ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Playmobil
“Boneco negro da Playmobil com coleira de escravo causa indignação”
(expresso.sapo.pt)
Um afroamericano de calças rasgadas e t-shirt esfarrapada, descalço e com uma coleira de escravo ao pescoço. É esta a aparência de uma das personagens do navio pirata da Playmobil. Segundo o jornal “The Washington Post”, o barco parece ainda incluir uma espécie de masmorra.
A descoberta horrorizou Ida Lockett, uma mãe de Sacramento, na Califórnia, cujo filho de 5 anos recebeu este presente de aniversário por parte da tia, que o adquiriu numa loja de brinquedos. Ao ler o manual de instruções, Ida Lockett percebeu que a coleira servia para colocar no pescoço do boneco afroamericano.
Qual dos seguintes sujeitos ativos será o verdadeiro predador: o ideólogo (da Teoria da Escravatura), o escravo (a vítima representada no boneco) ou o aplicador (aqui em causa)?
É muito simples: primeiro escraviza-se o ser humano economicamente mais depauperado (por exemplo utilizando o pretexto da cor), em seguida transforma-se o escravo num exemplo pedagógico e normalizador (estrategicamente negativo, mas eficaz produtor de mais-valia) e finalmente atribui-se-lhe um valor indefinido mas simbólica e profundamente intrusivo (escravo por hereditariedade e confirmado por adereços de cor).
Se assim o fizerem os Teóricos da Escravatura mesmo que constituídos arguidos serão sempre protegidos e como consequência eternamente ilibados (as regras das suas nomeações a isso obrigam, como simples aplicadores e verificadores da lei), podendo desde o seu pedestal (de inimputabilidade) indicar sequências e escolher os culpados. Que até poderão ser o Escravo e a própria Empresa que (seguindo a Lei) o contrata.
O Racista não é aquele cidadão (individual ou coletivo) que nos trata como um simples preto, mas a empresa (real ou imaginária) que dirigida por outro cidadão (sendo preto ou sendo branco), não soube interiorizar a Ideia do Racista passando logo (e ingenuamente) à ação.
Pelos vistos a ideia a transmitir é que o Mal nunca estará do lado de quem introduz a cor PRETA, mas do lado de quem a define como mera ausência de cor (o PRETO não existe). Pelo menos eu ainda não defino e diferencio as espécies terrestres utilizando exclusivamente um dos órgãos dos sentidos. E logo o da Visão onde os Olhos são tantos!
A PLAYMOBIL agradece!
(texto em itálico/imagens: expresso.sapo.pt/complex.uk)