ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
A Antárctida e a presença Estrangeira (2)
Ficheiros Secretos – Albufeira XXI
(Contra a Alienação e pelo Paralelismo Concorrencial)
“Quando tudo o resto falhar ou faltar, resta-nos a imaginação”
(Albert Einstein)
Nunca aceitaremos transformar a Imaginação num mero acidente Caleidoscópico
A Segunda Guerra Mundial parecia agora encaminhar-se rapidamente para um ponto de viragem definitiva e sem possibilidade de retorno, com todas as suas forças científicas, tecnológicas e militares a procederem aos seus últimos esforços de reforço do seu poderio global, em todas as áreas de que pudessem obter garantidamente dividendos de carácter decisivo. Muitas das suas forças de reserva foram enviadas para a execução de missões particularmente inexplicáveis, tanto por se dirigirem para horizontes terrestres inóspitos e extremamente perigosos porque desconhecidos, como pelo motivo de pesquisa e de investigação dessa expedição, meramente assente em teorias não comprovadas e fontes de pouca confiança – em que teorias de conspirações passadas eram assuntos e factos recorrentes.
A coluna deixara a última localidade a que nas próximas semanas poderiam chamar civilização e dirigira-se para noroeste a caminho dum afloramento rochoso: iriam investigar a veracidade dos factos sobre a existência duma abertura artificial sobre uma das encostas ali existentes e caso tal facto se verificasse, levar a cabo uma visita ao seu interior com a finalidade de prospecção e de confirmação: um dos relatórios secretos que previamente tinham sido entregues ao comandante da operação, referia-se detalhadamente a uma grande cidade subterrânea que ali existiria, equipada de tecnologia extremamente avançada mas desconhecida, que poderia estar ou não sob vigilância, não se conhecendo a origem da espécie que aí se encontraria, nem sequer se seria de origem terrestre ou alienígena. O objectivo era entrar no seu interior, dominar estrategicamente todo o espaço e recolher em segurança e sem deixar para trás qualquer tipo de vestígios, tudo aquilo que pudesse servir de apoio e de contributo ao esforço de guerra desenvolvido rumo à vitória e supremacia ideológica absoluta.
À distância o enquadramento e a estrutura da entrada era na realidade um pouco estranha – e no meio daquele cenário de pedra e de gelo, chegando mesmo a parecer misteriosamente de outro mundo, apesar de ser o mesmo. Chegaram lá passadas algumas horas e decidiram aí pernoitar: estavam agora no meio do deserto gelado, rodeados por um céu claro carregado de estrelas e auroras boreais e para mais em plena boca dum organismo vivo de vasos comunicantes, que os poderia levar para lá do nunca visto ou imaginado, quando muito sonhado e neste momento realmente concretizado. Adormeceram em frente à fogueira e deixaram-se levar pelo buraco.
Vivemos num mundo holográfico sujeito a novas projecções
Um grupo reduzido de elementos planeava introduzir-se pelo início da manhã no túnel gelado, que surgia para lá do local onde iriam pernoitar. Partiriam do local onde tinham passado as suas últimas horas a ver se aqueciam os seus corpos já rígidos e bem refrigerados e recuperando assim algum ânimo e algumas forças suplementares para continuarem a missão que ali justificava a sua presença, condição essa que certamente se revelaria necessária e essencial para superarem o esforço e os possíveis perigos que os esperavam, no seu caminho por um mundo para eles estranho e desconhecido – mas deixando como apoio e prevenção intermédia os restantes componentes da coluna expedicionária, para os contactos programados ou outras situações de emergência.
Inicialmente o túnel de acesso apresentava-se como uma estrutura natural, parecendo mostrar-se intocado e sem denotar qualquer tipo de presença humana desde há bastante tempo. Nada até aí se mostrara compatível com acções intrusivas vindas do seu exterior, não fossem os fenómenos erosivos provocados pelas constantes infiltrações de águas provenientes do degelo das camadas sólidas que se acumulavam à superfície ou então das fortes correntes de ar que por vezes o atravessavam, perdendo-se entre as múltiplas fendas que percorriam em toda a sua extensão o referido túnel. Circulavam por um caminho polvilhado por inúmeras estalactites e estalagmites que por algumas vezes lhes dificultou a sua marcha, mas que por outro lado nunca os impediu de prosseguir e alcançar os seus objectivos: era visível e bem evidente para todos os elementos desta primeira comitiva exploratória, que o percurso que se abria diante deles parecia facilmente transitável, possuindo uma atmosfera respirável e até um pequeno curso de água subterrânea possível de ser ingerido. Caminharam durante algum tempo ao longo do túnel, encontrando apenas algumas aberturas laterais que rapidamente se estreitavam, não possibilitando sequer a passagem para o outro lado de qualquer um dos elementos: provavelmente acabariam por chegar a um beco sem saída e aí terminaria a sua aventura. A meio da viagem ainda interromperam a sua marcha, suspensos na sua movimentação ordenada pela surpresa provocada pela audição dum forte e inesperado som de timbre metálico, vindo do fundo da assustadora escuridão no qual o túnel mergulhava. No entanto e depois de alguma espera não o voltaram a ouvir, retomando de novo o seu destino e a sua marcha ao longo do túnel, mas agora mais atentos e preparados, já que sabiam que em território desconhecido tudo era expectável mesmo o impensável: mas nada de especial sucedeu, acabando o grupo por alcançar uma ampla gruta que há primeira vista parecia ir dar a lado nenhum. Olhando em todo o seu redor repararam logo em duas particularidades: não apresentava qualquer saída e algumas estruturas presentes eram claramente artificiais.
Que tivessem conhecimento – para além do relatório secreto que motivara esta expedição – não existiria à face da Terra nenhuma indicação da realização de qualquer tipo de expedição àquele lugar (da Antárctida) num passado recente. Além de estarmos em pleno século XIX, onde o nível de desenvolvimento científico e tecnológico ainda estava nos seus primórdios expansionistas proporcionando quando muito a produção de alguns protótipos revolucionários em fase inicial de experimentação, as capacidades de intervenção humana em locais tão inóspitos e mortais como este, eram praticamente impossíveis senão mesmo impensáveis. No entanto a gruta ali estava: ampla como era, suportava em condições ambientais satisfatórias a presença de todo o grupo que ali se dirigira, deixando ainda uma área equivalente vazia e como tal disponível. Mas o que deixava os presentes estupefactos eram alguns acabamentos superficiais que a gruta apresentava, sobretudo numa das suas paredes e que se distribuíam geometricamente desde o solo, até uma altura muito próxima dos dois metros: pelos materiais e técnicas utilizadas e pelos conhecimentos de geometria aí demonstrados, só poderiam ter sido produzidos por seres vivos inteligentes que não humanos. Mas para que serviria este local e o seu conteúdo se o mesmo não ia dar a lado nenhum? Se existisse resposta ela teria que ali estar!
Reuniram ainda na gruta para decidir o que fazer: estavam por essa altura num beco sem saída e as perspectivas de retomarem a missão eram no momento nulas. Não eram visíveis saídas ou outro tipo qualquer de reentrâncias, com todas as paredes que os rodeavam muito semelhantes na sua superfície, sem relevos ou referências que as distinguissem minimamente (umas das outras). Mas no entanto a pressão exercida sobre eles não abrandava nem um pouco, agora que as novas comunicações vindas da estação base exigiam a intensificação da busca e da procura de novas alternativas de penetração, de modo a no mais curto espaço de tempo atingirem a cidade subterrânea que os ideólogos afirmavam peremptoriamente existir, isto tudo apesar de nunca alguém pelo menos ainda vivo, alguma vez as ter visitado ou simplesmente vislumbrado. E foi então que o representante das estruturas militares que promoviam esta acção e que ali se encontrava como observador e interlocutor privilegiado se intrometeu directamente, solicitando-lhes sem hesitação e com a maior das calmas (dado o impasse que se registava), que o acompanhassem até junto dos dois oficiais auxiliares que ali se encontravam como apoio ao seu comandante: chegados junto deles e por ordem do oficial superior, viram então o artefacto, solução para este imbróglio. Os militares dispunham dum avançado e para eles (os expedicionários) desconhecido aparelho emissor de ondas, capaz de analisar a estrutura de qualquer espécie e qualidade de material natural ou artificial, ao mesmo tempo que determinava facilmente todas as zonas fronteiras entre substâncias com constituição atómica ou molecular diferenciada. No fundo se houvesse algum “alçapão” escondido nesta gruta, o aparelho electromagnético não tardaria a assinalá-lo. E foi assim que descobriram a passagem.
Ligação entre Realidades
Os contornos da porta de acesso ficaram bem à vista, mal o aparelho dirigiu a sua pesquisa e escrutínio para uma das paredes laterais: um quadrilátero destacava-se agora do conjunto de figuras geométricas que a decoravam, provavelmente estando ligado ao mecanismo de abertura da mesma. E assim se verificou: pressionada a parede nesse ponto, imediatamente a mesma simplesmente desapareceu. Diante deles surgia agora um novo túnel, mas com um tipo de construção completamente diferenciada daquela que tinham observado anteriormente, muito bem iluminado e com artefactos estranhos distribuídos em toda a sua extensão. No mundo lá fora nunca tinham visto nada daquilo! Retomaram de novo a sua marcha e poucos minutos depois julgaram ter atingido finalmente o seu objectivo inicial: uma nova e enorme gruta se abria agora diante deles.
Anexo à parte final do relatório sobre a Missão Expedicionária ao Pólo Norte, particularmente (e duma forma indirecta) dedicada à descoberta da última galeria subterrânea:
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(txt.25.c)
Quando a coluna já se encontrava na sua grande maioria no interior da enorme gruta subterrânea – uma ampla galeria que se estendia por mais de cem metros – deu-se uma inesperada e enorme explosão, vitimando praticamente todos os elementos já aí presentes e provocando uma violenta onda de choque que reduziu a simples destroços tudo o que ali estava armazenado. Os elementos que se encontravam ainda no exterior da galeria foram parcialmente poupados, tendo a responsabilidade de comando sido transmitido por hierarquia ao representante dos militares. A partir desse momento o objectivo da missão foi readaptado a esta outra situação imprevista e de emergência, passando a prioridade da mesma à recolha da maior quantidade de material que se encontrasse no local e evidenciasse ainda estar intacto ou aparentemente ainda passível de utilização: os elementos atingidos tiveram logicamente (e ao contrário do desejado) que ser deixados para trás, tendo todos os elementos da coluna ainda activos recebido ordens expressas para a execução imediata duma recolha criteriosa e rápida de todos os artefactos que encontrassem e que fossem possíveis de ser transportados. O tempo limite de intervenção fora fixado em sessenta minutos, ao fim do qual todos os elementos já se tinham retirado e alcançado o exterior da gruta principal. À sua chegada uma equipa de intervenção aérea já aí se encontrava estacionada, tendo-os recolhido e a todo o material que transportavam, enquanto uma outra equipa de retaguarda ficava temporariamente para trás, para “esterilizar a área”.
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(txt.27.c)
Após uma rápida análise realizada no interior da galeria onde se dera o incidente, chegou-se à conclusão que a violenta explosão teria sido despoletado por um mecanismo que detectara a presença de elementos estranhos no local; no entanto o dispositivo não aparentava utilizar simbologia e tecnologia idêntica à recolhida pelos sobreviventes, tendo uma forma e aparência muito mais próxima daquela pela própria coluna utilizada. A consequência imediata desta conclusão ainda saiu mais reforçada após a recolha de alguns testemunhos dos poucos sobreviventes da coluna expedicionária, que afirmavam ter vislumbrado por um curto período de tempo (antes de se dar a explosão) o interior da galeria, reparando que muito perto da entrada estariam já muitos artefactos acondicionados e prontos a ser transportados: todo o cenário – visualizado e imaginado – apontava para que um outro grupo já teria ali estado anteriormente e que sem que o esperasse tivera que retirar apressadamente por um motivo de urgência qualquer, deixando para trás toda aquela carga valiosa. Mas antes da fuga e como medida preventiva – se aquela tecnologia não fosse utilizado por eles, não seria por mais ninguém – armadilhara o local. Todos os indícios só confirmavam que essa prévia intervenção teria decorrido sob o patrocínio e comando da coligação inimiga ou de outro grupo rebelde a eles associado.
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A Mensagem de Arecibo transmitida em código binário
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(txt.35.c)
Os incidentes registados aquando da retirada da equipa de retaguarda, deveram-se certamente a um episódio ocorrido alguns minutos antes: um dos técnicos sobreviventes da missão expedicionária e que ficara para trás a acompanhar a equipa – para sua melhor orientação e inserção no estranho meio ambiente que os esperava – reparara que apesar da violenta explosão ocorrida há muito pouco tempo, a atmosfera continuava límpida e respirável, aspecto que contrastava fortemente com a violência da explosão e com a flagrante ausência de poeiras suspensas e que ainda deviam estar espalhadas pelo ar da galeria. Fora ao olhar com mais atenção para um dos cantos mais caóticos e escuros da galeria, que o técnico segundo o seu relato se apercebera da presença do que parecia ser uma espécie de bancada de comando, tendo nela integrado um pequeno monitor horizontal, onde se via uma luz brilhante e intermitente: curioso como qualquer técnico interessado e duma forma instintiva mas imprevidente – o tempo escasseava – decidira pressionar um dos poucos botões que se encontravam acessíveis. A resposta fora clara e instantânea e chamara logo a atenção dos outros dois elementos ainda ali presentes. O que se segue é apenas um curto comentário sobre este derradeiro facto ocorrido e registado na galeria – e o que de fundamental lhe estaria associado – o qual aparece mais documentado em exposições posteriores deste mesmo relatório:
- A estrutura subterrânea descoberta na periferia dum afloramento rochoso no subsolo da Antárctida, não terá sido construída com o objectivo anteriormente imaginado pelos especialistas de funcionar como um entreposto local de recolha de materiais, aparelhos e outro tipo de artefactos – logicamente necessários às operações a realizar pelos seres desconhecidos aí instalados – mas apenas como uma instalação base de Arquivos Históricos e de recolha de (pequenos) artefactos portáteis. Excepcionalmente e só em último recurso – ligando-se então em rede com outras pontos aparentemente passivos e off-line distribuídos pelo continente gelado – funcionaria também como um ponto de apoio de emergência de retaguarda. Nesse sentido os relatórios secretos inicialmente fornecidos apresentavam informações incorrectas e exageradas, já que tal base não seria propriamente uma estrutura urbana e muito menos dispondo de tecnologia avançada, que pudesse despertar o interesse dos técnicos e dos militares e auxiliar decisivamente o esforço de guerra. Mais tarde e como se comprovou pela análise dos documentos recolhidos aquando do abandono apressado do corpo expedicionário – levados da caverna como possíveis manuais de instruções e nunca como documentos históricos – pode-se confirmar esse erro: no seu conjunto os documentos recolhidos representavam uma parte dum registo histórico mais vasto mas extremamente detalhado e preciso, de acontecimentos relevantes ocorridos num determinado período de tempo e interpretados segundo um contexto restrito de análise, interventiva e assumindo protagonismo. O único aspecto considerado na altura incompreensível residia no facto de muitos desses documentos se referirem a diversos anos do século XX, mesmo àqueles que se seguiriam aos dias de guerra que então se viviam: em plena II Guerra Mundial muitos desses documentos referiam-se a acontecimentos posteriores à mesma, como era o caso dos anos oitenta onde era referido a existência dum conflito de grandes dimensões denominado como Guerra do Golfo, envolvendo segundo eles uma luta encarniçada entre grupos rivais pelo domínio e controlo duma matéria-prima o petróleo. Só existiria uma explicação credível e minimamente aceitável (e que na realidade se viria a confirmar): teria que estar envolvido no processo um outro grupo ou espécie desconhecida que pela aparência revolucionária da tecnologia por si utilizada teria que ser oriunda de um outro mundo até agora nunca descoberto e que tanto poderia ser um Mundo Secreto e Subterrâneo Super Desenvolvido e gerido por uma Raça Superior – como idealizavam muitas das elites militares – ou até uma outra espécie estranha à Terra vinda do Espaço Exterior;
- O incidente trouxera ao local um conjunto de aeronaves extremamente rápidas e de forma circular, que pela sua chegada repentina e inesperada levara a uma resposta imediata por parte dos militares que tinham ficado na retaguarda e que agora iniciavam a sua viagem de regresso. Segunda os relatos de testemunhas militares aí presentes, apesar de algumas atitudes agressivas por intimidatórias por parte destes invasores, esta força aérea não actuou directamente sobre eles, limitando-se a observar a movimentação dos mesmos e a confirmar a sua partida definitiva. Especialistas em estratégia e intervenção político-militar nos mais diversos e inesperados cenários de guerra, trabalhando em conjunto com grupos restritos e secretos de individualidades com ligações exclusivas a seres estrangeiros (podendo mesmo ser de origem extraterrestre), concluíram após estudo apurado e aprofundado de todos os parâmetros em jogo e colocados clara e expressamente sobre o tabuleiro, que este incidente poderia ter sido provocado intencionalmente por forças paramilitares aliadas aos Estrangeiros, mas actuando paralelamente às suas forças armadas oficiais numa manobra específica de diversão, para a concretização dum outro ataque verdadeiramente fulminante e que apanhasse as forças inimigas de surpresa.
Um documento recolhido na caverna apresentava uma brilhante conclusão: “no futuro quem controlar o Alasca irá controlar o Mundo”. Por altura da expedição ao Pólo Norte o Eixo começava a paralisar os seus avanços um pouco por todo o lado, enquanto os Aliados ganhavam um novo impulso para o que viria a ser o seu ataque final – e com os seus adversários do Eixo a procurarem desesperadamente algo de novo ou até mesmo de sobrenatural, que os levasse ainda aos Céus e à conquista da Glória Suprema.
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(txt.77.c)
Numa pequena baía situada não muito longe do local onde toda esta acção se desenrolava, teria sido registada a presença duma força militar não identificada constituída por vários vasos de guerra e alguns submarinos. Também teriam sido avistadas algumas aeronaves acompanhando esta força militar, mas a descrição da forma e do modo de deslocação das mesmas, deixara no ar algumas interrogações. O cenário visualizado a partir do ponto de observação do informador apontava para a colaboração existente entre as duas forças – marítimas e aéreas – mas aparentando serem forças (apesar de conjuntas) distintas em origem e tecnologia.
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O Novo Mundo agora exposto
A ideologia que aparentemente (só) surgiu a partir do final da II Guerra Mundial já aí está há bastante tempo – pelos vistos bem visível para todo o mundo, mas mesmo assim sem recurso a contraditório – isto apesar de estar exclusivamente a ser alimentada e suportada há já muitas décadas e sem resultados positivos visíveis (pelo contrário), na teoria do estreitamento forçado e ao seu nível intermédio da Pirâmide Social. Esse facto tem contribuído para o acelerar da luta tremenda e mortal (senão suicida) que se tem verificado cada vez com maior frequência e intensidade entre a nata da elite da nossa sociedade actual, colocando agora a aristocracia financeira (escondida atrás das grandes Corporações) num duelo de morte contra o pouco poder (de resistência) que alguns Estados ainda detêm.
O resultado desta projecção coerciva e prepotente que nos é imposta duma forma quase Divina, de cima para baixo, unilateralmente, sem hipóteses de recurso e ainda por cima sem manifestar a mínima preocupação – por parte da elite – com o estado da esmagadora maioria da população, tem sido verdadeiramente brutal para o quotidiano da vida de cada um dos cidadãos: sem valores a que recorrer para se poder orientar e sobreviver (os direitos acabaram e os deveres tornaram-se excedentários), com a esperança pelas horas da morte (face ao cenário apocalíptico do “salve-se quem puder”), com um planeta e a sua natureza constantemente violadas e colocadas muito perto da exaustão (um planeta ultrapassando os 7 biliões de indivíduos), já ninguém consegue travar esta marcha irreversível para a refundação do mundo onde antes sempre vivemos, transformando-o num Outro Mundo, completamente novo e em que nem todos participaremos. O Paraíso só se atinge se existir um equilíbrio planeado e compatível entre todas as espécies e tal só é possível se a espécie dominante colocada no topo da Pirâmide o planear, simular e finalmente o souber impor, mesmo tendo de correr à sua imagem de Predador: não será por acaso que além do Céu também existe o Purgatório e o Inferno, locais complementares e de exclusão para onde poderão ser transladados os cadáveres ainda sem confirmação de morte cerebral.
Na Simulação a Pirâmide ia-se deformando perigosamente, acabando por explodir e se fragmentar pela sua base, abatendo-se então estrondosamente no abismo social: uma minoria partira ainda a tempo em direcção ao Espaço Exterior sujeitando-se a uma Nova Simulação, mas da qual já não faria parte (a partir do Colapso) como referência principal, apenas como simples danos a evitar (e envolver) e descritos depreciativamente como mínimos e colaterais.
E mais uma vez o Homem se põe a olhar para o Céu, tentando agora atingir as Estrelas. Definitivamente morta e enterrada a Esperança depositada na Terra, deixamos agora totalmente derrotados a nossa zona de conforto, abandonamos cabisbaixos e com uma imensa vergonha o espaço materno que nos criou, ignoramos todos aqueles que já mortos vamos pisando no nosso calvário assumido e nos quais não nos queremos rever – talvez por covardia talvez por apatia – e no entanto, socorrendo-nos ainda dum minúsculo resto dessa esperança perdida e acantonada num canto obscuro mas ainda fechado e protegido da nossa mente, pedimos aos Deuses que nos enviem alguém.
Em 1974 o SETI enviou para o Espaço uma mensagem com a duração de três minutos, a qual foi transmitida em código binário através da emissão de 1679 impulsos na frequência de 2380MHz. O sinal foi dirigido para um aglomerado de estrelas denominado M13 localizado a 25.000 anos-luz da Terra. Os extraterrestres certamente que receberam a mensagem, arquivando-a temporariamente até chegar a altura apropriada para se poderem manifestar: o Segredo é a Alma do Negócio e até Deus usa um Sistema de Trocas.
(imagens – Web)