ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Lince Ibérico
Percorrendo várias centenas de quilómetros em regiões desconhecidas, atravessando territórios hostis contando com a presença predadora dos humanos e até ultrapassando cursos de rios surgindo no seu caminho, o lince ibérico demonstra para já uma grande capacidade de sobrevivência e de movimentação no terreno.
Kahn e Kentaro
Como nem todas as histórias acabam mal, temos agora o exemplo de dois linces ibéricos criados nos montes portugueses de Silves e posteriormente libertados na região espanhola de Toledo. Devidamente equipados de instrumentos de localização próprios, utilizados para o estudo das migrações destes animais ao longo da sua busca de novos territórios. Aproveitando ainda para recordar que estes animais selvagens serão sempre libertados em áreas extremamente condicionadas (afectando a qualidade do seu habitat), muitas vezes vendo o seu natural trajecto de vida ser violentamente interrompido pela intrusiva e mortal actividade humana (a eterna luta entre os nómadas e os sedentários).
Numa iniciativa conjunta envolvendo os dois países da Península Ibérica (Portugal e Espanha), dois linces nascidos e criados no centro de reprodução de Silves foram oportunamente libertados no centro de Espanha no seu território natural (numa região onde outrora habitaria o lince ibérico). Tendo sido devolvidos à Natureza nos finais do ano passado, durante os meses em que estiveram em liberdade cada um deles poderá ter percorrido uma distância muito perto das várias centenas de quilómetros. Enquanto o segundo lince (Kentaro) se manteve durante mais algum tempo no local onde fora inicialmente libertado (deslocando-se posteriormente para norte na direcção dos Pirenéus), o primeiro lince (Kahn) abandonou mais cedo o mesmo local dirigindo-se de seguida para sul e de regresso a Portugal (à zona do Alqueva).
(imagens – Web)