ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Explosão Solar de Classe-X a caminho de Marte
E atingindo o planeta entre quinta e sexta-feira!
No passado dia 23 (domingo) uma chama solar da classe-X (as mais intensas na escala crescente B/C/M/X) deu origem a uma intensa emissão de matéria solar ‒ originada pela interação de campos eletromagnéticos extremos movimentando-se na coroa do Sol ‒ provocando fortes explosões e erupções à sua superfície e ejetando o mesmo material (massa) através de CME incorporando raios extremamente nefastos, energéticos, penetrantes e radioativos (como raios-X e ultravioletas). Para nosso benefício com as CME não dirigidas à Terra, mas sendo dirigidas a Marte pondo em estado de alerta todas as sondas aí presentes (em órbita como à superfície).
Uma explosão na coroa do Sol ‒ iniciada por volta das 05:00
Com as chamas solares a deslocarem-se na direção do planeta Marte
(relativamente à Terra colocada do lado oposto da estrela comum)
Para se verificar como o Sol pode ser ao mesmo tempo amigo e inimigo de elementos pertencentes à mesma (e sua) família planetária ‒ o Sistema Solar ‒ basta recordar o que aconteceu ontem na sua coroa solar (23 de Julho), com uma espetacular CME a surgir do lado oposto do Sol (relativamente à Terra) não afetando minimamente o nosso planeta (CME em sentido oposto ao nosso), mas dirigindo-se em direção ao planeta Marte neste momento localizado do outro lado do Sol (a região do Sol originária da intensa erupção e ejeção de material e radiações solares para o espaço exterior). Emergindo da já conhecida mancha solar AR 2665 (tendo sido visível ao passar diante de nós no início deste mês) e devido ao seu movimento de rotação e subsequente erupção (radiação ultravioleta extrema) percorrendo em pouco tempo a distância até Marte e atingindo-o brevemente.
A explosão solar de 23 de Julho ‒ 05:00:30
Registada pela câmara do satélite STEREO A
(EUVI 195)
Pela sua expressão podendo-se considerar esta CME uma explosão solar da classe X (as mais intensas), a qual se tivesse ocorrido umas duas semanas antes teria certamente atingido a Terra e provocado no mínimo as habituais e intensas tempestades geomagnéticas, mais visíveis a elevadas latitudes mas em casos mais extremos podendo ocorrer a menores latitudes: alargando (em latitude) o campo visual de fenómenos como as auroras, podendo afetar e interromper emissões de certas frequências de rádio, perturbando ou danificando parte das mais diversas grelhas elétricas (de abastecimento) ou até em situações mais extremas e provavelmente já ocorridas no nosso planeta (no passado já que as recentes felizmente nos têm passado ao lado) provocando danos ainda maiores e de consequências mais gravosas: como terá sucedido em 1859 e milagrosamente evitado em 2012.
Se o Evento de 1859 provocou o colapso do seu mais importante meio de comunicação
(o telégrafo ‒ e o incêndio de alguns equipamentos e até choques elétricos)
O Evento de 2012 se dirigido à Terra poderia ter-nos feito regressar à Idade da Pedra
No ano de 1859 e numa altura em que o Sol já demonstrava alguns sinais de incremento da sua atividade (na sua coroa solar) ‒ com várias manchas solares visíveis e direcionadas para a Terra ‒ com o nosso planeta a ser diretamente atingido pelos efeitos de uma grande explosão na superfície do Sol e com a nossa estrela a enviar-nos uma invisível mas poderosa nuvem de eletrões impactando violentamente a nossa atmosfera e provocando auroras mesmo a baixas latitudes, interferências e interrupções nas comunicações (como no telégrafo com alguns dos seus componentes como fios e terminais causando choques elétricos, pegando fogo e provocando incêndios) e afetando ainda a jovem rede elétrica ainda no seu início de implementação (e com consequências para a sociedade de então muito mais reduzidas se tal caso ocorresse hoje.
“The Carrington event happened in the mid-1800s, and the effects that it had on the technology of the time were notable and significant. The effect of a similar event occurring during the 21st century would be much worse due to our reliance on technology — for starters, we would probably lose all satellites, causing billions of dollars in damage and confusion as our navigation and communication systems shut down. It is impossible to say with certainty what such an event would lead to, and when or if it might happen.” (futurism.com)
Numa sociedade assente na eletricidade, nas telecomunicações e nas novas tecnologias): no presente e com uma Tempestade Solar deste nível a suceder (para muitos um cenário cíclico a cada 500 anos) podendo-se transformar mais este (previsível) episódio num Evento de relevo e com efeitos catastróficos para o nosso Ecossistema e a sua estrutura básica de suporte (toda baseada na Eletricidade e no Magnetismo) ‒ com um impacto financeiro de Triliões e talvez necessitando de uns 10 anos para recuperar. Já no ano de 2012 e decorridos mais de 150 anos sobre o Evento de 1859 (Carrington) com um outra explosão solar de semelhantes dimensões e consequências (se não mesmo pior) a ser registada (fez ontem 5 anos) deslocando-se em direção da órbita terrestre, mas felizmente falhando o alvo (a Terra) por uma questão de alguns dias (uma semana): salvando-nos dos raios-X e das radiações ultravioletas.
Diferentes camadas constituintes da atmosfera
Contendo nela todos os ingredientes para o aparecimento da Vida
(e com a mesma envolvendo e protegendo toda a Terra)
Em 25.07.2017 e num período em que o Sol não tem apresentado manchas visíveis (pelo menos minimamente relevantes) com a nossa estrela mantendo-se relativamente tranquila pelo menos no que nos diz respeito (Terra), mas invertendo-se os papéis relativamente a Marte: supondo o vento solar a deslocar-se a uma v = 600Km/s e Marte distando 225.000.000Km do Sol (média), dentro de cerca de 4/5 dias com as radiações provenientes da mancha solar AR 2665 a atingirem o Planeta Vermelho (27/28 Julho), bombardeando de uma forma inclemente o nosso vizinho exterior com poderosíssimas emissões de radiações tóxicas e mortais provenientes da deslocação desta extremamente intensa e energética nuvem eletromagnética capaz de destruir tudo (em certos contextos) à sua passagem, varrendo todos os cenários (principalmente os desprotegidos) com raios -X e raios ultravioletas.
Viajando pelo Espaço
Sem proteção em Marte e com proteção na Terra
(na Terra com o seu escudo protetor defletindo o vento solar e cósmico)
Um planeta sem atmosfera, sem água e sem vida, encerrado num ecossistema aberto e sem qualquer tipo de proteção de efeitos oriundos do exterior (a tal atmosfera protetora existindo na Terra), mostrando-nos um cenário de um mundo infinitamente bombardeado por raios solares e por raios cósmicos, transformado 4,5 biliões após a sua formação num deserto árido e como que calcinado e sem vestígio de qualquer tipo de organismo senão mesmo os minerais: fazendo-nos suspeitar da existência de água num passado bastante remoto de Marte mas nada nos dizendo sobre a possibilidade da existência de organismos para além dos minerais (os orgânicos). E olhando para o sucedido em Marte comparativamente com o sucedido na Terra (claramente com partes dos seus trajetos comuns), agradecendo pela nossa cobertura (protetora) completamente ausente na outra superfície (marciana).
(imagens: nasa.gov/activistpost.com/theexplanation.com/skyandtelescope.com)