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Direito de Nojo

Quinta-feira, 14.04.16

Somos uma organização independente de jornalistas. Não podemos, nem devemos facultar os documentos porquanto não nos pertencem e, por outro lado, não somos o braço armado dos Estados. Somos jornalistas de investigação”. (ICIJ)

 

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Manifestações em terra de Sua Majestade

Realizadas em Londres no passado sábado dia 9 pedindo a demissão do 1ºMinistro Conservador David Cameron mencionado nos célebres Papéis do Panamá

 

Quem ainda tivesse dúvidas sobre qual a verdadeira função desta corporação internacional de jornalistas – empresa, consórcio, corporação, como quiserem, mas nunca uma organização independente – basta olhar para estas linhas desta subsidiária local e concluir de imediato que uma justificação deste tipo para um escândalo destas dimensões, só pode ser dado em tons de brincadeira e num contexto de irresponsabilidade ética e profissional e certamente encomendada, planeada e com intenções obscuras e deliberadas (não de informação mas de manipulação da mesma).

 

Como pode um jornalista assumir-se como defensor dos direitos e liberdades de um qualquer cidadão do mundo – sendo o seu mais importante papel a desempenhar INFORMAR – quando se recusa a divulgar documentos de extrema importância para a vida da esmagadora maioria dos cidadãos de todo o planeta, apenas porque tendo-lhe chegado às mãos os mesmos não lhes pertencerem. Mas será que os jornalistas estão a afirmar que acima de tudo e deles próprios a Informação também tem dono – como se fosse única e exclusivamente (na sua base) mais um bocado de Mercadoria? Numa atitude que mais uma vez só vem confirmar a opinião daquele grupo de cidadãos cada vez mais numerosos e em crescimento exponencial, que afirmam que nos dias de hoje o Jornalismo Morreu e que aqueles que os substituíram (os jornalistas) naquela que era uma bela e nobre função, só trabalham mesmo para a sua Empresa e Patrão fonte de obtenção das suas remunerações de sobrevivência (como se fossem escravos assumidos mas vivos). “Não podemos nem devemos porque não nos pertence” – mas francamente que tipo de falsa retórica é esta só mesmo própria de dependentes? “Braço Armado de Estados, Jornalistas de Investigação2? Com títulos destes nem vale a pena argumentar apenas lamentar o nível a que o Jornalismo chegou: um insulto para aqueles que vem na palavra e nas ideias (livres) a única esperança no futuro e que alguém quer matar necessitando de algozes. Nunca um verdadeiro Jornalista de Investigação se sujeitaria a este tipo de prostituição, não se importando de ser um mero e descredibilizado veículo propagandístico e de simples condicionamento e manipulação, ainda-por-cima reclamando para si a recusa de se tornar um braço armado do Estado e no entanto servindo-o servilmente assim como aquele que sem vergonha se esconde e na realidade comanda a Grande Máquina: como no caso dos Papeis do Panamá com os bancos CITI e HSBC. Com um roubo a uma Empresa Privada que pelos vistos não é crime (ainda me lembro da atitude dos EUA face a um caso semelhante sucedido com a SONY e que na altura o poder político norte-americano comparou como uma declaração de guerra aos EUA). Será que tal como na luta contra o terrorismo global existem Bons e Maus Piratas Informáticos? Tudo isto num cenário indigno e quanto a nós (a Europa) enquanto assistimos à nossa derrocada social, moral e definitiva (veja-se o que se passa com o contingente de refugiados, para mim um indício de crimes de guerra e de colaboração criminosa e tácita).

 

Chegando-se ao ponto de, esquecendo-se o fracasso de mais esta campanha, se estar agora a colocar em cima da mesa se tal divulgação não terá sido mais um ato estratégico e de verdadeiro mestre do diabólico Vladimir Putin! “Se não o puderes derrotar hoje (acusando-o), junta-te a ele amanhã (elevando-o) ” – dirão estes jornalistas capazes de com estes métodos destruir qualquer tipo de investigação. Sempre com os EUA por trás e um qualquer milionário suspeito. Num Feitiço que parece ter-se voltado contra o Feiticeiro neste caso MOSSACK-FONSECA. E no entanto inserindo-se num panorama mais geral da prossecução da trajetória definida pelos EUA para a criação e existência dos OFFSHORES: respeitarem a lei norte-americana e de preferência estarem instaladas nos seus Estados e Territórios. LEAK ou HACK?

 

The US has condemned the "vicious murder" of a Syrian journalist in Turkey by an Islamic State militant - the fourth such attack in a year. Zahir al-Shurqat, a presenter for online TV channel Aleppo Today, was shot on a street in the south-eastern border town of Gazientep on Sunday. The 36-year-old died in hospital two days later, Turkish media reported.  A US state department spokesman said Mr Shurqat had courageously worked to expose the "hypocrisy" of IS.” (bbc.com)

 

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Panama Papers

 

Papéis do Panamá: apontando o seu dedo acusador para a Rússia e a para China (mas nunca esquecendo para seu conforto moral de mencionar as Monarquias do Golfo) estes jornalistas esqueceram-se que num cenário deste tipo existem muitas camadas sobrepostas. Com muitas delas sobressaindo do todo (inicialmente proposto), bastando para isso olhar para elas – recordando que nós também temos olhos, ligados a um cérebro para pensar (e por exemplo associar, compreender e ripostar).

 

E assim,

 

Enquanto Jornalistas são assassinados por assumirem sem nunca recuarem e no exercício da sua tão digna profissão, os seus direitos, deveres e obrigações éticas de verdadeiro comunicador e educador (sabendo ao mesmo tempo poderem estar a arriscar as suas próprias vidas, algo que jamais algum dinheiro pagará) – como qualquer profissional dessa área que se identifique com os seus princípios e objetivos e se reveja (mesmo que ameaçado) nessa nobre função,

 

Outros indivíduos reclamando-se desse mesmo estatuto (mas aqui surgindo fardados), apresentando excelentes currículos sociais (institucionais e como tal oficialmente certificados), ao serviço de regimes no poder nos seus respetivos estados e afiliados (crédito à sua cidadania e ao seu patriotismo nacionalista) e escondendo-se estrategicamente atrás de uma Parede de Proteção (como verdadeiros protetores que devem ser protegidos – e tal como um mafioso real é protegido por terceiros para denunciar outros pretensos mafiosos),

 

Comportando-se como simples Marionetas e abdicando do poder e da obrigação a que estão moralmente sujeitos por viverem em sociedade (Informar-nos), sujeitando-se a serem meros veículos de transporte e ignorando a nossa existência (e a de todos os Jornalistas),

 

Suprimindo-nos, auto suprimindo-se, mas julgando reforçar com estes comportamentos, a sua área de conforto.

 

Mas por agora já chega – ou deixamo-nos enredar, só dizemos mais asneiras, ficamos a cheirar mal (já penso sentir o odor) e tudo isto mete Nojo.

 

(imagens: : commondreams.org/The Weekly Bull/flickr.com e aljazeera.com)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 15:03