ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
No Carnaval – Meteorito cai no Atlântico
E só se soube muitos dias depois do desfile
A esmagadora maioria dos meteoritos que têm entrado em rota de colisão com a Terra (mais de 99%), devido às suas reduzidas dimensões (muito mais pequenos que o meteorito que caiu recentemente no Atlântico), desaparecem aquando da sua entrada na atmosfera (como as estrelas cadentes). No entanto um dos fatores além da sua dimensão que torna estes meteoritos inofensivos, é certamente o do momento em que entrados na atmosfera terrestre explodem: invariavelmente a grandes altitudes (o do Atlântico desintegrou-se a 30km). O problema surgirá no dia em que um destes pequenos corpos celestes explodir perto de nós (da superfície terrestre): lembrando-nos aí a bomba de Hiroshima.
Local de impacto do meteorito de 6 de Fevereiro sobre o Atlântico
Passados mais de quinze dias sobre o Evento Astronómico do Ano (envolvendo o planeta Terra e um outro corpo celeste), a mundialmente reconhecida (pela sua excecionalidade) agência espacial norte-americana NASA, vem-nos agora informar que no passado dia 6 de Fevereiro um meteorito entrou em rota de colisão com a Terra, acabando por explodir a cerca de 30Km de altitude sobre o Oceano Atlântico. A isto chama-se previsão (para assim nos podermos proteger de possíveis consequências) baseada em conhecimento (de especialistas excecionais) – mas será mesmo assim? Um Evento que deixou de o ser ao não se apresentar provas ou uma única testemunha (e nem sequer sendo notícia). E só nos apercebendo dele olhando (acidentalmente) para os próprios arquivos da NASA (uma espécie de RTP Memória):
Near Earth Object Program – Fireball and Bolide Reports
(dados aproximados: neo.jpl.nasa.gov/fireballs)
Data | Dimensão | Altitude | Potência | Impacto |
06-02 (2016) | 5-7 (metros) | 30 (km) | 13 (quilotoneladas TNT) | A 1000Km (da costa Atlântica do Brasil) |
(Meteoro de Chelyabinsk: cerca de 20m de dimensão e 500kt de potência)
Um meteorito muito mais pequeno do que atingiu a região russa de Chelyabinsk há três anos atrás (provocando muitos danos materiais e mais de um milhar de feridos – devido à onda de choque), não tendo sido notícia apenas porque caiu no mar, mas que no entanto se tal tivesse ocorrido em terra, provavelmente teria originado outra história com algo mais para contar (apesar de ser desde logo o que mais energia libertou desde 2013). Uma história que ao contrário do que muitos pensariam poderia ser até bastante interessante (e positiva), recordando que a potência do meteorito seria 40X inferior ao de Chelyabinsk e as consequências do seu impacto com a Terra dada a sua dimensão (por volta de 5m) não teria a mesma repercussão – evidentemente desde que não atingisse em cheio uma zona populosa.
15 de Fevereiro de 2013 – Meteoro de Chelyabinsk
O que não nos deixa de surpreender (a não deteção e posterior divulgação do meteorito) num mundo onde um satélite com equipamentos da mais alta tecnologia incorporada e colocado a centenas de quilómetros da Terra consegue localizar e observar até ao mais pequeno detalhe o que estamos a fazer a cada momento que passa: bastando apenas apontar e começar a olhar. Onde estava a comunidade científica que todos os dias acompanha os fenómenos internos ou externos que podem influenciar o normal funcionamento do planeta e do meio ambiente que nos recebe e protege, quando nenhum deles (ou outro qualquer) utilizando um único que fosse dos seus órgãos dos sentidos (e outros periféricos tecnológicos associados) o percecionou e mencionou: cegos, surdos e mudos. Sociedade Civil (observatórios, satélites, sismógrafos, etc.) e até Militar (vejam lá a que ponto de degradação tecnológica chegaram os militares norte-americanos). Nem dá para acreditar.
(imagens: WEB)