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Mortos, os Contadores de Histórias

Terça-feira, 10.03.20

O Bombardeamento de Tóquio e a Operação Meetinghouse

 

[Bombardeamentos de Hiroshima e de Nagasaqui (utilizando bombas atómicas) em agosto/1945 e  bombardeamento de Tóquio (utilizando bombas incendiárias) em março/1945. Todas ocorridas já lá vão 75 anos, num total podendo atingir (em 3 bombardeamentos dos EUA levados a cabo no Japão) mais de 300.000 mortos.]

 

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Bombardeiros B-29 bombardeando Tóquio

Entre 9 e 10 de março de 1945 e tendo como alvo Tóquio, dando-se o ataque aéreo mais mortal da WW2: logo ali ficando 100.000 mortos e na prossecução dos bombardeamentos ainda outro tanto (total 200.000)

 

Relembrando que tal como a História está em constante movimento num processo natural de interpretação e compreensão pelo Homem de tudo aquilo que o lá coloca e identifica dando-lhe forma e conteúdo necessário parra a sua evolução, também teremos que entender e com a nossa pratica e experiencia de interiorizar que, para além de sermos antropocentristas e julgarmos que o Mundo existe apenas porque nós existimos, especialmente desde que com o Evento do surpreendente advento cientifico-tecnológico este nos envolveu e penetrou infelizmente derivando para uma mera interpretação contabilística de mercado, no presente tal como nos últimos cinquenta anos se tem verificado cada vez com mais intensidade – com o tempo vai-se perdendo a nossa memória, se não a cultivarmos nosso espaço − colocámos a memória e a cultura em questão tornando-nos estrategicamente seletivos: e de contadores de histórias oriundos de todo o mundo (muitos deles reais, muitos deles imaginários), passando a historiadores bem localizados e certificados, normalizados conforme os interesses do seu sistema (falsamente representando o coletivo) de origem. Daí uma das estratégias mais simples utilizada diariamente pelo sistema implantado nas nossas Sociedades, sendo o de face à velocidade a que temos agora de viver num espaço por vezes extremamente concentrado e limitado, disponibilizando poucas alternativas em optar por outros caminhos e atividades (por vezes nem nos dando tempo para nos reproduzirmos com relativa tranquilidade), apenas nos deixarmos levar e esquecermos entregando à memória de “outros” essa função (e aceitando-se docilmente essa lobotomia como se estivéssemos sob o efeito de droga).

 

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Com Bombas de Fragmentação e Incendiárias

Descarregada em cargas sucessivas e maciças deixando tudo carbonizado e fumegante entre corpos e edifícios, numa área esmagadoramente civil e reduzindo a nada 25/30Km² da área urbana de Tóquio

 

No dia 6 de agosto de 1945 (de facto já a WW2 resolvida com a vitória dos Aliados) com os EUA a largarem a bomba atómica “Little Boy” sobre a cidade japonesa de Hiroshima originando entre 130.000, 150.000 ou mesmo 200.000 vítimas mortais (até 146.000, segundo a wikipédia) – “talvez mesmo umas 200.000 mortes numa cidade não superando os 350.000 habitantes para de seguida (ponto-de-rastos os civis japoneses) no dia 9 de agosto de 1945 (passados apenas 3 dias, sem tempo de reação para além da estupefação japonesa) largarem agora uma outra bomba atómica a “Fat Boy” sobre  outra cidade japonesa agora Nagsaqui e aí provocando quase outra centena de milhar de vítimas mortais (até 80.000 segundo a Wikipédia) – no mínimo os tais 80.000 numa cidade de nem 270.000 habitantes. E assim num Universo de 620.000 podendo ter vitimado mortalmente até 280.000 (uns 45%). Todos nos lembrando disso − das Bombas Atómicas de Hiroshima e de Nagasaqui  − pois integrando a maioria manuais de História e ainda hoje pelo tema − o NUCLEAR − sendo ainda uma preocupação Mundial (ou não tivessem os EUA provocado uma das maiores e mais concentradas carnificinas de que há memória). No entanto em 1945 dando-se um outro grande evento, anterior aos Rapazes Nucleares, o Pequeno e o Gordo  − a 9/10 de março de 1045: “O ataque aéreo Operação Meetinghouse, entre 9 e 10 de março 1945, é considerado como o mais destrutivo da história (wikipedia.org), também conhecido como o “Bombardeamento de Tóquio”. Faz agora 75 anos.

 

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Tóquio depois da Operação Meetinghouse

Destruindo centenas de milhares de edifícios, matando centena de milhares de pessoas, terraplanando uma área de quase 30Km² e comparativamente mais mortal que sob um evento nuclear

 

Bombardeamento de Tóquio que teve o seu apogeu com a “Operação Meetinghouse (março 1945) – numa nova etapa da WW2 envolvendo forças militares japonesas e norte-americanas, iniciada após o ataque surpresa (para os militares dos EUA) de Pearl Harbour (para os norte-americanos um ataque traiçoeiro e cobarde) em 7 de dezembro de 1941 e numa campanha inaugurada em abril de 1942 com o "Ataque Doolittle" – com mais de três centenas de bombardeiros B-29 a despejarem sobre a cidade de Tóquio múltiplas bombas de fragmentação, libertando cada uma delas quase quatro dezenas de bombas incendiárias, caindo sobre a cidade e como se a mesma fosse atravessada por uma “onda-de-fogo” queimando tudo em que tocava (ao cair), reduzindo tudo a escombros e matando logo ali mais de 100.000 indivíduos: transformando o bombardeamento de Tóquio com Bombas Incendiárias o mais mortal levado a cabo no período da WW2, ultrapassando mesmo os efeitos das Bombas Atómicas de Hiroshima e Nagasaqui (na destruição material/270.000 edifícios destruídos, nas pessoas sem abrigo/cerca de um milhão e no número de vítimas mortais/mais de cem milhares com a continuação dos bombardeamentos tendo chegado ao dobro). Alguém se lembra? Faz 75 anos por estes dias.

 

Com os japoneses a renderem-se a 15 de agosto de 1945.

 

(imagens: thevintagenews.com e ocaisdamemoria.com)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 14:46

COVID-19 − OUT AND IN THE USA

Terça-feira, 10.03.20

[Com o navio de cruzeiro “Grand Princess” depois de vários dias navegando ao largo da costa da Califórnia (o outro cruzeiro mais falado e nas mesmas condições sendo o Diamond Princess navegando ao largo do Japão) e com 2.400 pessoas a bordo (de mais de 50 países) − e devido à pressão crescente nos EUA, obrigando Trump e a sua equipa a agir, sob a direção do seu VP Mike Pence − a finalmente ser autorizado pelo governo norte-americano a atracar esta segunda-feira (março, 9) no porto de Oakland: com pelo menos 21 passageiros a bordo infetados pelo covid-19 (nem 1%).]

 

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Cruzeiro Grand Princess atracado em Oakland

 

No momento (09.03.2020 pelas 22:45 Lisboa) em que o COVID-19 atinge a nível GLOBAL os 113.584 infetados – com 3.996 vítimas mortais (3,5%) e 62.496 recuperados (54,9%) – e em que nos EUA o nº de infetados é já de 607 – com 22 vítimas mortais (3,6%) e 7 recuperados (1,2%) – a preocupação no presente reside mais nos surtos epidémicos centrados na ITÁLIA (e estendendo-se por toda a Europa incluindo a Ocidental, onde se situa Portugal), na Coreia do Sul e no Irão (sob sansões totais dos EUA): respetivamente com 9.172 infetados/463 vítimas mortais (5,0%), 7.478 infetados/53 vítimas mortais (0,7%) e 7.161 infetados/237 vítimas mortais (3,3%). Com todos os continentes da Terra a já terem casos de infetados exceção feita e que se saiba ao Árico e à Antártida: atingindo 111 países um deles sendo Portugal (mantendo-se com os seus cerca de 30 casos ativos) e com os nossos vizinhos Europeus a serem bastante atingidos – para além da Itália (liderando de longe a tabela), surgindo ainda (seguindo em direção ao nosso país) na Alemanha (1.176 infetados/2 mortos/mortalidade 0,2%), na França (1.209 infetados/19 mortos/mortalidade 1,6) e na Espanha (1.073 infetados/28 mortos/mortalidade 2,6%). Com a Alemanha a registar as duas primeiras vítimas mortais (até ontem e apesar de mais de mil infetados, a zero), com Chipre a ser o último membro da EU (27 membros) a registar esta infeção (surgindo hoje o seu 1º caso) e se por um lado sendo possível o surto epidémico poder estar a estabilizar na China, no nosso continente – na EUROPA − estando para já a evoluir em sentido contrário.

 

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O Homem  ao dispor do novo coronavírus Covid-19

 

E nos EUA o que se passará de verdade (para além do atrás mencionado)? No site governamental norte-americano  CDC (Centers for Disease Control and Prevention) com o mesmo pelas 16:00 desta segunda-feira (9 de março) a apontar para 423 infetados e 19 vítimas mortais em 35 dos estados norte-americanos (70%): com 72 infetados relacionados com viagens (17%), 29 contágio de pessoa-a-pessoa (7%) e 322 ainda indeterminados (76%) e com os estados mais atingidos a serem (mais de 10 casos) o de WASHINGTON (136 casos), da CALIFÓRNIA (110 casos), de NOVA IORQUE (40 caos) e de MASSACHUSETTS (28 casos). Aumentando a taxa de mortalidade e concentrando-se esta, no período de 20.02 até 06.03 numa média próxima dos 7 casos por dia. Mas será mesmo assim? Agora que a WHO (Organização Mundial de Saúde) vendo-se perante 111 países (a caminho dos 60%) dos 193 membros da UN e integrando todos os continentes da Terra, já  infetados, começa a sugerir estarmos apenas a um passo da PANDEMIA. E infelizmente (tarde de mais?) quando este novo coronavírus já deve estar instalado há várias semanas no interior do território dos EUA, travestido provavelmente como o vírus Influenza (gripe) e passando assim despercebido (as mortes podendo já ser devidas não ao influenza mas ao Covid-19) até para não causar alarmismo (entre os pobres, desprovidos de tudo): sabendo-se que os norte-americanos não existem apenas no interior dos EUA estando espalhados um pouco por todo o Mundo, não só como civis mas em muito maior número (milhares e mais milhares) como militares (em bases norte-americanas sediadas em todos os Continentes) − e conhecendo-se quem são e como são tratados (os seus soldados) daí se podendo tirar conclusões. Por exemplo tendo estado na Coreia do Sul e cumprido o serviço, regressado com uma simples “constipação” ao seu país, ao seio da sua família: na América e sem dinheiro tudo de mau sendo possível.

 

(imagens: yahoo.com)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 01:00