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A Mão do Homem

Sexta-feira, 22.01.16

“Tal como sucedeu com Joana d’Arc estamos amarrados a um pau no meio duma grande fogueira.”

 

E à medida que o Invento da Humanidade vai prolongando no Tempo o motor que controla o funcionamento do planeta onde vivemos (com os seus ponteiros a rodarem a uma velocidade alucinante face à degenerescência e paralisia do Homem), a temperatura ambiental vai aumentando e nós vamos sendo cozidos aos bocadinhos.

 

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Variação média de temperaturas no ano de 2015

 

Pelo menos é a essa conclusão que chegaram os cientistas do Instituto Goddard de Estudos Espaciais (ligado à NASA), afirmando que 2015 foi o ano mais quente desde 1880 (nos últimos 135 anos) – fazendo agora parte dos dezasseis anos mais quentes registados nesse período e com 15 desses anos a concentrarem-se nos últimos 16.

 

Colocando logo de lado a justificação EL NIÑO (como uma das principais causas do Aquecimento Global e neste caso fazendo crescer ainda mais as temperaturas médias registadas em 2015), apesar de estarmos num ano em que em muitas regiões do globo terrestre as temperaturas em terra e no mar durante o mês de Dezembro, atingiram valores inesperados por elevados.

 

Talvez responsável por uma parte (do aquecimento) mas não pelo todo (global). Tal como dizem os cientistas da NASA indicando-o como um dos fatores responsáveis pelas alterações climáticas em várias regiões da Terra e com consequências bem diferenciadas (aquecendo-o num ponto e levando-o a condições extremas e opostas noutro ponto devido à movimentação de grandes massas oceânicas de águas quentes ao longo do oceano Pacífico de oeste para este), mas nunca o indicando como o único e talvez mesmo nem o podendo considerar como o principal: não sendo apenas a Natureza a poder ser acusada pelo aumento da temperatura e como consequência pelas profundas alterações climáticas, mas também apontando o Homem como um dos principais culpados pela evolução (negativa) deste fenómeno – contribuindo decisiva e conscientemente com as suas crescentes emissões de CO₂.

 

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A Terra – Um planeta-panela de pressão

 

Num período registando um crescimento de temperaturas médias que já dura há mais de cem anos e que parece não querer interromper esta tendência (constante) de subida. Neste ano de 2016 com a influência do El Niño a fortalecer-se ainda mais (pelo menos era isso o que indicava a evolução de temperaturas no mês de Dezembro ainda influenciadas pelo El Niño 2015) podendo dar origem a outro ano extremamente quente (outro record?). E com o Homem a ignorar todos os sinais de aviso sucessivos e despreocupadamente como se nada tivesse fim (morremos ou não?), adiando o inadiável, não se preocupando com nada e até ajudando ao peditório: cada vez emitindo mais poluição e não largando como um toxicodependente os maravilhosos combustíveis fósseis e o necessário odor a carbono.

 

Deixando-nos aqui a pensar se antes do Fim-do-Mundo (e antecipando-se mais uma vez à Natureza) o Homem já não se terá autoextinto: pela Água (pelo derretimento das calotes polares devido ao crescimento da poluição e assim contribuindo para a subida generalizada do nível das águas dos oceanos) ou pelo Fogo (provocado por um grande cataclismo libertando imensa energia – por radiação solar/cósmica, impacto de asteroide/cometa ou mesmo por explosão/deslocações de placas, sismos, erupções). Assim como uma panela de pressão – que vai aquecendo e cozinhando, até tudo ficar pronto ou explodir. Com a panela a ser a Terra (com o buraco entupido) e a comida a sermos nós (como natureza morta).

 

E assim com a ajuda do Sol, do Homem e de mais alguém (sujeito ou objeto), lá vamos sendo cozinhados e com a Terra também (e com outros condimentos vindos da fauna e da flora).

 

(imagens: nasa.gov e prakashswamy.blogspot.com)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 18:09