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Black & White/Poor & Rich

Quinta-feira, 23.02.17

Sendo surpreendente (ou talvez não), esquecidas e postas de lado as suas respetivas ideologias, vermos vindo de todos os quadrantes políticos (da direita até à esquerda) o mesmo medo e inquietação de perderem os seus direitos – pelos vistos sendo divinos e há muito adquiridos (como deuses, profetas, discípulos ou simpatizantes que são). Não se descortinando exceções no meio de tamanho rebanho.

 

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Sixty Percent of Americans Are Worried That Donald Trump Will Take the USA

To War in His First Term

(Elisabeth Joan – playbuzz.com)

 

Com os EUA a atravessarem internamente um período de autêntica Guerra Civil entre grupos poderosos e influentes instalados na sua sociedade e que de maneira nenhuma querem perder os privilégios de uma vida, a presença da perseguição racista já não se limita apenas à instrumentalização e utilização do negro (pondo brancos a caça-los) como bode expiatório para tudo o que de mal acontece, como se torna ainda mais vergonhosa ao servir-se da psicologia de massas tornada violenta e irracional (numa opção típica de regimes fascistas) para colocar uns pobres a lutar contra outros pobres apenas pela manutenção do status quo dos ricos.

 

Recorrendo às memórias que cada vez menos nos restam do passado, maioritariamente esquecidas e obliteradas pelo pouco tempo que ainda nos sobra para viver, por vezes somos levados inexplicavelmente a ressuscitar certos temas, que por tantas e tantas vezes adulterados e acabando-se mesmo por optar pelos seus simétricos, nos levam à negação das evidências, à apatia pelas suas consequências e finalmente numa mistura explosiva das duas à indiferença e à intolerância: aceitando de uma forma aberta (as sugestões emitidas pelos seus líderes), utilizando um trajeto exclusivo (de modo a assegurar a proteção, segurança e persistência do grupo) e selecionando sem qualquer tipo de restrições (mesmo recorrendo à morte antecipada) a destruição de outros grupos. Tudo com o único objetivo tornado responsável e credível (ao longo da nossa educação e formação inalterado, como comprovativo do facto de sermos autênticas réplicas uns dos outros) de preservar a espécie e o modelo adotado por esse grupo (enunciado e declarado como o grupo modelo): e simultaneamente interiorizando progressivamente (porque um dia poderá chegar a nossa vez) que face aos interesses estabelecidos como necessários e prioritários por esse grupo, todo o elemento seu constituinte é transitório e suscetível de ser neutralizado (suspenso para eventual recuperação/reeducação ou arquivamento/prisão).

 

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Ysanel Torres of Rhode Island

Attends a Black Lives Matter march during the 2016 Democratic National Convention

(Josh Afner – usatoday.com)

 

Daí partindo-se para o problema das minorias, das raças, das etnias, do género, da idade e de tudo o mais que possa existir e dividir a espécie, levando-a a sucessivos e crescentes conflitos, a guerras intermináveis e de seguida à definitiva extinção – no sentido em que essa extinção será definida e limitada à esmagadora maioria habitando este planeta (7 biliões-uns quantos), englobada naquele pacote monstruoso mas realista (a realidade por todos previamente escolhida) contendo todos aqueles que usufruindo de menos de metade do que a Terra lhes poderia oferecer, nunca o chegaram a ver ou a tocar porque algo ou alguém lá chegou antes e o fez desaparecer: num processo artificial imposto por uma minoria irrelevante, de modo a definir o seu próprio modelo evolutivo – e dispensando simultaneamente o processo evolutivo natural – como se por acaso tivéssemos assumido o papel de Deuses e deixando de ser o que sempre fomos (meras replicas uns dos outros obtidas a partir do mesmo molde original), nos achássemos superiores (aos outros) apenas enganando e manipulando. Através da utilização crescente e exponencial de máquinas e de periféricos num mundo biomecânico em que o segundo matará o primeiro (ao contrário do idealizado e desejado por Isaac Asimov – talvez por ainda acreditar na dicotomia estabelecida pelo Homem entre o Bem e o Mal – como uma forma inicial e primitiva de se defender).

 

Por exemplo pensando no caso norte-americano e no seu eterno problema com a minoria étnica africana (ou minoria negra) – e começando a história por meados do séc. XVIII (e limitando-nos apenas aos últimos 150 anos para evitarmos mais atos horrendos). Bastando para tal analisar a evolução demográfica de brancos e negros nos EUA desde a Guerra Civil Norte-Americana iniciada em 1861 (faz agora 156 anos). E já agora adicionando-lhe a questão dos hispânicos/latinos, comparando a sua evolução (demográfica) com a dos indivíduos de raça negra.

 

P/%

P

P

P

PP

%

 %

%

%

Ano

Branco

Negro

Outro

(Total)

H

Branco

Negro

Outro

H

1860

26,9

4,4

0,1

31,4

0.2

86

14

0

1

1890

55,1

7,5

0,3

62,9

0.4

88

12

0

1

1920

94,8

10,5

0,4

105,7

1,3

90

10

0

1

1950

134,9

15,0

0,8

150,7

3,2

90

10

0

2

1980

188,4

26,5

11,6

226,5

14,6

83

12

5

6

2010

223,6

38.9

46,2

308,7

50.5

72

13

15

16

Demografia – EUA

[P: População (em milhões) T: Total H: Hispânicos/Latinos]

 

Analisando os dados apresentados na tabela anterior concluindo-se:

- Que se em 1860 em cada 10 habitantes 8.5 eram brancos e 1.5 eram negros, 150 anos depois cerca de 7 eram brancos, mais do que 1 eram negros e menos que 2 eram hispânicos/latinos: ou seja de 2ºgrupo passando a 3º: com os negros a serem ultrapassados na sociedade norte-americana por cidadãos falando a língua espanhola (13% contra 16%);

- Com a população negra mantendo uma proporção semelhante à população branca: 1 negro para 6 brancos – mas estagnando no seu crescimento (média de 12%) face ao crescimento dos hispânicos/ latinos (de 1% para 16%): e a ter sofrido uma diminuição notória de 1860 a 1950. E com os hispânicos/latinos a revelarem-se pela mesma altura (1950) e a dispararem para atingirem o seu auge no ano de 2010 (últimos dados registados e que passados 7 anos deverão ser ainda maiores);

- E a partir destas conclusões e de muitas outras que se tentarão certamente elaborar, podendo-se relacionar esta evolução demográfica com alguns acontecimentos históricos ocorridos neste último século e meio (e só para mencionar 7): como a Guerra Civil nos EUA (1861/1865), as duas Guerras Mundiais (1914/1918 e 1939/1945), a Guerra do Vietnam (1955/1975), a Guerra do Golfo (1990/1991) e as Guerras do Afeganistão (2001/2014) e do Iraque (2003/2011).

 

A partir do ano de 2010 com os EUA vindo de dois mandatos sucessivos do Republicano G. W. Bush estando já sobre o comando do seu novo e 44ºpresidente dos EUA o Democrata Barack Obama (20 Janeiro 2009 a 20 Janeiro 2017) – num planeta partilhado hoje em dia por 195 países (193 países membros da ONU e 2 países observadores), onde habitam mais de 7 biliões de pessoas e em que o novo Homem-Forte da América e como consequência do Mundo, é agora um republicano, por sinal um milionário e também sendo Presidente habitando a Casa Branca: Donald Trump de seu nome.

 

(legendas e imagens: as indicadas)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 23:15