ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Albufeira – 22/26
A caminho do Natal e da Passagem de Ano, o tempo parece ter estabilizado (aguenta-se e pelo menos não chove) – tendo em conta para já os dois principais dias da Quadra Natalícia (24 e 25). Depois talvez se mantenha, mas logo se verá.
Península Ibérica – imagem por satélite
(IPMA – Infravermelho – 21 Dezembro 2016 – 22 horas)
Com a previsível estabilização da temperatura entre os 8/10⁰C de mínima e 18/20⁰C de máxima e a mais que certa ausência de precipitação (pelo menos até ao dia 26), antecipa-se para este ano um período da Quadra Natalícia com céu limpo e contando com a presença do Sol (para nos aquecer o corpo), mais carregador por volta da hora do almoço, esmorecendo gradualmente durante a tarde e lá para o fim do dia e podendo contar com a presença de vento, ficando mais frio enfiando-se pelo corpo. No entanto suportáveis como o dizem a previsão: temperaturas de 8 a 20 (⁰C).
Já agora e dado que não podemos prever tudo o que venha do Céu e do Espaço, olhemos um pouco para a terra onde assentam as nossas casas: construções edificadas em terrenos de origem sedimentar localizados mesmo ao lado do mar e de zonas sismologicamente ativas. Na nossa zona de conforto sem registo de eventos de relevo ou até mesmo sentidos. Apenas com uns registos menores (5): M1.8 NE Monchique dia 15, M1.9 e M2.0 SW Albufeira dia 15, M2.0 NW Vila Bispo dia 16 e M1.6 SW Faro dia 21 (hoje). Como se vê com registos normais (ao contrário das Ilhas Salomão/Pacífico de novo a tremer – máximo M6.7 ontem).
Solstício de Dezembro de 2016
(21 de Dezembro às 10:44 UT)
Numa data do nosso calendário (21 Dezembro) em que se regista o início do Inverno Astronómico (o Meteorológico inicia-se a 1 de Dezembro) e em que se dá o Solstício de Inverno (no Hemisfério Norte), momento da nossa cronologia anual em que as horas do dia sob os efeitos preciosos do Sol atingem o seu mínimo: e sendo o dia em que no Polo Norte as 24 horas se passam em total escuridão. E com o estado do tempo em Albufeira logo no início de quinta-feira (dia 22 00:00) a apresentar 10⁰C de temperatura, céu limpo e humidade de 74%.
(imagens: ipma.pt e earthsky.org)
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A Alma (pelo menos a nossa)
Aproveitando as discussões intermináveis e provavelmente eternas sobre a existência da ALMA – como uma entidade absoluta pertencendo a um nível de existência imaterial, talvez separando matéria de energia, conservando o Espaço e eliminando o Tempo (deixando a paranoia da não ultrapassagem da velocidade da luz em vez de procurarmos oportunidades e atalhos) – deixo-vos aqui estes pensamentos de Angela Dijanic sobre o tema em questão, aqui expostos como uma versão científica da existência da mesma (num excerto retirado da 1ªparte de três do seu artigo Quantum souls publicado online no The Watchers).
Quantum souls
(Angela Dijanic in The Watchers on July 3, 2016)
The idea that we are quantum beings having materialistic experiences is a challenging paradigm for us because we were born into a three dimensional linearly aligned physicality. And for too long, that physicality has been defined within the limitations of Newtonian Laws, or rather by the followers of those laws, often times with their own interpretations - laws that place us as cogs and wheels in an enormous superficial machine with little room for forces beyond simple matter.
But we are not superficial machines that run on cogs and wheels. We are complex organisms made up of matter that is in turn made up of energy. Our physical bodies may fit neatly into Newton’s very limited world, but the force that drives these bodies, the intelligent energy that is behind thought and emotion, life and death, can only, for now, be explained through quantum science; and through the technologies we have not yet discovered or mastered.
Because of the nature of energy, we are very limited in our understanding of it, and so it becomes this magical thing that we either believe in or not… for now. But remember magic is simply science that has not yet been defined. Thus, anything that is too nebulous to understand, at the time, is labeled magic or philosophy.
We need to remember that at some point in history, in fact several points in history, everything we consider science now was considered magic then. By extension, everything that we consider magical now will be considered scientific in the future as technology evolves and understanding is gleaned. Even what we thought we understood, through scientific methodology, has changed. How many theories and hypotheses have been blown out of the water as we gain better insights?
We must remember that science is merely a human construct in and of itself. We fall under the excuse that magic is of gods, but science is of men. Not everyone believes in gods. Not everyone trusts the wisdoms of men.
We made science. We decided that magic and faith weren’t enough to go by so we created a system that would be more succinct and consistent, an attempt to even the playing field. But that succinctness and consistency is defined by us. We decide what succinct means. We decide what consistent means. Humans created language. Then we fit our scientific ideals within those constructs. We are making this up as we go along.
Always, the various disciplines of science, regardless of type, focus or methodology, were developed through the minds, hands and hearts of humans using the tools available to us at the time- tools that we either discovered or created, like fire, hammers, and computers.
And, because science is a human construct, it is at the mercy of its creators. Just like magic. Like small gods giving birth to worlds, the creator and the created fused; and the philosophies grew with their followers. And so too did the limitations.
And yet everyone wants scientific proof of anything being espoused. Until they are given that proof, they label the entity as metaphysical, paranormal, or supernatural. But science is not about proof. It is about evidence. Science cannot prove anything because proof is subjective. The only person who can prove anything to me is me. Only I can decide if something is true or not. The evidence of the thing is objective. Evidence cannot buckle under opinion. It’s just data. Personal bias cannot sway evidence. It doesn’t matter what you think, the facts are just the facts.
Selective wiles and cyclical arguments are the hallmarks of close-minded, biased, judgmental people. Why do we care what fanatics from either extreme believe or do not believe? They are ignorant bullies who think that by using words bigger than the ones you use makes them superior and therefore they must be right. They may not be right.
We have been taught to think in terms of human experiences and not soul experiences. This is a necessity since we are in a physical form in a dimension that is based on time and space. Unfortunately, we get tangled up in this physicality and forget how to communicate that which is most important to our existence. Perhaps that’s part of the experience. We simply need to break through the static.
We are quantum souls living in a Newtonian world. Science is not the end all to be all, but it’s what we have so let’s use it responsibly recognizing the limitations.
(imagem e texto/inglês: thewatchers.adorraeli.com)
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Albufeira e também Silves – Tempo, Estradas e Assaltos
Fez no passado dia 1 de Maio meio ano que o centro antigo de Albufeira foi completamente invadida pelas águas; e quase um ano que em Silves desconhecidos me limparam a casa, incluindo portas e janelas. E já agora um exercício de memória (política): porque será que este grande incremento na onda de assaltos e de outra criminalidade se reporta ao ano de 2011? Mas que diabo terá acontecido nesse ano em Portugal (estendendo-se os seus reflexos até aos dias de hoje)?
Albufeira e a inundação do cimento
(com o mar a querer espreitar)
Neste dia 10 de Maio de 2016 (terça-feira) Albufeira acordou com um dia frio e cinzento por vezes com muita chuva. Depois das onze horas da manhã e com o céu bem escuro e carregado de nuvens, ainda cheguei a pensar por uns breves instantes (já que entretanto a momentânea carga de água terminou) que a situação ocorrida a 1 de Novembro de 2015 poderia repetir-se mais uma vez. Felizmente que nada de grave ocorreu por estes lados, exceto continuarmos com um dia ventoso, meio sombrio e chuvoso, que sempre nos condiciona os movimentos (meteorologicamente falando) e nos entristece um pouco a alma (estas cidades ficam feias sempre que chove e se revelam os seus defeitos – como todas as outras não tendo apenas virtudes).
Quando ainda há poucos dias se vivia num tempo e clima de Verão, com muitos já meios despidos e deslocando-se para as praias. E como uma coisa má nunca vem só, com a notícia de que desde a passada 2ªfeira (dia 9) a ligação pela estrada nacional 125 entre Albufeira e Faro (a alternativa a pagar é a Via do Infante) será temporariamente encerrada perto da localidade da Maritenda durante cerca de dois meses – numa ação justificada pela demolição de duas pontes ferroviárias no trajeto da estrada (em más condições de segurança) e sua posterior reconstrução. Assim ou os automobilistas assumem as suas qualidades de contorcionistas entrando e saindo de estradas até descobrirem o segredo (do labirinto) atingindo o seu destino, ou então resta apenas sacar das carteiras e pagar a Via Rápida.
Silves e a vaga de assaltos
(com um ocupante indevido)
Mas também para quem recentemente viu a sua casa assaltada e como se já não bastasse (já agora) ocupada – tendo que recorrer à GNR para reassumir a propriedade da mesma – e que ainda hoje vai verificar se entretanto já todos fugiram levando consigo um pequeno cachorro e uma égua branca bem bonita, posso dar-me por feliz por não ter ido também no meio da encomenda. Só tenho que reparar tudo (enquanto lá viviam iam roubando tudo o resto) e tentar explicar à vizinhança que a minha ausência forçada (durante 3 meses não pude lá ir e na verdade pelos antecedentes já tinha um certo medo) não tinha sido para Inglaterra, nem tinha entregado a casa (a eles) para dela tomarem conta. E provavelmente entregar o pobre cão e a pobre égua.
Como se vê o Algarve é em tudo igual a qualquer outra região. Seja no concelho de Albufeira ou no concelho de Silves (onde decorreu o assalto). Com as zonas de Lagoa e de Silves a serem das mais produtivas da região – no que toca a assaltos (repetidos e no mesmo local) acompanhados por vandalismo (demonstrando um total desprezo pelos outros e sabendo de antemão que ninguém os deterá). Mas como tudo, também tendo virtudes – apesar de serem cada vez mais difíceis de encontrar (em perfeito estado de conservação e respeitando a nossa cultura assim como a nossa memória): como o tempo ameno, a proximidade do mar, as suas praias tranquilas, a beleza rural interior, as saborosas sardinhas (grelhadas) e até os caracóis e as caracoletas (bem temperadas e com o peso certo de orégãos – fazendo com castelos e laranjeiras recordarmo-nos da presença Árabe.
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Repetição ou Erro (de programação)
Porque não queremos concluir que o nosso espaço de vida é uma simples réplica linear de uma outra vida, movimentando-se por sua vez no mesmo espaço?
Apresentando aleatoriamente um ou mais parâmetros distintos, sequencialmente originados pelo estado evolucionário de toda a transformação.
Qualquer um pode projetar a sua Realidade e torna-la acessível
Nesse sentido a História repete-se (no Espaço) da mesma forma que pela sua cronologia invariavelmente o nega (com o Tempo).
Duas verdades que se anulam e completam formando o Conjunto, criando mundos paralelos e confirmando o Infinito.
O Universo existe porque a Vida o alimenta.
(imagem: WEB)
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O Tempo, a Europa e Ceres
Enquanto por ALBUFEIRA o tempo se mantém abafado mas com uma ligeira brisa e na EUROPA o continente ainda vai lutando pela sua sobrevivência económica e financeira (hesitando em deserdar ou não um dos seus filhos), em CERES o panorama geral torna-se cada vez mais interessante e porventura misterioso.
A Europa sob uma forte vaga de calor
(este fim-de-semana com a temperatura a ultrapassar os 40ºC)
Enquanto somos avisados desde há vários dias que uma forte vaga de calor se encaminha para a EUROPA com temperaturas a atingirem e ultrapassarem os 40°C (já nesta quarta-feira se registaram temperaturas desse nível em PARIS), aproveitamos ao máximo este tempo abafado mas ainda com uma certa brisa fresca, que atravessa a região algarvia. Mas a partir do próximo fim-de-semana é que vai ser, com as previsões a apontarem para uma subida significativa de temperatura nos termómetros, acompanhada pela divulgação dos primeiros alertas especialmente orientados para crianças, idosos e pessoas debilitadas.
Numa outra área e num outro contexto o problema grego parece manter-se para já no mesmo nível altíssimo de temperaturas (e registando uma grande amplitude térmica entre a Grécia e o FMI), com diversas notícias a atravessarem o espectro informativo mundial, vindas do lado dos apoiantes da Grécia (de momento uma minoria na EU), dos críticos do SYRISA (de momento a esmagadora maioria da EU) e daqueles que sentados no sofá e por motivos muito diferentes, se puseram comodamente no papel de espectadores (de um lado o dueto EUA/UK e do outro o dueto RÚSSIA/CHINA). Notícias que vão desde a submissão total do SYRISA ao FMI, até à opção simétrica pelo perdão total da dívida grega.
Veremos o que se irá passar durante estes próximos dias, com o Governo grego a manter a data da convocação do referendo (marcado para o próximo fim-de-semana), ao mesmo tempo que a Europa ainda tenta segurar a Grécia (evitando a utilização do botão OUT) – e assim evitando que todos nós activemos em conjunto e definitivamente o botão OFF.
A montanha com cerca de 5.000 metros de altitude
(mais de metade do Monte Everest)
Mas se a EUROPA só nos parece trazer problemas e preocupações, outros Espaços Exteriores à Terra ainda nos despertam curiosidade e nos levam a imaginar e até a sonhar: como é o caso do planeta CERES (localizado na Cintura de Asteróides) neste momento a ser escrutinado até ao pormenor pela sonda norte-americana DAWN. Desde luzinhas misteriosas, a montanhas com cerca de 5km de altitude, passando por estruturas estranhas ultrapassando o mais alto edifício terrestre, tudo parece estar a acontecer neste planeta anão que tal como PLUTÃO já foi um dos planetas principais do nosso Sistema Solar.
Manchas brilhantes em Ceres
(e escuras/imagem da direita)
E se vindo da Terra nunca esperamos que algo aconteça em nosso proveito e benefício, o que nos resta mesmo é aproveitar este tempo de férias e de lazer para nos divertirmos um pouco mais e nos orientarmos para outros guiões e cenários, como o poderão ser os temas passear, comer, ir para a praia (ou montanha), beber um cocktail e olharmos para o Céu. Tal como o foi no tempo dos Descobrimentos mais cedo ou mais tarde o ESPAÇO será o nosso destino: talvez CERES (ou até PLUTÃO) ainda nos façam sonhar (ou ter pesadelos).
(imagens – The Watchers e NASA)
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O Tempo nos EUA
A recente Onda de Frio atinge praticamente todos os Estados Norte-Americanos
Cada vez mais o tempo que se faz sentir na América do Norte, se faz sentir na evolução do tempo em todo o continente Europeu. E então desde que o centro do Anti-Ciclone dos Açores se começou a deslocar das suas coordenadas habituais, até Portugal começou a sentir na pele as consequências das alterações climáticas: reflectidas nas persistentes incongruências entre as Estações do Ano e o tempo meteorológico real.
Já no ano passado os Estados Unidos da América tinham sido assolados por uma vaga de frio bastante prolongada e registando temperaturas baixíssimas – com a responsabilidade a ser atribuída nessa altura à deslocação fora das suas coordenadas normais do famoso Vórtice Polar – provocando aquando da sua passagem enormes prejuízos económicos além de um considerável número de vítimas.
Estados Unidos – Carta de temperaturas (°F)
26.11.2014 – 07:00
Este ano o Árctico continua bem activo nas suas promessas veladas de proporcionar ao norte do continente Americano uns bons anos de Inverno, com bastante gelo e temperaturas muito baixas e indirectamente provocando elevados prejuízos para a sua economia. E neste momento os EUA estão debaixo duma camada atmosférica bastante fria, proveniente das deslocações das massas de ar oriundas das regiões do pólo norte.
O que resulta em certas zonas onde também se tem registado elevada precipitação (devido à temperatura ambiente relativamente mais elevada durante o dia) na possibilidade muito forte da ocorrência de grandes inundações. Contando ainda com a contribuição de mais água originada pelo derretimento do gelo. Quanto à Europa as consequências são bem visíveis no tempo que cá vai fazendo: incerto, chuvoso e frio.
(imagem – NOAA)
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Cabeça Oca Cérebro Ausente
“Não é por acaso que o Espaço e o Tempo ao serem construídos em conjunto, dão origem a Acontecimentos (como a vida). Transformando-se de imediato e duma forma ilusória, numa única variedade (como a morte).”
T = E/V
Qual será o motivo pelo qual uma razão de proporcionalidade (directa ou inversa) entre dois parâmetros reais (uma constante abstracta), se transforma automaticamente – e por idealismo – num novo parâmetro real (apresentando características obviamente diferentes)?
Vejamos aqui o caso da relação entre dois parâmetros reais como o Espaço (E – parâmetro real independente) e a Velocidade (C – parâmetro real dependente), igualmente presentes na fórmula do físico alemão Einstein:
E' = M x C²
Ou então se quisermos desenvolver a Teoria da Relatividade de Einstein e aplicarmos a sua fórmula a um corpo em movimento:
E' = ½ x M/V²
Como qualquer ser humano demonstrando alguma capacidade de compreender e de assimilar rapidamente entenderia, se não existisse qualquer elemento de ligação disponibilizado no espaço por acção do movimento (mesmo que no vazio aparente), então nada existiria no nosso Universo: nele Matéria (M) e Energia (E') são parâmetros reais independentes e a Velocidade (V) apenas um parâmetro real dependente, uma referência ao espaço (segundo a nossa visão distorcida do mundo dependendo de T e não da relação fundamental existente entre Matéria e Energia).
(T – Tempo; E – Espaço; V – Velocidade; E' – Energia; M – Massa; C – Velocidade da luz)
(imagem – Web)
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Dois Contos Imperfeitos e Inacabados
A Mente também tem Buracos
“Virtualmente – mas com consequências muito reais – o Espaço perde-se muitas vezes (inacreditavelmente) no Tempo: e com este último a oferecer-nos apenas como prémio (ainda por cima sem exclusividade) a pena de Morte.”
I
Euclides – O Alienígena Perfeito
O Alienígena Euclides e o Número Perfeito
Estava uma noite perfeita de Primavera na cidade, com o mar calmo e sem ondas a ser percorrido por uma aragem fresca e macia que aliviava os nossos corpos de mais um dia de calor e de trabalho, enquanto alguns turistas já iam enchendo partes da avenida mesmo junto ao mar, usufruindo da delícia e do mais puro prazer duma cerveja fresquinha e dum prato de camarões ou de deliciosos caracóis. Sobre a praia ainda circulavam algumas pessoas, aproveitando um último momento de delícia visual e marítima, antes de finalmente terminarem o passeio e regressarem bem retemperados a casa. E por volta das duas da manhã o contraste já era bem evidente: ainda no início de Maio e com as noites a arrefecerem um pouco face às maiores temperaturas diurnas, toda a esplanada da praia ficara deserta, a restauração fechara e só uma ou outra pessoa se avistava no pontão – talvez na pesca, na conversa ou apenas olhando o mar para com ele adormecer.
Pelas duas da madrugada quem estivesse a olhar do alto do Pau da Bandeira não veria lá em baixo nada a mexer, fosse em terra fosse no mar: só mesmo as lanternas dos pescadores balouçando ao som das ondas do mar e a iluminação publica que iluminava a zona da praia. Nada mais. Assim quando chegamos às escadas para descer até à praia não se via ninguém: os quatro descemos até à zona da Praia dos Pescadores, dirigimo-nos até ao pontão e preparamos os nossos fatos de mergulhadores. Minutos depois chegaram outros dois elementos do grupo que ficariam cá fora a controlar o restante equipamento, enquanto os outros quatro mergulhavam. Esperavam que o que o Tiago tinha afirmado repetidamente fosse verdade, não pensasse ele que não tinham mais nada que fazer senão serem enganados e gozados. O Tiago – que também vinha connosco – afirmava ter visto há duas noites atrás numa ida com os pescadores ao mar, uma luz que vinha do fundo das águas e que – o que era mais estranho – parecia deslocar-se rapidamente sob a mesma tendo a determinado altura como que explodido em luz e desaparecido logo de imediato. Os pescadores ainda tinham reparado por instantes no repentino fenómeno luminoso, mas face à presença de outros barcos iluminados, tinham acabado por ignorar o acontecimento. Mas o Tiago achava tudo muito estranho e não descansou enquanto não nos enfiou todos dentro de água. Entraram na água era já três horas da madrugada – com a temperatura da água bastante amena e acolhedora – mergulhando no imenso mundo líquido exactamente às 03h 05mn.
Às 03h 10 sentiram um pequeno incómodo no corpo – como se este estivessem com um ligeiro formigueiro – constatando o aparecimento dum pequeno ponto de luz movimentando-se debaixo de água e aproximando-se deles rapidamente. Já a poucos metros de distância o ponto luminoso pulsou subitamente, expandindo-se instantaneamente e engolindo-nos a todos duma só vez: como que apanhados por um redemoinho fomos todos atraídos para o centro do buraco que se formara diante de nós, acabando os quatro elementos por desaparecer no seu interior e fechando a porta atrás de si. Ao mesmo tempo e para trás o cenário fora reposto. E pela mesma altura eles chegavam à Praia dos Pescadores: eram 03h 00mn. Algo de estranho se estava a passar: afinal de contas regressavam de novo ao local de partida, emergindo no sentido contrário ao do seu objectivo, ainda por cima quando tinham precisamente acabado de mergulhar dirigindo-se em direcção ao interior do oceano Atlântico. Lembravam-se da presença crescente duma luz, de como esta subitamente se expandira e os rodeara, e duma estranha e profunda sensação de absorção e partilha, seguido dum forte desprendimento (em contraponto, aglutinador de matéria) que os acabara por libertar e ali os fizera emergir. Mas não viram os seus outros dois companheiros, que tinham ficado na praia.
A imensa paixão pela geometria dos números levara o nosso Alienígena ao conhecimento de um dos maiores matemáticos terrestres da antiguidade, o grego Euclides. Talvez um dos maiores matemáticos de sempre e um dos mestres que mais contribui na época (o seu nascimento reporta-se a III A.C.) para elevar Alexandria ao estatuto máximo de capital mundial da cultura e do saber. Nunca esquecendo a sua obra magistral “Os Elementos”. Mas uma das coisas que na altura mais lhe chamara a atenção fora a compreensão que Euclides parecia ter sobre o conceito de geometria – do plano e por sequência do espaço – relacionando-a com diversas dimensões construtivas e estruturais que não se limitariam apenas aos parâmetros reais conhecidos – como também ainda a outros já presentes mas ainda por descobrir – o que transportaria futuramente o estudo da matemática à noção de infinidade (concorrencial ou paralela) e à edificação da teoria dos multiversos: “Não existem estradas reais para se chegar à geometria” (Euclides). A outra curiosidade que lhe despertara a atenção e que o levara de novo ao aprofundamento do seu estudo sobre o imperdível mundo dos números (e respectivos algarismos constituintes e por constituir), fora a particularidade da direcção assumida desde o início pelo seu estudo tentando em vez de realizar operações entre eles, integrá-los e entendê-los – sobretudo analisando, compreendendo e executando, as relações existentes entre eles. O que mais o tocara pela sua força e pela sua simplicidade fora desde logo a noção de Número Perfeito. E por homenagem sentida atribuíra-se o nome de Euclides.
...
II
Cansaço sob a forma de Epidemia
Desempregado e sem nada que fazer resolvi ir até à baixa da cidade e ver como estava o estado do mar. Já na entrada da praia do Túnel e como muita gente se acumulava no seu trajecto, resolvi subir as escadas laterais e ir dar uma espreitadela até à praia do Peneco. Desci pelo elevador e como estava um tempo quente e asfixiante, decidi que estava na hora certa para ir ao banho: sentia-me húmido e colado, com a sensação a não ser mesmo nada agradável. A água estava inicialmente fria mas quase que como por magia logo ficou a uma temperatura verdadeiramente fantástica. Meia hora depois saí finalmente da água e lentamente limpei-me, vesti-me e dirigi-me de novo para o elevador. Enquanto esperava a sua chegada ainda pude presenciar algumas pessoas a saírem do interior da água a correr, um pouco alarmadas e amedrontadas com os gritos de dor e aflição que alguns dos veraneantes lançavam de locais diferenciados mais à frente e junto às rochas, sem se entender bem porquê. Pelos vistos uma quantidade apreciável e anormal de peixes-aranha no local, poderia estar na origem do que estava a suceder. Isolada a zona e com as pessoas mais calmas, lá subi no elevador até ao hotel Rocamar. Acabei de limpar melhor os pés e ainda me pus uns minutos a observar a praia lá em baixo e o mar calmo até ao horizonte. E foi aí que uma imagem extraordinária – e que atraiu o olhar de todos os presentes na praia – começou a atravessar o horizonte dirigindo-se de oeste para este: como se estivessem numa jangada um grupo de pinguins atravessava a baía de Albufeira, colocados sobre o que restava de um antigo icebergue.
Quando cheguei a casa liguei logo a televisão para ver se as notícias já se referiam ao caso. Pelos vistos ainda não tinham conhecimento de nada, motivo pelo qual me pus a fazer zapping a ver se surgia alguma novidade noutro canal de informação. Mas nada feito. Apenas um dos canais me despertou mais tarde a atenção, referindo-se este às últimas teorias lançadas pelos geólogos e outros cientistas, que afirmavam existir um mar subterrâneo no interior do nosso planeta na zona de transição entre o manto inferior e o manto superior. Apesar de tudo tal facto não me afastou do episódio ocorrido na praia e até me pus a pensar se os peixes-aranha não teriam algo a ver com os desenquadrados pinguins, acomodados no seu insólito icebergue: talvez algo de inabitual se estivesse a passar a nível da água contida no oceano, que provocasse o aparecimento de situações estranhas na sua composição e temperatura. Esse facto poderia influenciar o comportamento dos animais marinhos – devido a alterações significativas provocadas no seu ecossistema natural – levando-os a ultrapassar mesmo que involuntariamente o seu habitat tradicional. Na verdade toda a gente tinha conhecimento do degelo registado nas calotes polares, originado não só pelo por muitas vezes já falado aquecimento global, como também pelas erupções que se iam registando em vulcões submarinos, situados debaixo das espessas camadas geladas. Enquanto isso a televisão continuava a debitar informações sem qualquer tipo de interesse, pelo que resolvi ir buscar o meu tablet. Nos Estados Unidos da América os sismógrafos tinham detectado uma sucessão de sismos de média dimensão na zona do parque de Yellowstone, os quais fugindo um pouco aos parâmetros normais do seu ciclo geológico tinham começado a preocupar os sismólogos e a alarmar os residentes na região envolvente. No meio de notícias relacionadas e emaranhadas entre si ainda apareciam os apoiantes da existência de um oceano interior, afirmando que a sua localização estaria nas profundezas geológicas do seu próprio país: um super-vulcão como o de Yellowstone, associado a um oceano desconhecido aparentemente localizado bem nas profundezas rochosas da região, poderia transformar-se em determinadas circunstâncias num evento de proporções apocalípticas. Parecia que estavam a falar do fim do mundo, mas fora as cenas estranhas que tinha presenciado, tudo o resto estava normal.
Já o Sol se tinha posto quando tocaram à campainha da porta. Ao abri-la o meu espanto não podia ser maior: perante o que via senti logo um grande calafrio percorrer a minha coluna vertebral, suores frios e de medo a porem-me a pele eriçada e molhada de suor – quase como se alguém me tivesse posto na posição de pausa – o que me deixou temporariamente paralisado e sem saber como reagir. Sem que eu reagisse o visitante aproveitou a ocasião para entrar em casa, acabando por se dirigir à sala de estar situada mesmo em frente do hall de entrada, sentando-se de seguida e tranquilamente no grande e confortável sofá ali instalado. Ainda ficou um pouco a olhar para mim mas, talvez de modo a que eu fizesse reset e recuperasse psicologicamente, virou-se para a TV e aproveitou o intervalo de inacção para beber um líquido brilhante e escuro, para mim desconhecido e que trazia dentro duma pequena garrafa. E duma forma normal e reflexiva, mas parecendo um pouco automática – compreensível, mas denotando previsibilidade – ainda teve tempo para dizer: “os líquidos são sempre necessários, até para a minha manutenção”. Quando me sentei em frente dele – ainda tentando recuperar da surpresa inicial – ele abriu a sua camisa e aí a minha suspeita confirmou-se: estava perante uma biomáquina ou de algo de parecido. Afirmou mais tarde ser originário de um pequeno planeta muito semelhante ao nosso, pertencente ao sistema rodeando a estrela binária Epsilon Boötis (localizada a mais de 200 anos-luz de distância da Terra), tendo na sua viagem de vinda permanecido momentaneamente (para um upgrade de conhecimentos) numa estação que orbitaria a Terra há já vários milénios (nem sempre visível por questões de segurança) e que ele denominou misteriosamente como o Cavaleiro Negro (já ouvira esse nome noutro lado qualquer). Imóvel e silencioso, ouvi então o que ele tinha a dizer. Resumidamente e para não perder mais tempo com os meus receios, interpretações e negações da realidade, o que ele afirmou e ao qual deu mais importância – justificando assim a sua presença – foi que “o planeta Terra estaria a atravessar uma fase da sua evolução bastante preocupante tanto a nível geológico como a nível social, situação essa que poderia ser agravada por outras contribuições externas suplementares e até por uma possível e inesperada intrusão estrangeira, mas com colaboração interior”. Ele estava ali para ajudar e colaborar na procura e proposta de soluções, pois os sintomas do problema (que já aí estava) eram cada vez mais intensos, consecutivos e alarmantemente visíveis: seguindo as preocupações válidas e responsáveis demonstradoras dum conhecimento colectivo e superior – elaboradas e divulgadas pelo seu grande amigo Al Gore – a biomáquina chamava-me a atenção de que “eram os pequenos detalhes que faziam a grande obra e que a ignorância do mais pequeno pormenor poderia representar o fim de qualquer espécie – mesmo uns pinguins surfando um bloco de gelo, perto do Verão e a caminho do mar Mediterrâneo”.
Quando recuperei a consciência já não me encontrava em minha casa. Pela janela do quarto observei a paisagem que me rodeava e de início parecia ser um ambiente muito semelhante aquele que habitava. Só que o colorido era mais intenso, a calma absoluta e sem intrusos e o quadro geral que apresentava demasiado limpo e organizado – talvez puro e parecendo até agora intocado.
...
(imagens – Web)
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Bertha
Mas por onde anda o nosso antigo protector, o Anti-Ciclone dos Açores?
O saudoso meteorologista Anthímio de Azevedo
Originado nas Caraíbas (América Central) o furacão Bertha acabou por diminuir significativamente de intensidade, transformando-se numa tempestade que acabou por atravessar o oceano Atlântico em direcção à Europa. (influenciando o tempo de Verão em Portugal)
Furacão Bertha – originado nas Caraíbas
Os restos do furacão Bertha acabaram mesmo por atravessar o oceano Atlântico e por atingir o norte d Europa.: o sul da Grã-Bretanha e o norte da França – assim como o norte de Espanha e de Portugal – sofrem agora a influência desta nova vaga meteorológica, alterando-lhes (mais uma vez) o tempo e os planos para as férias de Verão (dos seus cidadãos).
O furacão Bertha atinge a Europa
(depois de atravessar o oceano Atlântico)
Chuva intensa acompanhada por fortes ventos são esperados no norte da Europa ocidental, com o mar a apresentar ondulação elevada: o que significa uma pioria do tempo nesta região, afectando zonas mais a sul como a da Península Ibérica. Na zona norte de Portugal com previsão de chuva e na zona sul com a manutenção de tempo quente e (para já) de Verão.
(imagens – Web)
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Cilla Black
Cilla Black visita Albufeira aos 25 anos
Há 46 anos atrás a cantora britânica Cilla Black, passou pela então vila piscatória de Albufeira – ela também uma iniciada no Cavern Club em Liverpool, grande amiga dos The Beatles e tendo sido também lançada pelo empresário destes, Brian Epstein.
E tal e qual como na música, cinquenta anos depois quase tudo se perdeu e o Algarvio é já uma raça se não extinta em vias de extinção.
Já nem vale a pena chorar, apesar de ser uma constatação de que algo se perdeu – nem tanto no tempo, como o terá sido no espaço (entretanto destruído)!
Albufeira – Bailote – 1968
“A segunda maior estrela a emergir do cenário de Liverpool depois dos The Beatles” (Wikipedia)
Eu só cheguei a Albufeira muitos anos depois. Mesmo assim ainda pude usufruir um pouco dos restos da antiga vila de Albufeira, com os barcos todos dispostos na Praia dos Pescadores, com a Tasca da D. Ana e os seus belos petiscos, com o café Oceano onde bebíamos um medronho ou uma amêndoa amarga enquanto usufruíamos do sol, da vida e da paisagem marítima, nunca esquecendo o fantástico casario branco reflectindo o Sol e espalhando-se pelas altas e abruptas falésias sobre o mar, nem o jardim da parte velha desta então típica terra algarvia com as suas velhas árvores e os seus milhões de pássaros nelas pendurados, que durante toda noite nos acompanhavam com o seu falar ininterrupto do princípio ao fim do Verão.
Por cá ficou o vocalista dos The Shadows, Cliff Richard: o cantor britânico mais popular antes do surgimento dos The Beatles. E juntamente com ele na freguesia da Guia – a capital do frango de churrasco – os seus vinhos e a Adega do Cantor.
(imagens tiradas de teresa-beatlesforever.blogspot.pt)