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EBOLA – Evolução do contágio deste novo surto

Quarta-feira, 15.10.14

O novo surto do vírus EBOLA continua a sua caminhada descontrolada na África Ocidental (com a Libéria, a Serra Leoa e a Guiné a serem os países mais atingidos), com os números quase que a atingirem os 9.000 casos suspeitos e os 4.500 mortos. Mas como os valores devem estar subestimados (até porque a taxa de mortalidade média anda actualmente nos 70% e não nos aparentes 50%) os números deverão ser um pouco superiores (como parece querer demonstrar o gráfico seguinte em crescimento exponencial). O combate deveria ter sido anunciado no passado mês de Abril, ainda o número de casos suspeitos/infectados se encontrava controlado: agora (passado meio ano) tudo será muito mais difícil senão mesmo de fim imprevisível (relembre-se que o caos sanitário está instalado na Libéria e na Guiné e que a Serra Leoa está já de quarentena; com a ameaça da epidemia se poder estender a outros países vizinhos, como o comprovam os casos detectados no Senegal, na Nigéria e recentemente na R. D. Congo).

 

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Evolução do n.º de mortes em África
(em quatro dos países mais afectados – não inclui aqui o Senegal e a R. D. Congo)

 

Entretanto o vírus EBOLA já chegou a outras partes do mundo – seja pela chegada de indivíduos infectados ou pela infecção doutros indivíduos pelos primeiros. Temos assim três continentes envolvidos (África, América e Europa) e apenas dois ainda de fora (Ásia e Oceânia). No caso da América (EUA) e da Europa (Espanha, França, Reino Unido, Alemanha e Noruega) os casos referem-se a (como já referido anteriormente): indivíduos chegados a esses países já infectados ou indivíduos posteriormente infectados pelos primeiros. Relativamente a Portugal não há notícia de nenhuma suspeita confirmada, apesar do nosso país estar indirectamente ligado a alguns dos países mais afectados. Convém no entanto recordar que se a epidemia do EBOLA continuar a alastrar em África para outros países vizinhos ao foco deste novo surto, o cenário poder-se-á alterar completamente: é que logo ao lado está a Guiné-Bissau um dos países africanos com fortíssimas ligações com Portugal – e uma excelente porta de entrada para o vírus.

 

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Casos de doentes suspeitos/infectados tratados fora de África
(contaminados em África ou infectados em países fora desse continente)

 

Continuando de novo em Portugal verifica-se que apesar de nenhum caso positivo ter sido ainda detectado, já se começou a instalar entre os responsáveis do sector da saúde uma certa confusão quanto a protocolos e a outros procedimentos correctos a seguir (o que não deixa de ser grave aos olhos da população e do utente desses serviços), além de se notar desde já um certo atrito entre aqueles que repetem incessantemente o apelo à tranquilidade – já que tudo decorre (para eles o risco é baixo) segundo toda a normalidade (Direcção-Geral de Saúde) – e os outros mais alarmistas que os contrariam nessa posição, afirmando que os riscos do EBOLA em Portugal são elevados (Colégio de Saúde/pelos vistos só alguns elementos e Ordem dos Médicos/colaborando e apoiando).

 

No meio disto tudo o pessoal ligado ao sector da saúde e os próprios doentes continuam apenas a olhar (onde estão as tão necessárias e fundamentais acções de divulgação, informação e formação, até para em casos imprevisíveis e extremos se evitar o pânico e o caos) sem saberem verdadeiramente o que pensar ou o que fazer, suscitando o aparecimento de situações caricatas e extremamente perigosas (nestes casos não confirmadas e sem consequências) como as que já sucederam no Hospital S. João do Porto (ainda por cima a norte o hospital de referência para os casos de EBOLA): num caso com um possível caso suspeito a não ser inicial e correctamente identificado e a aguardar duas horas nas urgências; no outro caso com um doente também suspeito de contaminação pelo vírus a chegar tranquilamente a pé à zona de atendimento público do mesmo hospital. Pelo menos na capela (do hospital) ainda poderemos rezar (ou não)!

 

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Previsão para Novembro da evolução do número de casos detectados em África
(gráfico de 12.2013 a 11.2014: evolução do n.º de casos e previsão – intervalos V de 2.000)

 

E no meio de toda esta tragédia (cada vez menos de âmbito regional) na qual mais de 20.000.000 de pessoas já estão a viver a pobreza, a miséria, a fome e agora a epidemia mortal do vírus EBOLA (e com a Organização Mundial de Saúde a rever em alta o número de casos suspeitos/infecções), nada parece fazer conter a rápida propagação da doença: 20.000 mortos previstos no final de 2014, números agora revistos face às projecções que apontam para o mês de Dezembro e que indicam entre 5.000/10.000 mortos por semana (actualmente cerca de 1.000 mortos/semana).

 

Com as últimas notícias vindas do continente africano a darem a entender que existem algumas indicações de que a epidemia do vírus poderá estar a alastrar a outro país situado na mesma região: a Costa do Marfim.

 

(imagens – Web)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 19:30