ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Pandemia Covid-19 (em confinamento)
Talvez com a Região do Algarve beneficiando da impressão geral do bom comportamento de Portugal (face ao Covid-19) ─ vendo-se o que aconteceu com os outros países do sul, nossos principais concorrentes no ramo da Hotelaria & Turismo ─ podendo aproveitar a imagem e em vez de se afundar, recuperar para nossa felicidade pouco a pouco, já um “muito-grande-pouco.”
A Tradição das Maias no 1º de maio algarvio
Com todo o Hemisfério Norte ainda a lutar ─ ultrapassados aparentemente os seus picos máximos ─ contra o elevado número de vítimas mortais por dia ─ e com os piores exemplos a virem do quinteto constituído pelos EUA, Itália, Reino Unido, Espanha e França, responsáveis por 72% das vítimas mortais globais ─ em Portugal a atividade do vírus SARS-CoV-2 depois de estabilizada a propagação da doença pelo mesmo provocada (a Pandemia de Covid-19), parece estar a descer progressivamente (sendo já menor que duas dezenas) abrindo assim as portas (depois de uma 1ª fase e de três Estados de Emergência) à 2ª fase da “Luta Anti-Covid-19”: e depois do “fechados em casa” seguindo-se a fase de “Não Confinamento”, por precaução e para nossa segurança, experimental e como tal progressivo.
A última vez tendo-se registado em Portugal 16 vítimas mortais (VM) por dia devido à doença Covid-19, reportando-se ao passado dia 6 de abril (três dias depois de atingirmos o Pico Máximo com 37 VM) já lá vão 24 dias. E com a nossa taxa de mortalidade a andar pelos 4% (da amostra) ─ inferior à taxa de mortalidade global (provisória) de 7% ─ e a nível do total da nossa população nos 0,01%.
Assim a 4 de maio (segunda-feira) iniciando-se uma nova etapa deste surto pandémico ─ a fase de “desconfinamento” ─ com o país em palavras (ainda antes do 1º de maio) a iniciar a passagem do Estado de Emergência para o Estado de Calamidade, para então começando uma nova etapa não só na direção da nossa Liberdade como estando interligada, no sentido do retorno à Economia, tentarmos ressuscitar-nos para a Vida arrancando finalmente o motor ─ constatando que apesar desta guerra estarem ainda aí (ao contrário das guerras convencionais) todas as infraestruturas essenciais (os trilhos que nos conduzirão à nossa sobrevivência): homenageando aí os nossos idosos (86% do total de mortes) e toda a classe trabalhadora.
[A Maia era uma boneca de palha de centeio em torno da qual se dançava durante toda a noite do primeiro dia de maio. Ritual ligado aos ritos da fertilidade, do início da primavera e do novo ano agrícola. (sulinformação.pt)]
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Quarentena do Sexagenário “Sapo Cocas”
Kermit the Frog sings "Rainbow Connection" from quarantine
(título: Gareth Branwyn/29.04.2020/boingboing.net)
Cocas o Sapo e a sua canção de Quarentena
Nestes tempos de isolamento pandémico em que numa 1ª fase de intervenção (de combate) em nome da preservação da Vida nos isolamos da Economia para de seguida em nome da salvação da Economia nos isolarmos da Vida ─ sendo esta a única alternativa possível por viável (de acordo com o modelo económico-financeiro adotado) à preservação da nossa Civilização assente na atual organização da nossa Sociedade (a oriente como a ocidente, alicerçada na mercadoria, no objeto), isto apesar de se cumpridas as promessas do século passado (colocando a máquina/o objeto a trabalhar para o Homem/o sujeito, protegendo-o no Espaço e disponibilizando-lhe mais Tempo) pudéssemos desde já viver numa sociedade automatizada entre outras vantagens protegendo o Homem de agentes imprevistos agressivos ─ a presença ainda no início do período de transição de fases (quando iniciado o tratamento e travando aparentemente os sintomas da doenças, já nos consideramos curados) de mais um dos nossos mais queridos e antigos companheiros de estrada (replicado num boneco/objeto mas aqui e com toda a nossa ingenuidade imaginado como um amigo de infância/sujeito) no presente estabelecido como mais um sexagenário: com 65 anos de idade o inicialmente lagarto posteriormente transformando-se em sapo KERMIT THE FROGG.
Waldorf e Statler os dois intratáveis idosos
E com o reinado do vírus SARS-CoV-2 e do respetivo surto pandémico e mortal pelo mesmo lançado sobre todos nós, introduzido e disseminado (no ecossistema deste planeta) através da aplicação de uma guerra generalizada e de extermínio levada a cabo pela ação do seu agente biológico Covid-19 (a doença infetocontagiosa) ─ num momento em que mais um vez e irracionalmente (convencidos e desejosos de que exista um centro, justificativo/explicativo da razão da nossa existência) procuramos um responsável não coletivo, não entre nós (predadores e presas, dominadores e dominados), mas apontando e individualmente, apenas uns de nós (como se qualquer grupo de maior ou menor dimensão pudesse ser estranho e independente aos outros grupos rodeando-o) ─ trazendo como consequência a este palco neste período importante e fulcral de reflexão tendo como contraponto algo que sempre viramos como juntos e interligados caso do duo “Vida & Economia” (agora que vamos ser atirados para o interior do campo de batalha, aparentemente derrotada a invasão biológica, mas com os sinais da evolução da mesma ainda bem presentes e visíveis), algo que acompanhando-nos neste período parecendo infinito de Quarentena nos desligue um pouco da ficha (desta normalidade, tóxica e aditiva) e nos possibilite ainda ver outros possíveis (certamente existentes, mas ainda não vislumbrados, estando ainda cobertos por este penumbra) trilhos de salvação: dando-nos mais alguma esperança, nem que seja ─ tal como o fazemos na Religião (substituindo os santos por bonecos) ─ através da projeção de um sujeito (real) num simples objeto (imaginado). Tal como o fazíamos (não sendo ainda adultos, mais ou menos formatados) quando crianças.
Alguns personagens centrais dos Marretas
COCAS O SAPO (Kermit The Frog) tornado imortal com a Rua Sésamo (exibida em Portugal entre 1989 e 1996), com os seus colegas de então Becas e Egas e ainda acompanhado pelo Monstro das Bolachas, fazendo por volta dos anos 90 a delícia dos mais jovens como até os dos mais entrados (“mas ainda com uma criança dentro de si”): e depois evoluindo sob a direção do seu pai (criador) JIM HENSON assim como com todos os outros seus companheiros de espetáculo ─ no MUPPET SHOW em Portugal Os MARRETAS. Apresentando-nos outras figuras que ficaram (identificando-se com o Mundo de então) para além dos velhotes WALDORF e STATLER (gozando, “dizendo sempre mal de tudo”), MISS PIGGY (a namorada de COCAS), GONZO (o excêntrico extraterrestre), FOZZIE (o urso ingénuo), ROWLF (o cão pianista), entre tantos e tantos outros bonecos e olhando-nos ao espelho, “tal e qual como nós”. Proporcionando-nos neste período de Quarentena (mais ou menos alargado e pelos mais diferentes motivos) em que todos temos estado mergulhados (e sozinhos em casa ou noutros lugares isolados e ainda-por-cima desligados) uma música de solidariedade e da sua autoria (um dos seus êxitos), transmitida do seu pântano (e acompanhado do seu banjo) onde se encontra isolado ─ e de momento instalado ─ cumprindo voluntariamente a sua quarentena: “The Rainbow Connection”.
[Canção de “Cocas o Sapo”: The Muppets/DisneyMagicMoments/A Special Performance of "Rainbow Connection" from Kermit the Frog/youtube.com]
(imagens: The Muppets e muppets.disney.com)