Portugal poder vir a ser a próxima Grécia, o mesmo afirmou (com toda a tranquilidade que a informação da RTP Internacional lhe transmitia), que o nosso país estaria protegido por uma boa almofada (depreendo que financeira)]
(imagens – WEB)
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Amanhã é Outro Dia e Logo se Verá
A Realidade Incontornável:
O NÃO na GRÉCIA vence com mais de 60%!
Pelos vistos se Nuno Melo fosse grego votava SIM.
(Sorte dos gregos)
Com quase 50% da sua população mais envelhecida e para lá dos 60% entre os jovens, a GRÉCIA disse mais uma vez e de uma forma inequívoca NÃO à ALEMANHA: a força das multidões face a mais uma tentativa de humilhação alemã teve a mesma resposta dada a HITLER (durante a II Guerra Mundial), com a recusa de invasão do seu território e subsequente venda da sua soberania. O que levou ao genocídio de populações e até à Guerra Civil (entre apoiantes e opositores do regime NAZI).
A EUROPA tem que compreender que sendo um continente congregando grupos de diálogo e interesses interligados por comuns, deverá assumir o seu poder e capacidade de liderança, tomar em mãos as suas finanças e economias e auto-determinar-se como parceiro, da defesa exclusiva dos interesses dos EUA – apenas mais um, dos seus parceiros da NATO. E não será no quadro representativo e de funcionamento actual que a Europa vencerá (mesmo que a Grécia acabe por perder): quando a Alemanha se verga aos 10% do FMI algo de errado se passa.
Retrato da EU: A Bela e o Monstro
(No entanto...após o NÃO grego, um continuando presidente, o outro demitido)
Resposta imediata de um dos ilustres iluminados da nossa coligação governamental:
“Ou a GRÉCIA se arruína ou o SYRIZA tem de cair”
(Nuno Melo – Eurodeputado do CDS)
Devidamente sustentada pela afirmação de um importante líder Europeu:
“I take note of the outcome of the GREEK referendum. This result is very REGRETTABLE for the future of Greece.”
(Jeroen Dijsselbloem – Presidente do EUROGRUPO)
E já agora (só para chatear mais um bocadinho pois tempo é dinheiro) escutemos a opinião de um não leigo e distante norte-americano (sobre este momento marcante da recente História da Europa) publicada em 5 de Julho no N. Y. TIMES:
Paul Krugman
(O Último Transformer norte-americano – evoluindo de Bela para Monstro)
“The campaign of bullying — the attempt to terrify Greeks by cutting off bank financing and threatening general chaos, all with the almost open goal of pushing the current leftist government out of office — was a shameful moment in a Europe that claims to believe in democratic principles. It would have set a terrible precedent if that campaign had succeeded, even if the creditors were making sense.”
(Paul Krugman: Norte-Americano/Economista/Prémio Nobel Economia 2008/Colunista do NYT)
(Não sendo pois por acaso a afirmação da revista brasileira VEJA, publicada num artigo de 19/03/2014: “Há anos que Krugman não é mais levado a sério pelos economistas sérios. Virou um militante partidário da esquerda americana”. Talvez tenham razão. E antes KRUGMAN tinha razão? Na altura era um apologista da teoria da BOLHA e deram-lhe um prémio Nobel!)
(imagens – WEB)