ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
No dia da morte do último Homem a pisar a Lua
No dia da morte do astronauta norte-americano EUGENE CERNAN a pergunta que mais uma vez se coloca continua a ser a mesma (infelizmente por nunca ter tido uma resposta válida): por que diabo o Homem abandonou a Lua (que nem a 400.000Km da Terra fica) há já quase 50 anos (ainda por cima tendo agora como objetivo Marte)?
Eugene Cernan no interior do módulo lunar/LM
Comandante da missão Apollo 17
(Orbitando e pousando na Lua – Dezembro de 1972)
Quando um dia o Homem olhou para a Lua e decidiu de uma forma irreversível que esse seria o momento ideal para o início da sua conquista, provavelmente o comandante da missão APOLLO 11 o astronauta NEIL ARMSTRONG (o 1º Homem a pisar a Lua) e o comandante da missão APOLLO 17 o astronauta EUGENE CERNAN (o último homem a ter pisado a Lua), nunca imaginariam nos seus sonhos mais extremos as consequências para o desenvolvimento da Humanidade (Científicas, Tecnológicas e de Mentalidades) que o seu feito extraordinário e para muitos impossível de se concretizar iria provocar no futuro desse ecossistema chamado TERRA – e naturalmente no desenvolvimento da sua espécie dominante o HOMEM.
Hoje 16 de Janeiro de 2017 (dia em que o astronauta norte-americano Eugene Cernan nos deixou) num momento de grande tristeza e de um grande amargo de boca, deixando-nos por momentos levar (como num sonho) pelos trilhos da nossa memória e recriando de novo o passado edificado em toda a Cultura e conhecimento (por nós interiorizado), revivendo num tempo presente tão perdido como monótono, um episódio fantástico da nossa História talvez só comparável aos grandes tempos dos Descobrimentos: como qualquer criança ao crescer antes evoluindo em Terra (em casa com a sua proteção) depois fora dela (abandonando ao crescer a sua zona de conforto).
Eugene Cernan no exterior do LM
Filmado pelo seu colega Harrison Schmitt
(vendo-se à direita na imagem o rover e a sua antena)
Numa aventura nunca antes levada a cabo fora do nosso ecossistema, envolvendo o voluntário abandono por parte do Homem do seu habitat natural e de sobrevivência, deixando para trás todas as hipóteses de recuo ou de auxílio e tendo apenas como contrapartida e recompensa final a busca do desconhecido, de outras realidades e do conhecimento do Universo: no caso da conquista da Lua e apesar de tudo o de precioso que a mesma nos facultou (para a organização, desenvolvimento e transformação da sociedade) – comparem pelo menos no que toca à Esperança e ao Entusiasmo a Terra com Sonhos dos anos 60 com a Terra com Pesadelos dos dias de hoje – com o amargo de boca a dever-se à total incompreensão (e falta de respeito por todos aqueles que gastaram toda a sua vida na tentativa da concretização deste projeto claramente UNIVERSAL) pela atitude tomada pelos EUA em terminar definitivamente o programa Apollo, esquecendo a Lua (como se já lá não estivesse e não tivéssemos lá estado) e abandonando de vez os voos tripulados para outros corpos celestes (ficando-nos por viagens de Vaivém entre a Terra e a ISS – e entregando de mão beijada às máquinas o prazer da Aventura e o poder da Descoberta. Certamente algo que não desejaria Eugene Cernan.
E com o seu colega de missão HARRISON SCHMITT (piloto de comando do módulo lunar e geólogo) a passar a ser agora o último Homem ainda vivo a pisar a Lua (pisando a Lua aos 37 anos e hoje j com 81 anos).
(imagens: NASA)