ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Indígenas do Peru, Vizinhos do Brasil
No meio da selva Amazónica Manaus é ainda hoje um foco importante de imaginação e de fantasia de milhões de seres habitando o nosso planeta, com milhões de segredos escondidos no interior da sua densa e impenetrável floresta e com um número desconhecido de tribos e de outros mundos antigos e fantásticos, ainda por descobrir. Um porto de abrigo para muitos portugueses aquando das suas primeiras migrações em direcção à terra prometida – o Brasil.
No início do século XXI ainda podemos afirmar que existem alguns povos um pouco dispersos por alguns pontos isolados e fechados do globo, vivendo no meio da natureza e dela obtendo o seu sustento e a concretização de todas as suas necessidades básicas. Uma das regiões mais divulgadas a nível mundial não só pela sua grandeza como também pela sua maior proximidade aos meios de informação e de comunicação é a grande selva da Amazónia.
Na nossa civilização ocidental e europeia esta afirmação – seres humanos vivendo em conjunto e partilha com a Natureza envolvente – já há muito que deixou de ter qualquer tipo de significado: o único vestígio que ainda resiste no nosso interior são alguns traços indeléveis de nomadismo (essencialmente em grupos de marginalizados e excluídos da sociedade) e de uma ideologia minoritária e conservacionista – agora apenas lutando pela sobrevivência de alguns usos e costumes tradicionais – que segundo estes seres humanos ainda poderia salvar o meio ambiente natural preservando-o e mais tarde replicando-o (inicialmente em estufas). Os seres humanos anteriores contentam-se assim com a imitação criada após o surgimento da Revolução Industrial, refugiando-se na província ainda provida de grandes extensões de terrenos agro-florestais e convivendo directamente com uma variedade de animais domésticos (e selvagens), já completamente inacessíveis nos cada vez mais inexpugnáveis centros urbanos. Quanto aos restantes (a esmagadora maioria dos seres humanos) vivendo nessas imensas urbes sem alma nem consistência, já sabem de antemão que vivem numa “Selva de Betão e de Asfalto”, sendo “o seu único ritmo de vida a troca do corpo por dinheiro”.
Mas voltemos agora para o Brasil: de longe o maior e mais rico país da América do Sul – com mais de 200 milhões de habitantes – ele estende-se ao longo de vários fusos horários desde a sua costa leste tendo o oceano Atlântico como fronteira até muito perto do oceano Pacífico – com o Peru como único obstáculo para alcançar o oceano e a costa ocidental do continente sul-americano (apenas a cerca de 500Km de distância). Com a emblemática selva Amazónica estendendo-se ao longo das margens do rio Amazonas e seus afluentes, ao longo de todo o noroeste do Brasil: e com Manaus como capital de toda esta vasta e ainda bastante verde região – considerada como um dos principais pulmões do planeta onde todos nós ainda vivemos. E é nessa região que ainda hoje encontramos grupos de indivíduos vivendo do lado de fora da nossa civilização (essencialmente urbana), refugiados e protegidos por essa muralha nalguns locais ainda intransponível que dá pelo nome de Selva Amazónica: por mera curiosidade ou por necessidade de se deslocarem para outras zonas ainda virgens (intactas e sem a presença de estranhos) por vezes novas tribos surgem do interior da selva profunda, manifestando dessa forma a sua presença e ao exterior a sua própria existência (até aí desconhecida). Esse é o caso do povo Mascho-Piro (1.ª/2.ª/4.ª imagens) habitando nas margens do rio Amazonas numa região envolvendo a zona fronteiriça entre o Brasil e o Peru: como muitas outras tribos entretanto já avistadas (3.ª imagem) e muitas outras ainda por descobrir.
Mas qual será o futuro desta vasta região da América do Sul (a qual também se estende por outros territórios vizinhos), integrada como está num dos maiores e mais populosos estados de todo o continente americano? Partindo do princípio de que o Brasil manterá o seu ritmo de desenvolvimento demonstrado actualmente, tornar-se-á muito em breve e inevitavelmente (é um território riquíssimo na mais diversa e valiosa matéria-prima) na segunda maior potência económica do continente americano, ameaçando colateralmente o balanço e o equilíbrio (já um pouco periclitante) da única verdadeira potência desse enorme continente – os USA. Tendo no entanto num determinado momento do seu percurso como sociedade estruturada e organizada de se decidir e optar definitivamente e sem possibilidade de retorno pela única via eficaz: aquela que perpetue o seu mais poderoso (e real) símbolo identificativo a nível ambiental e global, personificada na preservação irredutível das suas gentes e do seu cenário de fundo – a Amazónia e a sua fantástica Natureza envolvente.
(imagens – livescience.com)
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Plumas
A Natureza que é tantas vezes violentamente maltratada pelo Homem, parecendo ser algo cuja existência pouco importa e como tal podendo ser facilmente e sem hesitação esquecida ou mesmo dispensada – tal como hoje fazemos com tudo o resto que nos rodeia e protege, incluindo o nosso semelhante logo ali ao lado – é na realidade a Mãe da nossa vida neste pequeníssimo astro do imenso Universo que nos contem e ao qual pertencemos, local onde desde há milhões de anos nos vamos transformando e evoluindo. No entanto devemos sempre respeitá-la senão mesmo temê-la, pois ela é também a fonte dos fenómenos mais violentos que o Homem até hoje já observou e que tantas vítimas desnecessárias e evitáveis provocaram: devemos compreender o ambiente que este espaço privilegiado nos proporcionou para viver e o direito de usufruto praticamente divino que a Natureza nos cedeu, sem prazos e sem pagamentos.
Por outro lado a Natureza também exige que a partilha do planeta seja feita no respeito de todas as partes em presença, sujeito e objecto, racional e irracional e até interior e exterior do planeta: nunca nos poderemos esquecer que a Terra como um organismo vivo que é também se manifesta por vezes duma forma que achamos incompreensível, com terramotos, erupções, inundações, doenças e mesmo ameaças vindo do exterior como cometas e asteróides e que a única forma de todos sobreviverem – ser vivos e espaço disponibilizado – reside exclusivamente na interiorização de que tudo o que vemos é necessário e fundamental para a nossa sobrevivência e de todas as espécies vivendo neste belo e talvez único planeta.
Para lá dos grandes e violentos terramotos muitas vezes seguidos de brutais e devastadores tsunamis, os vulcões talvez sejam um dos mais fantásticos fenómenos naturais observados pelo Homem, tanto pela sua beleza original como pelas consequências que poderá provocar no meio ambiente que o envolve a nível local, regional ou mesmo planetário: o espectáculo proporcionado pela visão da saída de todos os materiais vulcânicos do interior da chaminé do vulcão vindos do interior profundo da Terra e a serem expulsos para o exterior da barriga onde foram transformados, faz-nos lembrar o trajecto imprevisível e enigmático da nossa vida desde o nascimento até à morte e de todos os sistemas que tendo que coexistir no fim se equilibram – o que originará outras transformações futuras de desequilíbrio momentâneo, mas naturais e nunca forçadas e jamais violando (por ser uma impossibilidade) o princípio do caos e da ordem do Universo.
Aqui podemos ver uma erupção registada no vulcão islandês Grímsvtön, com os materiais vindos do interior da sua chaminé a serem projectadas em cerca de duas horas a mais de 18.000 metros de altitude e a criarem uma enorme nuvem semelhante a um guarda-chuva, mais tarde arrastada pela acção dos ventos e indo afectar posteriormente territórios situados mais a sul.
(imagens – Web)
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Economia Situacionista
Para os revolucionários ecologistas esta imagem poderá representar uma economia solidária – da indústria petrolífera para com as fábricas de “ventoinhas”: entre a cobertura da terra por camadas sucessivas de asfalto e de outros componentes químicos nocivos para a Natureza e a plantação destes monstros metálicos por toda a paisagem que a vista abarca, o Diabo que venha e que escolha.
Para o planeta Terra – e para todos os animais como eu – esta economia bipolar não passa de uma anedota: a mesma indústria poluente e utilizando fontes não renováveis que produz um artefacto essencial para a sua sobrevivência – a frota automóvel – produz também um outro derivado secundário utilizando fontes renováveis que confortavelmente lhe embeleza a alma. Só o Diabo é que ainda não viu.
(imagem – earthsky.org)
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Primavera
“Caracol, caracol, põe os corninhos ao Sol”
Caracol com Natureza ao fundo
A Natureza oferece-nos tudo o que necessitamos para ter-mos uma vida saudável e feliz, na companhia dos outros animaizinhos domésticos, com quem a compartilhamos e ainda acrescida do bónus de estarmos rodeados pela beleza e pela cor da restante fauna e flora, como acontece com o nosso amigo caracol, passeando de corninhos ao Sol, na estação mais bela do hemisfério norte e resultante da translação do nosso rico e diversificado planeta. A vida será sempre vida, mas se a quisermos efectivamente viver, nunca a poderemos dividir com quem vive à sua custa, dependurado em cima de nós e cavalgando-nos, em troca de uma pala.
“O que se afirma hoje, amanhã será mentira”
Barreto com Soares ao fundo
“Está a dizer que o primeiro-ministro quase levou o país à bancarrota para defender interesses pessoais? Para defender interesses pessoais e partidários”
(resposta do agora sociólogo António Barreto, a uma questão colocada pelo jornal i)
Este ofereceu-nos agora uma pala normalizada e aprovada por ele e com o extra de, dependurado nos cornos que também ele nos deu, colocar uma cenoura híbrida e moderna, como antigamente os seus antepassados faziam ao seu povo e ao seu asno, mas antes acrescida com outra componente biológica e ecológica e agora mais dirigida, totalitária e global e até, provavelmente, causadora do fim de todas as espécies.