ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Da Culinária e das Receitas (da Avozinha) ao Algoritmo (do Censor)
Algoritmo 1
“Depois das práticas da Inquisição ─ combatendo todos os tipos de heresia contra o Clero (a hierarquia religiosa), sendo desviantes, se necessário lançando à fogueira os seus responsáveis ─ e chegando às práticas de Guantánamo (prisão norte-americana, recebendo pretensos combatentes do Afeganistão) e de Belmarsh (prisão inglesa, recebendo entre outros o jornalista Julian Assange) ─ combatendo todos os tipos de heresia contra a Nobreza (a hierarquia política), não se estando de acordo e opondo-se (mesmo que a alternativa pudesse ser válida), além de não se ser aceite, como medida preventiva e sendo necessário, nem estando, nem não estando, simplesmente desaparecendo (temporária ou definitivamente), num extremo (não existindo indicação, como tal, nem justificação) nunca tendo existido ─ e nunca esquecendo no nosso período correspondente em Portugal, a “longa noite do fascismo”, com os seus torturadores físicos e psíquicos (com a PIDE e com o seu “lápis-azul”), conduzindo-nos à morte nas prisões ou nas colónias, como excelentes exemplos destes momentos de “censura, tortura, crueldade e morte”, chegando-se no século XXI e descontinuado o analógico, à versão 2.0 desta aplicação de “censura, tortura, crueldade e morte”, agora na sua geração CTCM 2.0 e em versão digital, simbolizado (atribuindo-se-lhe agora esta função) o Algoritmo: antes nas mãos do Homem (limitado por este) e como consequência mas apenas indiretamente no seu instrumento (de aplicação limitada), agora nas mãos desse instrumento (e do seu hardware, sem consciência de limite) e com o Homem à distância (confiando no funcionamento do instrumento, cumprindo as diretivas do software utilizado), apenas e minimamente supervisionando-o. Com a vantagem sobre a anterior versão, dado que havendo vítimas mesmo que colaterais, a responsabilidade nunca podendo ser atribuída ao operador (seja ele Bio ou mecânico), cumprindo o seu guião.”
Sede da multinacional Google
(Mountain View, Califórnia, EUA)
Algoritmo 2
Aproveitando o exemplo das nossas avozinhas (as filhas têm agora mais que fazer) e não sendo machista por lhes atribuir esta função (até tenho amigos, que são mulheres) ─ por um lado as cozinheiras sendo tradicionalmente mulheres, entre estas e os homens sendo as mulheres as que obtêm melhor performance, os homens tendo vindo depois e agora, até descobrindo as virtudes contabilísticas, diminuindo os pratos (substituindo-os pelo de sobremesa) e apelidando-os de gourmet e pelo outro lado os homens querendo os pratos decorados como as mulheres, pois abrindo-lhes o apetite e as aparências cumprindo a sua função, iludindo-os ou fazendo-os sonhar ─
Num processo já por si nada recomendável para a nossa Saúde, substituindo inicialmente comidas tradicionais de fácil e de boa conceção, sendo o seu processo de transformação natural e mais local, por outro tipo de alimentação concretizada aqui com a introdução não de produtos originais, mas transformados e conservados (de produção artificial, existindo interferência) para distribuição em massa, como proteção e garantia do produto, muitas vezes tendo o próprio produtor e os seus respetivos especialistas como “selo de garantia” (pela falta de recursos humanos do Estado, delegando nos privados a sua própria fiscalização), nos últimos tempos e talvez como efeito da Pandemia, enfiados como estávamos num silêncio cada vez mais profundo e de crescente isolamento forçado, na escuridão procurando e encontrando, abrindo-se portas de pensamento e de estilos de vida bem mais saudáveis (retornando aos ricos pratos antigos e abandonando de vez a “comida empacotada” e a “comida gourmet”, nunca esquecendo a artificializada “dieta mediterrânica”),
A Avozinha e as suas receitas
(agora no interesse do algoritmo)
Chegando recentemente um novo esquema de aproveitamento meramente “oportunista” das capacidades culinárias indiscutíveis das nossas avozinhas, antes (e pegando nos seus ensinamentos práticos) tendo-se servido delas tentando fazer grandes negócios na área do ramo Alimentar, levando-nos por essa via e ao contrário do repetidamente afirmado até à exaustão (e confirmado pelos seus recentemente criados especialistas, como seus certificadores) às consequências negativas a que todos assistimos hoje na área da Saúde (como obesidade e diabetes, maus hábitos alimentares), depois (e pegando nos ensinamentos teóricos das avozinhas) pegando nas suas “receitas culinárias” e usurpando mais uma vez direitos e destinos de aplicação (tal como com os ricos, pelos pobres sendo igualmente direitos adquiridos), chegando-se ao algoritmo e à sua aplicação, generalizada, incorreta e mais uma vez com intenções deliberadas, não vindo dos consumidores (limitando-se em irem buscar o que vêm, o que se vende) só podendo vir dos produtores (querendo vender cada vez mais, qualquer coisa que seja).
Servindo-se das delicadas mãos de princesa das nossas avozinhas e agora, tal como os predadores-humanos nunca estando completamente contentes (tendo de transbordar) ─ que o diga o porco, um dos animais considerados mais “perto de nós”, mais inteligente e até mais companheiro que um cão e no entanto e ao contrário deste último (o cão) e pelo menos por cá, sendo “todo, mesmo todo, comidinho”, não sobrando nada” ─ espremendo-lhes a cabeça tentando alcançar-lhe esses “sagrados e consagrados” miolos, descobrir-lhes os segredos (aí solenemente guardados, aguardando transmissão) e assim um certo dia, manipulando e redirigindo, chegando ao “algoritmo”: “uma sequência finita de ações executáveis que visam obter uma solução para um determinado tipo de problema” (wikipedia.org). E da cozinha da avozinha e do seu livro de receitas, partindo-se (sabendo-se como) para um tipo de Censura muito superior (por mais profunda) e muito mais abrangente (imitando-se o modelo, replicando-se o molde e sendo global), do que a Censura tradicional.
O Algoritmo, a Máquina e o Homem
(aplicado num, exercido no outro)
Um algoritmo dispensando a intervenção da avó e podendo-se até readaptar a sua receita (alterando o original, incluindo o tema) ─ eliminando os excessos (de pessoas, tendo-se os robots e de livros, tendo-se os manuais e os resumos) ─ não sendo autónomo nem inteligente apenas repetindo orientações prévias (logo melhor que um ser humano, falando do lucro por este proporcionado) e sendo operado (no fim de linha), tendo ou não pelo meio outros computadores e processadores (a meio da linha de montagem), tendo sempre do outro lado (na outra ponta, no início de linha) um ser humano, um homem orientando-o ele mesmo sendo orientado e podendo ser igualmente controlado por um outro algoritmo específico: “Um algoritmo não representa, necessariamente, um programa de computador, e sim os passos necessários para realizar uma tarefa. Sua implementação pode ser feita por um computador, por outro tipo de autômato ou mesmo por um ser humano” (wikipedia.org).
Algoritmo com operador e com receita (lápis-azul da Censura), nunca podendo alterar as proporções dos ingredientes (por exemplo colocando muito colorau, ficando tudo para o avermelhado), fazendo-o sendo um desastre. Atuando preventivamente (adivinhando-se o que vai suceder e punindo antes) a eficácia sendo ainda maior. E assim evitando-se (mais um exemplo Wikipédia) a nossa “fuga à normalidade” (a esta nossa realidade, um misto de sonhos e de paraíso misto e climatizado, virtual, comercializado e tornado real, estilo Hollywood), não permitindo nunca qualquer tipo ou forma (tentando iludir) de “erros ou enganos” podendo resultar em “desvios” (não sendo esse o objetivo, mas em certas condições excecionais assim as mesmas o exijam, podendo ser permitido) contraproducentes; generalizando-se o processo e normalizando-se de novo a Censura (de analógica passando apenas a digital e nada mais, podendo-se ir de um simples bloqueio de uma página qualquer do Facebook, até um plano inclinado levando-nos a uma 3ª Guerra Mundial) tendo-se que ter consciência e assumir todas as consequências dessa atitude (extrema), pondo o outro de lado ficando só e podendo ser a última, já não havendo outra oportunidade. E tudo isto apenas acreditando numa equação e na sua solução, havendo tantas e incluindo-as, constituídas por elas, havendo outros tantos sistemas.
O Algoritmo e o Super-Homem
(em cuecas, num comportamento desviante)
Algoritmo 3
Tendo nós os nossos próprios algoritmos (não nossos por limitativos e condicionantes, não naturais, não tendo origem interna, esta baseada nas nossas perceções e sensações), não nos permitindo “vestir as cuecas depois das calças” ─ um comportamento “desviante” ─ e desse modo (mesmo que se insistindo para que acreditemos) impedindo-nos de alguma vez podermos vir a ser o “Super-Homem”. E com o algoritmo a ser aplicado a tudo e a todos, menos ao seu criador (e a algumas das suas criações), servindo-se dele, mas sabendo existir vida para além das equações e dos sistemas, não acreditando minimamente nele.
(imagens: wikipedia.org ─ depositphotos.com ─
fernandonogueiracosta.wordpress.com ─ destructoid.com)