ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
E Lá Vamos Cantando e Rindo
Mas porque será que apenas as Evidências é que não Convencem o Homem?
Só mesmo a Conversa Sem Treta e como tal Sem conteúdo!
Angela Merkel
O que sucederá se a Europa implodir e se for declarada guerra total à Rússia?
(mantendo-se entalada entre as ordens vindas de Washington e as ameaças oriundas de Moscovo)
Face à solicitação das actuais autoridades políticas da Grécia relativamente à realização de negociações em torno do pagamento da brutal dívida do seu país, a Chanceler alemã Angela Merkel depois de consultar todos os credores associados ao financiamento económico da Comunidade Económica Europeia, não teve para já outro remédio senão dizer NÃO. Resposta natural vinda de quem vem e que compreensivelmente quer a toda a força manter o centro de comando económico-financeiro de todo o continente centralizado na Alemanha, não só por poder controlar os fluxos de entrada e de saída de dinheiro da Europa, como simultaneamente de poder aproveitar e usufruir em benefício próprio dessa mesma circulação monetária (afinal de contas o BCE não passa de um banco).
Neste momento a Europa está entalada entre servir os interesses do eixo Estados Unidos/Grã-Bretanha e o eixo Rússia/China. Nenhum deles se preocupa muito com a Europa, servindo-se dela apenas para concretizar as suas políticas e desejos geoestratégicos, que neste momento e por acaso se situam no continente asiático. Se a Grã-Bretanha teve sempre o complexo de ser uma ilha e não um continente, servindo-se desse argumento meramente psicótico para se manter ao mesmo tempo fora e dentro da Europa (tornando-se na prática num entreposto norte-americano ou no seu 51° Estado), no caso dos EUA é fácil de entender a sua estratégia de combate e dominação: com o dólar a controlar toda a economia mundial, com o controlo efectivo de todas as fontes de matérias-primas essenciais (em solo norte-americano ou estrangeiro), com a Reserva Federal a encher-se de dinheiro e de ouro (vindo de todo o mundo) enquanto no mesmo país se vão imprimindo biliões e biliões de dólares sem qualquer tipo de controlo ou contrapartida real do mercado e finalmente como maior potência militar global (só o seu orçamento ultrapassada o do resto do mundo), a Europa tornou-se no presente num palco secundário de intervenção. O que significa que, mantendo-se uma ligeira margem do território europeu em melhores condições de segurança, para os norte-americanos a Europa tornou-se não numa região do globo indicada para futuros investimentos mas num novo palco de intervenção e propaganda. Pessoalmente nunca imaginei que depois do desastre criminoso da destruição da Jugoslávia a Europa mais uma vez consentisse na repetição deste fenómeno de guerra brutal, que para todos nós trouxe de novo à memória todos os crimes perpetrados durante o período da última grande Guerra Mundial.
O centro económico do mundo localiza-se agora na Ásia. Todos os continentes já o reconheceram, EUA, China e Rússia incluídos. A Europa ainda não (os ingleses estão-se nas tintas): e assim temos uma potencial guerra às portas da Europa, com os Estados Unidos que já infestaram a Europa de bases apontadas à Rússia agora até se querendo pendurar (e divertir como crianças irresponsáveis) exibindo as suas armas no cimo da fronteira destes, sem que nos preocupemos minimamente que a Ucrânia fica logo ali e como a Rússia pertence ao nosso continente. Mas para deixarmos de mais tretas e conversa, o que perderão os norte-americanos se a Europa implodir? Talvez como já antes afirmaram os Chineses um dos seus locais de descanso e diversão, ou seja, uma grande estância hoteleira e de serviços – pois é a única coisa que qualquer dia saberemos produzir: NADA.
O que se está a passar na Grécia, é apenas mais um sinal (um aviso) para o perigo que a Europa está a ocorrer se o mais brevemente possível não se decidir a ouvir quem os elegeu – o povo através da máquina do Estado e não as corporações que compram alguns deles. O problema é que o processo pode estar já de tal modo avançado que já tenhamos ultrapassado o ponto de não retorno. O poder Europeu continua a rejeitar a assunção desse seu poder e enquanto se sujeitar aos credores, só caminharemos para a Guerra e para o nosso já por muitos anunciado Fim. Aos russos basta virarem-se para leste e aos portugueses deitarem-se ao mar (e como o outro diria abandonando a sua área de conforto).
(imagem – Web)