ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Abandono da Lua
“We choose to go to the moon”
John Kennedy – Universidade Rice – 1961
No mês de Dezembro de 1972 o módulo lunar da missão Apollo17 – lançada pela agência espacial norte-americana NASA – aterra sobre a superfície da Lua.
Richard Nixon era então o presidente dos Estados Unidos da América, a guerra do Vietname aproximava-se do seu fim e em Portugal Marcelo Caetano assumia-se como o continuador da obra de Salazar.
Dois astronautas da missão Apollo17 – Cernan e Schmitt – passeiam-se na região da cratera Shorty
Tudo isto se passou há mais de quarenta anos mas até parece que foi hoje! Então o que é que terá levado os norte-americanos a abandonarem este projecto tão ambicioso? Provavelmente os primeiros sinais evidentes da recessão económica que aí vinha com a aproximação da crise do petróleo de 1973, a qual que iria afectar gravemente os EUA e todo o resto do mundo, levando os norte-americanos a redireccionar a sua estratégia em direcção ao Oriente produtor de petróleo e a apoiar o estado de Israel na guerra do Yom Kippur – contra os seus inimigos dos países árabes que além de controlarem a OPEP e dessa maneira o preço do petróleo, ainda eram amigos dos comunistas da União Soviética.
Muitas outras explicações se poderão encontrar para o sucedido: desde os perigos que envolviam os astronautas nesta missão tão complexa a um mundo desconhecido e tão distante do nosso, passando pelos altíssimos custos a suportar para a concretização deste projecto numa altura de pré-recessão económica mundial, até às teorias conspirativas que envolveram o fim do programa Apollo, algumas delas falando da existência na Lua de vestígios de outras civilizações anteriores à nossa ou mesmo da presença por essa altura no satélite natural da Terra, de seres alienígenas provavelmente hostis. O que é certo é que hoje em dia voos tripulados só os efectuados entre as bases terrestres e a Estação Espacial Internacional (ISS). Todos os restantes voos tripulados foram suspensos indefinidamente, apesar do sonho humano das grandes viagens interplanetárias e da descoberta de outros novos mundos habitáveis continuar a invadir a nossa imaginação e dessa forma acabar por contribuir decisivamente para a manutenção da nossa esperança no futuro.
A Lua poderá ser a nossa cara-metade ou então o espelho da Bruxa; e a face oculta da Lua, será a outra face do espelho. De qualquer forma o Universo será sempre fantástico e gostaria de o conhecer nem que fosse por interposta pessoa: quem não gostaria de estar – ver, partilhar – no espaço onde os outros estão e continuar a estar sem nunca os perder de vista?
(imagem – huffingtonpost.com)