ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
EBOLA – Evolução do contágio deste novo surto
O novo surto do vírus EBOLA continua a sua caminhada descontrolada na África Ocidental (com a Libéria, a Serra Leoa e a Guiné a serem os países mais atingidos), com os números quase que a atingirem os 9.000 casos suspeitos e os 4.500 mortos. Mas como os valores devem estar subestimados (até porque a taxa de mortalidade média anda actualmente nos 70% e não nos aparentes 50%) os números deverão ser um pouco superiores (como parece querer demonstrar o gráfico seguinte em crescimento exponencial). O combate deveria ter sido anunciado no passado mês de Abril, ainda o número de casos suspeitos/infectados se encontrava controlado: agora (passado meio ano) tudo será muito mais difícil senão mesmo de fim imprevisível (relembre-se que o caos sanitário está instalado na Libéria e na Guiné e que a Serra Leoa está já de quarentena; com a ameaça da epidemia se poder estender a outros países vizinhos, como o comprovam os casos detectados no Senegal, na Nigéria e recentemente na R. D. Congo).
Evolução do n.º de mortes em África
(em quatro dos países mais afectados – não inclui aqui o Senegal e a R. D. Congo)
Entretanto o vírus EBOLA já chegou a outras partes do mundo – seja pela chegada de indivíduos infectados ou pela infecção doutros indivíduos pelos primeiros. Temos assim três continentes envolvidos (África, América e Europa) e apenas dois ainda de fora (Ásia e Oceânia). No caso da América (EUA) e da Europa (Espanha, França, Reino Unido, Alemanha e Noruega) os casos referem-se a (como já referido anteriormente): indivíduos chegados a esses países já infectados ou indivíduos posteriormente infectados pelos primeiros. Relativamente a Portugal não há notícia de nenhuma suspeita confirmada, apesar do nosso país estar indirectamente ligado a alguns dos países mais afectados. Convém no entanto recordar que se a epidemia do EBOLA continuar a alastrar em África para outros países vizinhos ao foco deste novo surto, o cenário poder-se-á alterar completamente: é que logo ao lado está a Guiné-Bissau um dos países africanos com fortíssimas ligações com Portugal – e uma excelente porta de entrada para o vírus.
Casos de doentes suspeitos/infectados tratados fora de África
(contaminados em África ou infectados em países fora desse continente)
Continuando de novo em Portugal verifica-se que apesar de nenhum caso positivo ter sido ainda detectado, já se começou a instalar entre os responsáveis do sector da saúde uma certa confusão quanto a protocolos e a outros procedimentos correctos a seguir (o que não deixa de ser grave aos olhos da população e do utente desses serviços), além de se notar desde já um certo atrito entre aqueles que repetem incessantemente o apelo à tranquilidade – já que tudo decorre (para eles o risco é baixo) segundo toda a normalidade (Direcção-Geral de Saúde) – e os outros mais alarmistas que os contrariam nessa posição, afirmando que os riscos do EBOLA em Portugal são elevados (Colégio de Saúde/pelos vistos só alguns elementos e Ordem dos Médicos/colaborando e apoiando).
No meio disto tudo o pessoal ligado ao sector da saúde e os próprios doentes continuam apenas a olhar (onde estão as tão necessárias e fundamentais acções de divulgação, informação e formação, até para em casos imprevisíveis e extremos se evitar o pânico e o caos) sem saberem verdadeiramente o que pensar ou o que fazer, suscitando o aparecimento de situações caricatas e extremamente perigosas (nestes casos não confirmadas e sem consequências) como as que já sucederam no Hospital S. João do Porto (ainda por cima a norte o hospital de referência para os casos de EBOLA): num caso com um possível caso suspeito a não ser inicial e correctamente identificado e a aguardar duas horas nas urgências; no outro caso com um doente também suspeito de contaminação pelo vírus a chegar tranquilamente a pé à zona de atendimento público do mesmo hospital. Pelo menos na capela (do hospital) ainda poderemos rezar (ou não)!
Previsão para Novembro da evolução do número de casos detectados em África
(gráfico de 12.2013 a 11.2014: evolução do n.º de casos e previsão – intervalos V de 2.000)
E no meio de toda esta tragédia (cada vez menos de âmbito regional) na qual mais de 20.000.000 de pessoas já estão a viver a pobreza, a miséria, a fome e agora a epidemia mortal do vírus EBOLA (e com a Organização Mundial de Saúde a rever em alta o número de casos suspeitos/infecções), nada parece fazer conter a rápida propagação da doença: 20.000 mortos previstos no final de 2014, números agora revistos face às projecções que apontam para o mês de Dezembro e que indicam entre 5.000/10.000 mortos por semana (actualmente cerca de 1.000 mortos/semana).
Com as últimas notícias vindas do continente africano a darem a entender que existem algumas indicações de que a epidemia do vírus poderá estar a alastrar a outro país situado na mesma região: a Costa do Marfim.
(imagens – Web)