“A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos, que a pessoa na verdade não possui. Todo o hipócrita finge emular comportamentos correctos, virtuosos e socialmente aceites”
A CEE e Portugal
Talvez na próxima quarta-feira a velhinha Europa, decida algo de positivo para um futuro risonho do seu neto – já que o seu filho não sabe fazer nada, vivendo também de rendimentos estáticos e protegido pelo estatuto de licenciado com permissão efectiva de “porte de canudo”, ainda por cima e no caso de verificação de incompetência funcional, considerados vítimas inocentes e inimputáveis (por serem filhos de quem são).
O trabalho, a memória e a cultura, já nada representam nesta sociedade; apenas o emprego, a hipocrisia e a sua hierarquização, comandam o leme de uma nau desde há muito encalhada, em que o seu mestre, agora técnico especializado, se nega a encarar a realidade, apenas porque o mundo que conhece, ainda está sobre a água e flutua (talvez esteja a usar uma bóia e ainda não o tenham avisado).
Devido a anos e anos de mentiras, já não acreditamos em ninguém – se quisermos mudar, só temos que alargar os nossos horizontes e deixar de acusar o vizinho por todo de mal que nos acontece, invejando a sua situação se por acaso viver melhor ou rindo-nos deles se viverem pior do que nós (a sobrevivência de um grupo reside na sua união e organização comum).
A vida está desenhada para um determinado tipo de funcionamento que protege a mercadoria, preserva o seu lugar de armazenamento e apenas vê as pessoas como mão-de-obra ou cliente. Só a podemos mudar se virmos no nosso semelhante uma parte importante de nós e eliminarmos sem hesitação, aqueles que nos eliminam e dispensam a nossa presença, porque já aqui estão a representar-nos (ninguém gosta de ser ignorado).