ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Invasion Portugal 2017
Albufeira foi invadida entre 20 e 27 de Junho por um bando de pessoas indisciplinadas e causadoras de tumultos, fazendo-nos lembrar a chegada dos bandidos a uma localidade qualquer do faroeste americano: com os proprietários dos saloons a verem os seus negócios tomados à força e com o xerife da região (da RTA) a falar, mas como sempre a não sacar das pistolas.
Tiroteio num saloon do faroeste
(Andy Thomas)
Quando todos nós pensávamos em função das traduções oficiais dos nossos comentadores políticos (especializados e certificados sobre tudo o que se passa à nossa volta) que o único perigo de sermos invadidos (Portugal Continental) viria ou da fronteira leste (de Espanha) ou então da fronteira sul (do Mediterrâneo), estúpidos como somos, certificados como tal e convenientemente seriados para evitar a intrusão de auto didatas (e de outros elementos marginais e como tal perigosos), acabamos por ser surpreendidos (como se tal fosse possível estando preparados e rodeados por sexo, drogas & Rock & Roll) por uma horda de invasores mas vindos do norte: a Portugal Invasion oriunda do UK!
Invasão originada nas Ilhas Britânicas
(1 Semana/tudo incluído: Pacote Normal: 684 Euros ‒ Pacote Extra: 912 Euros)
E assim em vez de nos depararmos com contingentes de migrantes fugindo da Guerra, escapando da morte, atravessando a Europa, transpondo a fronteira Espanha/Portugal e finalmente Invadindo o nosso território (procurando um refúgio ou a fuga para outro continente); ou então com grupos semelhantes atravessando o extenso continente Africano vindos de todas os locais e direções e tentando tal como os outros escapar à morte e à miséria (mesmo correndo o sério risco de morrerem em viagem em último caso afogados e completamente abandonados) tentando apenas por uma simples questão de sobrevivência atingir o Outro Lado do Mar (o Velho Continente Europeu) ‒ eis que de uma forma incompreensível (já que seriam jovens europeus) e com a colaboração passiva das autoridades locais (pensando apenas na lotação das suas unidades hoteleiras) a Invasão veio do norte e logo das Ilhas Britânicas.
(imagens: Petticoats & Pistols e portugalinvasion.co.uk)
Autoria e outros dados (tags, etc)
Vitória no meio de Escombros ‒ E no meio sem nada que se mexa
Iraq Recaptures Al Nuri Mosque in Mosul, but Only Rubble Remains
Recuperando o último reduto do Estado Islâmico
(centrado na Grande Mesquita de Al Nuri com a mesma e tudo o mais em seu redor ‒ parte antiga da cidade de Mosul ‒ reduzida a um extenso monte de escombros)
Numa VITÓRIA considerada histórica pelo 1º Ministro do Iraque HAIDER AL-ABADI, as autoridades militares do seu país declararam na passada terça-feira dia 27 a captura do último reduto ainda na posse dos militantes do ESTADO ISLÂMICO (incluindo a grande mesquita de AL NURI e toda a zona envolvente) e a conquista total e definitiva da cidade iraquiana de MOSUL ‒ numa derradeira operação militar iniciada há cerca de 8 meses pelas Forças Armadas Iraquianas, contando com o apoio aéreo e com a colaboração no terreno de militares norte-americanos.
The mosque complex is nearly gone, reduced to a pile of rubble on June 21, after Islamic State militants packed the building with explosives as their grasp on the city continued to slip.
Com HAIDER AL-ABADI a afirmar estarmos perante os últimos momentos de vida do (falso) ESTADO ISLÂMICO na região, num combate que só terminará quando o último terrorista for expulso do IRAQUE. De momento e apesar destas declarações com os militantes do ESTADO ISLÂMICO a não se darem ainda como vencidos, estando ainda presentes e ativos nalgumas bolsas de resistência e podendo tal facto ser um sinal de uma futura retirada estratégica muito provavelmente em direção à SÍRIA: onde provavelmente se sentirão mais seguros (talvez contando com a colaboração norte-americana) mas onde já começam a ser atacados (bombardeados pela força aérea russa no ataque a comboios de terroristas em fuga).
“Al Hadba minaret and Al Nuri Mosque in Mosul were among the most iconic sites in the city, and stood as a symbol of identity, resilience and belonging. This new destruction deepens the wounds of a society already affected by an unprecedented humanitarian tragedy.”
Por um lado não deixando de ser curioso esta correria desenfreada entre dois países vizinhos e em GUERRA CIVIL, os dois antes da Guerra sendo dos países mais abertos ao denominado MUNDO OCIDENTAL e no entanto e talvez por isso mesmo (veja-se a política inflexível da ARÁBIA SAUDITA) sendo sacrificados por estes últimos em nome de maiores valores (o PETRÓLEO) mesmo tendo que terraplanar um país cometendo inevitavelmente GENOCÍDIO: sempre com o mesmo protagonista, sempre com as mesmas consequências e no entanto com os únicos responsáveis (os que arrancaram com as armas esmagadoras) a sempre vistos invariavelmente e caso após caso, como os salvadores e como os guardiões da Lei e da Verdade (autodenominando-se EXCECIONAIS).
“The retaking of Mosul does not mean an automatic end to the suffering of the 1.5 million people that spent more than two years living under harsh ISIS rule. Despite the declaration, ISIS still controls some areas in the Old City of Mosul and ongoing fighting will continue to threaten the lives of civilians.”
AFEGANISTÃO, IRAQUE, LÍBIA, SÍRIA e agora o IÉMEN. E com o IRÃO sempre na lista e outros como o QATAR a ainda a poder integrar (por sugestão da Arábia Saudita solicitando aos norte-americanos o bombardeamento da Al-JAZEERA). O que poderia levar o conflito no Médio Oriente a alastrar-se a toda a região do Golfo (e não só), deixando em alerta a CHINA, levando ao reforço militar na RÚSSIA (pela proximidade do conflito a territórios destas duas grandes potências), pondo a TURQUIA em polvorosa (fazendo fronteira com a Síria), colocando todo o norte de ÁFRICA (do Egito a Marrocos) de novo em erupção e pela proximidade (já iniciada com migrações maciças após o recrudescimento destes conflitos) atirando de vez a EUROPA para um beco sem saída, sem nada poder fazer e sem lugar para fugir (talvez Portugal como na II Guerra Mundial). E nestas contas não entrando, até pelo oceano que os separa, os ESTADOS UNIDOS da AMÉRICA (que podendo ser sacanas não têm culpa de os outros serem burros).
(texto/negrito: nytimes.com/29 Junho 2017 ‒ imagem: Felipe Dana/Associated Press/nytimes.com)