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Da Terra à Lua

Quinta-feira, 30.10.14

“Já que os norte-americanos parecem aparentemente ter desistido de Conquistar a Lua, deixem lá agora serem os chineses a experimentarem a Aventura: com os seus pequeninos passos sobre a superfície lunar (ao contrário dos passos norte-americanos considerados como “grandes passos da humanidade”), pode ser que deste modo (de locomoção limitada) o Mundo ainda aprenda um pouco (mais) com eles!”

 

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Júlio Verne – Da Terra à Lua

 

0 Projéctil prosseguia indiferente a sua rota mas lá em baixo aquele caos não se modificava. Sucediam-se incessantemente círculos crateras e montanhas esburacadas. Nem uma planície, nem um mar. Era uma Suíça uma Noruega Intermináveis. Finalmente no centro daquela região gretada precisamente no ponto culminante apareceu o deslumbrante Ticho a mais esplêndida montanha do disco lunar à qual a posteridade ligará sempre o nome do ilustre astrónomo dinamarquês. (Júlio Verne – Da Terra à Lua)

 

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A Lua (vendo-se a sua face oculta) e a Terra (o planeta azul ao fundo)

 

Entre os Cinco Continentes do nosso planeta, é no continente asiático que encontramos o país apresentando o maior índice populacional: a China, com mais de 1,2 biliões de pessoas (com outro país asiático – a Índia – a ficar perto dos 1,2 biliões). Sendo simultaneamente um dos maiores países do mundo (o terceiro depois do Canadá e da Rússia e dispondo de uma área de 9,6 milhões de km²) e estando perto de se tornar a maior potencia económica mundial (prevendo-se que tal suceda até ao fim deste ano de 2014), a China assume cada vez mais o seu paradigma e o seu caminho irreversível de se tornar a breve prazo a maior potencia global. E com a sua nova geração de cientistas e de investigadores em acelerado crescimento quantitativo e qualitativo, tudo se torna mais fácil e naturalmente possível: como é o caso do seu Programa Espacial, com o lançamento de inúmeros satélites, com o envio de outras sondas em direcção à Lua e a Marte e até com a construção de uma grande estação espacial em órbita da Terra, rivalizando com a actual estação internacional ISS.

 

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Trajectória da Chang'e 5 (na sua viagem de ida e volta à Lua)

 

Numa iniciativa conjunta estabelecida entre a China e o sector privado (neste caso a empresa europeia LuxSpace), foi lançado no passado dia 23 a partir do Centro de Lançamento de Satélites em Xichang o satélite Chang'e 5-T1, tendo como primeiro objectivo alcançar a Lua, orbitá-la e regressar de novo à Terra. A concretização com pleno êxito deste objectivo abrirá as portas para futuros lançamentos de outras naves em direcção à Lua, mas agora orbitando-a, alunando, recolhendo amostras, abandonando de novo a superfície lunar e regressando são e salvo à Terra (o segundo objectivo) – já que a ideia é colocar um homem sobre a superfície da Lua. E daí nasce o terceiro objectivo: a construção de uma base lunar e o início da exploração do único satélite da Terra.

 

A sonda Chang'e 5-T1 regressará ao nosso planeta no fim do mês (31Out/1Nov). Apesar de ainda não estar completamente confirmado, a sonda tentará ensaiar a sua reentrada na atmosfera terrestre de modo a assim poder aterrar em pleno território chinês: sendo capaz de fazer algumas manobras de correcção na sua trajectória e escolher um ponto de entrada correcto e em linha com a posição da Terra nesse preciso momento, tudo aponta para que tal possa vir a suceder (em princípio um dos módulos da Chang'e 5-T1 fará a sua reentrada na atmosfera terrestre – caso contrário tentará manter-se em órbita).

 

(imagens – AAA)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 23:28