ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Um Sismógrafo em Marte
Apesar de agrupados (reagrupados) mas não tendo ainda dado o salto (limitados pelo Espaço de circulação e pelo Tempo de existência proporcionados ao Homem,
– E no entanto cansados da manipulação e do condicionamento a que temos estado sujeitos neste longo período de Homo Centrismo
(substituindo no Centro do Mundo a Terra pelo Homem) –
Em vez de olharmos para os pés bem assentes na Terra (onde estarão certamente as Origens da Vida) continuamos sistematicamente a olhar (mesmo que inconscientemente como que em sonhos) lá para cima para o Céu:
Aparentemente sem limites e aí estando o Criador.
(e dadas as condições cá na Terra, num ato de desespero do Homem)
A Terra, a Lua e Marte
(todos já sujeitos à aplicação do sismógrafo)
Num regresso ao passado em cerca de 40 anos (e recuando às missões VIKING 1 e 2 ao PLANETA VERMELHO) a missão da NASA InSight com o seu lançamento previsto para 5 de Maio (deste ano) através de um foguetão Atlas V 401 (com chegada à superfície de Marte estimada para 26 de Novembro de 2018), irá colocar de novo sobre o solo de Marte um aparelho que deteta os seus movimentos (depois de já o ter feito há uns 130 anos na Terra e há uns 50 anos na Lua): um SISMÓGRAFO.
O SEIS na superfície de Marte
(Ilustração – PIA 22320 – NASA)
Com esse sismógrafo a ser (para além de um magnetómetro) um dos 4 instrumentos (SEIS, HP³/estudo de fluxos de calor, RISE/estudo do interior de Marte e TWINS/estudo do clima marciano) colocados a bordo do módulo de aterragem da missão InSight – o SEIS (Seismic Experiment for Interior Surface) – tendo como objetivo o registo dos sismos e outras atividades internas do planeta (para além do efeito dos meteoritos ao impactarem com a superfície marciana) de modo a melhorar ainda mais a compreensão da constituição de Marte, sua formação e evolução.
E para além do mais dada a sua elevada sensibilidade (ultrassensível) sendo igualmente útil na deteção de atividades atmosféricas como o serão as tempestades de areia (por exemplo os redemoinhos denominados como Dust Devil). Detetando pela 1ª vez todos os sismos registados na superfície do Planeta Vermelho sejam de origem interna como externa (e mais uma vez nunca esquecendo as sondas Vikings, no entanto e na altura dispondo de menos meios técnicos e científicos) e como segurança e proteção (a este registo, recolha e estudo detalhado de dados) utilizando um equipamento de medição duplamente protegido do ambiente exterior (extremamente agressivo, tóxico e radioativo), protegendo-o (o SEIS) das ações do vento e das grandes amplitudes térmicas marcianas (proteção exterior) assim como (através da utilização de uma redoma isolada a vacum) das ações exteriores do (mesmo) ambiente marciano (proteção interior).
O cientista norte-americano Carl Sagan
(ao lado de um modelo das sondas Viking)
Há cerca de 43 anos com o lançamento do programa da NASA (Agência Espacial Norte-Americana) VIKING (duas sondas – Viking 1 e Viking 2 – lançadas em 1975, chegando a Marte em 1976 e com o módulo de aterragem operando até 1982/Viking 1 e 1980/Viking 2) com os primeiros aparelhos de deteção sismológica a chegarem à superfície de Marte, numa das sondas verificando-se o não funcionamento do mesmo (sismógrafo) mas com a outra (Viking 2) a funcionar em pleno e a transmitir os primeiros dados deste corpo celeste alienígena (o segundo depois da Lua e inicialmente testado na Terra): mas devido à sua deficiente colocação (não diretamente sobre o solo mas sobre o deck do módulo, causando vibrações originadas no mesmo a partir de ação exterior) e maior exposição à ação dos ventos (e tempestades de areia) com muitos desses dados recolhidos e transmitidos (para a Terra) a tornarem-se muitas vezes de difícil tradução no meio de tanto “ruído”.
Mas não estando por vezes assim tanto vento (ou outro tipo de intervenção/exterior como é o caso dos meteoritos) sendo possível detetar (em condições ideais, de relativa acalmia em redor) certos casos particulares: e não estando este agente presente (o vento – não incomodando se não excedendo os 2 a 3m/s) tendo sido possível de concluir existir um nível de sismicidade (possível/previsível) no interior das placas tectónicas de Marte (mais ou menos ativas) numa percentagem de cerca de 2/3 da (típica) registada na Terra, sendo ainda detetado um outro fenómeno – o Evento registado em SOL 80 (80º dia marciano de estadia no planeta) – podendo ser considerado como um Acontecimento Sísmico. Interpretado como um sismo (terrestre) podendo ter magnitude 3 e epicentro a mais de 100Km – e ainda se podendo acrescentar (sobre a geologia de Marte):
“Preliminary interpretation of later arrivals in the signal suggest a crustal thickness of 15 km at the Utopia Planitia site which is within the range of crustal models derived from the gravity field. More events must be recorded before a firm interpretation can be made of seismicity or crustal structure“.
(Seismology on Mars/caltech.edu)
(imagens: sciencebuzz.org e nasa.gov)