ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
João Rodrigues Pires
[Quase 100 Anos de Livros de um Homem pelos mesmos Formado/Formando, até pela sua Cultura & Memória devidamente arquivada/preservada, estando claramente situado num ponto muito para Além do comum.]
Condecorado pelo Presidente da República,
com o grau de Comendador da Ordem do Mérito.
Fiz coisas que nenhum livreiro fez
(João Rodrigues Pires)
Homenagem devida a um Homem de Cem Anos (que não conheço) dedicando toda a sua Vida “Ao Mundo Maravilhoso do Livro” − que eu ainda tive a Felicidade & o Privilégio de usufruir obtendo dos Livros os princípios básicos (filosófico-científicos) do respeito (como Dever) devido à Liberdade e à Natureza (como Direito) – e que apesar dos seus quase 80 Anos à frente da sua Livraria “O MUNDO DOS LIVROS” (depois de ter passado por outras como é o caso da Bertrand) e da invasão maciça e penetrante de outros “suportes” como a TV, o Cinema, a Internet e todas as Vias de Informação/Comunicação delas saídas (com todas as suas Plataformas Digitais) − levando a que cada vez menos pessoas vão (desde há muito) a Museus e a Teatros, a Cinemas (cada vez com menos salas) acontecendo o mesmo (e com decrescimento acentuado) e com as Livrarias quase desertas procurando alternativas (muitos delas encerrando não se adaptando, à nova, mais intelectual e financeiramente mais produtiva “Moda-dos-Livros-Técnicos”) – ainda hoje resiste como o Alfarrabista Mais Antigo de Portugal, com as portas da sua Livraria (mais do que isso) ainda abertas (sendo uma “Loja com História”) com força e com vigor (como aparenta o nosso Livreiro) desde 1941. Amigo de Garrett e de Aquilino e com este último a afirmar: “O livro é artigo de primeiro interesse, que o livro corre pelas estradas mesteirais do mundo em maior quantidade do que nunca e com acentuada procura. Se houvesse crise neste ramo de atividade, é porque tinha batido uma hora sombria para a civilização”. Seguindo-se João Pires (assistindo e infelizmente confirmando esse declínio): “Tenho saudades desses tempos…. As pessoas já não compram, o cérebro deixa de funcionar. Já fecharam pelo menos vinte e tal livrarias em Lisboa e as tipografias também têm fechado”.
[Até como solidariedade para com uma Vida (que poderia ser a nossa, ou de nós para com outra) devendo-se (no mínimo) dar uma vista-de-olhos a este artigo do SAPO (de 31.05), tendo como Protagonista um “Pai-de-Livros”, Alfarrabista, Livreiro e Português (mesmo que o considerem um pai adotado) − e como não poderia deixar de ser a “Loja de História” e sua Livraria o “Mundo do Livro” − num artigo de hoje saído (ainda bem) no 24.sapo.pt: em texto de Rita Pinto Coelho e fotos de Paulo Rascão). Falando-se de João Rodrigues Pires.]
(texto e imagem: apoiado num artigo publicado/e a ler hoje, em 24.sapo.pt)