ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Marte há 40 anos atrás
“Um Planeta aparentemente sem Atmosfera, sem Água e sem Vida – logicamente
Morto!”
Nos próximos meses de Agosto/Setembro comemoram-se 41 anos sobre a chegada com pleno sucesso das primeiras sondas terrestres (orbitais e de superfície) ao planeta Marte: falamos aqui das duas sondas VIKING 1 e VIKING 2 lançadas da base norte-americana de Cabo Canaveral respetivamente a 20 de Agosto e 9 de Setembro de 1975 (nunca esquecendo que a primeira sonda a tocar a superfície do planeta e a transmitir a partir do local – apesar de o fazer apenas por um curto período de tempo – foi a sonda soviética MARS 3 quase cinco anos antes).
Primeiras imagens das sondas Viking 1 e Viking 2 enviadas da superfície marciana
(com as duas sondas tendo partido em 1975 e aterrado em Marte em 1976)
Com as duas sondas a aterrarem na superfície do Planeta Vermelho com um intervalo aproximado de seis semanas (a VIKING 1 a 20.07.1976 e a VIKING 2 a 03.09.1976): a primeira tocando a superfície de Marte na planície de CHRYSE e a segunda na planície de UTOPIA – dois locais distando entre eles cerca de 6400Km. Apresentando-nos dois cenários muito semelhantes apesar de distantes – de um mundo extremamente seco e desértico com a sua superfície coberta de areias e pejada de calhaus, fazendo lembrar as nossas rochas sedimentares (como as existentes nas nossas praias junto aos oceanos/Marte poderá ter estado num passado já muito remoto coberto parcialmente por um grande oceano) ou as nossas rochas vulcânicas distribuídas um pouco por toda a Terra (com a superfície marciana demonstrando a existência no passado de fenómenos de vulcanismo e a apresentar extensas zonas como se tivessem sido bombardeadas e/ou calcinadas).
Modelo do módulo de aterragem da sonda soviética MARS 3
(a primeira sonda a aterrar em Marte nos finais de 1971 transmitindo durante 20’)
Um mundo onde um dia terá existido água e atmosfera (e talvez mesmo Vida por mais primitiva que fosse), tendo evoluído por qualquer motivo interno ou externo para o Mundo aparentemente sem nada para nos oferecer apesar de todos os mistérios que ainda o envolvem. Poderá existir ainda alguma água ou algum tipo de organismo vivo (evoluído ou não, inteligente ou não, organizado ou não) no subsolo de Marte que se mantenha preservado (de qualquer forma, viva ou morta) até aos nossos dias? Será que o planeta terá sido atingido (provavelmente há biliões de anos) por um grande e catastrófico Evento alterando radicalmente o ecossistema marciano e destruindo completa e irreversivelmente tudo o que se movimentasse à sua superfície (o que nos leva à teoria da possível existência de um outro planeta vizinho de Marte onde hoje se encontra a Cintura de Asteroides – que terá sido destruído durante esse Evento Solar afetando diretamente Marte)? E será ou não possível existir uma ligação umbilical entre o planeta Marte e a Terra (e sequencialmente outros corpos celestes interiores ou exteriores ao conjunto), de modo a preservar ao longo do Tempo (ou dos Saltos Evolutivos) a vida dos únicos seres vivos inteligentes e organizados conhecidos no nosso Sistema?
Imagem das duas de BAGNOLD localizado nas proximidades do Monte SHARP
(localizado no interior da cratera GALE – 25.09.2015 – CURIOSITY ROVER)
Com as sondas originárias do terceiro de oito plantas principais do Sistema Solar (o único onde até hoje se encontraram formas de vida orgânica), a serem de momento os nossos representantes para além das fronteiras da nossa última residência oficial a Terra. Talvez a nossa derradeira esperança (pelo menos nos próximos anos – que já decorrem deste o fim da missão APOLLO em 1972 ou seja há 44 anos) de conhecermos melhor o Universo, de suscitarmos em nós a curiosidade e a investigação, de despertarmos o nosso sentido da aventura e da procura espontânea e incessante da verdade e no final de ainda termos a capacidade de interiorizarmos a ideia de que se pretendemos sobreviver como espécie teremos um dia e inevitavelmente de partir – o mais cedo possível e pessoalmente. Deixando de lado a pretensão de que com artefactos teleguiados a partir do nosso planeta algum dia chegaremos a algum lado (uma Terra já por si de tamanho diminuto, ainda por cima utilizando como seus emissários ao Sistema sondas em todos ao aspetos indetetáveis) e interiorizando definitivamente a necessidade/prioridade da nossa presença em direto e ao vivo. E deixando para os outros o direito ao usufruto do puro prazer juvenil da brincadeira com os DRONES – como aqueles que até hoje têm visitado dos mais diversos corpos celestes-NEW HORIZONS-PLUTÃO, planetas-JUNO-JÚPITER, luas-CHANG’E-LUA e até cometas-ROSETTA-67P/C–G e asteroides-DAWN-VESTA.
“Um Planeta podendo-se considerar Vivo
se alargarmos a nossa noção ao Mundo Mineral!”
(imagens: nasa.gov e wikipedia.org)